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O monge do Bela Vista
por Manoel Hygino dos Santos
*
publicado em 17/11/2008.
Neste findante exercício, Caminha publica, pela Thesaurus, de Brasília, "O monge de Hotel Bela Vista", contendo as cartas trocadas durante anos com o excelente escritor Antonio Carlos Villança, que aparece na capa, no rico e belo cenário da Rua Pascoal Carlos Magno, em que residiu.
Nesse volume, confirma-se o que disse Tristão de Athayde: "Cada vez estou mais convencido de que um homem é o que são suas cartas". Edimilson Caminha e autor de "O nariz do morto" e "O anel" mostram-se como são, o que pensam, como vêem as pessoas com as quais conviveram, os autores, suas vidas e seus personagens.
A edição comemora Antonio Carlos Villaça, o monge do Hotel Bela Vista, que completaria 80 anos em 2008, se não fosse convocado para missões e encargos em outro hemisfério.
São cartas interessantíssimas, indiscretas, que fascinam.
As opiniões de Villaça são reveladas: "Mário (de Andrade) foi mais uma presença do que uma obra"; "Hélio Silva é mais repórter da Historia do que historiador". O leitor, assim, quererá saber muito mais sobre as figuras focalizadas.
Transcrevo um trecho da apresentação para que se possa ter idéia de conteúdo. Nele, Caminha descreve seu correspondente: "Antonio Carlos Villança foi a maior e mais autêntica vocação literária que até hoje já conheci. Era só escritor, essencialmente escritor, totalmente escritor".
"Imensamente gordo, barba e cabelos à escovinha brancos, sempre vestido de preto, compunha um tipo eclesiástico, espécime abacial, a representação do monge que não chegou a ser, pois não passou do noviciado no Mosteiro de São Bento". Pobre, vivia parcimoniosamente, da colaboração com jornais, do "pro labore" por conferências e palestras e dos poucos direitos que lhe asseguravam os livros.
Uma personalidade rara. Um homem que teve, por força das circunstâncias, de passar parte da vida em uma biblioteca, no Pen Clube do Brasil, de que foi vice-presidente.
Finalmente, deteriorada a saúde, transferiu-se à Casa de Repouso São Luiz, no Rio, cobertas as despesas por amigos e admiradores.
Como o livro sobre Nava, Edmilson Caminha é econômico no número de páginas: 125. Mas de grande valor para conhecer os missivistas, suas idéias e suas experiências.
Esclareço, para dor de alguns: a edição é fora do comércio e saiu com somente 200 exemplares.
Sobre o Autor
Manoel Hygino dos Santos: *Jornalista e escritor. Membro da Academia Mineira de Letras, cadeira n. 23.Livros publicados:
Vozes da Terra , Ed. do Autor , Belo Horizonte , 1948 , Contos e Crônicas
Considerações sobre Hamlet , Ed. Imprensa Oficial de Minas Gerais , Belo Horizonte , 1965 , Ensaio Histórico – Literário
Rasputin – último ato da tragédia Romana , Ed. Júpiter , Belo Horizonte , 1970 , Ensaio
Governo e Comunicação , Ed. Imprensa Oficial , Belo Horizonte , 1971 , Monografia
Hippies – Protesto ou Modismo , Ed. Júpiter , Belo Horizonte , 1978
Antologia da Academia Montes-Clarense de Letras , Ed. Comunicação , Belo Horizonte , 1978 , Coordenação de Yvonne de Oliveira Silveira
Sangue em Jonestown, uma tragédia na Guiana , Ed. Júpiter , Belo Horizonte , 1979 , Ensaio
No rastro da Subversão , Ed. Faria , Belo Horizonte , 1991 , Ensaio
Darcy Ribeiro, o Ateu , Ed. Fumarc , Belo Horizonte , 1999 , Biografia
Notícias Via Postal , Ed. do Autor , Belo Horizonte , 2002 , Correspondências
E-mail: colunaMH@hojeemdia.com.br
Matéria originalmente publicada no Jornal "Hoje em Dia", Belo Horizonte/MG
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