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18 de novembro de 2009

Luis Eduardo Matta lança “O véu”, thriller no qual o rico mercado de arte se cruza com a turbulenta política do Irã


São Paulo, 18 de novembro de 2009 - O escritor carioca Luis Eduardo Matta lançará, em São Paulo, a obra "O véu", sétimo livro de sua carreira. Reconhecido como um dos expoentes do romance de suspense não-policial do Brasil, o autor fará a sessão de autógrafos na quarta-feira (2/12), a partir das 18h30, na Livraria da Vila (Alameda Lorena, 1.731). Na ocasião, o autor da Primavera Editorial participará da série "Com todas as letras" com o professor universitário, jornalista e crítico literário Fabio Silvestre Cardoso. Em tom informal, Matta e Cardoso abordarão o tema "Literatura e Entretenimento", que abarca o debate sobre os rumos da produção literária nacional e defende o movimento LPB pela criação da Literatura Popular Brasileira.
Do Rio de Janeiro a Teerã, passando por Genebra, "O véu" possui uma narrativa eletrizante, na qual os bastidores do rico mercado de arte se cruzam com as sórdidas entranhas da turbulenta política do Irã. O ponto de partida é o leilão, no Brasil, de uma misteriosa tela a óleo, chamada "O Véu". Condenado por lideranças muçulmanas por retratar uma mulher seminua usando o véu islâmico, o quadro tem uma trajetória marcada por sucesso, polêmica, intriga e tragédia. Diversas pessoas tiveram a morte associada à obra - inclusive o pintor, Lourenço Monte Mor. Resultado de minuciosa pesquisa sobre o Irã, "O véu" é uma obra atual, que transpôs para a ficção a história recente de um país marcado pela polêmica. O autor, inclusive, aborda as eleições presidenciais iranianas realizadas em junho de 2009.

Luis Eduardo Matta criou um blog sobre o livro "O véu", no qual debate aspectos da trama, detalha o processo de criação das personagens e responde a dúvidas de leitores. Para conhecer o blog, acesse: www.oveu.wordpress.com

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14 de novembro de 2009

Obra do autor do romance "A Ostra e o Vento" será debatida em seminário sobre a literatura cearense

No seminário "Migrações: a literatura cearense entre a terra e a água", também serão discutidas as obras dos escritores Rachel de Queiroz, José Alcides Pinto, Ronaldo Correia de Brito e Emília Freitas.

FORTALEZA, 14.11.2009 - Autor do romance "A ostra e o vento", adaptado para o cinema pelo diretor Walter Lima Jr. com canção-tema composta por Chico Buarque, o escritor Moacir C. Lopes, 82 anos de vida e 50 de literatura, será a figura central do programa de debates Literato, na próxima terça-feira, 17, às 19 horas.
Intitulado "O mar das palavras", o debate com o escritor cearense (nascido em Quixadá, em 11 de junho de 1927, e radicado no Rio de Janeiro) acontecerá durante a abertura do seminário avançado "Migrações: a literatura cearense entre a terra e a água", que prossegue até o dia 19 (quinta-feira), sempre de 17h às 20h, no Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 - Centro - fone: (85) 3464.3108). Antes do debate, no mesmo dia (terça-feira, 17), às 17 horas, será exibido o documentário "Moacir C. Lopes: o romancista do mar", de Luís Alves.
Nessa edição do Literato, Moacir C. Lopes apresentará sua trajetória de ficcionista, a partir de sua estreia em 1959, com o romance "Maria de cada porto", considerado pela crítica o primeiro romance "de mar" no âmbito da literatura brasileira. Com o seu "mar de palavras", ele revelará no debate a influência que as águas, o sol e o sal têm exercido em toda a sua obra.
O renomado escritor - marinheiro de A ostra e o vento - sempre foi próximo da literatura, visto que, em todos os navios que servia, criava uma biblioteca flutuante das doações dos colegas, que alimentava sua sede de aventuras de homem do mar a conviver com os mais variados e curiosos tipos humanos de sua criação. De Cais, saudade de pedra, e de Onde repousam os náufragos, ao infantil As viagens de Poti, o marujinho, o mar é o grande protagonista que habita em seus personagens, ora turbulento e bravio, ora silencioso e calmo, tal qual as ondas da vida.
Participam do debate com o escritor: Gian Luigi de Rosa, professor da Università Del Salento (Itália), poeta, estudioso da obra de Moacir C. Lopes e tradutor do romance "A ostra e o vento" para o Italiano; e Susana Frutuoso, mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e também estudiosa da obra do escritor, sobre quem defendeu a dissertação de mestrado "O universo feminino na obra de Moacir C. Lopes".
A platéia presente ao CCBNB-Fortaleza poderá formular perguntas por escrito aos três debatedores. Participam como palestrantes do seminário "Migrações: a literatura cearense entre a terra e a água" os professores-pesquisadores Alcilene Cavalcante, Batista de Lima, Cleudene Aragão e Jorge Pieiro, que dialogarão sobre as obras literárias dos escritores cearenses Rachel de Queiroz, José Alcides Pinto, Ronaldo Correia de Brito, e Emília de Freitas.
O seminário é organizado pelas professoras de literatura Sarah Diva da Silva Ipiranga e Solange Kate Vieira. Inscrições gratuitas para o evento prosseguem até a próxima terça-feira, 17, na recepção do CCBNB-Fortaleza.

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10 de novembro de 2009

Sorteio do livro “RAPSÓDIAS” no dia 11/11

GANHE UM EXEMPLAR DO MEU LIVRO
O sítio literário VerdesTrigos está completando 11 anos e, para comemorar, sorteará livros para os seus leitores. A inscrição é aqui. Um dos livros sorteados será RAPSÓDIAS - PRIMEIRAS HISTÓRIAS BREVES, meu livro de contos pela Multifoco Editora (2009). Participe. (Rodrigo Novaes de Almeida)

Rapsódia (do grego rhapsodía) é cada fragmento de um poema épico cantado por um rapsodo. Na música, fantasia que se utiliza de temas e composições improvisados, livremente inspirados em cantos tradicionais ou populares. As narrativas deste livro são rapsódias contemporâneas, que desvelam para o leitor a força e a potência atemporais da criação através da literatura. Mítico, poético, dionisíaco, Rapsódias - Primeiras histórias breves é o livro de estréia do escritor e jornalista Rodrigo Novaes de Almeida.

Rodrigo Novaes de Almeida
Escritor e jornalista. Tem textos publicados em sítios literários e jornalísticos, como Le Monde Diplomatique Brasil, Portal Cronópios, Germina Literatura e Arte, Observatório da Imprensa, entre outros. Publicou, pela editora Mojo Books, a ficção "A saga de Lucifere" (The Trinity Sessions - Cowboy Junkies, e-book, 2009), e, pela editora Multifoco, o livro de contos "Rapsódias - Primeiras histórias breves" (2009).

No dia 11/11, para comemorar, vamos sortear entre os leitores do VerdesTrigos vários livros.
Inscrições para o sorteio a partir do dia 08/11/2009

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5 de novembro de 2009

Rodrigo Capella lança décimo livro

O escritor e poeta, Rodrigo Capella, autor de "Transroca, o navio proibido", que está sendo adaptado para o cinema pelo diretor Ricardo Zimmer, acaba de lançar o seu décimo livro. Trata-se de "Mistérios em Floripa". Com muita ação e suspense, o décimo livro do autor é envolvente e pode ser lido em apenas uma tarde. Tudo começa no clássico do futebol catarinense (Avaí e Figueirense) e depois ganha as ruas de Florianópolis. Leia e ajude a desvendar quem matou o jogador Leleco, a estrela do Leão da ilha. O presidente do Avaí, Zunino, já recebeu um exemplar. Para você adquirir o seu, entre em contato com o autor pelo e-mail contato@rodrigocapella.com.br

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31 de outubro de 2009

Lançamento de Borges e outros rabinos, de Lyslei Nascimento, Editora UFMG, em Belo Horizonte

Lançamento de A Bíblia e suas traduções, organizado por Carlos Gohn e Lyslei Nascimento, Editora Humanitas/USP.
Lançamento de Borges e outros rabinos, de Lyslei Nascimento, Editora UFMG.
Local: Café com Letras, Rua Antonio de Albuquerque, 781 - Savassi - BH/MG.
Dia: 21 de novembro de 2009 - de 11 às 14 horas.

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25 de outubro de 2009

Sensação de perda que mobiliza é tema de livro de Amós Oz

Personagens de "Cenas da Vida na Aldeia" alimentam busca por algo desconhecido que as mantém vivas
Ubiratan Brasil, de O Estado de S.Paulo

SÃO PAULO - Aldeia encravada nas montanhas de Menashé, em Israel, Tel Ilan abriga uma pequena população, formada em sua maioria por pessoas desesperançadas - apesar de uma confortável situação financeira, elas vivem insatisfeitas, sempre em busca de algo ou alguém que não tem um contorno ou perfil definidos. Mesmo assim, não desistem, pois o que as move é o empenho para atingir um objetivo. "O que elas procuram, na verdade, está escondido dentro delas mesmo", observa o escritor israelense Amós Oz, que criou o vilarejo de Tel Ilan como palco dos contos de Cenas da Vida na Aldeia (tradução de Paulo Geiger, 184 páginas, R$ 38), que a Companhia das Letras lança neste fim de semana.

Trata-se de um bem cuidado rascunho de algo tão complexo como a condição humana - ali, no povoado onde todos se conhecem, a médica solteirona alimenta um amor descontrolado pelo sobrinho, o casal que reúne amigos para cantorias tenta, em vão, ultrapassar a morte do filho suicida, um jovem imberbe não consegue controlar sua paixão pela bibliotecária, e o presidente do Conselho, homem admirado por todos, é abandonado pela mulher que simplesmente lhe deixa um bilhete, "Não se preocupe comigo".

São histórias circulares, que Oz começou a escrever em 2006 e terminou dois anos depois. E, como sempre faz questão de frisar, não são alegorias do conflito palestino, mas histórias profundamente humanas de ambiguidade e melancolia. É a obra que apenas um escritor maduro conseguiria conceber. "Se tivesse 20 anos, certamente eu não poderia escrever esses contos", conta o escritor, que completou 70 anos em maio. "A maturidade é decisiva."

O clima desértico inspira Oz - ele se mudou para Arad em 1986, a fim de facilitar o tratamento de asma de seu filho caçula, Daniel. Anos depois, o garoto retornou a Jerusalém mas o escritor decidiu ficar. Com um humor tão seco como o clima, Oz adaptou-se à amplidão desabitada, extraindo dali a fonte de sua inspiração ao habituar-se a acordar cedo para passeios matinais que lhe despertam as dúvidas que movem sua literatura: ao se posicionar na pele dos personagens, ele se questiona sobre o que faria se estivesse em seu lugar.

Tel Ilan, o espaço físico de Cenas da Vida na Aldeia, é uma local fictício, que se soma agora à farta tradição literária de cidades imaginárias, mas Amós Oz insiste em afirmar que não utiliza a ficção para retratar a atualidade - ainda que os habitantes de seus contos tragam vestígios de pessoas com quem convive e o espaço físico se assemelhe a diversos kibutz israelenses, o escritor é enfático: essas páginas contam apenas histórias.

Eterno candidato ao prêmio Nobel de Literatura, Oz prefere militar pela paz entre palestinos e israelenses em artigos ácidos, que não poupam nenhum governo. "O final do conflito depende de nossa atitude", afirma ele ao Estado, em um inglês manso, preciso, mas carregado de determinação.

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8 de dezembro de 2008

La vida brava, Los Amores de Horacio Quiroga

Estive em Montevidéu e fiquei impressionado com a quantidade de livrarias, seja nos shoppings quanto nas ruas da cidade velha ou na tradicional Avenida 18 de julho. Se existem enorme quantidade de livrarias é porque os uruguaios possuem o saudável habito da leitura, embora os preços estejam semelhantes aos praticados no Brasil. Não vi diferença.

image Trouxe na bagagem vários livros, entre eles um que me interessou muito e estou lendo com voracidade: “La vida brava, los amores de Horacio Quiroga”, de Helena Cordellini, um livro que relata a vida de Maria Helena Bravo, uma mulher apaixonada, transgressora e bela, que amou perdidamente o escritor Horacio Quiroga. 

María Helena Bravo. una mujer apasionada. transgresora. bellísima. se enamora perdidamente del escritor Horacio Quiroga. Se casan cuando ella aún no había cumplido los veinte años y él rondaba los cincuenta.Sus memorias son un retrato minucioso dé una cotidianidad - signada por la avaricia de Quiroga. su carácter egoísta y dominante. los celos. lujuria e irritabilidad y su aspecto desaliñado-. pero también de un día a día pintoresco para la época. al bosquejar el afán de Horacio por la modernidad. y sus intentos emprendedores en medio de una aventura selvática.La autora recrea la vida afectiva de un grande de la literatura. con una existencia plena de amores correspondidos y/o desgraciados: Ana María Cires. su primera esposa. cuyo suicidio deja una huella de dolor misterioso; su única amiga mujer. la poeta Alfonsina Storni; la jovencita Ana María Palacios; la adolescente María Esther Jurkowski. quien lo inspiró para escribir el cuento Una estación de amor .Con un registro acabado de su tiempo -la Semana Trágica . la vanguardia de la década de 1920. los amigos del mundo literario (Amorim. Payró. Martinez Estrada. Girondo. Tiempo)-. así como del clima político de los años treinta. la novela refleja la visión amorosa. crítica. descarnada. que varía con el transcurso de la convivencia y los acontecimientos. de la joven mujer que compartió los últimos años de uno de los mejores cuentistas hispanoamericanos.

Agora, ao redigir esta nota, encontro uma crônica do “Arroz para los novios”, de Ignácio de Loyola Brandão, que retrata a vida literária uruguaia e destaca o livro que trouxe:

O eterno e emblemático Horacio Quiroga retorna à cena em um livro de Helena Corbellini (La Vida Brava) sobre sua vida e seus amores. Um dos personagens mais estranhos e enigmáticos - mas gênio - da literatura latino-americana, áspero, difícil, egoísta, dominador, ciumento, irritadiço, sensual (luxuriante, define Corbellini), revoltado. E moderno. Devorei La Vida Brava nas manhãs em que contemplava o dia nascer em Montevidéu (e a luz tarda, só chega mesmo pelas 7 horas) e nas longas e chatíssimas esperas a que os aeroportos nos condenam.

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O que restou do regionalismo?

O Estado de São Paulo - 08/12/2008 - por Redação

"Durante muito tempo o regionalismo foi uma força política, cultural e literária. O Rio Grande do Sul disto era um exemplo. Território conquistado aos espanhóis, a ferro e fogo, nele se afirmou uma orgulhosa identidade. Mas o Brasil mudou. Acelerou-se o fenômeno da industrialização e da urbanização. Surgiram as megalópoles brasileiras nas quais hoje vive 80% da população. O sistema de comunicações aperfeiçoou-se, as redes de tevê passaram a levar para todos os pontos do País uma linguagem mais uniforme. O resultado de tudo isso é que o regionalismo perdeu terreno, inclusive na literatura. Um Graciliano Ramos, um Jorge Amado, até mesmo um Érico Verissimo da fase gaúcha hoje teriam bem menor repercussão. É de lamentar? Certamente. Mas não adianta chorar sobre o leite derramado. O declínio do regionalismo era uma inevitabilidade cultural e o jeito é aceitá-la, partindo para novas formas de expressão." MOACYR SCLIAR, ESCRITOR

Confira a opinião de escritores e acadêmicos sobre o tema regionalismo.

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27 de novembro de 2008

Aprendiz de Homero, de Nélida Piñon

* Aprendiz de Homero, de Nélida Piñon (Record, 2008, 368 págs.) ― Quatro anos após a publicação do romance Vozes do deserto, Nélida Piñon retornou às livrarias com uma notável obra de não-ficção; no caso, um conjunto de ensaios nos quais ela discorre, por meio de sua característica prosa poética, a um só tempo erudita, fluente e musical, sobre os cânones literários que a influenciaram como escritora e como ser humano, a começar pelo grande poeta épico grego que empresta o nome ao título do livro e é tema de um dos mais emocionantes textos entre os vinte e quatro que compõem a coletânea. Nele, Nélida ressalta a universalidade de Homero e a assídua presença dele no seu imaginário e cotidiano. Embora se coloque, desde o começo, como uma aprendiz , Nélida revela, mediante o itinerário do seu pensamento e das suas emoções, uma mestra; um referencial sólido e benfazejo para todos nós, numa época enferma onde o esvaziamento moral e intelectual, conjugado com o predomínio da vulgaridade e da ausência (ou inversão) de valores, parece dar as cartas. Os ensaios nos convocam, também a refletir de forma aprofundada, a partir dos livros, personagens e escritores que Nélida evoca, como a Bíblia; Cervantes e seus Dom Quixote, Sancho e Dulcinea; Machado de Assis; Carlos Fuentes; Gabriel García Márquez e os Buendía; Mario Vargas-Llosa; e, é claro, o próprio Homero. E, para completar, o livro ainda traz alguns dos discursos da escritora, como os proferidos em 2006, por ocasião da sua posse na Academia Brasileira de Filosofia, no Rio de Janeiro, e em 2005, durante a cerimônia de entrega do Prêmio Príncipe de Astúrias de Letras, em Oviedo, na Espanha. Este, intitulado "As memórias do mundo", é aberto de forma comovente, quando Nélida afirma: "Procedo do Brasil e reverencio a majestade da língua portuguesa. Neste idioma saúdo Deus e os homens". Aprendiz de Homero  é, acima de tudo, uma celebração da literatura, da imaginação, da emoção e da riqueza da vida interior que acaba repercutindo num cotidiano fértil, prodigioso e aberto para todos os matizes da realidade, sem, contudo, abrir mão da necessidade do sonho. (Luis Eduardo Matta)

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25 de novembro de 2008

Entrega do Prêmio São Paulo de Literatura

Premiação é de 400 mil reais, maior valor para obras de ficção brasileira. Além do Melhor Livro , será eleito pelo júri o Melhor Livro Estreante . O valor é de 200 mil reais para cada categoria. Resultado será divulgado no Museu da Língua Portuguesa no dia 1º de dezembro.

Dia 1º de Dezembro, serão anunciados os dois vencedores agraciados com prêmios no valor de 200 mil reais cada. As categorias são: Melhor Livro do Ano e Melhor Livro do Ano – Autor Estreante. O objetivo do Prêmio São Paulo de Literatura é estimular a prática da leitura e a produção literária no Brasil.

Criado em 2008 pela Secretaria de Estado da Cultura, através da Unidade de Fomento e Difusão de Produção Cultural, o Prêmio São Paulo de Literatura chega ao final de sua primeira edição. Foram inscritos 146 romances de 55 editoras e 19 autores independentes. Dos quais 10 títulos foram selecionados para a fase final:

Finalistas do Prêmio São Paulo de Melhor Livro do Ano:

Antonio  – Beatriz Bracher – Editora 34

O sol se põe em São Paulo  – Bernardo Carvalho – Editora Companhia das Letras

O filho eterno  – Cristovão Tezza – Editora Record

A muralha de Adriano  – Menalton Braff – Editora Bertrand Brasil

A copista de Kafka  – Wilson Bueno – Editora Planeta

Finalistas do Prêmio São Paulo de Melhor Livro - Autor Estreante:

Lugares que não conheço pessoas que nunca vi  – Cecilia Giannetti - Editora Agir 

Desamores  – Eduardo Baszczyn – Editora 7 Letras

A chave da casa  – Tatiana Salem Levy – Editora Record

Estado vegetativo  – Tiago Novaes – Editora Callis

Casa entre vértebras  – Wesley Peres – Editora Record.

