Um poema livre
da gramática, do som
das palavras
livre
de traços
Um poema irmão
de outros poemas
que bebem a correnteza
e brilham
pedras ao sol
Um poema
sem o gosto
de minha boca
livre da marca
de dentes em seu dorso
Um poema nascido
nas esquinas nos muros
com palavras pobres
com palavras podres
e
que de tão livre
traga em si a decisão
de ser escrito ou não

Eunice Arruda

Dando prosseguimento ao lançamento do "super-thriller" 120 HORAS (Editora Planeta), o escritor LUIS EDUARDO MATTA abrirá o ano de 2006 com uma noite de autógrafos do livro em São Paulo.

  

Será no dia 10 de janeiro, às 19:30hs na Livraria Cultura do Shopping Villa-Lobos - Av. Nações Unidas, 4777 - Alto de Pinheiros - São Paulo/SP. Tel: (11) 3024-3599.

Na ocasião haverá também uma mesa redonda, organizada pela Editora Planeta e pelo portal de cultura Digestivo Cultural.com sobre literatura de entretenimento e de suspense no Brasil.

Luis Eduardo Matta (Rio de Janeiro, 1974), autor do best-seller Ira Implacável (2003) é uma das vozes mais criativas e originais da nova literatura nacional e o único escritor de suspense não-policial em atividade no Brasil. Queremos convidar você, leitor e amigo do livro, a conhecer a obra deste notável escritor que, além de um talentoso ficcionista, é dono de uma inteligência radiosa e contagiante e, como se isso não fosse o bastante, é uma simpatia de pessoa.

Mônica Bergamo relata aos leitores que Paulo Coelho tem novo sonho: quer adaptar O Príncipe, de Maquiavel. O escritor pretende transformar a obra em algo mais acessível para os leitores. Ainda segundo a colunista, outro projeto que ele quer tirar da gaveta é o lançamento de um CD com composições suas. >> Leia mais

Como a poesia brasileira lutou e luta para se distanciar da encruzilhada em que foi colocada pelo movimento concretista, que lhe polvilhou os alicerces do verso, da palavra e da página impressa? Essa é a questão central de um interessante diálogo que transcende décadas e agora se estampa no 13º número da revista literária "Coyote" (R$ 10), que chega às livrarias, por ora só Cultura e Fnac. De um lado, o poeta-mito Paulo Leminski -em entrevista inédita concedida em 1982 a Rodrigo Garcia Lopes, editor da revista- afirmando a impossibilidade do artista, nestes ou naqueles tempos "em que tudo está parado", de "inventar uma revolução a qualquer hora" ou "ter seu nome associado a um "ismo" qualquer". De outro, o mais contemporâneo Cláudio Daniel, "Pensando a Poesia Brasileira em Cinco Atos" e fazendo um sucinto porém minucioso escrutínio das criações pós-concretismo, tomadas desde o próprio Leminski até Carlito Azevedo e Glauco Mattoso. Para Daniel, ainda mais pessimista, "não sendo possível dar o passo adiante, a crise se traduziu no retorno às formas tradicionais, aceitas e canonizadas pela academia". Por fim, valem menção os poemas da obra "De Glasgow a Saturno", do escocês Edwin Morgan -traduzidos por Virna Teixeira-, e os de escritoras beduínas árabes, adaptados a partir do original por Alberto Mussa. De resto, um e outro punhado de poesia e prosa que, com tempo e sorte, quem sabe não desmentem o pessimismo de Leminski e Daniel. >> Leia mais

O deputado federal Beto Albuquerque (PSB) comemorou a sanção, ontem (2/1), do projeto de lei de sua autoria que confere o título de Capital Nacional da Literatura ao município de Passo Fundo. A Lei 11.264, que foi sancionada pelo presidente Lula, foi publicada nessa terça-feira no Diário Oficial da União. O texto também foi assinado pelo ministro da Cultura, Gilberto Gil. Em dezembro de 2005, quando tramitou no Senado, o projeto sofreu resistência do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL). Conforme Beto, o senador queria que o título fosse para Salvador, na Bahia, terra do escritor Jorge Amado. Entretanto, a experiência e mérito da Jornada Nacional de Literatura, realizada há 24 anos em Passo Fundo, em 11 edições, disseminando o hábito da leitura entre crianças, jovens e adultos, além de atrair para o município nomes nacionais e internacionais da literatura, consolidaram o título em lei. "Espero que esse título nacional sirva de estímulo para muitas outras iniciativas culturais em torno do livro e da literatura, em Passo Fundo", disse Beto Albuquerque. >> Leia mais

