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A Poltrona Escura
por Leonardo Vieira de Almeida
*
publicado em 25/09/2004.

Na primeira estória, "Os pés na grama", um velho viúvo tenta apreender o mundo depois da morte da esposa, procurando, através do filho, recuperar sua infância. Mas a imagem da defunta não consegue deixá-lo, as lembranças parecem renascer a cada momento na pequena casa onde vive, nos móveis, impossibilitando que a vida do personagem continue livremente.
Em "Carrinho de mão", vemos a instigante desventura de um respeitado advogado acumulado de títulos que tem de enfrentar a angústia existencial entre viver a "forma" ou a "vida" que nem chegou a lhe nascer. Sua existência moldada pela prisão social, a "máscara" e o eu autêntico (a "vida") são confrontados através da sutileza com que Cacá Carvalho dá "forma" à luta interna do personagem, que, durante uma viagem de trem, conseguiu, fugazmente, deslumbrar de uma janela aquela existência longínqua e verdadeira. A vingança do advogado contra a impossibilidade de "viver" será conquistada pelo recurso da perversão, do "ato" com que por minutos se liberta da "lei".
No último conto, "O sopro", o mais metafísico e lírico dos três, vemos o dilema de um homem após descobrir que por meio de um pequeno gesto com os dedos e com a boca, um sopro, consegue tirar a vida das pessoas. Essa alegoria do poder na mão de um único homem irá terminar de forma mais lírica, como um "sopro" de esperança e retorno àquela "vida" ansiada pelos personagens dos contos anteriores. Uma "vida" que só pode ser vivida de maneira metafórica, fecha essa trilogia do absurdo, dando talvez a nós, expectadores, personagens espelhados do universo pirandelliano, a possibilidade de refletir sobre a "verdadeira vida", anterior à história e à sociedade: a "vida das palavras".
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