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19 de novembro de 2008

Holofotes para Saramago

São Paulo será palco do lançamento mundial de A viagem do elefante (Companhia das Letras, 264 pp., R$42), nova obra de José Saramago, escritor que também receberá uma homenagem, no Rio de Janeiro, em parceria com a Academia Brasileira de Letras (ABL). Os cariocas recebem Saramago na quarta-feira, 26 de novembro, às 17h30, no Salão Nobre do Petit Trianon, na ABL   (Av. Presidente Wilson, 203 – Castelo. Tel.: 21-3974-2500). Serão distribuídas senhas no dia 25, a partir das 12h. Haverá retransmissão simultânea do evento no Teatro R. Magalhães Jr. e pelo portal da ABL. Em São Paulo, o lançamento ocorre na quinta-feira, dia 27, às 20h30, no Sesc Pinheiros  - Teatro Paulo Autran (Rua Paes Leme, 195. Tel.:11-3095-9400). Haverá leitura de Sandra Corveloni. A retirada de ingressos é gratuita (até dois por pessoa), a partir das 10h do dia 21 de novembro.

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Festa da Literatura em SP inicia neste dia 20

Publishnews - 19/11/2008 - por Marla Cardoso e Litiane Klein

São Paulo receberá, a partir desta quinta-feira, dia 20, até o domingo, 23 de novembro, uma intensa programação, totalmente voltada para a cultura, com foco na literatura. É que neste período ocorre a 3ª edição da Balada Literária, evento que existe desde 2006 e festeja o mundo das letras na capital da garoa. A festa é uma iniciativa do escritor Marcelino Freire, que teve a idéia de reunir no bairro paulistano da Vila Madalena artistas e público, e colocar em pauta temas como literatura, teatro, música e outras expressões artísticas. Freire, ao lado da também escritora Maria Alzira Brum Lemos, é curador da iniciativa. Em entrevista ao PublishNews, ele recorda que a idéia de criar a Balada amadureceu durante uma edição da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), da qual participava como convidado. “A proposta foi criar um evento mais informal, com a cara da Vila, sem o caráter solene, com bate-papos com temas livres”, acrescenta. O barato, ainda anuncia o escritor, é que o público pode participar de todos os eventos, já que eles não acontecem simultaneamente e os locais de realização são próximos. A Balada conta com a Livraria da Vila, a Biblioteca Alceu Amoroso Lima e o Centro Cultural b_arco como parceiros realizadores. Neste ano, o SESC Pinheiros, o Centro da Cultura Judaica e o Teatro Brincante também vão apoiar a festa, além da Mercearia São Pedro. A escritora russa radicada no Brasil Tatiana Belinky é a homenageada da Balada Literária 2008, e a programação inclui evento na qual Tatiana conversa com outros autores da literatura infantil. Clique no “Leia Mais” e saiba outras informações sobre a Balada no site do PublishNews.

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15 de novembro de 2008

O medo e o exercício do poder

por Luiz Ruffato *
publicado em 15/11/2008.

O escritor mineiro Luiz Ruffato escreve sobre a nova obra de ficção do artista plástico gaúcho Alfredo Aquino
Os países hispano-americanos construíram, ao longo de sua história, uma verdadeira tradição de romances sobre o exercício do poder. Basta lembrarmos do inaugurador Tirano Banderas, do espanhol Valle-Inclán, seguido pelos não menos famosos Eu, o Supremo, do paraguaio Augusto Roa Bastos, O Senhor Presidente, do guatemalteco Miguel Angel Astúrias, e O Outono do Patriarca, do colombiano Gabriel García Márquez, os dois últimos laureados com o Prêmio Nobel.
Estranhamente, os escritores brasileiros pouco se debruçaram sobre o assunto. Sim, temos o monumento que é O Tempo e o Vento, do gaúcho Erico Verissimo, que honra qualquer literatura, mas, o que mais? Jorge Amado tentou, em Os Subterrâneos da Liberdade, erigir uma discussão sobre a ditadura Vargas, mas o resultado estético é canhestro: muito partidarismo, pouca literatura. Quem conseguiu melhores resultados, no caso, foi outro gaúcho, Dyonélio Machado, com O Louco do Cati. Sob a ditadura militar, houve uma profusão de textos, boa parte deles depoimentos de época, importantíssimos como militância política, mas desprovidos de valor literário. Novamente, correndo o risco de sermos injustos, recordaríamos como perenes Incidente em Antares, de Verissimo; O Simples Coronel Madureira, deliciosa sátira de Marques Rebelo; o alegórico A Hora dos Ruminantes, de José J. Veiga, e o sofisticado Reflexos do Baile, de Antônio Callado, entre outros.
Tudo isso, para louvarmos Carassotaque (Iluminuras, 144 páginas, R$ 35) título singular da narrativa do artista plástico Alfredo Aquino, recém-convertido à literatura com a publicação do livro de contos A Fenda, em 2007. A opressiva novela se passa num país-continente imaginário, a República de Austral-Fênix, situado sobre a grande placa tectônica do Pacífico Sul, “ocupando um largo espaço entre a Austrália e a Nova Zelândia a oeste, e a América do Sul a leste, com várias ilhas adjacentes”. Portanto, um lugar isolado do mundo, mais ainda se levarmos em conta que lá se fala uma inusual língua, o português. O país passou ainda por uma cruel ditadura militar, nos anos 70 do século passado, quando as feições dos habitantes “começaram a desfocar-se” e, logo em seguida, “houve o desaparecimento generalizado” de suas cabeças.

Também no ZERO HORA

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12 de novembro de 2008

Três Perguntas a Alfredo Aquino

Daniel Feix - Zero Hora

A experiência do artista plástico Alfredo Aquino como autor de livros vem de longe – além de escrever e editar títulos de arte, seus desenhos já ilustraram por exemplo o volume de contos Cartas (2004), de Ignácio Loyola Brandão. Mas sua estréia como ficcionista se deu apenas em 2007, com A Fenda, também este um livro de contos. Carassotaque (2008), que ele autografa hoje, às 18h30min, na Praça de Autógrafos - 54ª Feira do Livro de Porto Alegre, é seu primeiro romance.

ZH – Você é um artista visual, escreve sistematicamente em blog, já publicou contos... O que o levou ao romance? Foi a complexidade do tema – as identidades culturais?

Alfredo Aquino – O livro fala muito do medo, tema universal que toca a todos, que faz parte do nosso cotidiano. Ele tem a haver com a arte contemporânea em geral. Essa questão da identidade é crucial também: ser percebido, ser reconhecido e harmonizar seus valores democraticamente, saber ouvir e também conseguir ser ouvido. Mas, se isso vale para uma pintura, também vale para a literatura.

Escrever é apenas outro modo de expressão, de inventar um mundo de fantasia em que nos identifiquemos, autor e leitor, numa espécie de vertigem. A interpretação que quem lê o livro faz, as identificações multiplicadas, isso é muito rico. Mas acontece também na pintura, nos desenhos...

ZH – Carassotaque tem como protagonista um fotógrafo, ou seja, um artista visual, que vive longe de suas origens. O quanto ele tem da sua experiência e da sua visão de mundo?

Aquino – Alguma coisa. Na verdade, o protagonista é o outro, o que nos chama atenção, o que nos ensina a ver com seu olhar diferente do nosso – diferente do meu próprio olhar. O estrangeiro faz perguntas porque tenta entender o que para ele não faz sentido – aquilo a que nós já estamos acostumados ou até resignados.

Existem situações imaginárias que são de um coletivo, fazem parte do imaginário de muitos de nós. Ocorreu uma publicação de um pequeno trecho de Carassotaque em Portugal, e lá os portugueses se identificaram, então isso mostra a dimensão dessa fantasia coletiva que não é localizada. Nesse universo sugerido, que é um tanto visual também, fica proposto um olhar de imagens, que é onírico, é o dos nossos sonhos, podemos nós mesmos imaginar os cenários, acompanhar os diálogos, nos posicionarmos. Esse livro se escreveu quase sozinho, em muitos momentos eu escrevia como se estivesse lendo, para saber o que iria acontecer. Eu também queria saber para que lado aquela história se conduzia.

ZH – Em que medida as artes visuais influenciam sua literatura?

Aquino – As linguagens são diferentes, mas acontece a mesma coisa, os procedimentos são semelhantes: tento sempre experimentar, inventar um jeito novo de expressar, busco correr riscos, fugir da fórmula conhecida e confortável. É isso o que vale na Arte verdadeira, seja ela a visual ou a literária. Porque fazer o que outros já fizeram? Não faz sentido ser cubista hoje, não faz sentido fazer pastiches de Marcel Duchamp hoje – um grande artista que teve seu apogeu em 1920, 1930, no século passado, quase cem anos atrás... É importante buscar caminhos, ver o que os outros estão fazendo, não para fazer igual, mas justamente tentar um vôo diferente. Sempre existem jeitos e motivações para isso. A literatura é um desafio assombroso...

Publicado em Zero Hora - RS e no ArdoTempo

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11 de novembro de 2008

Literatura e jornalismo

A Literatura e o jornalismo são o que se poderia chamar de irmãos gêmeos, embora alguns literatos nada entendam da técnica do jornalismo e muitos jornalistas – porque estes profissionais existem em maior quantidade – nada entendem de literatura. Os homens da imprensa Ariosto da Silveira e Manoel Hygino dos Santos, no entanto, fogem ao comum. O jornalista Ariosto da Silveira, depois de optar pelo fim de seu exercício profissional no jornal diário, já que foi durante longos anos redator político extinto “O Diário da Tarde”, decidiu abraçar a atividade literária, com especial destaque sobre a tradicional rivalidade entre PSD e UDN em Minas e a biografia do combativo homem público Paulo Pinheiro Chagas, seu conterrâneo da simpática cidade de Oliveira.

A obra mais recente de Ariosto é eminentemente sentimental: a vida e os sonhos de seu irmão Silveira Neto, por muito tempo figura de realce no rádio-jornalismo, apesar de haver morrido prematuramente. O livro tem conteúdo eminentemente familiar, com depoimentos de todos os irmãos do saudoso profissional, boêmio e sonhador que foi Silveira Neto. Hygino aderiu mais cedo à arte literária, depois de haver atuado no mesmo “O Diário” e de dirigir a sucursal mineira da velha revista Manchete. Uma das suas primeiras produções exigiu minucioso trabalho de pesquisa: retrata o lendário mago e galanteador russo Rasputin, a que se refere no título da obra como: “o último ato da tragédia Romanov”.

Daí pra frente, a literatura de Hygino não parou. Tanto assim, que hoje integra o seleto quadro de intelectuais da Academia Mineira de Letras, além de assinar diariamente uma coluna de artigos neste HOJE EM DIA.

A pesquisa é a marca predominante na obra de Manoel Hygino dos Santos, mineiro de Montes Claros, cidade natal de vários escritores festejados, entre os quais Cyro dos Anjos, Teófilo Pires, Darcy Ribeiro e Luiz de Paula, alem do grande poeta João Chaves, autor de relíquias como “Amo-te muito” e “O bardo”. Sua ultima produção, que me chegou às mãos com delicada dedicatória do autor, é “Reverencia pela vida: a pediatria em Minas”. Trata-se de “um esforço para tornar mais conhecida a história da primeira entidade de assistência à área de saúde em Belo Horizonte”, como ressalta Saulo Levindo Coelho, provedor da Santa Casa de Misericórdia da capital, promotora da publicação. É uma obra saudosamente ilustrada e profundamente densa de conteúdo, com a reconhecida seriedade documental do escritor e jornalista Manoel Hygino dos Santos. (Roberto Elísio - Jornal HOJE EM DIA - 09/11/2008)

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9 de novembro de 2008

COYOTE 18 CHEGA ÀS LIVRARIAS

Revista Coyote lança novo número, com um dossiê com a escritora Márcia Denser, ensaio de Michel Houllebecq, fotos de Iatã Cannabrava, a prosa de Alberto Lins Caldas e Pedro Salgueiro, a poesia de Joca Reiners Terron, Beatriz Bajo, Celso Borges e Zhô Bertholini, as traduções de Wyslawa Szymborska, Paul Éluard, Jack Kerouac e o cartum de Paulo Stocker.

"Pode haver derrota mais execrável do que quando se é corroído por dentro pelas secreções ácidas da sensibilidade até que perdemos nossa silhueta, dissolvidos, liquefeitos? Ou quando a mesma coisa acontece na sociedade em nossa volta, e mudamos nosso próprio estilo para ficarmos parecidos com ela?". Yukio Mishima sintetiza, no editorial do número 18 da revista editada em Londrina (PR), o espírito de revolução permanente de nossas sensibilidades e da nova edição da Coyote.

Coyote 18 resgata o talento e a lucidez furiosa da escritora Márcia Denser. Como escreve Ademir Assunção na apresentação do dossiê: “Prosa densa, labiríntica, poética [...]. A cada livro, seu texto (e, principalmente, o subtexto) vem funcionando como uma broca de prospecção, cavoucando cada vez mais fundo os conflitos humanos”.

A prosa está representada também na edição por Pedro Salgueiro e por Alberto Lins Caldas. Já a poesia contemporânea exibe sua riqueza e variedade nos poemas de Joca Reiners Terron, Beatriz Bajo, Celso Borges e Zhô Bertholini.

COYOTE 18 // Primavera de 2008 // 52 páginas // R$ 10,00
Uma publicação da Kan Editora. Vendas em livrarias de todo o país pela Editora Iluminuras – fone (11) 3031-6161 (site: www.iluminuras.com.br). Pode ser adquirida também na internet pelo Sebo na Bac: www.sebodobac.com

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Livros perdidos, nunca mais!

por Ronoc (Cultura Pompéia) em 09 de Novembro de 2008 às 10:57 am

Na casa em que Ernest Hemingway viveu em San Francisco de Paula, Cuba, a quantidade de livros é tão grande, que eles estão presentes até mesmo no banheiro. Certa vez, o escritor australiano Peter Carey revelou que sempre que comprava um livro novo se via obrigado a um torturante exercício: de qual volume teria de se desfazer para abrir espaço em seu apartamento para a nova aquisição? Com Sérgio Buarque de Holanda, a situação não era muito melhor: tinha tantas obras em sua biblioteca pessoal, que sua esposa em determinado momento passou a proibi-lo de comprar qualquer livro. O sociólogo não pestanejou: desenvolveu um astucioso sistema para contrabandear os volumes para dentro de casa. (Fica a dica do documentário Raízes do Brasil, de Nelson Pereira dos Santos, em que, se não estou muito enganado, o próprio Sérgio Buarque conta essa e muitas outras histórias impagáveis.)

É um drama bastante comum para quem sofre do delicioso mal da bibliofilia. Além de ler (muito) e falar (muito) sobre livros, ainda sentimos a necessidade incontrolável de tê-los por perto. Só que um belo dia, eles sorrateiramente já ocuparam todas as estantes e prateleiras disponíveis, deitados, em pé, às vezes socados, coitados. Espalham-se pelo quarto, em pilhas ao lado da cama, em cima da mesa; ocupam os móveis da sala, arriscam-se pela cozinha, ensaiam um avanço por todos os cantos livres da casa. A não ser que você possua uma memória prodigiosa, nesse momento será muito difícil dizer: onde está aquele romance russo que eu nunca consegui terminar? Ou: quantos livros de literatura latino-americana eu tenho mesmo? Para não falar na constrangedora situação de chegar em casa feliz da vida com aquela obra que você sempre quis adquirir e alguns dias depois, no meio de uma faxina, descobrir que você já a havia comprado fazia um bom tempo…

Se você está lendo este post com um sorriso no canto da boca, meneando a cabeça em sinal afirmativo, como quem diz “sei muito bem do que você está falando”, talvez sua coleção também tenha saído do controle. Antes de entrar num embate derradeiro do tipo “ou eles ou eu” e decidir que os livros ficam e você sai, experimente o LibraryThing.

O LT é um programa on-line de catalogação e organização de livros, que permite ainda estabelecer contato com todos os usuários que possuem obras em comum com você. Finquei bandeira por lá faz mais ou menos um mês, e posso garantir: além de bastante útil, o LT pode ser também muito divertido. Quanto aos livros, você pode cadastrar todos os dados (autor, editora, ano, edição, páginas, capa, ISBN etc.), bem como os assuntos de que trata. Depois, você pode organizar sua coleção como quiser e fazer qualquer tipo de busca — tudo depende do volume de dados que você inserir. Quer saber quais os livros da Clarice Lispector você tem? Um clique. O mais interessante vai ser quando você procurar saber quem mais possui A hora da estrela. Você vai encontrar italianos fanáticos por L’ora della stella, franceses encantados com L’heure de l’étoile, e até suecos apaixonados por Stjärnans ögonblick

Além de dar ordem na sua coleção, você ainda pode cadastrar suas livrarias e bibliotecas prediletas (e permitir que qualquer usuário localize-as com o Google Maps), escrever resenhas, montar grupos de discussão, acompanhar o desenvolvimento das bibliotecas de seus amigos. Enfim, o que o LibraryThing acaba oferecendo é um ponto de encontro global para todos aqueles que vêem no livro nada menos que um objeto de devoção.

Excelente informação do Blog da Cultura. Anotado.

http://www.librarything.com/profile/VerdesTrigos (profile)
http://www.librarything.com/catalog/VerdesTrigos (library)

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7 de novembro de 2008

Fundação Logosófica divulga vencedores de Concurso Literário

A Fundação Logosófica promoveu um concurso literário com o tema: "A arte de ensinar e a arte de aprender". Os trabalhos foram avaliados em duas categorias: educadores e estudantes universitários.

"Resultado do Concurso Literário "A arte de ensinar e a arte de aprender":

Na categoria Universitários:

O Caminhante Rômulo Monteiro Gimenes "A Tocha e a Luminária" Vila Velha / ES
Zélia Gattai Débora Viana Guimarães "Ensinar e aprender: em busca de uma solução que estimule o progresso da humanidade" Sete Lagoas / MG
Sapientia Allana Mátar de Figueiredo "A pedagogia da superação: a importância da valorização do ensino e aprendizagem efetivos na formação integral do ser humano" Belo Horizonte / MG

Na categoria Educadores:
Patinho Feio Emmanuel Nazareno Costa Lima "A verdadeira essência da vida" Pirapora / MG
Logos Angélica Alves Ruchkys "O saber logosófico: um ensinar-viver-aprender" Belo Horizonte / MG
Sophia Souza Marilsa Aparecida Alberto Assis Souza "Ensinar, aprender e transformar" Uberaba / MG

A relação completa dos vencedores do concurso literário pode ser encontrada neste link

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3 de novembro de 2008

Colaborativo

 

Jornal do Brasil - 01/11/2008 - por Álvaro Costa e Silva

Envolto nas teias de Web 2.0, o Portal Literal está todo reformulado. Sua versão colaborativa, aos moldes de Overmundo, busca difundir conteúdo literário pela internet, de acordo com as licenças do Creative Commons. Trocando em miúdos: o sítio, um dos pioneiros no país, permite agora a publicação de conteúdo por todos os usuários cadastrados, indica a coluna Informe Idéias.

