Em "A Síndrome de Ulisses", lançado agora no Brasil, escritor quis retratar a Paris que não aparece nos cartões-postais

Santiago Gamboa é, ele mesmo, um imigrante. Deixou a Bogotá natal para cursar a Universidade Complutense de Madri. Depois, foi para a França, sempre estudando literatura latino-americana. Faz parte de uma geração de novos escritores do continente que fogem do rótulo "realismo mágico". Esse grupo de "rebeldes" tem divisões internas. Há os que se filiam ao movimento McOndo, do chileno Alberto Fuguet, os da geração "crack" (não é "crack" da droga, mas de ruptura mesmo) mexicana, e, por fim, os da controversa "geração 90" brasileira. Sobre literatura e exílio, Gamboa falou à Folha. (SC)

Se os franceses vão sair às ruas amanhã para comemorar o título mundial de futebol, nós ainda não sabemos. Mas que Paris é uma festa na qual convidados e um tanto de "penetras" estrangeiros vivem tentando entrar, isso é um fato.

A capital da França através dos olhos dos imigrantes -legais e ilegais- que tentam se inserir nessa sociedade é o tema de "A Síndrome de Ulisses", livro do colombiano Santiago Gamboa, 40, que acaba de ser lançado aqui (editora Planeta).

Cada semicapítulo de "Síndrome" conta a história de um personagem que o protagonista -um jovem colombiano estudante de literatura com dificuldades financeiras- vai encontrando pelas ruas parisienses. >>>> Leia mais

Em sua segunda edição, neste sábado (08/07/2006), o Ñe ê ngatu, vai esmiuçar o mundo do marketing esportivo, do futebol e da Copa do Mundo. Os convidados do programa vão responder o que é que o futebol tem a ver com Copa do Mundo e quando o esporte virou o mega-negócio que reuniu, na Alemanha, 32 países e mais de 1500 atletas e dirigentes desportivos.

De Brasília, as informações da Política. Inclusão Digital, Agenda e Gastronomia trazem as dicas da semana. E o anunciado Plano Diretor de Transporte Coletivo também está na pauta do programa. A direção musical do Ñe ê ngatu dividiu o programa em duas partes. Das 10 às 12 horas, a programação musical traduz a agitação e o burburinho do centro da cidade. Faz parte do hábito campo-grandense o ir às compras nesse horário.

O Ñe ê ngatu é apresentado simultaneamente em Guarani, Espanhol e Português e vai ao ar aos sábados, das 10 às 14 horas pela FM REGIONAL. Acompanhe o programa pela internet.

Carta Forense - Luciano Santoro, Juliana Fincatti e Antônio Carlos Malheiros
Neste mês de julho de 2006, completam-se doze anos que os acusados da Escola Base foram formalmente inocentados pela Justiça. Até hoje, este caso é sinônimo de injustiça e imprudência cometidas pela imprensa ao retratar uma grave acusação de abuso sexual de menores. Muito embora tenham-se passado doze anos, até hoje não houve qualquer reparação àqueles que tiveram a sua vida desgraçada por denúncias infundadas, apesar de serem pessoas honestas, cidadãos de bem que sempre pautaram as suas vidas pelo respeito ao próximo. Do dia para a noite, conheceram o inferno, foram humilhados, ofendidos, acusados e condenados.>>> Leia Mais

Médico e autor de mais de setenta livros, o gaúcho Moacyr Scliar lança, no Projeto Sempre um Papo, sua mais recente obra, o livro Vendilhões do Templo (Companhia das Letras). A entrada é franca, numa realização da Caixa e Correio Braziliense a apoio da Radiobrás/TV Câmara. Moacyr Scliar volta aos tempos bíblicos para narrar, com o humor e a fantasia que caracterizam sua obra, a expulsão dos vendilhões do Templo do ponto de vista de um deles, e desdobra a parábola em outros dois tempos — o ano de 1635 e o de 1997 —, multiplicando os sentidos do episódio original. O evento acontece dia 18 de julho, terça-feira, às 19h30, no Teatro da Caixa Cultural, Setor Bancário Sul, Qd 4 – Lote 3/4, Brasília.