A Prestígio Editorial/Ediouro colocou no mercado, no último Natal, a coletânea OS MAIS BELOS CONTOS DE AMOR E ESPERANÇA, reunindo dezoito trabalhos de contistas de renome indiscutível como Charles Dickens, Tolstoi, Nathaniel Hawthorne, Harriet Beecher Stowe, Bret Harte, Hans Christian Andersen, Washington Irving e outros.
Os contos versam sobre o Natal e seus efeitos e alguns são muito conhecidos, obras-primas irretocáveis como "A menina dos fósforos", de Andersen, e "O presente dos Reis Magos", de O.Henry.

O apreciador de grande literatura se deleitará com o volume, que tem 280 páginas, capa com detalhe do óleo "La leçon", de Renoir, e ilustrações internas do desenhista Otoni Gali. E conhecerá algumas raridades sobre o Natal, como o magnífico "O banquete de Natal", do sombrio Nathaniel Hawthorne, ou "Cristal de rocha", de um autor austríaco, Adalbert Stifter, pouco conhecido no Brasil. A variedade e o ecletismo marcam a coletânea, mas as descobertas de qualidade estão garantidas a cada nova página.

Chico Lopes, colaborador do "Verdes Trigos", está presente com oito traduções dos dezoito contos. Coube-lhe a tarefa de verter os contos de Stifter, Nathaniel Hawthorne, Bret Harte, Frank R. Stockton, L. Frank Baum, John Fox Jr. e Joel Chandler Harris. Ele está ao lado de reconhecidos profissionais da tradução no país, como Isa Mara Lando, Tatiana Belinky e Ricardo Gouveia, numa edição muito bem cuidada. O livro já se encontra à venda em todas as livrarias do país.

O conto brasileiro dá mais uma mostra de sua vitalidade com O Zodíaco - Doze signos, doze histórias (184 pp.,R$ 29), nova antologia da coleção Prosa Presente, que a editora Nova Alexandria acaba de lançar. Neste volume, o leitor é convidado a atravessar as doze casas zodiacais na companhia de doze autores, em histórias em que o humor, o drama, o amor e o mistério se sucedem. Na obra, escritores foram desafiados pelos editores a escrever textos inéditos especialmente para esta coletânea, tendo como pano de fundo para suas narrativas os signos do zodíaco. No cômputo geral, Guca Domenico (Áries), Nilza Amaral (Touro), Silvio Fiorani (Gêmeos), Jorge Miguel Marinho (Câncer), Fernando Bonassi (Leão), Flávia Muniz (Virgem), Deonísio da Silva (Libra), Jeanette Rozsas (Escorpião), Álvaro Alves de Faria (Sagitário), Nelson de Oliveira (Capricórnio), Adriana Falcão (Aquário) e Marcelino Freire (Peixes) não só vencem o desafio feito pela Nova Alexandria, como oferecem ao leitor um rico mosaico de temas, linguagens e estilos.

Quando se imagina um livro de Zé Rodrix, logo se pensa em um texto bem-humorado, irreverente e ligado ao universo musical. Mas, da ''velha casa no campo'' citada em sua música mais famosa, só os livros, ou ainda uma longínqua referência a alguns possíveis caprinos pastando solenes. O escritor Rodrix é uma bela vocação dentro de suas inúmeras ocupações, algumas bem nossas conhecidas, como a de pianista, cantor e publicitário. Neste seu novo livro, Zorobabel, reconstruindo o templo (Record), segundo volume da Trilogia do Templo, que começou com o Diário de um construtor do templo, Zé Rodrix viaja pelos rituais secretos de uma maçonaria iniciante, tendo como pano de fundo histórico um império babilônico em seu apogeu em contraste com o abandono de uma Jerusalém saqueada. O personagem central, Zorobabel, é um metafórico menino de rua da Grande Baab'el que vive todas as inquietudes entre o lúdico da vida e o enigmático da crença. >> Leia mais

Este livro, em 2ª edição revista e ampliada, relata as viagens de Juscelino Kubitschek ao exterior, especialmente a Portugal, onde o estadista viveu momentos de grande emoção no auge de seu prestígio, depois da inauguração de Brasília e, mais tarde, os tempos difíceis do exilado político em Paris, Nova York e Lisboa.

