Hoje, dia 21,
Ruth Klüger lança em São Paulo o seu elogiadíssimo
Paisagens da memória: autobiografia de uma sobrevivente do Holocausto (
Editora 34, 256 pp., R$ 44, trad. Irene Aron).
Ruth Klüger nasceu em Viena, em 1931, no seio de uma família judaica, e viu sua cidade converter-se gradualmente em uma espécie de "prisão", após a anexação da Áustria pela Alemanha em 1938. Depois da fuga do pai (acusado de praticar abortos em sua clínica), foi deportada em 1942 junto com sua mãe para Terezin. Aos doze anos de idade, em 1944, foi transportada num trem de carga para
Auschwitz, de onde escapou com vida por um triz, ao ser escolhida para um grupo de trabalhos forçados por um médico que a autora acredita ter sido
Joseph Mengele. Do campo de
Gross-Rosen, para onde foi transferida então, a autora escapa, ao lado de sua mãe, durante uma das muitas "marchas para a morte", extenuantes caminhadas que caracterizaram os últimos dias do Reich e aceleraram a morte de milhares de prisioneiros. Dois anos depois da guerra,
Ruth Klüger imigrou para os EUA, graduando-se no Hunter College, em Nova York, e doutorando-se pela Universidade da Califórnia, Berkeley. Foi a primeira mulher a chefiar o Departamento de Filologia Germânica da Universidade de Princeton e trabalhou posteriormente em várias outras universidades, fixando-se na Universidade da Califórnia,
Irvine, da qual é professora emérita. Ao ser publicado em 1992, na Alemanha,
Paisagens da memória foi imediatamente reconhecido como uma das melhores obras de
literatura de testemunho já escritas. A obra recebeu oito importantes prêmios literários, entre eles, o prêmio Thomas Mann, o prêmio Heinrich Heine e o grande prêmio francês Prix Mémoire de la Shoah. O lançamento acontece a partir das 20h de hoje, no
Instituto Goethe (R. Lisboa, 974, SP), seguido por um debate entre a
autora e
Márcio Seligmann-Silva.