...... e uma entrevista com Eliana Mora

Para existir, um par precisa inventar e compartilhar uma longa aventura

AS HISTÓRIAS protagonizadas por um casal (sejam elas literárias, cinematográficas, teatrais ou televisivas) podem ser divididas em duas categorias. Há as histórias ditas "de amor", de "Cinderela" a "Romeu e Julieta". Na maioria dessas histórias, trata-se do primeiro encontro dos amantes e das dificuldades nas quais eles esbarram para se juntar.

Leia Mais (Contardo Calligaris)

Veja mais fotos interessantes que fiz....

Folha Online - 5/7/2006
O anti-semitismo na sociedade moderna é o tema de Velho e Novo Ódio contra os Judeus - Anti-Semitismo, Conflito Árabe-Israelense e Política Européia, livro lançado nesta terça-feira na Nova Sinagoga de Berlim. A obra, editada por Moses Mendelssohn Center, da Universidade de Potsdam, reúne 31 textos de autores cristãos, judeus e muçulmanos, que exprimem opiniões diferentes sobre o assunto. >> Leia mais

Folha de S. Paulo - 5/7/2006 - por Sylvia Colombo
Vagar de bicicleta pelos territórios desérticos do México é um passeio mais do que comum para David Toscana, escritor de 45 anos que virá ao Brasil participar da Festa Literária Internacional de Parati, em agosto. É na solidão dessa paisagem que ele prefere ambientar seus romances. "Gosto de ouvir os ruídos da noite aqui, como o do animal que rodeia o seu acampamento e o ameaça. São sons que nos remetem a temores primitivos", contou Toscana. "Os medos que as pessoas têm no deserto são muito diferentes das preocupações que nos assaltam nas cidades, onde temos de pensar em outras coisas, por exemplo, se vamos ou não conseguir pagar o plano de saúde." Nessa afirmação, não é difícil ver embutida uma crítica aos colegas de geração de Toscana. Especialmente aqueles que tentam se aproximar do universo urbano da América Latina -para tentar fugir do "fantasma" do realismo mágico- e, na opinião do escritor, acabam perdendo o foco do principal objeto da literatura, o homem. O mexicano também virá para lançar Santa Maria do circo (Casa da Palavra, 220 pp., R$ 37, trad. Maria Alzira Brum Lemos), seu segundo romance publicado aqui. Nele, um circo chega a um povoado fantasma. >> Leia mais

A Secretaria de Estado da Cultura já disponibilizou todos os editais do Programa de Ação Cultural (PAC) relacionados à literatura.

Edital PAC n° 1 -Desenvolvimento de Projetos de Obra Cinematográfica Brasileiras
Edital PAC n° 2 - Prêmio Estímulo de Curta-Metragem
Edital PAC n° 3 - Desenvolvimento de Projetos de Telefilmes
Edital PAC n° 4 - Concurso de Apoio à Produção de Espetáculos Inéditos de Dança no Estado de São Paulo
Edital PAC n° 5 - Concurso de Apoio à Difusão e Circulação de Dança
Edital PAC n° 6 - Concurso de Apoio a Difusão e Circulação de Espetáculos de Teatro
Edital PAC n° 7 - Concurso de Apoio à Produção de Espetáculos INÉDITOS de Teatro
Edital PAC nº 8 - Projetos de Incentivo à Leitura
Edital PAC N° 9 - Edição de Coleção de Livros
Edital PAC n° 10 - Programas de Áudio para Promoção da Literatura
Edital PAC nº 11 - Revelação de Autor Inédito
Edital PAC n° 12 - Bolsa de Incentivo à Criação Literária

Cada participante terá 45 dias após a publicação no Diário Oficial para apresentar seu projeto. Nesta primeira fase serão liberados R$ 25 milhões para projetos na capital e no interior paulistas. Outros R$ 20 milhões poderão ser captados por produtores e artistas por meio do incentivo com abatimento de ICMS devido.