Nas viagens e nas páginas de JK - Triunfo e Exílio, os leitores de todas as idades participam, no Brasil e em Portugal, de momentos de alegria e emoção, enriquecidos com lições de democracia, de solidariedade, de trabalho e de confiança no futuro. >>>>> Leia Mais

Antonio Calloni é ator, recentemente interpretou o vilão Olavinho na novela Começar de Novo, da Rede Globo. Também é escritor, seu novo livro é O Sorriso do Serapião (Bertrand Brasil, 109 págs., R$ 25). Tem outros títulos publicados como Amanhã Eu Vou Dançar (Bertrand Brasil, 124 págs., R$ 25), A Ilha de Sagitário (Bertrand Brasil, 108 págs.) entre outros.

Provocação, virtude que mais preza na literatura >>>>> leia a entrevista de Antonio Calloni.

A crônica talvez seja o gênero literário mais desprezado. Reparem que costumamos proceder assim com as coisas do nosso dia-a-dia e, que eu saiba, não há razões para isso. Alguns justificam exemplificando com sua fugacidade, o que não é uma argumentação das mais bem fundamentadas, pois o orgasmo também é algo muito além do simplesmente fugaz e até minha avó gosta e respeita. Faz questão, posso afirmar. Mas o que torna a crônica algo tão passageiro? Talvez o fato de ela abandonar seu meio ambiente, o jornal, e, corajosa, se aventurar em terreno a lhe obrigar menos pressa, o livro. E Artur da Távola enveredou pela monotemática em seu mais recente livro de crônicas, A mulher é amar(Editora Five Star). Nas crônicas, Artur canta a mulher com a delicadeza daqueles que ainda não se deram por satisfeitos, embalado pelo inconformismo permanente que move os eternos aprendizes na arte de amar. E o amor só é fundamental porque nunca está pronto. Caso você, paciente leitor, entenda como tarefa fácil cantar a mulher, é bom mudar de idéia logo. É muito mais difícil discorrer sobre o que amamos. Várias sentinelas nos vigiam e inclementes nos apontam as armas, caso carreguemos nas tintas da pieguice. Recomenda-se a leitura ao som de Sonata nº 1 para violoncelo e piano Opus 38, de Brahms. >> Leia mais

Um pouco antes de o Estado de Israel existir, Sartre descreveu o moderno judeu europeu como "quase sempre uma criatura fraca, despreparada para enfrentar a violência e que sequer é capaz de se defender". Em poucos anos, os fatos desmentiram a interpretação do filósofo. A guerra de 1948 mostrou ao mundo que Israel não só era capaz de se defender como, também, de avançar sobre os outros. Norman Finkelstein, filho de sobreviventes do gueto de Varsóvia, começou a analisar essa metamorfose do judeu, da imagem de "frágil" para a de soldado eficiente, na tese de doutoramento (A Teoria do Sionismo) que defendeu na Universidade de Princeton, nos anos 80. Não parou mais. Para ele, sionismo é uma espécie de "nacionalismo romântico que nega valores liberais", tomando o lado de Noam Chomsky no clássico debate com Michael Walzer sobre se o Estado judaico também podia ser um Estado democrático. Em Imagem e realidade do conflito Israel-Palestina (Record, 434 pp., R$ 49,90), Finkenlstein deixa claro seu desinteresse em "fazer amigos" entre os colegas historiadores do conflito israelenses-palestinos. É uma interpretação da evolução histórica desse conflito que não é a única. Há os que preferem fazer História distribuindo pílulas de felicidade, uma espécie de Prozac especial para a memória. É, apenas, uma questão de escolha. >> Leia mais

Sozinho, Zé Dirceu fez ontem uma caminhada de quase um quilômetro até a montanha do santuário de Betharram, vocábulo hebreu que significa "Belo ramo", no Sul da França. O escritor Paulo Coelho, que hospeda Zé Dirceu na França, aconselhou o ex-deputado a contar "tudo o que sabe" no livro Trinta meses que está escrevendo com a ajuda do jornalista Fernando Morais. >> Leia mais