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31 de outubro de 2008

Escritores de língua portuguesa discutem a violência na literatura

Violência e literaturaAs múltiplas expressões da violência na literatura serão discutidas em um encontro internacional, no CCSP, entre os dias 4 e 6 de novembro

PROGRAMAÇÃO
4/11
10h00: Apresentação - Rubens Ricupero
10h30 às 13h00: Mesa 1 - Violência e Poéticas, com Márcia Denser (BR) e Cristina Norton (PO). Mediação: Fernando Segolin
19h00 às 21h30: Mesa 2 - Escritores em tempos de violência, com Antônio Torres (BR) e Ignácio de Loyola Brandão (BR). Mediação: Susana Ventura
5/11
10h30 às 13h00: Mesa 3 - O primado da violência sobre a linguagem: poder e grotesco na literatura, com Jorge Melícias (PO) e Ana Paula Maia (BR). Mediação: Fernando Segolin
15h00 às 16h30: Mesa 4 - Literatura para crianças e jovens, com Cristina Norton (PO) e Ondjaki (AN). Mediação: Susana Ventura
17h00: Lançamento dos livros: As Processionárias, de Luis Serguilha, publicado pela Demônio Negro, de São Paulo; e Livro de Releituras e Poiética Contemporânea, de E.M. de Melo e Castro, publicado pela editora Veredas & Cenários, de Belo Horizonte.
19h00 às 21h30: Mesa 5 - Moçambique e Angola: violência textual e violência política, com Ondjaki (AN) e Paulina Chiziane (MO). Mediação: Susana Ventura
6/11
16h00 às 19h00: Mesa 6 - Contemporaneidade e violência na obra de três autores de língua portuguesa com Fernando Bonassi (BR), Luis Serguilha (PO) e Nelson Saúte (MO). Mediação: Fernando Segolin
20h00 às 21h30: Mesa 7 - Poesia, ruptura e violência: E. M. de Melo e Castro (PO). Mediação: Fernando Segolin
Para as mesas: retirar ingresso com 1 h de antecedência.
Para as oficinas: inscrição prévia no site do Centro Cultural São Paulo
LOCAL: Centro Cultural São Paulo

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29 de outubro de 2008

Para Benicio del Toro, Che poderia ter sido "um grande escritor"

Benicio del Toro, que interpretou Che Guevara no filme de Steven Soderbergh --o mesmo que tem Rodrigo Santoro no papel de Raúl Castro --, disse que o guerrilheiro argentino teria sido um dos grandes escritores da América Latina se tivesse se dedicado à literatura.

Em entrevista publicada hoje no jornal argentino "Clarín", del Toro ressaltou que para fazer o protagonista de "Che" --que é um dos destaques da Mostra de Cinema de SP--, estudou a vida do guerrilheiro e falou com seus parentes e amigos antes de gravar o filme.

O ator também afirmou que tem vontade de continuar atuando e "talvez" de dirigir um filme, embora considere isso "tão difícil quanto fazer uma entrevista coletiva".

Del Toro disse que compartilha os ideais que Che defendia, menos o da luta armada, e que começou a conhecer a personalidade do guerrilheiro ao comprar "por acaso" um livro no México.

"Era um livro de cartas que ele tinha escrito à sua família na Argentina, à tia, da qual era muito amigo, e a seus pais. Eu o li e sua forma de escrever me comoveu muito", disse.

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ARENA LITERÁRIA

LUIZ RUFFATO. Mineiro de CataguasesNovo evento literário, produzido pelo jornal Vaia, inaugurado em Outubro. "Arena Literária" consiste de uma entrevista aberta, conduzida pelo escritor, crítico literário e professor de literatura, Luíz Horácio, com um (a) escritor (a) convidado (a) para debater literatura e produção literária.
A partir de uma pergunta inicial - sobre obra e leituras literárias -, o (a) escritor (a) convidado (a) fala sobre trabalhos de escrita, leituras, influências literárias, importância da leitura na vida das pessoas, mercado editorial, oficinas literárias e outros assuntos afins à literatura.
A primeira edição do evento contou com a participação de Marcelo Backes, escritor, tradutor, professor e crítico literário.

No próximo dia 12/11 (14hs), na livraria Letras & Cia. (Av. Osvaldo Aranha, 444) ocorrerá a segunda edição do evento com a presença do escritor LUIZ RUFFATO. Mineiro de Cataguases, Ruffato nasceu em fevereiro de 1961, filho de um pipoqueiro e de uma lavadeira, e atualmente mora em São Paulo. Formado em Comunicação pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG). Publicou "Histórias de Remorsos e Rancores" (1998) e "(os sobreviventes)" (2000), "As Máscaras Singulares" (2002), "Eles Eram Muitos Cavalos" (2001) - Prêmio de melhor ficção da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) e Prêmio Machado de Assis, da Fundação Biblioteca Nacional, "Os Ases de Cataguases" (2002), 'Mamma, Sono Tanto Felice" (2005) - Prêmio de melhor ficção da APCA, "O Mundo Inimigo" (2005), Prêmio de melhor ficção da APCA, " Vista Parcial da Noite" (2006) - Prêmio Jabuti de melhor romance, "De Mim Já Nem se Lembra" (2007), "O Livro das Impossibilidades" (2008), esse o quarto volume da pentalogia "Inferno Provisório" (editado pela Record).

Próximo convidado: Fabrício Carpinejar - 12 de Dezembro

ARENA LITERÁRIA
entrevista aberta com o escritor LUIZ RUFFATO, conduzida por LUIZ HORÁCIO
Dia 12/Novembro, 14H
Livraria Letras & Cia. (av. Osvaldo Aranha, 444, telefone 3225-9944, Porto Alegre/RS)
Produção: Jornal Vaia - Informações: 51-98923603 ou jornalvaia@gmail.com

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28 de outubro de 2008

"Os escritores são uma raça à parte", disse o albanês Ismail Kadaré

O escritor albanês Ismail Kadaré, cujo livro Crônica na Pedra acaba de ser lançado no BrasilEm entrevista à Folha, o albanês Ismail Kadaré diz que a grande literatura e a mediana devem ser separadas como castas

Chega ao Brasil "Crônica na Pedra", livro sobre a Albânia na Segunda Guerra; para Kadaré, entrada de seu país na UE traria paz aos Bálcãs

GABRIELA LONGMAN - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS
"Podemos escavar com facilidade o seu solo, mas penetrar sua alma, isso jamais." A frase colocada por Ismail Kadaré na boca de um padre italiano de seu romance "O General do Exército Morto" define a personalidade do povo albanês. Define também a personalidade do próprio autor, nome-chave da literatura albanesa e um dos mais importantes da literatura mundial contemporânea.
Exilado político na França nos anos 90, o escritor agora divide seu tempo entre Paris e Tirana, capital da Albânia. Escrito nos anos 70, seu "Crônica na Pedra" -retrato do país na Segunda Guerra pelos olhos de um pré-adolescente- é lançado no Brasil, com tradução direta do albanês. Em seu apartamento, Kadaré, 72, falou à Folha sobre seu país, o stalinismo e, acima de tudo, literatura.

FOLHA - O sr. costuma dizer que sua formação literária caminha entre Macbeth e Dom Quixote. Como define essa mistura ?
ISMAIL KADARÉ -
Trata-se sempre de caminhar entre o trágico e o grotesco. É um bom coquetel. A literatura precisa dos dois. Na vida é a mesma coisa, ainda que nem tudo que está na vida precise estar na literatura. A literatura é mais importante do que a vida.

FOLHA - Vários paralelos foram feitos comparando a sua literatura ao realismo mágico latino-americano. O sr. concorda com a aproximação?
KADARÉ -
Não sei, me parece um pouco ingênuo. Dante Alighieri fazia uma espécie de realismo mágico, Kafka e a mitologia grega também. Não sei por que essa denominação ganhou tanta força. O lado irrealista faz parte da literatura. Ela não pode nem mesmo existir sem essa dimensão transcendental, mágica, onírica, oculta.

FOLHA - Cabe aos grandes escritores juntar realidade e irrealidade?
KADARÉ -
Os escritores são uma raça à parte. A literatura não é democrática. Ela é baseada na desigualdade. Se você escutar que a França tem mil escritores, isso não é boa notícia. Esse número precisa diminuir. A literatura é baseada numa seleção sem piedade, que guarda o grande valor. Até aceito a literatura medíocre ou média pois ela cumpre uma função, atrai e garante leitores que um dia poderão ir em direção à grande literatura. O perigo começa quando a literatura mediana quer impor suas leis. É preciso que esses universos fiquem bem separados, sem intervir um no outro, como castas.

FOLHA - A Europa ocidental ainda vê os Bálcãs como um incômodo, como um problema a resolver?
KADARÉ -
Acho que sim, embora o interesse da Europa pelos Bálcãs venha crescendo. Os Bálcãs são uma realidade. É uma parte incômoda, mas é uma parte. Dizemos que é o quintal da Europa, mas o quintal é parte da casa. Sem tranqüilidade nos Bálcãs não há tranqüilidade para a Europa.

FOLHA - O sr. é favorável à entrada da Albânia na União Européia?
KADARÉ -
Sim. É a única esperança para que os Bálcãs entrem numa via de desenvolvimento normal. Ironicamente, o povo mais pró-europeu e ao mesmo tempo mais pró-americano são os albaneses. É curioso, porque era o povo mais stalinista. Há uma lógica interna para isso. Passamos de um extremo a outro, como uma reação.

FOLHA - E como foi a questão da dissidência ao regime no seu caso?
KADARÉ -
Na Albânia não se podia ser publicamente contra o regime, era totalitarismo absoluto. Mas pela literatura era possível contestar o regime. Tudo que escrevi e publiquei foi feito nesse contexto. Nunca fiz ataques diretos ao Estado, somente ironias escondidas, um pouco mais evidentes às vezes. Quando me perguntam se sou um dissidente digo não. Sou um escritor normal, num país anormal. E isso já é muito.

FOLHA - Mas o sr. teve um período de apoio ao regime, não?
KADARÉ -
Desde o começo tive reservas ao regime, ainda que elas não fossem tão conscientes. Se você ama a literatura, não pode amar o regime comunista. Não pode amar ao mesmo tempo Macbeth e a direção do comitê central de Stalin.

FOLHA - Muitos dos seus livros abordam o Império Otomano. Podemos comparar o imperialismo americano atual aos impérios clássicos ?
KADARÉ -
O Império Otomano era atroz, sem aspectos positivos. Eu recuso essa comparação. Essa moda de chamar os EUA de império é um vestígio da Guerra Fria. A base da propaganda stalinista era buzinar "imperialismo americano" nas nossas orelhas. Na França, ouço a mesma propaganda tantos anos depois. É uma paixão exagerada. Os EUA são uma grande potência e, como toda grande potência, eles têm o bem e o mal em grandes proporções. Mas a moda me soa retrógrada.

FOLHA - O que achou da escolha de Le Clézio para o Nobel de Literatura?
KADARÉ -
Conheço este escritor, sei que é sério. Mas li seu primeiro livro há muitos anos e quase nada depois. Confesso que não me apaixonei. Sei que ele é respeitado na França, mas sem ardência. Enfim, o Nobel faz suas escolhas.

FOLHA - O sr. poderia falar um pouco sobre "Crônica na Pedra"?
KADARÉ -
É um livro sobre a Albânia, mas também sobre a guerra, a saída do narrador da infância, sobre tradições. Prefiro que os leitores descubram por si próprios.

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22 de outubro de 2008

Psicanálise na Praia

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16 de outubro de 2008

Jornalista brasileiro vence Prêmio Leya

Depois de reunir nos dias 13 e 14 de Outubro, em Lisboa, para apreciar as oito obras finalistas, o Júri do Prêmio Leya deliberou conceder a primeira edição do Prêmio Leya ao romance O RASTRO DO JAGUAR, de Murilo António de Carvalho, jornalista e realizador brasileiro.

SOBRE O AUTOR DO ROMANCE VENCEDOR
MURILO ANTÓNIO DE CARVALHO é natural de Carvalhópolis, Minas Gerais, Brasil. Tem 60 anos e é jornalista. Mais recentemente tem-se dedicado à realização de documentários televisivos na área ambiental. No momento em que foi informado do Prêmio Leya encontrava-se na Amazônia a gravar um documentário.
Jornalista, escritor, repórter e realizador de TV, Murilo é o repórter responsável pela realização do programa “Siga Bem Caminhoneiro”, que vai para o ar semanalmente no canal SBT, em rede nacional, há 15 anos no ar. É, igualmente, responsável pelo programa Rádio Caminhoneiro, com Sérgio Reis, transmitido por uma rede de 190 emissoras no Brasil, há 16 anos. É, também, autor do programa Rádio Atitude, com Ana Maria Braga e Louro José.
Foi redator e criador de roteiros de anúncios publicitários para a empresa McCann-Ericson Publicidade, em São Paulo, tendo igualmente sido repórter especial do jornal Movimento, responsável pela secção Cenas Brasileiras, 1975/1980, e editor de Agropecuária da Folha de São Paulo, de 1981 a 1983.
Nos anos 80 foi Diretor dos Programas Agrojornal e Diário Rural, na TV Bandeirantes, em rede nacional de 1986-2004. Foi também Consultor da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, e Editor executivo das publicações rurais e de agroecologia da Editora Abril.

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15 de outubro de 2008

Anunciados finalistas do Prêmio SP de Literatura 2008

Publishnews - 15/10/2008 - por Ricardo Costa
Foram apresentados no final desta tarde (15/10), em cerimônia conduzida por André Sturm, diretor executivo do Prêmio, os finalistas da primeira edição do Prêmio São Paulo de Literatura, que contemplará com R$ 200 mil o vencedor de cada categoria – Melhor ficção de 2007 e Melhor Ficção de autor estreante de 2007. Em discurso, o secretário da Cultura, João Sayad, enfatizou que “a idéia deste prêmio é vender livros. Queremos colocar os livros nos jornais, na mídia; fazer o livro conhecido e impulsionar sua venda.” “O prêmio foi inspirado no Man Booker Prize”, completou o secretário. Prêmio este que anunciou seu vencedor na noite de ontem (14/10), em Londres. Embora inicialmente tenha sido divulgado que seriam selecionados dez finalistas em cada categoria, o juri decidiu unanimemente que cinco finalistas para cada categoria seria uma melhor opção. Conheça os finalistas e faça suas apostas – ou fique na torcida.

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10 de outubro de 2008

J. M. G. LE CLÉZIO É PRÊMIO NOBEL DE LITERATURA 2008

Ganhador do mais cobiçado prêmio literário mundial, o francês Le Clézio é autor de O africano, editado pela Cosac Naify.

Le Clézio é o primeiro francês a ganhar o Nobel após 23 anos

"Um escritor da ruptura, da aventura poética e do êxtase sensual, explorador de uma humanidade além e acima da civilização dominante" foram as palavras usadas pela Academia sueca para anunciar o Prêmio Nobel de Literatura, o mais respeitável do mundo, para Jean-Marie Gustave Le Clézio, autor de O africano, lançado pela Cosac Naify em 2007. "A ênfase no trabalho de Le Clézio tem se movido, de forma crescente, na direção da exploração do mundo infantil e sua própria história familiar", escreveu a Academia.

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E o Nobel vai para Le Clézio

Estado de São Paulo - 10/10/2008 - por Ubiratan Brasil
O tom político voltou a nortear o prêmio Nobel de literatura deste ano, anunciado nesta quinta-feira na Suécia - se não veio com a pesada carga que marcou a eleição do turco Orhan Pamuk em 2006, a escolha do francês Jean-Marie Gustave Le Clézio, de 68 anos, não escondeu um viés anti-segregacionista da Academia Sueca, que justificou a decisão por ser Le Clézio um "escritor da ruptura, da aventura poética e do êxtase sensual, explorador de um humanismo que está além da sociedade dominante". Ele estava em Paris, quando foi comunicado da vitória. O telefonema, aliás, dos membros da Academia Sueca foi atendido por sua mulher, pois Le Clézio estava lendo e escrevendo. De fato, os personagens de Le Clézio vivem em meio a preconceitos e intolerâncias, buscando espaço em mundo em que a globalização não é usufruída por todos. Tal opção faz jus à sua própria história - descendente de uma família da Bretanha que emigrou para a Ilha Maurício, no Oceano Índico, no século 19, Le Clézio nasceu em Nice, na França, em abril de 1940, mas viveu em diversos lugares, sempre atrás dos pais.

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8 de outubro de 2008

A doce vida de Misha

O segundo romance do aclamado e premiado escritor Gary Shteyngart, considerado uma das revelações da literatura americana pela prestigiada revista Granta, conta a história de Misha Borisovitch Vainberg, um judeu russo na faixa dos 30 anos, e filho do 1238º homem mais rico da Rússia. Ele mora nos Estados Unidos, onde foi cursar Estudos Multiculturais. Lá vive uma existência supérflua, hedonista e deprimente entre banquetes sedativos e mulheres de todos os tipos que topam exercer as mais variadas modalidades sexuais. Este é o ponto de partida de Absurdistão (Rocco, 336 pp., R$ 45. Trad. Daniel Frazão e Maira Parula). É na capital do país que intitula o livro que o personagem principal se vê obrigado a se refugiar em seu luxuoso hotel, e esbarra com diversos tipos, do líder ditador popular ao líder ditador elitista, com mulheres que oferecem as próprias filhas para “serviços sexuais”. Shteyngart reúne em seu segundo romance todos os estereótipos nesta típica repupliqueta ditatorial. E não poupa ninguém em seu humor politicamente incorreto: judeus, russos, americanos, alemães e muçulmanos.

Absurdistão apresenta ao leitor o judeu Misha Borisovitch Vainberg. Sua doce vida à sombra do World Trade Center muda quando volta ao país natal para visitar o pai. Ao tentar retornar para os EUA, Misha descobre que não pode entrar, já que o patriarca da família matou um norte-americano. Apavorado com a possibilidade de nunca mais poder curtir as benesses ianques, ele fará de tudo para conseguir um visto, incluindo um falso, de cidadão belga. Para tanto, Misha precisa fazer uma parada estratégica na república de Absurdsvanï, mais conhecida como Absurdistão, para conseguir a documentação. O que ele não poderia imaginar, porém, é que acabaria mais tempo do que gostaria nesse pequenino país à beira do mar Cáspio.

