Sábado, 27 de Setembro de 2008

Tashlich - um eco-lógico...

© Jane Bichmacher de Glasman*

clip_image015No primeiro dia de Rosh Hashaná, quando não coincide com Shabat, é realizado o ritual de Tashlich. Consiste em ir, pouco antes do pôr-do-sol, até um lugar onde haja água natural corrente (lagos, rios ou mar) e também peixes. Lá meditamos, recitamos alguns salmos e agitamos simbolicamente os cantos das roupas. Alguns lançam na água migalhas de pão, que simbolizam resíduos desintegrados das faltas cometidas por nós durante o ano que se encerra.

Os versos do profeta Miquéias (especialmente 7:19), recitados no Tashlich, contêm a explicação para o costume: “E jogarás (tashlich) teus pecados nas profundezas do mar”.

Naturalmente, sacudir os cantos da roupa não nos livra de nossos pecados - mas nos recorda de que devemos fazer uma boa limpeza no coração e livrá-lo do mal.

Quando o primeiro dia de Rosh Hashaná ocorre num Shabat, o Tashlich é observado no segundo dia.

A prece de Tashlich desperta para o arrependimento. Lembra a insegurança da vida do peixe, entre o perigo da isca e da rede do pescador. Nossa vida também está repleta de ciladas e tentações. O peixe também simboliza o "olho sempre vigilante" de D’us, pois os peixes não têm pálpebras, seus olhos estão sempre abertos. Assim, se nada pode ser oculto de D'us, também podemos extrair coragem e esperança da fé nele, pois Ele nunca dorme[i][1].

“Água em hebraico é Maim, palavra que está presente em Sha-maim que quer dizer céus, pois queremos que nossa oração chegue lá, para o reencontro das águas de cima com as águas de baixo, como no início da criação do mundo”.

Na Idade Média o Tashlich foi muitas vezes usado para acusar os judeus de enfeitiçar a água ou envenená-la, e os rabis eram obrigados a proibir a observância do Tashlich pelas suas comunidades, já que constituía ameaça às suas vidas.

A pessoas associam o ritual de Tashlich com “jogar fora” - idéia incorreta, sob uma perspectiva “eco-kasher”. Hoje sabemos que não é possível jogar nada fora, porque o “fora” não existe. Ao invés disso, lançamos nossos desacertos ou transgressões para serem neutralizados, para que se tornem biodegradáveis, para que desta forma possam ser reciclados sem causar poluição. Refletindo sobre cada erro que simbolicamente é lançado às águas, pensando sobre o que aprendemos com ele, podemos “reciclá-lo”, transformando-o em potencial para ações positivas.

A água faz parte dos rituais judaicos de purificação, como os banhos de imersão na mikve, por exemplo, que realizamos antes do Shabat, festas ou momentos especiais. Em Rosh haShaná a água simboliza o meio no qual reciclamos situações ou relações não resolvidas até o início do novo ano.

A lágrima é nossa emoção reciclada através da água. Através do Tashlich, fazemos um percurso inverso ao de Narciso, que no mito se apaixona por sua própria imagem: lançamos cacos de nosso coração partido às águas, que são suas imperfeições, como forma de reficarmos inteiros, completos. Em Shalom, cuja raiz significa isso: inteiro, perfeito. E “nada é mais inteiro que um coração partido...”

* Doutora em Língua Hebraica, Literaturas e Cultura Judaica, Professora Adjunta, Fundadora e ex-Diretora do Programa de Estudos Judaicos –UERJ, escritora.

Publicado em Visão Judaica 72, setembro de 2008.

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Domingo, 13 de Julho de 2008

Steven Spielberg doa US$ 1 milhão para museu judaico

A Righteous Persons Foundation, criada pelo cineasta Steven Spielberg, doou US$ 1 milhão para um novo edifício do National Museum of American Jewish History, na Filadélfia – que deverá ser inaugurado em 2010. Com a doação, os responsáveis pelo projeto afirmaram que a campanha para levantar capital para a obra já chegou aos US$ 111 milhões dos US$ 150 milhões necessários. O museu se dedica a contar a história e a compartilhar as experiências da comunidade judaica nos EUA.

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Maria Madalena e Jesus tinham relação de aluna e mestre, dizem especialistas

Após exorcismo, mulher teria passado a seguir Cristo como discípula Palestina afora. Idéia de que os dois teriam casado e tido filhos não possui dados concretos a seu favor.

