Crônicas,contos e outros textos

PÁGINA PRINCIPAL LISTA DE TEXTOS .::. Verdes Trigos Cultural .::.


COMPARTILHAR FAVORITOS ver profile do autor fazer comentário Recomende para um amigo Assinar RSS salvar item em delicious relacionar no technorati participe de nossa comunidade no orkut galeria relacionar link VerdesTrigos no YouTube fazer uma busca no VerdesTrigos Imprimir

São Miguel das Missões Verdes Trigos em São Miguel das Missões/RS - Uma viagem cultural

VerdesTrigos está hospedado no Rede2

Leia mais

 




 

Link para VerdesTrigos

Se acha este sítio útil, linka-o no seu blog ou site.

Anuncie no VerdesTrigos

Anuncie seu livro, sua editora, sua arte ou seu blog no VerdesTrigos. Saiba como aqui

Borogodó encontrado

por .::. Verdes Trigos Cultural .::. *
publicado em 17/12/2005.

Expressões esdrúxulas como "um beijo no coração", a mania de começar frases com "então" e a obsessão feminina pelo termo "fofo". A falta de samba no pé de Gisele Bündchen. A saudade trazida pelo relógio Omega do pai no pulso. Cinqüentonas nuas, a vedete que povoou os sonhos de menino. Eis as crônicas de Joaquim Ferreira dos Santos.

Jornalista que passou pelas redações de O Dia, Veja e Jornal do Brasil e atualmente assina a coluna Gente Boa no jornal O Globo, ele traz à tona, como ninguém, as percepções cotidianas que a maioria dos mortais deixa no arquivo morto. Nenhum assunto é pequeno para Joaquim. É na poeira dos acontecimentos que ele descobre o que mais vale ser dito. "O mundo das celebridades, por exemplo, é vazio por um lado, mas rico para espelhar nosso tempo", diz. Tudo num estilo elegante, ácido e poético.

EM BUSCA DO BOROGODO PERDIDO

Freud encucava sobre onde as mulheres colocavam o desejo, o Joaquim quer saber apenas onde elas vão colocar o borogodó. Pois é. A palavra pode parecer antiga ao ser sussurada assim, no ouvido da gata, mas acreditamos que a moça da capa tenha. Aquele umbigo, aquele piercing – não serão estes alguns dos redemoinhos sensuais, onde o borogodó se esconde?

O charme discreto das meninas, que fofas, suas coxas, os quadris da mulher de 50 – quem sabe neles encontraremos o borogodó perdido. Insinuante, original, o texto de Joaquim Ferreira dos Santos persegue esta qualidade intangível. Como quem teletransporta o sentido das palavras, de um lado para outro, o repórter traça uma impagável crônica de costumes, confessa pânicos modernos e se assusta com o balé dos novos ritos, quando as festas reúnem celebridades transformando-se em bolhas de notícias – e assim, pelo olhar atento, também nos ajuda a compreender o que, nem sempre, é autêntico borogodó.

Com um dos textos mais brilhantes do jornalismo brasileiro, Joaquim Ferreira dos Santos se consagrou como um cronista desses nossos tempos, hipermodernos, inundados por celebridades, em que o repórter transita fiel às suas mais divertidas idiossincrasias.

Neste volume estão reunidas algumas de suas crônicas, implacavelmente reescritas, ele que se tornou paradigma no gênero. Primeiro refogue seu assunto em azeite de filosofia balsâmica, é o que explica, sugerindo ainda que salpiquemos adjuntos adverbiais, pimenta branca e se amasse, com faca, todos os vícios de linguagem.

Em busca do borogodó perdido é exemplar nesta receita que entende a alma do negócio. Cada palavra é medida, as vírgulas se reviram, e enquanto o coração da alcachofra cozinha a gente vai percebendo, sutilmente, onde afinal se escondeu o borogodó - e porque precisamos sair correndo atrás, ainda que seja tarde.

Nada de pânico, é claro, porque borogodó se encontra com calma, como quem mexe e remexe o caldo perfumado - da comida, da rua molhada de chuva, da noite, da mulher. Houve um tempo em que não se restavam dúvidas - mulher era mulher, homem era homem e borogodó, borogodó. As coisas mudam.

Em sua busca proustiana, o repórter que nasceu no subúrbio carioca recupera magias que o tempo apagou - mas sem nostalgia, isso nunca, para Joaquim saudade é só um pedacinho de confete.

Escritor e jornalista, Joaquim Ferreira dos Santos nasceu no Rio de Janeiro. Trabalhou como repórter, crítico de música e show na revista Veja durante mais de 10 anos. Foi editor das revistas Domingo e Programa, do Jornal do Brasil. Em 91 foi editor executivo do jornal O Dia. Atualmente é cronista e colunista do jornal O Globo.

Joaquim é autor de três livros: "Feliz 1958 - o ano que não devia acabar" e "O que as mulheres procuram na bolsa" (Record), e "Antonio Maria" (Relume Dumará).

» Trecho do livro Em Busca do Borogodó Perdido, de Joaquim Ferreira dos Santos

Sobre o Autor

.::. Verdes Trigos Cultural .::.: .

Da Redação de VERDESTRIGOS.ORG
VerdesTrigos.ORG lhe oferece conteúdo interativo, inteligente, culto e de indiscutível bom gosto. Um sítio cultural do escritor Henrique Chagas. Simplesmente fazendo diferença. Depende de nós

< ÚLTIMA PUBLICAÇÃO | TODAS | PRÓXIMA>

LEIA MAIS


"É mito ou minto?", por Mário Persona.

Língua pátria, por Noga Lubicz Sklar.

Últimos post´s no Blog Verdes Trigos


Busca no VerdesTrigos