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7 de outubro de 2008

Professor demitido diz que não recorrerá à Justiça

O Globo - 07/10/2008 - por Ediane Merola
O professor e escritor Oswaldo Martins Teixeira disse nesta segunda-feira que não pretende entrar na Justiça contra a Escola Parque, pois o mais importante agora é a discussão política iniciada depois que a história de sua demissão veio a público. O colégio teria dispensado o professor a pedido de alguns pais, insatisfeitos com a produção literária de Teixeira, autor de poemas eróticos. Os textos teriam chegado ao conhecimento de alunos numa pesquisa na internet. O escritor, no entanto, afirma que não usava sua obra em sala de aula. A escola manteve nesta segunda-feira sua posição de não comentar assuntos internos em público. Mas, de acordo com estudantes da instituição, na Gávea, que preferem não se identificar, a reportagem sobre a demissão de Teixeira foi o tema do dia no colégio.

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6 de outubro de 2008

Prêmio Nobel será divulgado nessa semana

O Prêmio Nobel de Literatura será divulgado na quinta-feira, dia 9, às 18h de Brasília. Há grandes especulações sobre o nome que será escolhido, porém a Academia Sueca continua deliberando a portas fechadas. Os principais autores citados como eventuais premiados são Jean-Marie Le Clézio (França), Amos Oz (Israel) e Philip Roth (Estados Unidos). Entretanto, não se descarta a possibilidade da escolha de um poeta. No ano passado, a vencedora foi a britânica Doris Lessing.

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4 de outubro de 2008

NOEMI JAFFE MINISTRA CURSO DE CONTOS

Doutora em literatura pela USP e colaboradora da Folha, Noemi Jaffe propõe uma leitura histórica e geográfica do gênero, abordando narrativas de diferentes épocas e lugares, a partir dos contos de Flaubert, Tchékhov, Rubem Braga e outros. De 9/10 a 27/11, na Escola São Paulo (r. Augusta, 2.239, tel. 0/xx/11/3081-0364; sempre às qui., 19h; R$ 300; livre; www.escolasaopaulo.org).

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Autora apresenta progresso narrativo

Em seu segundo romance, Carola Saavedra aborda trama sobre arquiteto e moça que se comunicam por meio de cartas
MARCELO PEN - ESPECIAL PARA A FOLHA
Nome promissor na literatura brasileira, Carola Saavedra segue com "Flores Azuis" em sua segunda narrativa longa e, embora aqui também detectemos certo artificialismo na armação da trama e na busca pela surpresa talvez dispensável diante do firme progresso da narrativa, mesmo esses elementos desta vez se organizam em um conjunto mais orgânico. Ou seja, não podemos negar que até as falhas (se é que são falhas) exercem uma função tanto no andamento da história narrada quanto no plano mais amplo das idéias geradas pela articulação deste seu segundo romance.
Carola experimenta de novo a mistura de focos narrativos, na primeira e na terceira pessoas. Na primeira, temos as cartas escritas por A. para seu amante, que a abandonou. Na terceira, a história do publicitário Marcos, que supostamente por engano recebe as cartas enviadas por A. Marcos é um arquiteto divorciado que tem dificuldades para relacionar-se com a atual namorada e com a filha Manuela, de três anos, que reage com indiferença às tímidas tentativas do pai para formar um vínculo afetivo.
Se vive cercado por mulheres (incluamos no rol a ex-mulher, uma bem-sucedida decoradora), ele também sente que esse cerco o incomoda e o assusta. Marcos acredita que nada que faça é suficiente para satisfazer as mulheres, que se encontrariam "em um mundo à parte". A., por sua vez, também sofre com a distância. Só consegue estabelecer a conexão com o amado (um homem violento) por meio de uma relação masoquista. A dor física, no entanto, não é capaz de "aplacar a dor" que impossibilita a paridade perfeita, a união dos desejos e dos espaços em uma simetria, ela percebe, sempre impossível.

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27 de setembro de 2008

Loterias Caixa prestam homenagem a Machado de Assis

Loterias Caixa prestam homenagem a Machado de AssisCaixa  lançou extração da Loteria Federal para marcar o centenário da morte do escritor Machado de Assis. O evento de lançamento foi realizado na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro.

Durante a homenagem, o vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias, Moreira Franco, entregou ao presidente da ABL, Cícero Sandroni, uma cópia do bilhete com a imagem do escritor.

O sorteio da extração comemorativa será no dia 27 de setembro e o prêmio principal é de R$ 100 mil. Jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo, Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839, e faleceu na capital carioca em 29 de setembro de 1908. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, instituição que presidiu de 1896 a 1908. O escritor é considerado um dos maiores nomes da literatura de língua portuguesa. Entre suas obras-primas, destacam-se Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891) e Dom Casmurro (1899).

A homenagem da Caixa a Machado de Assis reforça o papel do banco como incentivador da cultura nacional. Desde 1968, a instituição divulga, nos bilhetes da Federal, festas populares, datas e personagens históricos de nossa cultura.

A primeira personalidade do universo cultural convidada para ilustrar as extrações da loteria foi Djanira, que pintou quatro obras: Inconfidência, Festa Junina, Independência e Natividade.

Outros artistas deram continuidade à ação, e os bilhetes tiveram estampadas obras de Aldemir Martins, Alfredo Volpi, Wellington Virgulino, Francisco Rebolo e muitos outros. Essa iniciativa possibilitou à Caixa formar um respeitável acervo artístico, contribuindo significativamente para a preservação, valorização e divulgação da arte e cultura nacionais.

[Só falta a CAIXA criar o Prêmio Caixa de Literatura, sugestão, idéia e sonhos....]

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20 de setembro de 2008

Crítica/"Rimas da Vida e da Morte"

Rimas da vida e da morteAmós Oz transforma incertezas em possibilidades de salvação

Autor volta a usar confusão entre "ficção" e "real" como antídoto para certezas fanáticas
NOEMI JAFFE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em "História de Amor e de Trevas", uma autobiografia de sua infância, Amós Oz conta que, ainda pequeno, quando sua mãe o levava a uma sorveteria e o obrigava a ficar calado, sua alternativa era ficar olhando para as pessoas e inventar histórias para elas. Nomes, profissões, idiossincrasias, amores, tudo. Já em "Contra o Fanatismo", o autor narra a mesma mania e acrescenta que inventar histórias seja talvez o maior e o único remédio contra essa doença que tem tomado conta do mundo. Em seu último livro, "Rimas da Vida e da Morte", a prática de inventar histórias para as pessoas é o próprio enredo. Mas qual romance não exercita isso? Todos. Mas, aqui é diferente. Oz cria um personagem, escritor desiludido, embora bem-sucedido, que brinca de inventar histórias sobre o público que vai assisti-lo na leitura de um de seus romances. Resultado: uma metainvenção. Um personagem inventado que inventa personagens. Embarcamos, assim, numa invenção dupla, até chegar um momento em que o próprio protagonista começa a perder sua legitimidade narrativa e desconfiamos de que ele também seja uma invenção de algum outro narrador. Geralmente, quando lemos um livro, fazemos como Coleridge aconselhou: praticamos a suspensão da descrença ("suspension of disbelief") e acreditamos em tudo, por absurdo que seja, em nome do fluxo narrativo. Esse é um dos maiores prazeres da literatura: acreditar. Mas a metalinguagem cria uma certa desconfiança e um nó no leitor. Afinal, no que podemos confiar aqui? A melhor resposta, sem dúvida, é: em tudo. Porque tudo, em literatura e provavelmente também fora dela, é invenção. Quando percebemos, estamos torcendo pelo desenrolar das ações dos personagens inventados, sabendo que sua vida não passa de especulação da cabeça do escritor.

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18 de setembro de 2008

Natalie Portman, diretora

Atriz Natalie Portman apresentou seu curta-metragem no Festival de VenezaNatalie Portman se prepara para sua estréia por trás das câmeras. Ela vai dirigir a adaptação "De Amor e Trevas", livro de memórias do israelense Amós Oz ambientado em Jerusalém durante as décadas de 1950 e 1960. O filme deve ser falado em hebraico.

Natalie Portman, nome artístico de Natalie Hershlag, (Jerusalém, 9 de junho de 1981) é uma atriz estadunidense nascida em Israel. Tornou-se famosa pelo filme Star Wars - A Ameaça Fantasma.

Ainda criança, sua família transferiu-se para os Estados Unidos da América. Aos doze anos, iniciou a carreira de atriz no filme O Profissional, de Luc Besson. É judia, vegetariana desde os oito anos e formada em Psicologia na Universidade Harvard.

Natalie Portman raspou a cabeça para filmar o longa V de Vingança, mostrou um lado mais frio e interpretou uma stripper em Closer e ficou nua para Fantasmas de Goya, ações que a deixaram famosa e fizeram muita gente levar a atriz mais a sério.

Seus filmes abordam, no geral, temas interessantes e variados e roteiros inteligentes, indo da ficção científica Star Wars, de George Lucas, ao musical Todos Dizem Eu Te Amo, de Woody Allen, passando pelo excêntrico Marte Ataca!, do ainda mais excêntrico Tim Burton, e por doces comédias românticas, como Em Qualquer Outro Lugar e Onde Mora o Coração, até os mais encantadores, como o consagrado Paris, Te Amo.

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FLAP! Rio chega em sua 3ª edição com Heloísa Buarque de Hollanda e Olga Savary

Heloísa Buarque de Hollanda, Viviane Mosé, Eucanaã Ferraz, Olga Savary e Paulo Henriques Britto estão entre os participantes desta edição carioca da FLAP!

Percorrerá a FLAP! 2008 o tema Interferências. A proposta é debater a (re) leitura que as novas tecnologias de comunicação, informação e mídia propõem à literatura hoje. Serão abordados temas polêmicos desde a urgência de ativismos vanguardistas até a renovação da eterna indagação sobre o que é arte trazida pelas revoluções do mercado independente.

Abertura: no primeiro dia a abertura fica a cargo do poeta Mano Melo. No domingo, o ator José Mauro Brant fará uma leitura de poemas de Garcia Lorca.

Saraus: Nos intervalos entre as mesas haverá saraus organizados por dois grupos de poesia do Rio de Janeiro: Movimento InVerso e Castelo de Palavras.

Filmes: A novidade desse ano é a exibição de curtas no fechamento de cada dia. "Por Acaso Gullar", de Maria Rezende e Rodrigo Bittencourt e "Procurando Drummond", de Rodrigo Bittencourt.

Realizada pela primeira vez em 2005, em São Paulo, a FLAP! chega neste ano à sua quarta edição – terceira carioca. O evento, que é gratuito e aberto ao público, propõe uma abordagem mais acessível e direcionada sobre polêmicas e tabus que envolvem a literatura contemporânea. São organizadas mesas de debate com poetas, escritores, acadêmicos, editores e jornalistas.

Desde sua concepção, num clima que associa descontração e compromisso, a FLAP! se propõe a encarar sem reverencialismos a obra literária e seu processo de criação. É nesse sentido que a organização fala num contraponto com a muito celebrada Festa Literária Internacional de Parati (FLIP), onde o acesso às palestras é restrito aos que podem viajar até a cidade e pagar ingressos.

>>Veja a programação completa em http://flaprj.wordpress.com/programacao-2008/ 

Comunidade no Orkut

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17 de setembro de 2008

CARASSOTAQUE

O livro CARASSOTAQUE será lançado no Brasil no dia 16 de outubro em São Paulo, na Livraria da Vila (Lorena)

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8 de setembro de 2008

Rimas da vida e da morte, de Amos Oz

Rimas da vida e da morte Um romancista medianamente famoso se prepara para dar uma palestra e participar de um debate sobre sua obra num centro cultural de bairro, em Tel- Aviv. Enquanto faz hora num café, passa a imaginar uma história para cada indivíduo que vê à sua volta. A atraente garçoneteque o serve, por exemplo, vira exnamorada do goleiro reserva do time de futebol Bnei Iehudá. Dois homens que conversam numa mesa próxima se convertem, na sua fantasia, em mafiosos discutindo a situação de um terceiro homem, um ricaço que agora definha na UTI de um hospital.

A compulsão ficcional do escritor prossegue durante e após a palestra, resultando numa teia de histórias imaginárias que começam a se embaralhar com a trajetória do protagonista, a ponto de não sabermos, por exemplo, se ele foi ou não para a cama com a moça solitária que leu parao público trechos de suas obras no evento do centro cultural. Ficção e realidade se confundem nesta narrativa singular e envolvente, o mais recente livro de Oz,cujo próprio título, Rimas da vida e da morte, é tirado do livro fictício de um autor idem, o poeta Tsefania Beit- Halachmi, cujos versos o protagonista e outros personagens vivem citando.

Com discrição e astúcia, Amós Oz parece nos dizer que por trás de cada indivíduo anônimo existe um manancial de dramase comédias possíveis. Na sua dicção calorosa, de conversa íntima com o leitor, o autor israelense reafirma sua crença na literatura de imaginação como meio de conhecimento e de superação das distâncias entre os homens.

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A caixa-preta de OZ

image Autor israelense fala sobre seu novo livro, em que explora o que há de único e de banal na cabeça de um escritor

Nelson Vasconcelos

Um famoso escritor israelense se prepara para mais uma — mais uma! — leitura pública de trechos de um livro seu, o que implica ouvir textos que, evidentemente, já conhece e — pior que isso — encarar perguntas de leitores. Experiente, o escritor já sabe que terá de responder a coisas do tipo “Você escreve à mão ou usa um computador? O que pensa a sua ex-mulher das figuras femininas em seus livros? O que você quis dizer com seu último livro?” São os ônus de quem ganha a vida com a indústria do entretenimento. Fazer o quê? Relaxar. Para isso, basta ligar o motorzinho que move as idéias de criaturas criativas. É o que faz o narrador de Amós Oz neste “Rimas da vida e da morte”, identificado apenas por “o escritor”, assim mesmo, em minúsculas. O bom é que a gente nunca sabe o que vai sair da cabeça de um escritor. Nem Oz sabe, pelo jeito...

— Depois de anos escrevendo romances e histórias, achei que era hora de escrever um livro sobre a própria escrita e observar como se escreve um livro do ponto de vista do escritor — explica Oz, em entrevista (na página 3) à repórter Renata Malkes, em Israel. (O Globo, Caderno Prosa e Verso, página 1, em 06/09/2008).

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6 de setembro de 2008

Sutilezas unem histórias de difícil beleza de Grossman

Israelense opta por narrativa sinuosa para juntar tramas de relações conturbadas


MICHEL LAUB
ESPECIAL PARA A FOLHA
Numa época em que ação, velocidade e clareza são vistas como qualidades literárias, não deixa de ser arriscada a aposta do escritor israelense David Grossman em "Desvario". O romance é o oposto disso: duas histórias independentes, narradas de maneira sinuosa, com personagens que demoram para ser identificados e situações que só ficam claras quando o leitor já ameaça se perder entre suas ambigüidades e sutilezas. A primeira delas é sobre um homem que, sabendo do caso extraconjugal da mulher, resolve contar tudo para a cunhada durante uma viagem de carro. A segunda fala de uma professora de ioga e de suas relações conturbadas com a filha e um aluno de 16 anos. Felizmente, o esforço para juntar as pontas de ambas compensa. E, num certo sentido, é até essencial para a compreensão da proposta do livro. Porque Grossman não parece tê-lo escrito apenas para reafirmar o velho tema da complexidade das relações afetivas -no caso, entre homem e mulher, mulher e mulher, mãe e filha, pai e filho. Mais que isso, e forçando um pouco a barra crítica, talvez se possa dizer que a sua intenção seja dar ao leitor uma experiência de subjetividade radical, fazendo-o mergulhar na mesma espécie de incompreensão do mundo que marca os personagens durante boa parte de suas vidas.

Narradores
"Desvario" usa narradores em primeira e terceira pessoa, com pouca diferença entre as duas formas, porque o ponto de vista é sempre estrito, filtrado e distorcido pela intensidade dos desejos, das emoções, dos traumas, da proximidade da morte. É só fragmentariamente, portanto, num processo lento e doloroso como o de um "insight", que começamos a enxergar os abismos que rondam essas criaturas. Na maioria das vezes, eles aparecem em frases dúbias, que disfarçam sua tristeza, por exemplo, sob uma camada aparente de salvação: "Não importa homem, não importa mulher, não importa o que lhe disseram, do que riram ou zombaram, não importa como seu pai o chama, com que nomes, e por que ele bate em você, e por que afastaram o Kôbi de você, eles não entendem nada, eles estão só do lado de fora, no meio do barulho, não podem ouvir o que você ouve, e você ouve maravilhosamente bem." Em outros trechos, é uma estocada precisa, em meio à camada de indícios insinuados em gestos e falas, que revela toda uma dimensão trágica individual: "Tentei mexer um pouco com cinema, e jornalismo, e minhas limitações ficaram claras", diz a filha da professora de ioga. "E ficou claro sobretudo que aquela infância teve um preço (não existe nem fome grátis), e que nesse meio-tempo o mundo se enchera de outras crianças que não haviam desperdiçado suas energias apenas para sobreviver." Grossman escreve com uma consciência notável de seu ofício, dando ao livro um sentido de totalidade e sabedoria que, embora o tom inevitavelmente melancólico do desfecho, não pode ser confundido com pessimismo ou desolação. De certa maneira, essa é mais uma de suas surpresas. E mais uma das razões para enfrentar a beleza difícil de suas 322 páginas.

MICHEL LAUB é autor de "Longe da Água" e "O Segundo Tempo"


DESVARIO
Autor: David Grossman
Tradução: George Schlesinger
Editora: Companhia das Letras
Quanto: R$ 51 (322 págs.)
Avaliação: bom

COMUNIDADE NO ORKUT: http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=67663181

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4 de setembro de 2008

Nova Estação das Letras completa a cadeia produtiva em torno da literatura

Pode apostar: a menor livraria do Rio será também a mais completa no quesito literatura.  A partir de setembro, a Estação das Letras, que lançou as bases para a criação de um pólo irradiador de discussão e conhecimento do fazer literário no Rio de Janeiro, contará com uma charmosa livraria no Flamengo, além da ampliação de suas instalações e mais salas de aula. Será a primeira livraria temática em literatura da cidade. É a primeira livraria do bairro.

À frente desta iniciativa está Suzana Vargas, professora e escritora, que há doze anos teve a idéia de popularizar a literatura, criando eventos, curso e oficinas acessíveis a todos. Vargas trouxe ao Brasil nomes como Ricardo Piglia e Maria Kodama; marcou época com as Rodas de Leitura, no Centro Cultural Banco do Brasil, e realiza todos os anos na Bienal a Arena Jovem.

Literárea, um pequeno grande espaço.
Vai se chamar Literárea a nova livraria da Estação das Letras, que tem a curadoria de Lilian Dias, ex-selo Al-Farabi. Temática, não conta só com best sellesr nas prateleiras, mas a essência da literatura e da crítica literária. Caçadores de livros raros e esgotados também podem contar com a experiência de Lilian, que suprirá o estoque com um setor de encomendas pelo site da Estação das Letras (www.estacaodasletras.com.br).

Pequenina e charmosa, a Literárea atende um antigo desejo dos alunos da Estação das Letras e do bairro do Flamengo. Terá um café, estantes recheadas só de bons livros, e atendimento com livreiro que sabe o que está falando. E a garantia de reunir para um bate-papo boa parte dos interessados em literatura, pois fica ao lado das salas de aula, onde acontecem os cursos e oficinas que normalmente viam suas prazerosas aulas serem esticadas até o bar mais próximo.