Reinaldo José Lopes
Do G1, em São Paulo, em 13/07/2008.

A maioria dos que estudam as origens do cristianismo tem poucas dúvidas: Maria Madalena cumpriu um papel importante entre os primeiros seguidores de Jesus, era uma das companheiras mais devotadas de Cristo e foi uma das primeiras a testemunhar sua fé na ressurreição do mestre. Mas, ao que tudo indica, a idéia de que os dois foram casados e tiveram filhos não passa de uma mistura de imaginação hiperativa moderna com brigas políticas de antigas seitas cristãs. >>>>> LEIA MAIS

Via: Estudos Bíblicos

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Mapas e Fotos para Estudos Bíblicos

O Prof. Airton José da Silva comenta sobre a coleção de links para mapas e fotos úteis para os estudos bíblicos: Mapas interativos e Google Earth - Mapas tradicionais e em PowerPoint - Fotos da região e de sítios arqueológicos. No Tyndale Tech, por David Instone-Brewer - Tyndale House, Cambridge, Reino Unido.

Interactive maps & GoogleEarth - Traditional maps & powerpoint maps - Photos of places & archaeology. By David Instone-Brewer, Tyndale House, Cambridge, UK.

Mais Mapas:
Geografia do Antigo Oriente Médio

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Israel é o único país do mundo onde...

O jornalista israelense nascido na Hungria, Efraim Kishon (Z’L), demonstrava o bom humor que prevalece apesar das dificuldades do país. Algumas de suas frases são hilárias…

Israel é o único país do mundo onde estouraram projéteis iraquianos, Katiyushas libaneses, suicidas de Gaza e mísseis sírios e, apesar disso, um apartamento de 3 dormitórios custa mais do que em Paris.
Israel é o único país do mundo onde os aposentados fazem greve.
Israel é o único país do mundo onde o cantor mais popular continua morando com os pais.
Israel é o único país do mundo onde jogadores de futebol trazem o pai ao treino, para que brigue com o treinador.
Israel é o único país do mundo onde, logo na primeira visita, o visitante pergunta “posso me servir na geladeira”?
Israel é o único país do mundo onde o fulano de camisa manchada e com colarinho aberto é sua Excelência, o Ministro. E o moço ao lado, de terno e gravata, é seu motorista.
Israel é o único país do mundo onde os acima de 60 anos ainda guardam rancor dos sargentos, da época em que serviram no Exército.
Israel é o único país do mundo onde aposentado de 101 anos funda um partido.
Israel é o único país do mundo onde os parlamentares que optaram por permanecer calados não param de falar.
Israel é o único país do mundo onde a mãe do chefe do EMFA sabe o número do seu telefone privado. É bom ele tomar cuidado…
Israel é o único país do mundo onde uma refeição israelense consiste em salada árabe, kabab romeno, pita iraniana e creme da Bavária. É que eles gostam de comida anti-semita.
Israel é o único país do mundo onde “nao te incomodei” significa “quero te incomodar”.
Israel é o único país do mundo onde muçulmanos vendem aos católicos lembranças santificadas, em troca de dinheiro com imagem de rabino.
Israel é o único país do mundo onde nenhuma mulher se dá com a sua mãe, mas mesmo assim se falam 3 vezes ao dia… 2 vezes sobre você.
Israel é o único país do mundo onde os ricos são socialistas extremados, os pobres, capitalistas incondicionais, e a classe média paga por tudo.
Israel é o único país do mundo onde, logo no primeiro encontro, pergunta-se à moça onde ela serviu no Exército.
Israel é o único país do mundo onde se descobre que ela era mais combativa que você.
Israel é o único país do mundo onde a maior parte das pessoas é incapaz de explicar porque mora lá, mas tem um monte de motivos porque não pode morar em outro lugar.
Israel é o único país do mundo onde, caso voce odeie os políticos, os funcionários públicos, a situação, os impostos, a qualidade dos serviços e o clima… é sinal de que você gosta do país.

