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270 mil pessoas visitaram a 2ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto (2002)

Com mais de 600 eventos culturais paralelos, Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto já é uma das principais do País e uma das maiores a céu aberto do mundo

O escritor Deonísio Silva disse que o evento em Ribeirão Preto
é um dos que mais estimulam novos escritores em todo o país.

2.ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto, encerrada no domingo, superou todas as expectativas dos organizadores, que já planejam a terceira edição, entre 8 e 17 de agosto de 2003. Em dez dias, o evento teve cerca de 270 mil visitantes e 280 mil títulos vendidos - a previsão era de 130 mil visitantes e 200 mil livros vendidos. Para o próximo ano, já foram definidos os homenageados: Bahia (Estado), Jorge Amado (escritor) e México (país).

João Ubaldo Ribeiro e a mexicana Laura Esquivel já são nomes considerados certos durante a feira, que, neste ano, teve a presença do paquistanês Tariq Ali e do canadense Tito Alvarado. O patrono de 2003 será Menalton Braff, prêmio Jabuti de melhor ficção em 2000 pelo livro de contos À Sombra do Cipreste (Palavra Mágica).

Entre as dezenas de grandes nomes da literatura, neste ano estiveram presentes escritores como Ignácio de Loyola Brandão, Adélia Prado, Eva Furnari, Afonso Romano de Sant’Anna, Içami Tiba, Zuenir Ventura e José Roberto Torero. Alguns deles, como Frei Betto e Ziraldo, tiveram que ter seus encontros com o público transferidos para espaços maiores, em função do número de pessoas de todas as idades que queriam conversar com seus ídolos no Salão de Idéias, um bate-papo informal entre autores e leitores.

Muitos parlamentares também prestigiaram a 2ª Feira Nacional do Livro, como o deputado federal Duarte Nogueira e o Senador Eduardo Suplicy, que além de visitar o evento, participou de uma das 600 atividades culturais realizadas pela Feira: o Salão de Idéias, que promoveu durante os dez dias do evento um bate-papo informal com dezenas de escritores brasileiros consagrados pelo público e a crítica no Brasil e no exterior.

Representando a  VERDES TRIGOS também estive em Ribeirão Preto/SP participando da Feira Nacional do Livro nos seus dois últimos dias. Tive a oportunidade de pessoalmente cumprimentar e elogiar Galeno Amorim, Secretário de Cultura, que colocou Ribeirão no centro das discussões literárias do Brasil. Ficamos impressionados com o público de 270 mil pessoas e com as mais de 600 atividades culturais promovidas pela Feira. O que faz uma feira de livros não são propriamente os livros, mas as atividades que dão vida e alma às letras expostas. A Feira Nacional do Livro de Ribeirão, já no seu segundo ano, tornou o maior evento literário do país. Mais de 270 escritores estiveram presentes.

No sábado, dia 07/09, logo de manhã estive no Salão de Idéias com o Senador Eduardo Suplicy, enquanto no mesmo horário ocorria um debate noutro local com a escritora Ana Miranda. Suplicy, claro, falou da Renda Mínima e divulgou seu livro "Renda de Cidadania - A saída é pela porta", cujos 6.000 exemplares já se encontram esgotados. No Salão de Idéias, Suplicy, além de cantar Bob Dylan, declamou, em dupla com Raquel, o rap de Mano Brown, dos Racionais MCs, "Homem na estrada". Depois do Salão de Idéias, Suplicy autografou sua obra. Eu também quis um autógrafo do Senador em sua obra que, com certeza, será um dos livros históricos desta Nação.

Mal acabava de conseguir um autógrafo de Suplicy, corri para o Café do Theatro Pedro II para ouvir Luis Nassif, que lá falava aos jornalistas. Nassif também autografou seu novo livro "O Menino de São Benedito" e no final da tarde Nassif apresentou-se no Auditório Luiz Puntel tocando bandolim ao lado de José da Conceição.

Do Café foi necessário sair correndo para conseguir um autógrafo do amigo MENALTON BRAFF. Lá estive eu feito tiete buscando o seu autógrafo no livro "Que enchente me carrega?". No período da tarde a vez foi dos infanto-juvenis, com Pedro Bandeira e Lucilia Junqueira. Para mim, o dia encerrou-se no Theatro Pedro II com o espetáculo de dança "Sem Lugar".

No dia seguinte, 08/09, participei do "Fórum de Literatura - Um pólo editorial regional", mesa redonda com os escritores Deonísio Silva, Menalton Braff, Antonio Carlos Tórtoro, a professora e crítica literária Nadia Gotlib e o Secretário de Cultura, Galeno Amorim. Todos concordam e consideram o evento de Ribeirão um dos maiores do país.

Maior surpresa foi encontrar Zuenir Ventura no meio da Feira. Com toda a sua simpatia, para mim autografou seu livro "1968 - O ANO QUE NÃO TERMINOU", no mesmo dia em que a FSP relembrava o 11/09 com uma manchete coincidente demais: "11/09, o dia que não acabou". Trocamos e-mails e se mostrou interessado em conhecer a VERDES TRIGOS. No final da tarde, antes de pegar o vôo de volta para Presidente Prudente/SP, tive a grata felicidade de ouvir Zuenir Ventura e Deonísio Silva no Salão de Idéias.

Para o escritor Deonísio Silva, a Feira é, sem dúvida, um dos grandes eventos desse país e o mais bonito a céu aberto. “Além disso, em termos de estímulo a novos escritores, é um dos mais importantes, ficando atrás somente da Jornada de Passo Fundo, que tem um prêmio nacional de literatura”, afirmou Deonísio, diante de uma platéia que lotou o Auditório Meira Júnior do Theatro Pedro II, durante a Feira, para assistir ao Salão de Idéias com o escritor.

Foram dois dias intensos. Raros de se viver. A Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto tornou-se um marco cultural neste país. Vale a pena reservar uma semana inteira para encontrar-se com os nossos escritores em agosto do próximo ano, juntos num mesmo lugar. Por certo, vai faltar tempo para ouvir todos. Juro, eu estarei lá.

AGENDA ANOTADA: 08 a 17 de agosto de 2003.