O programa "Roda Viva" desta segunda-feira (02/01), às 22h30, apresentado por Paulo Markun, recebe o australiano DBC Pierre, pseudônimo de Peter Finlay, autor estreante que levou o mais importante premio literário Inglês, o "Book Prize -2003", com o livro Vernon God Little, editado no Brasil com o mesmo título. A obra é uma novela passada numa cidadezinha do Texas, onde um jovem comete assassinato em série na escola como o que ocorreu em Columbine. O livro traça um ácido panorama da vida no interior dos Estados Unidos e dos adolescentes sem rumo, expostos a uma cultura de violência e excessivamente voltada para o consumismo. A premiação de DBC PIERRE, como destaque da ficção contemporânea, provocou muita repercussão. De um lado pela qualidade literária do livro. De outro pelas declarações do escritor, de que gastaria o dinheiro do prêmio pagando dívidas contraídas quando era um jogador e um drogado militante. Participam da bancada de entrevistadores: Jayme Spitzcovsky (Site Prima Página e Jornal do Terra); Sylvia Colombo (Folha de S.Paulo), Cassiano Elek (Revista TRIP), Gioconda Bordon (Rádio Cultura AM), Luciano Ribeiro (Vogue RG), Maria Elisa Cevasco (Liberatura/USP) e Julio Ludemir (escritor).

Para John Gray, pensador inglês, a fé no progresso é uma ilusão, o homem não é dono de seu destino e os avanços científicos nada têm a ver com a ética. J. Gray acaba de lançar seu livro Cachorros de Palha, e, para o leitor seu livro pode deixar um certo sabor de desesperança. Mas o autor declara que seu livro não é deseperançoso, pelo contrário, a mensagem central é de libertação: "O que eu pretendo é sugerir ao leitor: leve sua vida da melhor maneira mais bela e inteligente possível, pois o destino da Terra não está sobre nossos ombros".

"Cachorros de Palha" é um trabalho de filosofia que desafia nossas mais acalentadas pressuposições do que significa "ser humano". John Gray - considerado um dos maiores pensadores da atualidade pela intelligentsia britânica - mostra que, desde a filosofia de Platão ao advento da cristandade, do Iluminismo a Nietzsche, a tradição do pensamento ocidental foi baseada em crenças arrogantes e equivocadas sobre o lugar dos seres humanos do mundo.

Trecho do livro Cachorros de Palha, de John Gray

"A Ossatura", segundo livro do escritor sergipano Jeová Santana, traz vinte e cinco contos que versam sobre o drama do ser humano diante da opressão, da crueldade, do medo. Os personagens criados de Santana são pessoas terrivelmente vivas, expostas ao sol terrível da morte e que, de alguma desesperada maneira, encontram a liberdade.

O conto que dá título ao livro é a história de uma mulher pertencente a uma família conservadora, das classes proprietárias do nordeste rural. Seu pai, um camponês forte, rico e brutal, não hesita em espancar-lhe à menor suspeita de insubordinação. Suas irmãs mais velhas tiveram casamentos arranjados, e ela rebela-se em pensamento contra a autoridade do pai. No seminário, devora livros, como uma Bovary do sertão. Diz ela: "naqueles longes eu já ansiava ser testemunha, meu pai, da sua queda". Mais tarde, sem poder resistir às pressões familiares, casa-se com um homem que ela não ama, mas que tem posses suficientes para comprar a aceitação do pai. O final trágico e surpreendente do conto revela, porém, que seus anseios de amor e liberdade, apesar de reprimidos, continuaram vivos, desesperadamente vivos. >>>> Leia mais.

a cada ano
nos exigem sorrisos
e votos de felicidades

como se a felicidade existisse

em meio às guerras
fome & crimes & desertos
políticos & assaltos & tsunamis
a felicidade teima
mas os homens insistem
em desconhecê-la

a felicidade não deveria ser
apenas um desejo de ano novo

mas o pão nosso de cada manhã

Iniciando o ano inspirado em Mário Quintana. Que a poesia de Quintana ilumine todos os dias deste novo ano.