Folha de S. Paulo - 4/7/2006 - por Eduardo Simões
Quer ler Alice no País das Maravilhas no original? Acesse o endereço worldebookfair.com a partir de hoje e baixe o livro inteiro, gratuitamente, para o seu computador. A iniciativa é dos projetos Gutenberg e World e-Book Library, sem fins lucrativos e baseados nos Estados Unidos, mas também com escritórios na Europa e Austrália, que de hoje até o dia 4 de agosto pretendem permitir o download gratuito de até 333 mil títulos, durante a sua primeira feira on-line. A data escolhida para sua abertura, 4 de julho, marca os 35 anos da fundação do projeto Gutenberg, em 1971, quando pela primeira vez a Declaração de Independência dos Estados Unidos foi colocada numa biblioteca de rede eletrônica. Enquanto o Gutenberg permite download gratuito normalmente, a World e-Book Library cobra US$ 8,95 por ano (cerca de R$ 20) para acesso ilimitado ao seu banco de dados, de cerca de 250 mil títulos. John Guagliardo, também diretor do Gutenberg, diz que haverá centenas de textos em português, de Portugal e do Brasil, pertencentes à sua e-Books Brasil Collection, durante a feira. Para acessá-los, basta escrever "portuguese" nas caixas da ferramentas de busca do site da feira. >> Leia mais

O Globo - 3/7/2006 - por Joaquim Ferreira dos Santos
Guita Mindlin, morta cinco dias depois da eleição de seu marido, José Mindlin, para a Academia Brasileira de Letras, vai dar nome ao núcleo de conservação do arquivo da instituição, informa Joaquim Ferreira dos Santos. O Núcleo Guita Mindlin é responsável pela conservação dos originais de obras, bibliotecas particulares e demais bens culturais deixados pelos imortais. >> Leia mais

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O presidente de Israel, Moshé Katsav, confirmou sua vinda ao Brasil no final de julho. Ele visitará o Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. O objetivo é estreitar os laços entre os dois países, já que o Brasil é o maior parceiro comercial de Israel na América Latina. O Itamaraty convocou um rabino para ajudar a preparar o almoço que Lula oferecerá ao dirigente israelense, já que ele só come kosher.

O Estado de S. Paulo - 2/7/2006 - por Giovanna Bartucci
O Que Lacan Dizia das Mulheres (Jorge Zahar, 248 págs., R$ 44), da psicanalista francesa Colette Soler, reúne artigos que tiveram como objetivo atualizar o alcance das contribuições do psicanalista Jacques Lacan sobre a questão da diferença entre os sexos no inconsciente e na civilização. Como sugere Soler, Freud recorreu ao Édipo como uma resposta e uma solução. À pergunta "como pode um homem amar sexualmente uma mulher?", a "solução": não sem haver renunciado ao objeto primordial, a mãe, e ao gozo referido a ela, ou seja, não sem uma castração do gozo. Em outras palavras, enquanto uma estrutura que ordena o desejo, ao complexo de Édipo caberá organizar o devir humano em torno da diferença dos sexos e das gerações, por meio da promoção da interiorização da interdição oposta aos dois desejos edipianos - incesto materno e assassinato do pai. Interdição essa que, abrindo acesso à cultura por meio da submissão e da identificação ao pai portador da lei, regula os caminhos do desejo. >> Leia mais

Folha de S. Paulo - 1/7/2006 - por Eliane Robert Moraes
Não fosse uma doença, talvez Marcel Mauss não tivesse escrito As Técnicas do Corpo (1935), um de seus ensaios mais notáveis. Conta o antropólogo que, estando internado num hospital de Nova York, percebeu no andar das enfermeiras algo familiar. Como tinha tempo de sobra para refletir, deu tratos à bola e fez a descoberta capital: era no cinema que as moças andavam daquele jeito. Mais tarde, reconheceu a mesma forma de caminhar nas modernas jovens parisienses, fãs de filmes americanos. Daí em diante, foi questão de afiar o olhar para criar um campo de pesquisa que se tornou referência nas ciências humanas do século 20. O corpo está sujeito às dinâmicas da história: com esse ponto de partida, o ensaio seminal de Mauss marcou em particular os historiadores, cada vez mais interessados no tema. Entre eles, deve-se acrescentar o nome do medievalista Jacques Le Goff, que assina agora Uma História do Corpo na Idade Média (Record, 208 pp. R$ 33,90), em que rende tributo à antropologia histórica do mestre francês. Diferentemente de Mauss, porém, o livro de Le Goff parece ser fruto menos de uma demanda intelectual surgida ao acaso e mais de uma estratégia do mercado editorial. Escrito em parceria com o jornalista Nicolas Truong, o trabalho se insere na recente voga de publicações que divulgam temas históricos em linguagem acessível ao público, com sucesso também entre nós. >> Leia mais

