Domingo, 20 de Janeiro de 2008

Sem rigor ético, nada resta ao ser humano

Entre os diversos modos de se encarar a Cabala, ou Cabalá, a mística judaica, destacam-se dois: o ponto de vista segundo o qual séculos ou milênios de estudo não passam de equívoco movido à superstição e o de que nas obras dos mais diversos autores e épocas encontram-se pautas de estudo sobre os mais variados aspectos religiosos, filosóficos e poéticos da vida e da cultura. A obra de Guershom Scholem (publicada no Brasil pela Perspectiva) e de Moshê Idel (idem, como o recente Cabala, Novas Perspectivas) permanecem como guias necessários para o estudo dessa literatura numa perspectiva atualizada, servindo para desarmar os primeiros e permitir o avanço dos estudos humanísticos, no segundo caso. Tanto Scholem quanto Idel procuram oferecer ao leitor os elementos fundamentais de suas teses, citando e resumindo os textos da origem, enquanto a maior parte dos textos escritos em hebraico e aramaico permanecem interditos pela escassez de traduções para o português. Por isso, cresce a importância da publicação de Tamareira de Devorá (Sêfer, 120 pp., R$ 25), do rabino Moshê Cordovero (1522-1570). É uma pequena obra, um guia para a imitação de Deus a partir do fim de Miquéias (v. 18-20). (O Estado de S. Paulo - 24/4/2005 - por Moacir Amâncio)

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