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Portugal Telecom e Jabuti têm 5 nomes iguais

Folha de São Paulo - 04/09/2008 - por Eduardo Simões

A organização do Prêmio Portugal Telecom anunciou na noite desta terça-feira os dez finalistas da edição 2008. Cinco deles também são finalistas de três categorias do Prêmio Jabuti: Bernardo Carvalho, Beatriz Bracher e Cristovão Tezza, entre os romances, Julián Fuks, entre os contos e crônicas, e Paulo Henriques Britto, na poesia. Para Selma Caetano, da curadoria do prêmio, as coincidências não são tão expressivas, visto que o Jabuti tem 200 finalistas, em 20 categorias, contra apenas dez finalistas do Portugal Telecom. Os dez nomes - oito brasileiros, um português (António Lobo Antunes) e um angolano (Ondjaki) - foram selecionados de um universo de 51 semifinalistas. O júri final também foi anunciado: Benjamin Abdala Júnior, Carmen Lúcia Tindó Secco, Flora Süssekind, José Castello, Maria Lúcia Dal Farra e Rita Chaves. No dia 29 de outubro, eles se reúnem com os quatro curadores do prêmio para indicar os três vencedores, que receberão R$100 mil, R$ 35 mil e R$ 15 mil (1º, 2º e 3º lugares, respectivamente).

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Escritor de Ribeirão Preto é finalista do Jabuti

Na Bodas de Ouro do mais importante prêmio da literatura brasileira, o Jabuti, a região de Ribeirão terá seu representante entre os finalistas. O escritor Menalton Braff, que adotou a região como local de trabalho e moradia, concorre aos prêmios de melhor romance e melhor livro de ficção do ano com A Muralha de Adriano.

Esta é a terceira vez que ele fica entre os dez melhores de uma categoria no Jabuti. Em 2000, ele ganhou como melhor obra de ficção do ano com o livro de contos A Sombra do Cipreste.

A Muralha de Adriano concorre a outro prêmio, o Portugal Telecom de Literatura, cujo resultado será divulgado dia 2 de setembro. Braff justifica o sucesso do livro à temática e ao trabalho com a linguagem. (cosmo - Gazeta de Ribeirão)

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Prêmio anuncia finalistas

Na noite desta terça-feira, 2 de setembro, em coquetel realizado no Consulado de Portugal, em São Paulo, o presidente da Portugal Telecom,  anunciou os dez finalistas do Prêmio Portugal Telecom de Literatura 2008. A apuração agora entra em sua fase final para escolher os três vencedores que levam os prêmios de R$ 100 mil, R$ 35 mil e R$ 15 mil (respectivamente 1º, 2º e 3º colocados). Foram 398 títulos inscritos. O júri inicial selecionou, então, 51 títulos e indicou 15 membros para comporem o grupo de jurados da segunda fase, que votou nos dez finalistas. O júri final, composto por dez participantes escolhidos pelo júri intermediário, também foi escolhido na noite desta terça.

10 finalistas

  • 20 poemas para o seu walkman – Marília Garcia – Cosac Naif / 7 letras (Brasil)
  • Antonio – Beatriz Bracher – Editora 34 (Brasil)
  • Eu hei-de amar uma pedra – António Lobo Antunes – Objetiva (Portugal)
  • Histórias da literatura e cegueira – Julián Fuks – Record (Brasil)
  • Laranja seleta – Nicolas Behr – Língua Geral (Brasil)
  • O amor não tem bons sentimentos - Raimundo Carreiro – Iluminuras (Brasil)
  • O filho eterno – Cristovão Tezza – Record (Brasil)
  • O sol se põe em São Paulo – Bernardo Carvalho –  Companhia das Letras (Brasil)
  • Os da minha rua – Ondjaki – Língua Geral (Angola)
  • Tarde – Paulo Henriques Britto – Companhia das Letras (Brasil)

Façam suas apostas... Quem vai ser o 1º colocado? Lanço três nomes: Eu hei-de amar uma pedra – António Lobo Antunes – Objetiva (Portugal) , O filho eterno – Cristovão Tezza – Record (Brasil) e Os da minha rua – Ondjaki – Língua Geral (Angola).

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1 de setembro de 2008

Existe um Homero em cada autor

O Estado de São Paulo - 31/08/2008 - por Rodrigo Lacerda

A Ilíada e a Odisséia são duas obras que certamente se encaixam numa coleção chamada Livros que mudaram o mundo. Escritas por volta de 800 anos antes de Cristo, desde então fazem parte do chamado cânone ocidental. Mas nem sempre este pertencimento ao cânone foi visto com tanta naturalidade. É exatamente do processo de consolidação dessas obras, e de seu autor, na lista dos clássicos de todos os tempos, que trata o novo livro do escritor, tradutor e antologista Alberto Manguel, Ilíada e Odisséia - Uma biografia (Jorge Zahar, Trad. Pedro Maia Soares, 272 pp., R$ 39,90). Os capítulos de abertura abrem espaço para um pequeno resumo dos poemas e para a indefectível discussão sobre a existência ou não de Homero. Mas não são eles que importam. Fazer a "biografia" dos dois livros primordiais da literatura grega, como propõe o título, significa recuperar as diversas leituras que já inspiraram.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080831/not_imp233584,0.php

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31 de agosto de 2008

O palco é político, mas o drama é individual, por Moacyr Scliar.

Os escritores A.B. Yehoshua e David Grossman
têm posições controversas na cena pública de Israel,
mas não fazem literatura engajada. Na ficção deles,
o que interessa é o conflito humano

David Grossman, A.B. Yehoshua e Amós Oz [sou fã declarado] formam a tríade de escritores israelenses que, como profetas bíblicos, têm funcionado como a consciência viva do país. Os três nasceram naquela que é talvez a mais dramática cidade do mundo, Jerusalém, fato que já os diferencia de escritores israelenses de gerações anteriores, muitos deles imigrantes. Intelectuais de renome internacional, multipremiados e multitraduzidos, mostram-se sempre atuantes na política de Israel. Na última guerra do Líbano, por exemplo, inicialmente apoiaram Israel, mas, em agosto de 2006, convocaram uma conferência de imprensa na qual apelaram ao governo para que aceitasse um cessar-fogo. Apesar de suas conhecidas e às vezes controversas posições políticas, nenhum deles faz ficção engajada, como o leitor poderá verificar em obras de dois desses autores recém-lançadas pela Companhia das Letras – A Mulher de Jerusalém (tradução de Nancy Rozenchan; 278 páginas; 47 reais), de Yehoshua, e Desvario (tradução de George Schlesinger; 328 páginas; 51 reais), de Grossman. A situação conflituosa de Israel aparece de forma somente indireta nesses livros, nos quais interessa mais o drama individual dos personagens.

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Prêmio Nobel Orham Pamuk lança livro novo na Turquia

ANCARA (Reuters) - O escritor turco premiado com o Nobel Orhan Pamuk lançou um livro novo na Turquia nesta sexta-feira, seu primeiro desde que recebeu o prêmio.

"Museum of Innocence" é uma história de amor sobre um homem rico e seu parente distante e pobre. O editor de Pamuk, Nihat Tuna, disse à Reuters que a história é ambientada em Istambul, cidade natal do escritor, nos dias de hoje.

Pamuk, que recebeu o Nobel de Literatura em 2006, ainda é visto em seu país como escritor polêmico, apesar de sua popularidade e das grandes vendas de seus livros.

Ele foi julgado por suas declarações sobre o massacre de armênios pelos turcos otomanos durante a 1a. Guerra Mundial -- questão extremamente delicada na Turquia -- e sobre os combates, que se arrastam há décadas, entre separatistas curdos e o Exército turco no sudeste da Turquia. O julgamento foi arquivado, mas restou um sentimento de ira gerado por suas observações.

A segurança de Pamuk entrou em pauta após o assassinato, em janeiro de 2007, do destacado jornalista turco de origem armênia Hrant Dink, em Istambul. Quando era escoltado pela polícia para dentro de um tribunal, um suspeito-chave do crime avisou Pamuk para que tomasse cuidado.

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24 de agosto de 2008

Espécies de espaço - territorialidades, literatura, mídia

Espécies de espaço - territorialidades, literatura, mídiaA Editora UFMG e a Livraria da Travessa convidam para o lancamento do livro Espécies de Espaco: Territorialidades, Literatura, Mídia; organizado por Izabel Margato e Renato Cordeiro Gomes, no dia 26 de agosto (terca-feira) na Livraria da Travessa de Ipanema, Rua Visconde de Pirajá, 572, Rio de Janeiro, RJ. Informacoes nos fones (31)34094565 ou (21) 32059002. O livro conta com textos de

Katia  Muricy,
José A. Bragança de Miranda,
Denílson Lopes,
Heidrun Krieger Olinto,
Izabel Margato,
Maria Teresa Cruz,
Fernando Resende,
Vera Lúcia Follain de Figueiredo,
Renato Cordeiro Gomes,
Beatriz Resende,
João Camillo Penna,
Eneida Leal Cunha,
César Guimarães,
Cleonice Berardinelli,
Maria Helena Werneck,
Edson Rosa da Silva,
Luiz Ruffato.

Diferentes concepções de espaço circulam neste livro. Os ensaios exploram aspectos como a mudança do sentido de espacialidade com as condições do capitalismo durante o século 20 e neste início do século 21; a reestruturação do espaço e a mudança profunda de seu significado social; os deslocamentos e os trânsitos; a (des)territorialização; o espaço virtual; as requalificações do espaço urbano; margens e territórios de exclusão; representações do espaço na literatura e nas mídias As espécies de espaço(s) ganham formas e sentidos, ainda que provisórios e precários, na medida em que tentam configurar paisagens da mobilidade, inscritas no mundo contemporâneo.

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23 de agosto de 2008

Histórias do Rio Negro - Vera do Val

O estilo é uma das grandes armas de Vera do Val neste livro. Aparentemente simples, sem grandes invenções, traz um clima regional forte e uma atmosfera de erotismo mesclado ao cotidiano dos povos ribeirinhos, o que torna sua fala encantada. O uso da linguagem criativa, a descrição psicossocial dos personagens, com toques de humor sutil e irônico mesclado com um lirismo amoroso e poético fazem de Histórias do Rio Negro um livro saborosamente brasileiro e especial.

"Tudo é Rio" - Com estas palavras da introdução é possível resumir as histórias que Vera do Val tece ao longo do seu livro. Tudo é o Negro, macho fertilizador, de onde nasce a floresta, com suas árvores e frutos, os personagens que dele vivem e os encantados que habitam suas funduras. A autora, paulista radicada na Amazônia, mergulha nele para extrair os homens e mulheres, as curuminhas e os velhos, a sensualidade e a pobreza. E como em suas águas escuras e misteriosas "não se sabe onde começa o sonho e acaba o mundo". Tudo é o rio e cada um do seus personagens está entranhado na vida ribeirinha.

Editora: Martins Fontes
ISBN: 9788560156436
Ano: 2007

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22 de agosto de 2008

Homem no escuro

August Brill tem 72 anos e se recupera de um acidente de carro. Acossado pela insônia, o crítico literário aposentado tenta espantar pensamentos indesejáveis e concebe um mundo paralelo e labiríntico, em que os Estados Unidos estão em guerra não com o Iraque, mas consigo mesmos, na esteira da eleição de 2000, que sagrou Bush filho presidente. Cruzando as memórias de um homem de 72 anos que viveu intensamente cada instante de sua vida com as realidades iníquas e violentas de um mundo em pé de guerra, e ainda por cima encontrando espaço para uma subtrama labiríntica de corte fantástico e orwelliano, Auster mostra aqui seu trabalho ficcional.

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21 de agosto de 2008

blogs de literatura em inglês

blogs de literatura em inglês

http://www.complete-review.com/links/bloglink.htm#1source

No link, uma lista de blogs em que crítica e resenhas são a preocupação central. (Marcelo Coelho)

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Mia Couto, por Mariana Ianelli

O Guardador de Sonhos

Nasce mulata a poesia moçambicana, em meados do séc. XIX, no casamento do poeta Tomás Antônio Gonzaga, de sangue luso-brasileiro, com Juliana de Sousa Mascarenhas, da Ilha de Moçambique. A respeito desse rico intercâmbio de culturas falava o escritor Mia Couto, quatro anos atrás, em uma comunicação na Academia Brasileira de Letras. Foi assim que, estreitando laços de vizinhança, entre 1950 e 1970, as vozes de Manuel Bandeira, Drummond, Graciliano Ramos, Jorge Amado e tantos outros aportaram em Moçambique, para semear ali a gênese de uma identidade lingüística ainda carente de matizes que pudessem distingui-la do português colonial.

Dessa partilha que transcende a dimensão da língua e toca o fundo de um parentesco mágico, deriva o encontro de alma especialíssimo de Mia Couto com Guimarães Rosa. Em um sertão que desemboca em savana, levanta-se agora, mais uma vez, a flor mestiça, re-encantada em cores de beleza universal. Tudo o que Mia Couto reconhece marcar a experiência de recriação da escrita em Guimarães, podemos também reconhecer em seu trabalho, bem entranhado nos sais da terra moçambicana: o uso de "neologismos, da desarticulação da frase feita, da reinvenção dos provérbios, do resgatar dos materiais da oralidade". Poetas por excelência, ambos são feiticeiros da linguagem, desbravadores de uma pátria mítica em que nos descobrimos antes unidos por um sonho que separados por diferenças de raça. >>> continue lendo: © Mariana Ianelli - Publicado no Rascunho

Via: Blog ARdoTEmpo

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20 de agosto de 2008

Sarau Chama Poética especial Padre Vieira

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7 de agosto de 2008

Cartografia WEB Literária: SESC Consolação

Heloísa Buarque de Holanda, Fabrício Carpinejar, Clarah Averbuck, Ana Paula Maia, Ivan Marques, Leda Tenório da Motta, Edson Cruz (cronópios) entre outros convidados estarão na Cartografia WEB Literária.

SESC Consolação - 12 a 16 de agosto - Tel: (11) 3234 - 3081 - Fax: (11) 3234-3086

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5 de agosto de 2008

Vivianne Pasmanter em peça do premiado escritor Milton Hatoum

A conturbada trajetória dos gêmeos Yaqub e Omar, na Amazônia, durante o regime militar é contada pelo escritor manauense Milton Hatoum no romance Dois Irmãos, lançado em 2000, vencedor do Prêmio Jabuti, como dois outros livros do autor, Relato de Um Certo Oriente (1989) e Cinzas do Norte (2005). Eleito por críticos literários como o melhor romance brasileiro dos últimos quinze anos, Dois Irmãos, é a primeiro texto de Hatoum que chega ao teatro, adaptado por Jucca Rodrigues, com direção de Roberto Lage.

O espetáculo estréia em 14 de agosto no Centro Cultural Banco do Brasil – São Paulo, tendo no elenco Imara Reis, Luiz Damasceno, Vivianne Pasmanter, os irmãos Jiddu Pinheiro e Gabriel Pinheiro como Omar e Yaqub, Tatiana Thomé, Bete Correia e Rodrigo Ramos. Na equipe de criação, Paula Valéria (figurinos), Wagner Freire (iluminação), Alexandre Toro (cenário) e Aline Meyer (trilha sonora). Direção geral de produção de Alexandre Brazil, gestão de produção pelo Escritório das Artes. Uma realização do Centro Cultural Banco do Brasil – São Paulo.

Via: PLETZ

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2 de agosto de 2008

Tradição Planalto Editora promoverá seu primeiro concurso literário

A Tradição Planalto Editora promoverá seu primeiro concurso literário, com o intuito de incentivar a produção literária e abrir espaço para a divulgação de novos valores nessa área. A primeira edição abrirá espaço para a categoria poesia, na qual poderão ser inscritos poemas inéditos escritos em língua portuguesa. As inscrições estarão abertas entre os dias 01 a 31 de agosto, e poderão ser feitas através de e-mail ou pelos correios, havendo premiação para os 10 primeiros colocados.

Maiores informações disponíveis no site da Editora: www.tradicaoplanalto.com.br ou pelo e-mail lilla@tradicaoplanalto.com.br.

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12 de julho de 2008

Esse seu olhar de Capitu

Maria Fernanda Cândido, premiada como Capitu no cinema, volta a ser a heroína de "olhos de ressaca" em série da Globo

LAURA MATTOS  - DA REPORTAGEM LOCAL - FOLHA DE SÃO PAULO
Por que Maria Fernanda Cândido foi, de novo, escalada para interpretar Capitu, a heroína dos "olhos de ressaca, de cigana dissimulada", considerada a maior personagem feminina da literatura brasileira?
Luiz Fernando Carvalho, diretor da adaptação do clássico "Dom Casmurro" para a nova microssérie da Globo, não tem dúvidas: "Maria Fernanda é Capitu. Não importa o que fez antes, ou o que fará depois. Basta olhar para ela e você verá Capitu", responde à Folha.
Foi o que pensou o cineasta Moacyr Góes quando teve a idéia de um longa-metragem inspirado na obra de Machado de Assis. "Nunca tive dúvidas de que Maria Fernanda seria Capitu. Ela tem os olhos de ressaca, um olhar que arrebata e pode afogar quem se sinta atraído por esse mar", diz. "Dom" (2003), apesar de defenestrado pela crítica e ignorado pelo público, rendeu a ela o prêmio de melhor atriz no Festival de Cinema de Gramado.
Ela fica sem graça quando estão em pauta seus marcantes olhos verdes, levemente puxados. Mas admite estar estudando a melhor forma de transformá-los em uma das principais ferramentas para dar vida a Capitu na microssérie, que começa a gravar na próxima semana.
"O olhar é certamente um elemento forte na obra, e já estou estudando formas de interpretá-lo", diz Maria Fernanda.

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11 de julho de 2008

Santa Casa de BH lança livro e campanha

Santa Casa lança livro e campanha O Grupo Santa Casa, de Belo Horizonte, lançou no último dia 1º de julho, dois grandes marcos para a história de Minas Gerais, em especial da capital: o livro "Reverência pela vida: a história da Pediatria em Minas", de acadêmico Manoel Hygino dos Santos e a Campanha de Restauração da Maternidade Hilda Brandão, a mais antiga de Belo Horizonte. Os eventos aconteceram no prédio da antiga Maternidade, a ser recuperado.

O Livro

O acadêmico Manoel Hygino dos Santos, também ouvidor da Santa Casa, levou cerca de dois anos para realizar o livro "Reverência pela vida: a história da Pediatria em Minas", que conta a história da especialidade em Minas e na nova capital até os dias de hoje. Patrocinado pela Drogaria Araujo, a edição narra a vida e a obra dos primeiros pediatras mineiros, como dr. Navantino Alves, que fez escola. Há especial destaque para a cirurgia pediátrica, como a de separação de gêmeos conjugados, da qual a Santa Casa de Belo Horizonte é referência.