Você sabe o que é um stand-up show? Agnes Zuliani explica para (e diverte) o público.

O stand up comedy, ou stand up show, é um dos mais populares gêneros do entretenimento norte-americano. Dos bares, cassinos e pubs enfumaçados, esse micro-espetáculo ganhou grandes dimensões - e o mundo - pelas telas da TV. Jerry Seinfeld e Ellen Degeneris são dois expoentes deste show tão peculiar.

Mas como funciona o stand up? É só chegar no palco, agarrar o microfone e contar piadas? Não é tão simples. Mais do que atuar, o comediante cria uma persona que opina e critica a tudo e a todos, especialmente a si mesmo. Ainda não deu pra entender? Então venha conferir!

Dois romances de Orhan Pamuk (1952) devem ser lançados no Brasil, pela Companhia das Letras. Em outubro sai "Neve", publicado em turco em 2002, em que o autor combina humor, crítica social e misticismo ao representar as tensões da sociedade de seu país em uma pequena cidade nevada. Já em setembro de 2007 sairá "Istambul", narrativa de viagem do retorno de Pamuk a sua cidade natal, mesclando sua história pessoal e a da nação.

A mesma editora publicou "Meu Nome É Vermelho" (536 págs., R$ 60,50), em que Pamuk reflete sobre as culturas do Ocidente e do Oriente. Já "O Castelo Branco" foi lançado no Brasil pela ed. Record, mas atualmente está esgotado.

Perseguido por denunciar os abusos contra os direitos humanos em seu país, o escritor turco fala das raízes intelectuais e burguesas do nacionalismo e critica o romance político

Um milhão de armênios e 30 mil curdos foram assassinados nesta terra, e ninguém, exceto eu, ousa falar disso." O romancista turco Orhan Pamuk confiou sua amargura ao jornal suíço "Tages Anzeiger" num dia de fevereiro de 2005.

Ele não teria podido imaginar, na época, a reação em cadeia que suas palavras iriam desencadear: campanha de imprensa, ameaças e intimidações, um vice-governador que pediu a destruição de todos os seus livros, um exílio temporário, e, finalmente, um processo kafkiano baseado numa lei de junho de 2005 cujo artigo 301 prevê penas de seis meses a três anos de prisão para quem insultar as instituições ou a identidade turcas.

Sob pressão da comunidade internacional, a Justiça do país terminou por arquivar o processo, o que foi feito em 23 de janeiro deste ano. Mas o mal já tinha sido feito: Orhan Pamuk tornou-se o escritor impossível de ser encontrado. Aqui ele abre uma única exceção: ei-lo usando terno preto, com a expressão um tanto quanto irritada e as costas muito ligeiramente arqueadas: "Estou atrasado -me desculpe". Leia a entrevista publicada na FOLHA

A bola e a escola, Clóvis Rossi, na Folha de São Paulo

FRANKFURT - No Brasil é quase sempre assim: em vez de debater um argumento, qualquer que seja, prefere-se qualificar (ou desqualificar) quem o apresentou.

Está acontecendo agora com o jogador francês Thierry Henry, desqualificado como "racista" ou "invejoso" por ter dito o seguinte: "Quando eu era pequeno, ia à escola das 8h às 17h, e minha mãe não me deixava descer para jogar. Eles [os brasileiros] jogam das 8h às 18h!".

Exagero talvez, mas nada de fundamentalmente errado. A frase deveria é provocar uma discussão sobre a diferença no sistema educacional do mundo rico e do Brasil. >>> Leia Mais