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A ALMOFADINHA DE CARIMBOS
por Pablo Morenno
*
publicado em 24/06/2005.
Adaptei-me com relativa rapidez e sem estresse às diferentes rotinas de minha atividade. Gosto da escrita, das palavras, a despudorada cópula das letras gerando sentidos. Ler e escrever é um essencial direito humano. Saber ler e escrever é condição de humanidade, de inserção no mundo, de afirmação de dignidade e cidadania. E o computador ajuda muito: foram-se os “digo” das máquinas manuais, erros de ortografia e concordância aparecem realçados, páginas e páginas de texto florescem na tela por um toque. Sou um privilegiado. Este escrevinhador de audiências tornou-se herdeiro de anos de tecnologia. Só não tenho me adaptado ao constrangimento que me rói e me dói todas as vezes que preciso sair em busca de uma almofadinha de carimbos. É um constrangimento triste, uma indignação com não sei o quê. Eu, um-quase-colega-de-paulo-coelho, procurando uma almofadinha de carimbos depois destes anos todos de história da escrita, do computador, o ato de escrever assessorado de tantos recursos. Não consigo me conformar.
Do sexto ao primeiro milênio antes de Cristo, entre o Tigre e o Eufrates surgiram os pictogramas. Sacos de grãos e cabeças de gado eram contados e registrados em tábuas de argila. Os escribas eram venerados como sacerdotes e recebiam excelente remuneração.
Entre 3250 e 1950 a.C. através dos sumérios surge a escrita cuneiforme. Utilizando-se de estiletes gravavam figuras sobre tábuas de argila.
Os egípcios, por volta de 3.200 a.C., com ideogramas figurativos dão início à escrita hieroglífica.
Entre 3000 e 146 a.C., surge o alfabeto latino originado de um sistema de escrita modificado pelos gregos, anteriormente criado pelos fenícios.
Entre 2600 e 1450 a.C., os cretenses utilizam-se de dois tipos de escrita pictográfica em placas de barro.
Em 1750 a.C., arianos usam formas geométricas em gravuras, cerâmicas e edificações.
Entre 1728 e 1513 a.C., o rei amorita Hamurabi da Macedônia adota a restauração de templos e transcrição de obras históricas literárias para o acadiano. Surge o Código de Hamurabi, mais antigo conjunto de leis penais da história.
Por volta de 1600 a.C, os chineses inventam o papel. Nele registram em ideogramas sua personalíssima literatura.
Ancestral de maias e astecas, a civilização olmeca, em 1300 a.C., ascende à hegemonia no golfo do México. Utilizam a escrita pictográfica.
Encurtando a história. Em 1455 Gutemberg inventou a prensa, em 1713 surgiu a máquina de escrever e, em 1936, Alan Turing publicou os primeiros estudos que levaram à invenção do computador onde escrevo.
Em 2005, procuro desesperadamente uma almofadinha de carimbos para que um homem ou uma mulher analfabetos possam deixar sua digital na ata de audiência. Esta é minha tarefa mais difícil, me rói e me dói!
Sobre o Autor
Pablo Morenno: Pablo Morenno nasceu em 21.05.1969, em Belmonte, SC, e mora em Passo Fundo, RS. É licenciado em Filosofia e bacharel em Direito. Também é professor de Espanhol em cursinhos pré-vestibular, músico e servidor público federal do Tribunal Regional do Trabalho/4ª Região, e pinta nas horas vagas. Escreve uma coluna semanal de crônicas no jornal O Nacional, de Passo Fundo RS, e Nossa Cidade de Marau-RS. Colabora com os jornais Zero Hora, Direito e Avesso, e com sites de leitura e literatura. É Membro da Academia Passofundense de Letras, ocupando a cadeira cujo patrono é Érico Veríssimo. Como animador cultural e escritor, participa de projetos de leitura do IEL- Instituto Estadual do Livro do RS e de eventos literários no Rio grande do Sul e Santa Catarina. Com suas palestras interdisciplinares e descontraídas, utilizando-se de histórias e da música, conversa com crianças, jovens, pais, professores e idosos sobre a importância da leitura e da arte na vida.Livros publicados: POR QUE OS HOMENS NÃO VOAM? Crônicas, WS Editor e MENINO ESQUISITO, Poesia Infantil, WS Editor. Contato com o Autor: Pablo Morenno
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