O livro demandou importante e rica pesquisa sobre a Medicina em Minas e na nova capital, que quando fundada atraiu milhares de pessoas de várias regiões do Estado e do Brasil. Naquela época, médico cuidava da doença de gente rica. Os pobres se viravam até vir para a Santa Casa. E neste espírito de ajuda e solidariedade, surgiram os primeiros pediatras, aqueles que acreditavam que adultos eram diferentes de crianças e que, por isso, mereciam tratamento diferenciado. O lançamento do livro contou com médicos que fizeram e fazem a história da Pediatria em Minas, a mais antiga parteira de Belo Horizonte, a Dinha, além de algumas das crianças que receberam tratamento na instituição. Toda a renda do livro será revertida para as obras de restauração da Maternidade.

Campanha de restauração

A Maternidade Hilda Brandão foi inaugurada em 24 de junho de 1916. Pioneira na capital, foi fundada pelo ginecologista e obstetra dr. Hugo Werneck, então provedor da Santa Casa. O edifício, onde funcionou a Maternidade até maio de 2006, foi construído por iniciativa da sra. Hilda Brandão, esposa do então presidente do Estado Júlio Bueno Brandão. Atualmente, a Maternidade funciona no 11º da Santa Casa. A idéia da campanha é recuperar o antigo prédio da Maternidade transformando-o em um centro administrativo. O projeto de recuperação e revitalização foi elaborado por arquitetos e especialistas em restauração e engenharia, obedecendo aos pré-requisitos que visam ao resgate das características originais da edificação.

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23 de junho de 2008

Machado na frente de Guimarães Rosa

Folha de S. Paulo - 23/06/2008
Uma enquete realizada pela Folha de SP, com importantes nomes da literatura aponta que Machado de Assis supera Guimarães Rosa, na opinião destes profissionais. Ao todo, participaram 30 personalidades, entre críticos e escritores brasileiros. Em 2008, se comemoram o centenário de morte de Machado de Assis e o centenário de Nascimento de Guimarães Rosa. Entre os avaliadores, participaram críticos como Antonio Candido e Kathrin Rosenfield, escritores como Manoel Carlos e Milton Hatoum, além do dramaturgo José Celso Martinez Corrêa. O autor de Dom Casmurro derrotou o mineiro Guimarães Rosa por 11 votos a 2. Os leitores também podem votar pela Internet. Eles poderão escolher entre os dois autores e entre as duas obras mais citadas, Dom Casmurro e Grande Sertão: Veredas, nos seguintes endereços eletrônicos: http://polls.folha.com.br/poll/0817101 e http://polls.folha.com.br/poll/0817102. O resultado da enquete on-line será divulgado na edição do próximo domingo do caderno. >> Leia mais

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20 de junho de 2008

Ano Nacional Machado de Assis

MinC - 20/06/2008
Para marcar o centenário da morte de Machado de Assis, foi sancionada Lei que institui 2008 como o Ano Nacional Machado de Assis. O escritor também foi escolhido como o tema central de celebração na 14ª edição da Ordem do Mérito Cultural, solenidade realizada, tradicionalmente, em novembro por ocasião do Dia Nacional da Cultura. O Ministério da Cultura está disponibilizando uma logomarca para ser usada nos eventos e projetos a serem promovidos no âmbito da comemoração. A obra de Joaquim Maria de Machado de Assis (1839-1908) influenciou gerações e mais gerações de escritores que conviveram com ele e que o sucederam. Ao longo do tempo, suas criações e seus personagens saltaram das páginas dos livros para outras formas de manifestação artística, como o teatro, o cinema e a televisão. >> Leia mais

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18 de junho de 2008

A leitura me dá sorte

Carrego comigo a lembrança do meu pai, José Terra, sempre lendo. Embora nunca tivesse freqüentado uma escola, lia todo e qualquer jornal que caia à sua frente. Um velho livro ou pedaço de jornal, tudo era objeto de leitura. O embrulho do açougue era sempre guardado para que fosse lido e relido.

Toda vez que da roça ia para a cidade, caso tivesse algum trocado, ele comprava o jornal do dia. Quando não tinha, ele não se envergonhava, pedia um exemplar velho, mesmo que fosse de dias anteriores. Sempre trazia um jornal, e passava horas lendo e relendo. Desde criança assistia sempre a esta mesma cena, repetitiva e incansável. Ele não apenas se contentava em ler, comentava com mamãe as notícias e as opiniões dos jornalistas.

Foi com ele que aprendi a ler e a escrever. Ele acompanhou-me no aprendizado através da cartilha “Caminho Suave”. Pequeninho, eu queria ser como meu pai, saber ler, para ler os jornais e entender o que estava acontecendo no mundo, no mundo que eu imaginava existir além do sitio da Onça Pintada [onde nasci e cresci]. Antes mesmo dos meus seis anos, eu já sabia ler e a escrever [meu primeiro dia de aula foi uma decepção: o professor nos ensinou a fazer traços verticais, horizontais e diagonais]. =>>> LEIA MAIS . A leitura me dá sorte: eu lhe garanto.

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7 de junho de 2008

As ternas memórias de Bashevis Singer


Valor Econômico - 06/06/2008
Prêmio Nobel de Literatura de 1978, filho e neto de rabinos hassídicos, o escritor polonês Isaac Bashevis Singer (1904-1991) relata neste No tribunal de meu pai (Companhia das Letras, 360 pp., R$ 49 - Trad.: Alexandre Hubner) a sua infância e adolescência, passadas no número 10 da rua Krochmalna, no velho bairro judeu de Varsóvia. No local, seu pai, o rabino Pinhos-Mendel, atuava como um juiz da comunidade em questões de todos os tipos - de divórcio a brigas financeiras e até em questões hilariantes, como a da mulher que recorre a ele para saber por que os dois gansos que havia comprado, mesmo mortos, ainda grasnavam. Nas narrativas, aparecem com muita vivacidade o ambiente e os costumes judaicos do início do século XX na Europa Oriental, que viriam a ser aniquilados pelas duas guerras mundiais. >> Leia mais

 

No início do século XX, os moradores da rua Krochmalna, no velho bairro judeu de Varsóvia, acorriam à modesta casa de número 10 em busca de soluções para problemas - casais à procura de matrimônio ou separação, credores e devedores à cata de solução para suas pendências, além de mistérios que demandavam explicação, como gansos que mesmo mortos não paravam de grasnar. Religiosas ou mundanas, deste ou de outro mundo, as questões eram submetidas a uma antiga instituição judaica, o tribunal rabínico - mescla de corte de justiça, sinagoga, casa de estudos e consultório psicanalítico. O da Krochmalna era presidido pelo rabino Pinhos-Mendel, pai do então menino Isaac Bashevis Singer, e funcionava em sua própria casa. Nestas memórias, publicadas de forma seriada num jornal nova-iorquino, Singer recria o ambiente em que cresceu, rico em histórias e personagens divertidos e comoventes. O resultado é o testemunho de uma tradição judaica que ruiria com a eclosão da Primeira Guerra.

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17 de maio de 2008

LUTO: Escritora Zélia Gattai morre aos 91 anos em Salvador

A escritora Zélia Gattai Amado morreu aos 91 anos às 16h30 deste sábado em Salvador, segundo informações do Hospital da Bahia, onde ela estava internada desde o dia 16 de abril. A escritora se recuperava de uma cirurgia no intestino e, após um período de melhora progressiva, seu quadro se deteriorou rapidamente nos últimos dias.

Desde o ano passado Gattai passou por diversos períodos de internação. A escritora completaria 92 anos no dia 2 de julho deste ano. Descrita pela revista "Forbes" como uma das mulheres mais influentes na área cultural no Brasil em 2006, Gattai perdeu o marido Jorge Amado em agosto de 2001. Os dois se conheceram em 1945, quando trabalharam juntos no movimento pela anistia dos presos políticos. Durante anos, Zélia datilografou os textos originais do marido.

Filha de imigrantes italianos, a escritora nasceu em 2 de julho de 1916, na capital de São Paulo, onde viveu toda a sua infância e adolescência. Aos 63 anos de idade, começou a escrever suas memórias. O livro de estréia, "Anarquistas, Graças a Deus", já acumulava mais de 200 mil exemplares vendidos no Brasil ao completar 20 anos de sua primeira edição. Os pais da escritora eram os imigrantes italianos Angelina e Ernesto Gattai e sua infância em São Paulo a inspirou em "Anarquistas, Graças a Deus".

A escritora tomou posse da cadeira nº 23 da ABL (Academia Brasileira de Letras) em maio de 2002, lembrando a trajetória pessoal e profissional do marido. Zélia foi eleita para ocupar a cadeira de Jorge Amado na ABL, que também já tinha sido ocupada por Machado de Assis (1839-1908).

Em seu discurso de posse, que durou uma hora, Zélia falou de sua infância, das obras de Jorge e da amizade do marido com o político baiano Antônio Carlos Magalhães (1927-2007). Gattai deixa três filhos sendo dois com Amado, Paloma e João Jorge Amado, além de netos. O outro filho Luis Carlos, é fruto do casamento de oito anos com o militante comunista Aldo Veiga.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u402902.shtml

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A cegueira branca e o desespero vigente, por Chico Lopes

"Ensaio sobre a cegueira", romance de José Saramago, voltará a ser comentado, é certeza, devido ao filme de Fernando Meirelles, "Blindness", que abriu Cannes e obteve aplausos e críticas negativas. Meirelles, dessa vez, não foi quase unanimidade, como com os filmes "Cidade de Deus" e "O jardineiro fiel". Na Internet americana, só li críticas desfavoráveis, e ressalva-se, no caso, apenas a interpretação da atriz Juliane Moore, havendo até quem diga que ela poderá ser indicada a um Oscar por fazer a mulher de um médico, única com visão no meio de uma epidemia de cegueira.
Em todo caso, é preciso conhecer o livro original para que se entenda melhor o que Meirelles quis, tentou fazer e conseguiu ou não conseguiu (nada posso dizer sobre o filme, que estréia no Brasil apenas em setembro próximo).
O CORDÃO ROMPIDO
Mesmo para os habituados com leituras difíceis, "Ensaio sobre a cegueira" não é um livro fácil. A certa altura, lê-lo é bem parecido a padecê-lo.
Mas isso conta como mérito para Saramago, também: sua parábola sobre o vazio e o desespero que nos cercam procura ser precisa, incômoda, inquietar ao máximo. É preciso um estado de espírito especial para enfrentá-la. Em Cannes, um crítico se abalou com "Blindness" por achá-lo muito "deprimente" como abertura de um festival de cinema. Compreende-se. ==>> LEIA MAIS

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'O Íntimo Ofício' de Z.A. Feitosa

O escritor Z.A. Feitosa enviou-nos seu último livro: “O ÍNTIMO OFÍCIO”, publicado com o apoio cultural da Casa Pai Joaquim de Aruanda. Esta obra, que versa sobre impressões da experiência amorosa e sexual na adolescência, intenta sensibilizar e, sobretudo, estimular o respeito às diferenças e à dignidade da pessoa humana, independente da crença religiosa ou orientação sexual.

O livro - O ÍNTIMO OFÍCIO, em alguns trechos, a obra lembra de perto, pelo tom erótico e lírico, alguma coisa entre D. H. Lawrence e Henry Miller, que rompeu com os cânones clássicos de seu tempo no afã de expressar sua liberdade e de captar as transformações morais, que permeavam todos os campos.

A obra é narrada na primeira pessoa, e talvez por isso mesmo, tenha uma forte conotação de memorial. É como se o personagem central, por um fluxo de consciência, trouxesse para o presente um passado distante, porém enraizado, que foi recuperado por um pesaroso exercício de memória de quem foi sua testemunha.

Z.A. Feitosa consegue, como poucos, sensibilizar o leitor e, sobretudo, estimular o respeito às diferenças e à dignidade da pessoa humana, independente da orientação sexual ou crença religiosa. A leitura dessa narrativa ficcional, dada a seriedade com que os assuntos são tratados, se traduzirá, por suposto, em conscientização e diluição do preconceito.

O livro de 296 páginas, que foi lançado no final de 2007, pode ser adquirido pelo e-mail za@feitosa.net cujo acesso poderá ser feito pelo site.

Apenas para os pedidos feitos pelo e-mail za@feitosa.net, o valor PROMOCIONAL do livro "O Íntimo Ofício - Memórias" é R$ 23,00 (VALOR COM DESCONTO, incluíndo frete). Destaque-se que toda a renda obtida com a venda do livro será destinada para o Fundo de Apoio Cultural da Casa Pai Joaquim de Aruanda.

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Geração Berlim: a nova literatura alemã

A crítica literária Maike Albath conversa com os editores Augusto Massi e Maria Emília Bender

A Alemanha foi, durante muito tempo, uma “história do pós-Guerra”. A Reunificação Alemã, as gerações do pós-Guerra protagonistas do cenário político e social, a integração européia, a responsabilidade pela política internacional e a internacionalização da cultura alemã representam agora novos horizontes para o país. Isto se traduz também na literatura alemã atual.

Uma nova geração surge. O contínuo olhar sobre si e o perfil intelectual conhecidamente difícil e denso da literatura alemã cedem lugar a novas perspectivas: jovens autores fazem sucesso, principalmente as mulheres; bem-sucedidos são os autores de procedência não-alemã e, igualmente, assuntos não-alemães de atualidade global. Com estilo cativante, a geração Berlim tem tratado de assuntos atraentes e obtido sucesso de crítica, público e respaldo internacional.

Nesta palestra, Maike Albath apresenta o panorama atual da literatura alemã, fala sobre as tendências, assuntos e autores mais importantes, analisa o motivo do sucesso internacional e conversa com Augusto Massi, editor-executivo da Cosacnaify e Maria Emília Bender, diretora editorial da Cia das Letras.

Palestra
28 de maio 2008, quarta, 19h
Goethe-Institut São Paulo
Telefone: 11 3296 7000
cultura@saopaulo.goethe.org

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12 de maio de 2008

ABL abre inscrições para Prêmio Afrânio Coutinho 2008

A Academia Brasileira de Letras e a PETROBRAS se inspiraram no centenário de morte de um dos maiores expoentes da literatura brasileira para realizar a segunda edição do Prêmio Afrânio Coutinho. Este ano, o tema é Machado de Assis: o crítico literário.

De 29 de abril a 29 de setembro, universitários, jornalistas, professores da área de ciências humanas, pesquisadores e usuários que tenham registro na Biblioteca Rodolfo Garcia poderão se inscrever no portal da ABL ou na própria BRG.

Os três melhores trabalhos receberão, respectivamente, R$ 10 mil (dez mil Reais), R$ 6 mil (seis mil Reais) e R$ 3 mil (três mil Reais). A entrega será no dia 30 de outubro de 2008, em Sessão Solene no Petit Trianon.

Saiba mais:

Leia o edital aqui
Inscrições on-line

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26 de abril de 2008

'Clarice Fotobiografia', sobre Clarice Lispector, org. por Nádia Gotlib

O livro “Clarice Fotobiografia”, sobre Clarice Lispector, que a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e a Edusp lançaram terça-feira (dia 15 de abril), na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, é organizada por Nádia Battella Gotlib, professora da USP e reconhecida como uma das maiores especialistas na obra da escritora. A publicação traz cerca de 800 imagens e oferece um painel visual da vida e obra da escritora – que nasceu em Tchechelnik, Ucrânia e chegou ao Brasil com dois anos acompanhada dos pais e duas irmãs.

Durante passeata contra a ditadura militar, em 1968.
Da esquerda para a direita: Carlos Scliar, Clarice Lispector,
Oscar Niemeyer, Glauce Rocha, Ziraldo e Milton Nascimento

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PRÊMIO LITERÁRIO PARA OBRAS INÉDITAS DÁ 100 MIL EUROS AO VENCEDOR

O Grupo editorial português Leya lança prêmio literário que dará €100.000 ao melhor romance inédito escrito em português.
Além do ganhador, o  júri poderá atribuir um ou mais "Prêmios Leya Finalistas"  no valor de €25 mil para cada obra.
Pedimos que o senhor divulgue entre seus pares pois a intenção do Grupo é receber o maior número possível de originais de autores brasileiros, africanos e portugueses.
Os romances agraciados com a premiação serão publicados por uma das editoras do grupo e vão ser distribuídos simultaneamente em todos os países que adotam oficialmente a língua portuguesa. Podem concorrer ao prêmio autores de qualquer nacionalidade. O prazo máximo para o envio dos originais é 15 de junho de 2008.
O vencedor do prêmio será anunciado na Feira do Livro de Frankfurt, em outubro deste ano.
O regulamento do Prêmio Leya pode ser acessado em www.leya.com

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Graciliano Ramos e o Partido Comunista Brasileiro, por Ângelo Caio Mendes Correa Jr

A idéia de realizarmos o presente trabalho nasceu quando líamos o penúltimo capítulo do livro Cadeia, de Clara Ramos, no qual a filha de Graciliano Ramos apresenta algumas considerações a respeito do Partido Comunista Brasileiro e da parcela de intelectuais que a ele aderiu, nos anos 30, na luta pelo socialismo.
As diversas células do PCB passaram a organizar, na década de 30, cursos, círculos de estudos e debates literários, cujos temas iam da teoria literária às obras de seus contemporâneos, como Graciliano Ramos, Jorge Amado, José Lins do Rego e Rachel de Queiroz, dentre tantos outros.
Nos anos 40 teremos, todavia, as primeiras cisões entre o PCB e alguns de seus intelectuais militantes, sobretudo por não concordarem com as concepções do realismo socialista, cujo teórico era Zdanov, incumbido por Stálin de "por ordem nas fileiras dos ideólogos e castigar os desgarrados".

===>>> LEIA MAIS

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15 de abril de 2008

Sai resultado do Prêmio José Mindlin de Literatura

Depois de quase cinco meses de espera, chegou a hora de o Brasil conhecer o ganhador da primeira edição do Prêmio José Mindlin de Literatura. Promovido pela Autêntica, em Belo Horizonte, o concurso recebeu cerca de 500 originais, inclusive de brasileiros que moram fora do País. Com adesão dos quatros cantos do Brasil, foi do interior de Pernambuco, de uma cidade chamada Vitória Santo Antão, a obra selecionada. Advogado por formação, Walther Moreira Santos é o ganhador do concurso apadrihado pelo bibliófilo José Mindlin e marco dos 10 anos de existência da Autêntica Editora, que passa agora a investir em obras de ficção. Em grande estilo, O ciclista, como é chamada a obra vencedora, será lançada pela Autêntica Editora na Bienal do Livro de São Paulo, na segunda quinzena de agosto, quando passará a ser distribuída em todo o território nacional.

A comissão julgadora do concurso foi composta pela editora e escritora Maria Amélia Mello, pela professora e escritora Maria Esther Maciel e pelo escritor Antônio Torres. Dedicados à avaliação das centenas de obras que receberam, o júri reuniu-se no dia 4 de abril para, juntos, na presença da diretora executiva da Autêntica Editora, Rejane Dias, da curadora da Biblioteca de Guita e José Mindlin,Cristina Antunes e do patrono da premiação, José Mindlin, escolherem o vencedor. De acordo com eles, a obra premiada se destacou das demais por “apresentar uma narrativa original, instigante e literariamente bem construída”.

