Um pouco da memória do pai por Elisabeth Di Cavalcanti, por Ângelo Caio Mendes Correa Jr..
Elisabeth di Cavalcanti, cujo sobrenome nos leva de imediato à lembrança de um dos maiores gênios artísticos de nosso país em todos os tempos, o pintor Emiliano di Cavalcanti, é hoje uma das maiores responsáveis pela preservação da memória do pai e não tem medido esforços para mantê-la viva, assim como levá-la para além de nossas fronteiras.
Em entrevista que me concedeu, discorreu sobre sua experiência como filha do grande pintor, sobre a obra do pai e sobre seus projetos futuros envolvendo o trabalho por ele deixado:
A.C.M.C.J: Em que momento da vida você percebeu a importância que era ser filha do Di Cavalcanti?
Elisabeth : Quando menina, adolescente, somente sentia Di Cavalcanti como meu pai. Sempre o vi cercado de pessoas comuns e intelectuais os quais, com a convivência, se tornaram meus tios tortos. A profissão de meu pai era pintor e eu sabia disto, mas como ele era diferente dos outros pais! Tive a conscientização que ele era uma pessoa especial, extraordinária, muito tarde; especificamente em 1971, na exposição retrospectiva de seus cinqüenta anos de pintura no MAM - SP. Após percorrer todas as salas com tantos trabalhos reunidos, fiquei tão impactada que, aos prantos, compreendi que meu pai era, ou melhor, é um gênio.
A.C.M.C.J : Quais as memórias mais remotas que carrega em relação a seu pai?
Elisabeth: É claro que existem as memórias pontuais, mas o que mais me comove é o seu ser vulcânico: temperamento forte e força de braços e cabeça, como eu lhe dizia: "- Papai, você tem cabeça de imperador romano!". E como eu ficava furiosa quando ele cortava seus brancos cachos no barbeiro, o Petrônio! E os petelecos com seus dedos curtos e possantes assim tornados pelo ofício de pintor.
Um pouco da memória do pai por Elisabeth Di Cavalcanti, por Ângelo Caio Mendes Correa Jr..
Marcadores: arte, blog, entrevista
Primeira Página
Link permanente··- publicado por
VerdesTrigos @ 3/21/2008 10:06:00 AM | | | Voltar