Letras Brasileiras lança romance épico do Paraná. A
Cidade de Alfredo Souza, romance de
José Angeli, é o primeiro volume de uma trilogia que narra a saga da colonização do Paraná.
Pintado com as cores poeirentas dos sertões e narrado em ritmo de tirar o fôlego, logo no primeiro capítulo de
A Cidade de Alfredo Souza, o autor, José Angeli, arremessa o leitor para dentro de um universo que lembra antigos filmes de
faroeste. Aventureiros, agricultores, posseiros, jagunços, grileiros, pistoleiros, mocinhos, bandidos, donzelas e matronas são os personagens que contam a história da colonização do Paraná - e, em boa medida, é a narrativa da conquista e ocupação dos territórios da fronteira agrícola brasileira, ainda hoje em contínua expansão.
Este romance épico estava fora de catálogo desde
1979, época em que o crítico Wilson Martins (Jornal do Brasil, 17/11/1979) definiu
José Angeli como o romancista do Paraná:
"O romance de José Angeli atravessou a linha que separa a obra literária do texto simplesmente escrito, acrescentando alguma coisa ao romance brasileiro: uma soberba criação estilística, nela compreendendo o uso literário e psicológico do palavrão; uma extraordinária galeria de personagens e um tema inseparável da formação brasileira, que é a expansão do Brasil sobre si mesmo".
Os outros dois volumes da trilogia histórica ainda são inéditos e serão editados em breve pela Letras Brasileiras.
"Na minha trilogia, que ora vai, aos poucos, sendo publicada, nada mais faço que perseguir um tempo cheio de magia e heroísmo. Os homens e mulheres que moldaram as hoje prósperas, ricas e belas cidades do Sudoeste e Oeste nada mais foram que anônimos lutadores perseguindo o mais elementar direito do individuo: sua dignidade", afirma o autor.
José Angeli Sobrinho nasceu numa vila localizada no Norte do Rio Grande do Sul, hoje Aratiba, mas emigrou com a família para o Paraná quando adolescente. Sexto filho de um pequeno empresário exportador de madeira, desde pequeno conviveu com uma biblioteca abastecida por livros que seu pai trazia da Argentina. Poliglota e ainda jovem, leu os clássicos da literatura universal em edições em francês, italiano e espanhol, além do português. De volta ao Rio Grande do Sul, estabeleceu-se com a família em Alegrete, onde continuou os estudos e se formou Técnico em Contabilidade. Em seguida, cursou a Faculdade de Economia até o golpe militar de 1964. Preso várias vezes, ingressou nos movimentos revolucionários, foi capturado e enviado à Ilha da Pólvora, no Estuário do Guaíba. Ficou preso por quase três anos. Depois de libertado, mudou-se para o Paraná definitivamente. Morou por 10 anos em Morretes até mudar-se para
Curitiba, onde vive. Atualmente, dedica-se integralmente à literatura.
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