(fonte: PLETZ)

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Sábado, 28 de Junho de 2008

O lado mais doce da "morá" de hebraico

MIRIAM SMALETZ (1941-2008)

Judeus nascidos em Israel são familiarmente chamados de "sabras", em alusão ao cacto do deserto que, apesar de espinhoso por fora, é doce por dentro. Miriam Smaletz z’l, dizem os filhos, era como um sabra - judia israelense que viveu para ensinar hebraico no Brasil e que, mesmo rígida e austera, guardava uma docilidade sem tamanho. Não foram poucos os alunos que "tiveram trauma" da "morá" que ensinava hebraico no colégio Renascença, em São Paulo. Era seu jeito, diz a filha, de exigir de quem mais gostava e julgava capaz. "Se boa parte dos que estudaram lá, hoje, falam hebraico", diz o filho, "é porque passaram pela mão dela".

Miriam chegou ao Brasil em 1963, em passeio após servir no exército de Israel, onde nascera de pais judeus poloneses. Aqui conheceu um professor do colégio, noivo de outra Miriam. Foi tudo rápido. No dia do casamento, muitos se assustaram ao vê-la entrar - afinal, era Miriam, mas outra. Defensora do hebraico na formação dos judeus, cuidava, nos últimos 15 anos, de um projeto de preparação para o bat mitzvah, cerimônia que comemora a maturidade religiosa das meninas, aos 12 anos. Cuidava do "papel da mulher judia". Vaidosa até no hospital, fazia questão de suas roupas, perfumes e sorrisos - era sua maneira, diz o filho, de inverter a situação, guardar os espinhos e deixar a doçura no lado de fora. Morreu domingo, de câncer, aos 66.

Fonte: Willian Vieira - Folha de S.Paulo - Obituário

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Domingo, 27 de Abril de 2008

A turba do 'pega e lincha', por Contardo Calligaris

Outro dia passei duas horas em frente à televisão. Não adiantava zapear: quase todos os canais estavam, ao vivo, diante da delegacia do Carandiru, enquanto o pai da pequena Isabella estava sendo interrogado. O pano de fundo era uma turba de 200 ou 300 pessoas.
Permaneceriam lá, noite adentro, na esperança de jogar uma pedra nos indiciados ou de gritar "assassinos" quando eles aparecessem, pedindo "justiça" e linchamento.
Mais cedo, outros sitiaram a moradia do avô de Isabella, onde estavam o pai e a madrasta da menina. Manifestavam sua raiva a gritos e chutes, a ponto de ser necessário garantir a segurança da casa. Vindos do bairro ou de longe (horas de estrada, para alguns), interrompendo o trabalho ou o descanso, deixando a família, os amigos ou, talvez, a solidão - quem eram? Por que estavam ali? A qual necessidade interna obedeciam sua presença e a truculência de suas vozes?

“Os alemães que saíram para saquear os comércios
dos judeus na “Noite de Cristal” faziam isso porque
queriam sobretudo afirmar sua diferença"

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Terça-feira, 15 de Abril de 2008

Jornal ALEF será condecorado com a ´Medalha de Mérito Pedro Ernesto´, no Rio de Janeiro

Com 14 anos de atuação, e mais de 27 mil assinantes nos quatro cantos do mundo, o Jornal ALEF (www.jornalalef.com.br),  destinado à comunidade judaica, vem tendo suas notícias publicadas no Le Monde Diplomatique - jornal francês de maior prestígio internacional, com mais de 2 milhões de leitores/dia. No dia 26 de maio, às 10h, o Jornal ALEF será condecorado com a ´Medalha de Mérito Pedro Ernesto´, principal homenagem do município do Rio de Janeiro, concedida por unanimidade pela Câmara Municipal por iniciativa da vereadora Patricia Amorim.

PARABÉNS ao Jornal ALEF, ao jornalista Mauro Wainstock, que, incansável, diariamente bem informa a comunidade judaica e a sociedade brasileira. Parabéns pelo merecido reconhecimento da cidade do Rio de Janeiro ao seu trabalho. Nosso respeito e admiração. (Henrique Chagas)

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Segunda-feira, 14 de Abril de 2008

Dancem macacos Dancem

Dancem macacos Dancem

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Terça-feira, 1 de Abril de 2008