Walther Moreira Santos é dramaturgo e ficcionista, vencedor de diversos prêmios literários e autor de 10 obras nos gêneros memória, teatro, romance e infantil. De acordo com ele, O ciclistaé uma história sobre perdão, apego e perda, que mescla sexualidade, budismo e psicanálise”. Ele conta que geralmente leva uns seis meses escrevendo um romance, mas considera O ciclista uma obra demorada, “construída palavra a palavra ao longo de quatro anos’.

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Lançamento 'A Boa, a Má e a Vilã' - novo livro da portuguesa Adelina Velho da Palma, em LISBOA

O lançamento do novo livro de Adelina Velho da Palma, A BOA, A MÁ E A VILÃ, terá lugar no dia 19 de Abril às 18 horas na First Gallery, na Rua Conceição da Glória, nº 8 em Lisboa (Metro Avenida ou Restauradores).

No mesmo dia/local é inaugurada a exposição de pintura de Filipe Amaral, SINFONIA DE EXPRESSÕES, pelo que este convite se destina não só aos amantes da literatura mas também das artes plásticas.

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Fundação Logosófica recebe inscrições para concurso literário

A Fundação Logosófica promove um concurso literário com o tema: "A arte de ensinar e a arte de aprender". Os trabalhos serão avaliados em duas categorias: educadores e estudantes universitários. Os participantes deverão escrever o texto com elementos abordados na bibliografia indicada no regulamento. Os prêmios somam a quantia de R$ 34 mil, que serão distribuídos aos três primeiros lugares em cada categoria. Os trabalhos podem ser enviados até 30 de junho. Outras informações sobre o concurso podem ser obtidas no site: www.logosofia.org.br/concurso

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O corrido dia-a-dia de um curioso jornalista

O Estado de S. Paulo - 14/04/2008 - por Bruno Galo
"Não conseguiria fazer tudo o que faço sem uma mãozinha da tecnologia. Não dá mais para viver sem ela." A frase soaria exagerada não estivesse na boca de um notório colecionador de fatos insólitos, extensamente acumulados na rede: o jornalista Marcelo Duarte. Ele é autor de 20 livros - oito deles da popular série O Guia dos Curiosos. O público adora: iniciada em 1995, a série vendeu mais de 500 mil exemplares. Fora o sucesso, o Guia virou marca, dando origem a diversos filhotes. A "cria" principal foi o site, lançado em 1995. No final de 2007, foi a vez do TV Curioso, no canal de vídeos do portal iG. Na terça-feira passada, foi a vez do blog iniciar suas atividades. >> Leia mais

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14 de abril de 2008

Academia de Letras Blumenauense em festa: posse dos novos membros

O governador do Estado de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, toma posse HOJE na Academia de Letras Blumenauense. Irá ocupar a cadeira em homenagem ao jornalista Crispim Mira.
Na mesma solenidade, marcada para às 19h30 no Auditório Carlos Jardim, da Fundação Cultural de Blumenau, assumirão suas funções como acadêmicos também: Alfredo Scottini, Djalma Patrício, Dorothy de Brito Steil, Paulo Roberto Bornhofen, Rodrigo Rogério Ramos e Suzana Sedrez.
Ainda haverá a posse dos seguintes membros correspondentes: Rosani Abou Adal, Cláudio Salvador Lembo, Geraldo Alckmin, Heródoto Barbeiro, José Paulo de Andrade, Salomão Esper, José Nello Marques, Arnaldo Niskier, Henrique Chagas e José Renato Nalini. O paulista Nelson Valente é o presidente da ALB.

CONVITE.

Academia de Letras Blumenauense (ALB) foi fundada em 01 de novembro de 1999 com a finalidade de cultivar as relações entre os escritores em sentido amplo, estimulando o intercâmbio de informações nas Letras e nas Artes Literárias. ler mais

"As academias são constituídas geralmente de 40 vagas (cadeiras) cujos ocupantes ad perpetuem são eleitos. Na posse solene, o novo ocupante discursa aos acadêmicos e em memória do antecessor, razão da imortalidade dos acadêmicos das letras. Sua memória estará ad eternum lembrada na Academia." ler mais

[NOTA] Muito me honra estar entre personalidades como Rosani Abou Adal, Cláudio Salvador Lembo, Geraldo Alckmin, Heródoto Barbeiro, José Paulo de Andrade, Salomão Esper, José Nello Marques, Arnaldo Niskier e José Renato Nalini como membro correspondente da ALB. Uma honraria concedida em razão do trabalho que desenvolvo em prol da literatura brasileira através do VerdesTrigos, nem tanto por minha produção literária, mais pelo conjunto da obra. É uma honra estar junto aos acadêmicos que, hoje, tomam posse. Parabéns e felicitações a todos. Infelizmente a distância não me permite estar presente à solenidade, mas farei uma prece em prol das atividades culturais que são desenvolvidas na bela Blumenau. Levanto a minha taça pela saúde de todos. Parabéns ao Nelson Valente, o valente e combativo presidente, pelo brilhante trabalho em prol da literatura brasileira. [Henrique Chagas]

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6 de abril de 2008

Especial sobre Cuba


PublishNews - 03/04/2008
Um bate-papo especial na Livraria da Vila da Vila Madalena (Rua Fradique Coutinho, 915 - SP - Tel: 11-3814-5811) vai colocar em discussão o socialismo em Cuba. No dia 9 de abril, quarta-feira, a partir das 19h30, estarão presentes no encontro o professor de Ciências Políticas da USP, Leonel Almeida e o editor brasileiro do jornal Le Monde, José Tadeu Arantes. O cientista político Emir Sader comandará o bate-papo com tema Fidel e a renúncia, no dia 10 de abril, quinta-feira, a partir das 16h30. A entrada é gratuita.

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Governador de Santa Catarina toma posse na Academia de Letras Blumenauense

O governador do Estado de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, toma posse dia 14 na Academia de Letras Blumenauense. Irá ocupar a cadeira em homenagem ao jornalista Crispim Mira.
Na mesma solenidade, marcada para às 19h30 no Auditório Carlos Jardim, da Fundação Cultural de Blumenau, assumirão suas funções como acadêmicos também: Alfredo Scottini, Djalma Patrício, Dorothy de Brito Steil, Paulo Roberto Bornhofen, Rodrigo Rogério Ramos e Suzana Sedrez.
Ainda haverá a posse dos seguintes membros correspondentes:Rosani Abou Adal, Cláudio Salvador Lembo, Geraldo Alckmin, Heródoto Barbeiro, José Paulo de Andrade, Salomão Esper, José Nello Marques, Arnaldo Niskier, Henrique Chagas e José Renato Nalini. O paulista Nelson Valente é o presidente da ALB.

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2 de abril de 2008

Leitura em destaque

PublishNews - 02/04/2008
Estão abertas as inscrições para a terceira edição do Prêmio Vivaleitura 2008. A iniciativa faz parte do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) e tem o objetivo de estimular, fomentar e reconhecer as melhores experiências relacionadas à leitura. Podem concorrer trabalhos de instituições, empresas, órgãos públicos e pessoas físicas, divididos nas categorias: Bibliotecas públicas, privadas e comunitárias; Escolas públicas e privadas; e Sociedade, que abrange empresas, ONGs, pessoas físicas, universidades e instituições sociais. Em cada categoria, os vencedores receberão um prêmio de R$ 30 mil. As inscrições seguem até o dia 8 de julho e os finalistas serão anunciados em outubro, com premiação prevista para o mês de novembro. As inscrições gratuitas podem ser feitas pelo site www.premiovivaleitura.org.br ou por carta registrada, com aviso de recebimento, para o Prêmio Vivaleitura - Caixa Postal 71037-7 - Cep: 03410-970 - São Paulo - SP. Outras informações pelo telefone 0800-7700987.

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16 de março de 2008

Literatura Fantástica resgata uma conspiração renascentista em aventura inédita

O que você faria se tivesse um negócio na Internet e quisesse que crescesse?

Esse foi o pensamento de Roger Briggs, filho de uma família de judeus, quando colocou um anúncio num jornal em busca de investidores para sua loja virtual. Quando o misterioso pesquisador dos sonhos, conhecido como dr. Varshae, apareceu oferecendo mais do que Roger precisava, a desconfiança foi imediata. Mas o dinheiro estava garantido por seu advogado, que disse estar tudo de acordo. A única condição de Varshae era que o novo sócio fosse com ele para Roma, a cidade eterna, para comemorar a nova fase do empreendimento. E que a simpática noiva de Roger, Liz, fosse junto.

Roger informa Liz e a irmã dela, Emile, de que passarão um fim de semana na bela Itália. Liz está fascinada com as perspectiva de passar alguns dias na Europa, de onde saiu após a morte de seus pais no atentado de 2004 em Madri. Emile, recém-convertida ao kardecismo, não vê tal viagem com bons olhos. Mesmo assim resolve acompanhar o casal.

Em Roma um frade franciscano, que Emile conheceu em São Paulo, aparece, sempre de olho. Há uma certa atração entre o religioso e Emile, algo que ela explorará como se fosse uma curiosidade, mas que amedronta ele. Afinal, o frade não pode decepcionar seu mestre nem deixar de fazer o quem ele manda.

Apesar da amizade entre Roger e Varshae ainda estar tomando forma, Emile se convence de que forças sobrenaturais podem estar em ação. Em contato constante com seu orientador espírita, ela usa seus conhecimentos sobre a doutrina do espiritismo para identificar melhor a ameaça que paira sobre suas cabeças.

Até que o grupo vai assistir uma palestra numa pensão próxima ao Vaticano ministrada pelo frei Edgar, o “gatinho” de Emile. O assunto não poderia ser mais estranho: a lenda do judeu errante, o homem que foi amaldiçoado por Cristo por recusar-lhe descanso. No intervalo do evento Liz é seqüestrada e um bilhete incita Roger para que vá até Florença, onde ele poderá resgatar sua noiva e conhecerá mais sobre o passado de seus pais.

Apenas Varshae sabe o que o perigoso frei Francis Cello, o mestre de Edgar, está planejando. Algo que poderá levar a um confronto entre as almas de pai e filho que, um dia, foram inimigos mortais na Florença dos Médici. E desse encontro a verdade sobre as atuais encarnações de cada personagem, bem como seus papéis nas atuais reencarnações, será revelado. Com conseqüências desastrosas e um desfecho totalmente inesperado.

Numa narrativa que mistura elementos da história do Renascimento italiano com conspirações religiosas, os personagens embarcam numa viagem que mostrará o que sua fé poderá fazer para salvar suas almas e saldar os débitos de vidas passadas. Espiritismo, reencarnação e grandes nomes do Renascimento de Florença aparecem neste romance de mistério do mesmo autor do best-seller SOCIEDADES SECRETAS (que já vendeu mais de 70 mil exemplares) e INVESTIGAÇÃO CRIMINAL.

Sobre o Escritor:

Sérgio Pereira Couto é jornalista, escritor e especialista em esoterismo, história antiga e medieval e ciência criminal. Foi editor e repórter de revistas como Ciência Criminal, Discovery Magazine, PC Brasil e Geek! Possui textos e artigos publicados em diversos veículos dentre eles Galileu e Planeta. É autor de 17 livros, com mais de cem mil exemplares vendidos somente no país, entre eles os best-sellers Sociedades Secretas e Investigação Criminal.

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Pé Preto no Barro Branco

- a Língua dos Negros da Tabatinga

Sônia Queiroz - e-mail: queiroz@lcc.ufmg.br
Área: Lingüística
1998. 149p. 15,5 x 22,5cm. ISBN:85-7041-147-2

A autora registra a fala de uma comunidade negra que vive hoje nos subúrbios de Bom Despacho/MG. Trata-se de uma língua peculiar, pois seus falantes a adquirem depois de adultos em rodas de amigos e a utilizam quase que unicamente nos momentos de lazer.

Para chegar a essa estrutura lingüística, Sônia Queiroz mostra ao leitor bem mais que o falar inusitado de uma comunidade. A autora recupera a história da chegada do negro ao Brasil e, mais especificamente, a Minas Gerais. Para contar a história da língua dos negros da Tabatinga, o livro fala da importância da influência negra na constituição da cultura brasileira. E deixa claro que os legados culturais dos negros não se restringem a influências. Constituem parte fundamental da cultura estabelecida no país.

Sônia Queiroz conclui que a Língua do Negro da Costa, como também é conhecida, parece fadada a desaparecer em poucas décadas. Por isso "deixá-la morrer sem um registro seria desconhecer ou pelo menos subestimar a importância que tem o estudo de falares como esse para um melhor conhecimento de nossa realidade lingüística e sócio-cultural". 

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No gueto de Bedzin

O diário de Rutka
Autora: Rutka Laskier
Título original: Pamienik, Rutki Laskier
Tradução: Maria Milewska Rodrigues
Editora: Sextante
N.º de páginas: 74
ISBN: 978-989-8093-38-7
Ano de publicação: 2007

A primeira coisa a fazer diante deste voluminho é não o reduzir a mais uma variação do Diário de Anne Frank, por muito semelhantes que sejam as vidas de Rutka Laskier e da judia alemã que vivia escondida num anexo secreto, em Amsterdão. Se ambas escreveram sobre o terror do nazismo — nunca deixando de registar os típicos dilemas psicológicos das adolescentes — e se ambas morreram em campos de concentração (Anne Frank em Bergen-Belsen, aos 15 anos; Rutka em Auschwitz, aos 14), o certo é que também há grandes diferenças entre as duas.
Para começar, o diário de Frank cobre quase dois anos de vida na clandestinidade (1942-44), enquanto as entradas no caderno de Laskier vão apenas de Janeiro a Abril de 1943. Depois, o testemunho da alemã foi publicado em 1947, logo após o fim da guerra, tornando-se um dos mais populares livros sobre o Holocausto, traduzido em 67 línguas. Já o diário da rapariga polaca ficou escondido debaixo do soalho duplo de umas escadas, num prédio do antigo gueto judeu da cidade de Bedzin, durante mais de 60 anos, sendo apenas descoberto, lido e publicado em 2006.
Desengane-se, porém, quem pensar que o livrinho de Rutka é uma espécie de amostra do que se encontra, mais desenvolvido, nos escritos da outra mártir. Se as preocupações são as mesmas, o estilo diverge. Não há aqui nada que se pareça com o “Querida Kitty” e o tom é muito mais seco, objectivo, pouco dado a arroubos sentimentais. Rutka tem noção de que está no inferno, de que o cerco se vai apertando e de que dificilmente sobreviverá a uma guerra cuja evolução militar mostra conhecer bem. Se escreve, é para deixar um registo — como quando narra com grande detalhe, seis meses após os factos, uma Aktion de deportação feita pelos nazis sobre os judeus de Bedzin, em Agosto de 1942.
O mais arrepiante neste notável documento humano é a forma como Rutka alterna entre o relato dos pesadelos do gueto e as coscuvilhices do seu círculo de amigos, que reflectem o brusco desabrochar da puberdade. A 6 de Fevereiro, por exemplo, escreve estas linhas terríveis: “Algo em mim se destruiu. Quando passo ao pé de um alemão, tudo em mim se contrai. Não sei se é por medo ou por ódio. Queria poder torturá-los, e às suas mulheres e aos seus filhos, (…) estrangulá-los vigorosamente, mais e mais ainda.” Logo depois, ainda no mesmo parágrafo: “Acho que a minha feminilidade acordou dentro de mim.” E descreve como sentiu pela primeira vez, durante o banho, a força do impulso sexual.

Avaliação: 7/10 - [Texto publicado na revista Time Out Lisboa]

Via: Bibliotecário de Babel , + uma dica do sempre atento Alfredo Aquino.

LINK RELACIONADO
Diário de garota judia vem à tona após 60 anos

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Um Obscuro Encanto: Gnose, Gnosticismo e a Poesia Moderna é a tese de Claudio Willer

Claudio Willer convida para a sessão de argüição e defesa da sua tese de doutorado, intitulada Um Obscuro Encanto: Gnose, Gnosticismo e a Poesia Moderna.

Será dia 28 de março, sexta-feira, às 14 h, no prédio da Administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, Cidade Universitária. A banca examinadora será composta por Eliane Robert Moraes, Maria Lúcia Dal Farra, Olgaria Matos, Moacir Amancio, e Benjamin Abdala Junior, orientador.

Congratulações e demais expressões da felicidade, somente após o veredito da banca, é o que pede. Entretanto, estaremos torcendo pelo seu sucesso.

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14 de março de 2008

Mundo árabe boicota Salão de Paris

Escolha de Israel como homenageado provoca saída de quatro países e editores de outros; direção do evento lamenta "politização"

Entidades de escritores árabes e palestinos, além de representações de Irã, Iêmen, Arábia Saudita e Líbano, rechaçam salão

ANA CAROLINA DANI -
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS
O Salão do Livro de Paris, um dos maiores eventos literários da Europa, será inaugurado hoje para o público sem a participação de diversos países e editores árabes, que protestam contra a escolha de Israel como convidado de honra.
A seleção de Israel no mesmo ano em que se comemoram os 60 anos da criação do Estado hebreu é vista, por parte do mundo árabe, como um apoio velado à política do premiê Ehud Olmert, principalmente às incursões israelenses em territórios palestinos.
Nas últimas semanas, as manifestações de protesto não pararam de aumentar, inclusive com vozes dissonantes mesmo entre intelectuais israelenses. A Isesco (Organização Islâmica para Educação, Ciências e Cultura) foi uma das primeiras entidades a se manifestar, pedindo publicamente aos seus 50 países membros que boicotassem o evento.
A União dos Escritores Palestinos e a União dos Escritores Árabes, com sede no Egito, também pediram às editoras que cancelassem os estandes no salão, que segue até a próxima quarta-feira.
Entre os países que se pronunciaram oficialmente, o Líbano, pedra angular da francofonia no mundo árabe, foi o primeiro a afirmar que não participaria do encontro em Paris, iniciativa seguida por Arábia Saudita, Iêmen e Irã. Editores de outros países, como Argélia, Marrocos e Tunísia, também cancelaram a presença.
Para o escritor e conselheiro cultural da Embaixada do Líbano em Paris, Abdallah Naaman, os escritores oficialmente convidados para representar a literatura israelense não representam o conjunto da população.
"Como explicar o fato de que todos os convidados escrevam em hebraico, quando sabemos que o árabe é muito presente no país, sem falar nos escritores que se exprimem em outros idiomas, como francês, russo e o inglês? A escolha do hebraico como única língua prova que uma parte importante da população é rejeitada", afirma ele.
Entre os organizadores, o sentimento é de surpresa. "Não é Israel que é convidado, mas sim a literatura israelense", diz o presidente do salão, Serges Eyrolles, que lamenta o que chama de "politização" do debate e insiste sobre a casualidade entre a participação de Israel e o aniversário de sua criação como Estado. "Tudo isso é uma grande coincidência. Eu mesmo só soube que neste ano se celebrava a criação de Israel em dezembro do ano passado."
Mas o argumento não convence todos. "O chamado campo da paz, formado por escritores como Amos Oz e Yehoshua e Grossman, é uma falácia. Eles não deram uma só palavra sobre os ataques recentes na Faixa de Gaza, que são uma forma de legitimação moral e cultural da política de Israel", diz Eric Hazan, um dos donos da La Fabrique, uma pequena editora francesa que publica obras traduzidas do hebraico e do árabe.