A língua de Jesus Cristo está em risco de extinção


Diário Digital (Portugal) - 31/03/2008
A língua que Jesus Cristo falava - aramaico - está à beira da extinção, mas no norte da Síria, as cerca de 18 mil pessoas que a falam lutam para a salvar do esquecimento. Os habitantes da localidade montanhosa de Maalula sentem-se orgulhosos por serem dos poucos que sabem exprimir-se na língua de Cristo. A população está contente por haver agora uma escola governamental que dá cursos de aramaico, o que permite às crianças e aos adultos estudarem a língua num centro acadêmico. A escola, inaugurada no verão passado, "é apenas o começo de um longo caminho para proteger a língua", assegura Anton Taglub, vendedor de cruzes e postais numa loja do mosteiro. >> Leia mais

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Domingo, 16 de Março de 2008

Mini-Guia de Purim (5768)

Um humorista cujo nome não me ocorre definiu em poucas palavras e de maneira sem dúvida esquemática, mas nem por isso menos apropriada, o teor de quase todas as celebrações e/ou festividades judaicas: "Eles tentaram nos massacrar; nós sobrevivemos; agora, vamos comer". Nenhum feriado ilustra melhor a definição acima do que o Purim, a comemoração anual do desfecho afortunado dos eventos narrados no livro bíblico de "Ester" e que, em 2006, cairá nos dias 15 e 16 de março.
A palavra "purim", se bem que possa estar vinculada a uma raiz hebraica que, querendo dizer algo como "romper", "quebrar", não deixa, portanto, de fazer sentido no âmbito dessa história, origina-se mais provavelmente no antigo persa e seria o plural de "pur", isto é, "sorte", na acepção de "lançar a sorte", "sortear". O sorteio em questão era aquele através do qual Amã determinara o dia em que acertaria suas contas com os judeus. Amã, o vilão do "Livro de Ester", era vizir (ministro) do rei da Pérsia imperial, Assuero (talvez o mesmo que os gregos chamavam de Xerxes). O império tinha uma numerosa população judia, e o líder desta, Mardoqueu, caíra nas boas graças do soberano, pois havia descoberto e o informara de que alguns eunucos da corte planejavam assassiná-lo. Torturados, estes confessaram sua trama e foram executados.

Mini-Guia de PURIM

5768 – 2008
CJB, Rio de Janeiro

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SEMINÁRIOS 2008 no NEJ da UFMG

27 de março - Seminário: Da Jordânia a Israel - Prof. Antonio Martinez de Rezende (UFMG) - Local: Auditório 2001, Faculdade de Letras - Horário: 14 horas.
03 de abril - Seminário: O diabo no cotidiano medieval judaico - Prof. Sérgio Feldman (UFES) - Local: Auditório 2001, Faculdade de Letras - Horário: 14 horas.
17 de abril - Seminário: De Halmeu a Belo Horizonte: relato de um sobrevivente da Shoah - Sr. Henry Katina (BH) - Local: Auditório 2001, Faculdade de Letras - Horário: 14 horas.
08 de maio - Seminário: Preservação da identidade étnica judaica através do elemento religioso - Prof. Renato Pfeiffer (FUMEC) - Local: Auditório 2001, Faculdade de Letras - Horário: 14 horas.
29 de maio - Seminário: Os judeus negros da Etiópia: história, crenças, tradições e costumes - Rabino Leonardo Alanatti (CIM) - Local: Auditório 2001, Faculdade de Letras - Horário: 14 horas.
05 de junho - Seminário: O pensamento tradutório judaico - Profª. Maria Clara Castellões de Oliveira (UFJF) - Local: Auditório 2001, Faculdade de Letras - Horário: 14 horas.

Outras informações: www.ufmg.br/nej

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Sábado, 15 de Março de 2008

Entenda os costumes da Semana Santa

A primeira celebração da Semana Santa foi em 1.682 pelos cristãos. Ela é uma das conclusões do Concílio de Nicéia, regido pelo Papa Silvestre I e patrocinado pelo imperador Constantino, em 325 d.C, que determinou a doutrina da Igreja Católica, transformada em religião oficial do Império Romano. Desde então, festejam-se em oito dias a paixão, morte e ressurreição de Cristo.  Um decreto papal estabeleceu o Domingo da Ressurreição como a data mais importante do ano eclesiástico. Ele é celebrado sempre no domingo seguinte à primeira lua cheia da primavera no Hemisfério Norte e do outono no Hemisfério Sul. (fonte)