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12 de março de 2008

LITERATURA: NOEMI JAFFE MINISTRA OFICINA DE CONTOS EM SP

A doutora em literatura pela USP e colaboradora da Folha Noemi Jaffe dá início amanhã a uma oficina de contos na Escola São Paulo (r. Augusta, 2.239, tel. 0/ xx/11/3081-0364). O curso se estende até 26/6, sempre às quintas, das 19h às 22h. A bibliografia inclui textos de Gogol e Dostoiévski. Inscrições pelo site www.escolasaopaulo.org ou na própria escola. O custo é de R$ 480.

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5 de março de 2008

Prêmio José Mindlin de Literatura

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Vila para mulheres

A Livraria da Vila de São Paulo comemora o Dia Internacional da Mulher com uma série de encontros com a participação de escritoras e artistas abordando o universo feminino. A primeira palestra com Joyce Cavalcante, presidente da Rebra (Rede de Escritoras Brasileiras), na unidade da Rua Fradique Coutinho, 915 (Tel. 11-3814 5811), em São Paulo. Terá como tema a "História da literatura feminina no Brasil" e começa às 17h30 do dia 05/03. Já na quinta-feira (06/03), será a vez do tema "Borboletas da alma: uma leitura de Lya Luft", às 19h30, no mesmo local. No sábado acontecerão dois encontros. O primeiro às 12h e terá como tema "Café com leitura: Mulher oriental, sincretismo e espiritualidade" na Livraria da Vila da Casa do Saber (Rua Dr. Mario Ferraz 414 - Tel. 11-3073-0513). Mais tarde, às 19h30, sobre o "Performance: No olhar de Clarice" na Livraria da Vila da Lorena (Alameda Lorena 1731 -Tel. 11-3062-1063).

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26 de fevereiro de 2008

VICENTINI GOMEZ é o novo membro da UBE, União Brasileira de Escritores.

Foi indicado pelo jurista e escritor Paulo Oliver e aceito em reunião aprovada em dezembro de 2007 e homologada em janeiro de 2008. Vicentini foi indicado pelo resumo de toda sua obra. Da UBE fazem parte nomes como Ligia Fagundes Teles, Silvio de Abreu, Glória Perez, Alcides Nogueira, entre outros.

Vicentini Gomez é autor de diversos roteiros de filmes documentários e ficção, premiados internacionalmente. Autor e ator de teatro e televisão. Em teatro acaba de escrever "Espelho Meu", comédia que fala da relação de Mãe e Filha. "Tal Pai Tal Filho" foi sucesso no Teatro Sérgio Cardoso em 2006.

Escreveu o roteiro e está em fase de finalização do filme documentário "Minha Cidade - Porto Feliz", que conta a história das monções e da cidade de Porto Feliz, base do povoamento do Oeste Brasileiro. Desse filme fazem parte do elenco nomes como Gesio Amadeu, Maximiliana Reis, Ênio Gonçalves, entre outros.

Em breve estará atuando em nova mini-série brasileira.

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Escritor cubano vence Prêmio Alfaguara de Romance

RTP (Portugal) - 25/02/2008
O escritor cubano Antonio Orlando Rodríguez, residente em Miami, ganhou ontem (25/02) com a obra Chiquita, a XI edição do Prêmio Alfaguara de Romance, que, com um valor de 175.000 dólares, é considerado um dos de maior prestígio atribuídos a um original inédito em espanhol. Concorreram a este prêmio 511 originais procedentes de Espanha e de vários países latino-americanos. O júri, presidido pelo escritor nicaragüense Sergio Ramírez, descreveu Chiquita como "um romance simultaneamente elegante e cheio de vida, com uma notável graça narrativa e uma imaginação sem descanso, que nos revela, como uma imensa partitura de execução precisa, a época e a vida de uma personagem extraordinária". >> Leia mais

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16 de fevereiro de 2008

CARTA A D. - HISTORIA DE UM AMOR

Este é o último livro do filósofo francês André Gorz, escrito para homenagear sua mulher, Dorine, com quem partilhou a vida por quase sessenta anos. O casal cometeu suicIdio em 22 de setembro de 2007; os corpos foram encontrados um ao lado do outro, e um cartaz, na porta de sua casa, pedindo que a polícia fosse avisada. Gorz, discípulo de Sartre e co-fundador do 'Le Nouvel Observateur', era um crítico radical da mercantilização das relações sociais, contrário à crença no trabalho assalariado, além de ser autor de vários livros sobre ecologia. Desde o início da década de 90 vivia em retiro com a mulher, que sofria, há anos, de uma doença degenerativa. Os dois viveram uma grande história de amor e companheirismo, após terem se conhecido em Lausanne, numa noite de neve, em outubro de 1947. Desde então, nunca mais se separaram.

Eis como começa o livro, escrito em 2006.

Você está para fazer oitenta e dois anos. Encolheu seis centímetros, não pesa mais do que quarenta e cinco quilos e continua bela, graciosa e desejável. Já faz cinqüenta e dois anos que vivemos juntos, e eu amo você mais do que nunca. De novo, carrego no fundo do meu peito um vazio devorador que somente o calor do seu corpo contra o meu é capaz de preencher.

O parágrafo foi bastante lembrado no fim do ano passado, quando veio a notícia de André Gorz e sua mulher, Dorine, suicidaram-se. Ela sofria de uma doença degenerativa há muitos anos. Eles se conheceram em 1947.

Eu despi o seu corpo com cautela. Descobri, miraculosa coincidência do real com o imaginário, a Vênus de Milo tornada carne. O brilho nacarado do pescoço iluminava o seu rosto. Mudo, contemplei longamente esse milagre de vigor e de doçura.

Entra em discussão o tema do casamento.

Eu tinha objeções de princípio, ideológicas. Para mim o casamento era uma instituição burguesa; eu considerava que ele codificava juridicamente e socializava uma relação que, sendo de amor, ligava duas pessoas no que elas tinham de menos social [...] Eu dizia: “O que nos prova que, em dez ou vinte anos, nosso pacto para a vida inteira corresponderá ao desejo do que teremos nos tornado?”

A sua reposta era incontornável: “Se você se une a alguém para a vida inteira, os dois estão pondo em comum sua vida e deixarão de fazer o que divide ou contraria a união. A construção do casal é um projeto comum aos dois, e vocês nunca terminarão de confirmá-lo, de adaptá-lo e de reorientá-lo em função das situações que forem mudando. Nós seremos o que fizermos juntos”. Era quase Sartre.

Naturalmente, o segredo está no sentido que se atribui ao termo “adaptá-lo”. Sartre e Simone de Beauvoir construíram uma vida em comum que se “adaptou” aos inúmeros casos que ambos tiveram fora da relação. O problema começa quando há desacordo a respeito das formas com que cada um dos cônjuges concebe a “adaptação”. É muito provável que um dos lados “se adapte” mais do que o outro... (MARCELO COELHO)

CARTA A D. - HISTORIA DE UM AMOR

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15 de fevereiro de 2008

'A Idiossincrasia Hilstiana', tema da palestra com Fernanda Massebeuf

Hilda Hilst sempre alimentou o desejo de tornar-se escritora, de ser alguém na literatura para mostrar a seu pai o quanto ela era deslumbrante, como ela mesma dizia. Mulher de personalidade forte, culta, rebelde, transgressora de normas sociais e irreverente que escreveu uma poesia que arde de desejo e tem sede de conhecimento, de engajamento dos sentidos, do corpo, e a busca de sua transcendência. A poeta está em busca de si mesma, busca de cunho feminino para tentar encontrar Deus e respostas para a inquietude do ser, a finitude.

Terça-feira, 19 de fevereiro, de 19:30
"A Idiossincrasia Hilstiana"
com a pesquisadora Fernanda Massebeuf

Fernanda Massebeuf é graduada em LLCE (Língua, Literatura e Civilização Estrangeira) pela Universidade Sorbonne - Paris IV. Realiza atualmente um mestrado a fim de se especializar em literatura brasileira, desenvolvendo estudo sobre a poesia de Hilda Hilst.

QUIXOTE LIVRARIA
RUA FERNANDES TOURINHO, 274.
SAVASSI - BELO HORIZONTE

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13 de fevereiro de 2008

Quem tem medo de Guimarães Rosa?

PublishNews - 13/02/2008 - por Cecília Prada
Comemoraremos, em 27/06 deste ano, o centenário de nascimento de João Guimarães Rosa - o grande escritor brasileiro que, se o destino lhe houvesse permitido viver um pouco mais, traria certamente para o Brasil uma glória há muito sonhada, o Prêmio Nobel de Literatura. Para falar da importância de Guimarães Rosa, entrevistamos uma especialista em sua obra, Suzi Frankl Sperber, professora titular de teoria literária da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), coordenadora do Lume - Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais, da mesma instituição, e autora dos livros Caos e cosmos e Guimarães Rosa: signo e sentimento. >> Leia mais

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10 de fevereiro de 2008

DIAS & DIAS

"Estamos diante de um livro que não se consegue parar de ler", escreve José Mindlin na orelha deste romance de Ana Miranda. A história reúne três personagens centrais: Feliciana, uma jovem sonhadora e obstinada; o poeta romântico Antonio Gonçalves Dias, por quem ela nutre uma longa e intensa paixão, e o sabiá - não um sabiá específico, mas a espécie inteira, que na "Canção do exílio" simboliza a pátria distante.
A narrativa de Ana Miranda combina história e ficção para contar uma história sobre o amor, os costumes provincianos no interior do Brasil durante o século XIX, a descoberta da cultura indígena, a beleza da poesia e os mistérios da sensibilidade.
No romance, Feliciana toma conhecimento da vida íntima de Gonçalves Dias por meio das cartas enviadas pelo poeta a seu grande amigo Alexandre Teófilo de Carvalho Leal. Mostradas a Feliciana por Maria Luíza, esposa de Teófilo, as cartas registram muitas das questões existenciais do poeta. Feliciana descreve de forma emocionante a paixão que as cartas alimentam, e seu relato revela refinamentos da alma feminina. A trama tecida pela autora faz com que o leitor se identifique com Feliciana, uma mulher que desvenda o que sente por meio da escrita e da memória.
Os personagens menores - o pai de Feliciana, colecionador de sabiás; Adelino, um tímido professor apaixonado por Feliciana, e Natalícia, a doce e severa preceptora - conferem ao livro uma grande riqueza humana.
Antonio Gonçalves Dias (1823-1864) é o principal nome da poesia romântica brasileira. Além de "Canção do exílio", compôs os principais poemas da vertente indigenista do romantismo, entre eles "I-Juca-Pirama" e "Leito de folhas verdes". Com uma narrativa clara e simples, reproduzindo a linguagem do romantismo, Ana Miranda recorda mais uma vez a vida de um de nossos poetas - como fez também com Gregório de Matos em Boca do Inferno -, levando o leitor a uma viagem de encantamento lingüístico e conhecimento histórico. Dias & Dias recebeu o Jabuti na categoria romance, em 2003, e o premio da Academia Brasileira de Letras para romance brasileiro, no mesmo ano.

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8 de fevereiro de 2008

Dica de leitura

Dica de Cissa Guimarães (atriz): A Caixa Preta (Amós Oz - Companhia das Letras)
Narrado na forma epistolar - por meio de cartas, bilhetes e outras formas de correspondência -, a dica da atriz conta a trajetória de um casal divorciado há sete anos que volta a se corresponder e recomeça a lavação de roupa suja de onde parou após a separação.

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30 de janeiro de 2008

Editora vê 'literatura de grupo' no país

O Globo - 30/01/2008 - por André Miranda e Miguel Conde
Responsável por três dos cinco livros de ficção mais vendidos de 2007, a gerente editorial da Nova Fronteira, Izabel Aleixo, acredita que a dificuldade para o romancista brasileiro entrar na lista dos livros de ficção pode se dever ao próprio romancista brasileiro: "A literatura no Brasil é uma literatura de um grupo. Acho que nossos jovens autores estão procurando agradar apenas a esse seleto grupo de escritores. A diferença para muitos autores iniciantes de outros países é que eles têm uma expectativa de alcançar também quem está fora da livraria, chegar a leitores que se sentem atraídos por livros bem construídos, por uma história", diz. >> Leia mais

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Prêmio espanhol inicia processo de 2008

Folha de S. Paulo - 29/01/2008 - por EFE, em Oviedo (Espanha)
A Fundação Príncipe de Astúrias iniciou ontem (29/01) a divulgação pela internet e a distribuição por todo o mundo da convocação e do regulamento do prêmio internacional, que leva o nome do herdeiro da coroa espanhola. As candidaturas têm de ser apresentadas até o dia 14/03, exceto para os prêmios de Concórdia e Esportes, que terminam em 25/07. Os oito prêmios Príncipe de Astúrias - comunicação e humanidades, ciências sociais, artes, letras, pesquisa científica e técnica, cooperação internacional, concórdia e esportes - reconhecem o trabalho científico, técnico, cultural, social e humano realizado por pessoas, equipes ou instituições no âmbito internacional. Cada um dos vencedores ganhará cerca de US$ 73,5 mil (R$ 130,7 mil) e uma escultura do artista Joan Miró. >> Leia mais

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Bruna Lombardi na Cultura

O roteiro de O signo da cidade (200 pp., R$ 15), de Bruna Lombardi, que a Imprensa Oficial do Estado publica na Coleção Aplauso, deixa clara a predileção da autora por histórias que transcorrem na megalópole, principalmente aquelas que dizem respeito à vida privada de cidadãos anônimos. O livro será lançado hoje (30/01), às 19h na Livraria Cultura do Shopping Villa-Lobos (Av. Nações Unidas, 4777 - Tel. 11-3024-3599). A história reúne um mosaico de personagens que se cruzam no programa noturno de rádio da astróloga Teca, espécie de conselheira sentimental que acaba se envolvendo com as histórias alheias, enquanto ela mesma vive um período de vácuo amoroso e de revisão da própria história familiar.

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27 de janeiro de 2008

Lançamento na França: um olhar literário sobre o Brasil contemporâneo e tropicalista

PANAMÉRICA
De José Agrippino de Paula (1937 - 2007)
Tradução: Emmanuel Tugny
Editora: LL Laureli Léo Scheer

Considerada na França como uma obra primordial da literatura brasileira, PANAMÉRICA, publicada pela primeira vez no Brasil em 1967, é lançada agora em 2008 na França, com tradução criteriosa e espetacular do escritor Emmanuel Tugny.
PANAMÉRICA é um conjunto literário psicodélico que reúne tanto o pop-art quanto o espírito da geração beat. Uma epopéia irônica que provoca o leitor com achados cômicos e cruéis. Escrito durante os anos da ditadura militar na Brasil e em reação à ideologia norte americana dominante, o texto construído em ritmo trepidante, coloca em questão os encadeamentos existenciais e culturais da sociedade por meio de alegorias irreverentes.
Um labirinto narrativo povoado de figuras mitológicas que desenham um mundo absurdo e caótico. Lançado em dezembro 2007 / janeiro 2008 pela Editora LL Laureli Léo Scherr, uma das mais instigantes editoras francesas da atualidade. (Dica de Alfredo Aquino)

O clima pós-golpe de 64 influenciou o autor José Agrippino de Paula , que acompanhava atento a produção cultural da época mas era atraído por outro movimento que surgia nos EUA - a pop art, especialmente as criações de Andy Warhol. Foi a pop art que instigou o autor a refletir sobre vários aspectos, desde o destino das metrópoles, o avanço tecnológico e como as pessoas, individualmente, eram atingidas por estas questões. Sua inquietude se transformou em fragmentos manuscritos que se transformaram neste livro. 'PanAmérica' cativa admiradores desde sua primeira publicação em 1967, sendo referência de muitos artistas e intelectuais e motivo de teses acadêmicas.

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26 de janeiro de 2008

'Ver: Amor', de David Grossman

Mesmo quando ansiamos pelos maiores e mais puros ideais humanos(…), não podemos nunca, nem só por um instante, deixar de ter compaixão pelo homem, ainda que seja um só, porque nesse caso não seríamos melhores do que “eles”, malditos sejam.” (pag. 512)

No livro "Ver: Amor", David Grossman recria, numa visão literária muito pessoal, a enormidade que foi a shoah (o holocausto). "Escrevi "Ver: Amor" porque não podia compreender a minha vida hoje em Israel, nesta terra, como ser humano, como israelita, como judeu, como pai, como escritor e como homem, sem tentar colocar-me a mim mesmo dentro desse cenário louco que foi a shoah.", diz Grossman, " Tentei viver a shoah sob todos os pontos de vista, o da vítima e o do assassino. Foi uma experiência complicada; é difícil conseguir compreender como é que uma pessoa normal se pode transformar num assassino de massas."

"Ver: Amor" é um romance aliciante, longo e complexo. Divide-se em quatro capítulos que se interligam como um puzzle e que correspondem a quatro visões inéditas do holocausto:

1) a de uma criança , Momik que quer salvar a família do monstro Nazi.
2) uma fantasia lírica sobre o escritor polaco Bruno Schultz, assassinado pelos Nazis;
3) a história de Wasserman , o tio-avô de Momik, e de Neigel, um oficial Nazi;
4) uma enciclopédia sobre a vida de Kazik, um dos personagens criados por Wasserman.

O título em inglês é "See under: Love" parece mais de acordo com o seu significado - uma entrada para a palavra "Amor" na enciclopédia. Em português talvez fosse mais exato chamá-lo "Vide: Amor" ou "Veja: Amor", mas isto é um pormenor sem importância.
Neste livro fantástico, o poder da criatividade e da imaginação, desafia a rigidez do pensamento Nazi e de todos os sistemas que tentam abolir a liberdade e a individualidade humanas. (in fragmentos luminosos)

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24 de janeiro de 2008

Miriam Samorano canta na Casa das Rosas em São Paulo


A cantora Miriam Samorano, no sábado, dia 26 às 18h, volta a se apresentar em São Paulo. Desta vez na Casa das Rosas,  em mais um Sarau Lítero-Musical "Chama Poética". O Sarau, que acontece também no Sesc Ipiranga, busca promover o encontro entre pessoas interessadas em poesia, música e literatura em geral e conta com a participação de convidados que declamam poemas e interpretam canções de sua autoria ou aquelas que trazem referências literárias.
Este de Janeiro tem como tema a cidade de São Paulo e será uma homenagem aos compositores paulistas, Interpreta quatro canções: O samba "Feitiço da Vila" de Vadico e Noel Rosa, a moda de viola "Tristezas do Jeca" de Angelino de Oliveira, "Lamento Sertanejo" de Dominguinhos e "Boca da Noite" de Ceumar, Tata Fernandes e Chico César.  Aos amigos de São Paulo, sintam-se intimados, rsrs

Serviço:
Sarau Lítero-Musical "Chama Poética"
Data: 26/01/08 às 18h
Local: Casa das Rosas - Avenida Paulista, 37 - Paraíso - São Paulo -SP
Tel: 11 3285-6986/ 3288-9447
Entrada Franca.

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