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Inicialmente, os cristãos celebravam a Páscoa em apenas um dia e ocorria a cada domingo. Mas, já no século 2, eles passaram a escolher um domingo especial e, a cada ano, celebravam a Páscoa, ou seja, a Ressurreição de Jesus. Foi inevitável que fosse utilizado o período da Páscoa judaica, que ocorre no 14º dia do mês de Nisan. Considerando que Jesus ressuscitou no domingo, veio a se estabelecer que a Páscoa cristã é celebrada no primeiro domingo depois da primeira lua cheia da primavera. [mas estamos no outono!]
No século 4, algumas comunidades cristãs passaram a vivenciar a paixão, a morte e a ressurreição, o que exigia três dias de celebração, consagrados à lembrança dos últimos dias da vida terrena de Jesus. Jerusalém, por ter sido o local desses acontecimentos, é que deu início a essa tradição seguida pelas demais igrejas. Assim a sexta-feira comemora especialmente a morte de Jesus, o sábado era o dia de luto e o domingo era a festa da ressurreição.
Na medida em que os cristãos cresciam em número, necessitaram de organizar e estabelecer datas para festa da Ressurreição. Assim ocorreu uma re-significação daquela festividade, embora mantendo o seu sentido primeiro de libertação. Para os judeus, a Páscoa é a celebração da libertação da opressão a que estavam submetidos no Egito, de onde saíram sob a liderança de Moisés; para os cristãos, a Páscoa celebra a libertação da opressão do pecado, uma vez que se sentiam resgatados pelo sacrifício de Jesus.
Com o passar dos tempos, os cristãos foram estabelecendo rituais objetivando tornar acessível a todos, através de gestos litúrgicos, o sentido daquele tríduo que se transformou em uma semana com a introdução da celebração do Domingo de Ramos, por volta do século 4. Essa festa foi se tornando uma das mais populares do catolicismo e, em torno daqueles ramos empunhados pelos fiéis em procissão, tem surgido uma infinidade de pequenas crendices, como a sua utilização para a feitura de chás curativos. Em algumas regiões esses ramos ressequidos durante o ano são utilizados para a produção da cinza que é posta na fronte dos fiéis na quarta-feira que encerra o carnaval, a quarta-feira de cinzas, e dá início à Quaresma.
Ao longo da Idade Média, a Semana Santa foi acrescida de novos rituais. Um desses foi a cerimônia do Lava Pés que ocorre na quinta feira à tarde. É a teatralização de um acontecido durante a Ceia de Páscoa, que Jesus celebrou com os seus seguidores mais próximos, uma experiência didático-pedagógica para aqueles que não tinham acesso aos escritos evangélicos. Por seu aspecto visual e dramático, adequou-se ao gosto popular e vem se tornando mais importante do que as reflexões que os cristãos devem fazer naquela ocasião.
No período medieval, surgiu um outro ritual, a espoliação do altar, ou seja, a retirada das toalhas e utensílios que foram utilizados, e as hóstias são transladadas para um altar lateral onde podem ser veneradas. Esse rito é uma alegoria do fato de que, na antiguidade, quando ainda não havia os templos, a cada celebração, eram postas antes e retiradas após a cerimônia, as toalhas sobre a mesa que servia como altar.
Um outro ritual, que também ocorre na quinta-feira, este pela manhã, é a missa da Bênção dos Óleos, utilizada para representar a unidade do clero em torno do bispo local, ao mesmo tempo em que demonstra a sua catolicidade. Os ritos da sexta-feira comemoram a morte de Jesus. Nesse dia, não ocorre a celebração da missa, apenas são feitas leituras e a adoração da cruz.
No ritual católico, a grande festa é o Domingo, mas a população entende a missa de vigília, que começa à meia-noite do sábado como Sábado de Aleluia, ou seja, o sábado de alegria. No ritual dessa cerimônia, um momento de expressiva beleza é a cerimônia da bênção do fogo, que não tem origem clara, mas possivelmente é um ritual pagão que deve ter sido introduzido após a conversão dos celtas. Após a bênção do fogo será aceso o Círio Pascal. (texto de autoria de Severino Vicente da Silva, professor de História Moderna do Departamento de História da UFPE e sócio da Cehila Brasil).

[ nota ] Alguém me explica, por favor, de que toca saiu o coelho? Depois, gostaria de saber também, porque este coelho bota ovos de chocolate?

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