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18 de novembro de 2009

Na cama com o Kindle (do Noga Bloga)

o tijolão por baixo do Kindle é Infinite Jest, um portento de 1070 páginasSomente mulheres femininas eram permitidas na Rússia - e eu não era feminina.
Clarice Lispector, em sonho narrado em sua biografia, Why this world

Sabem aquela velha frase-chave pra selecionar namorado, "que livro você levaria para uma ilha deserta"? Pois é. Deixou de fazer qualquer sentido. Eu já havia respondido que levaria o Ulysses, mas agora me corrijo: levaria o Kindle e os 1500 livros que por ventura cabem nele (Ulysses incluído, claro), ah, tudo bem. Tem quem poderia dizer pra atrapalhar minha festa... e a bateria? Como é que você faria pra recarregar a bateria numa ilha deserta?
Bem. Melhor esquecer. Afinal de contas, a questão é apenas retórica, não é mesmo? Quem é que pretende hoje em dia, com tantos sites obrigatórios de relacionamento, se isolar realmente numa ilha deserta? Ou até mesmo embarcar num navio?
De volta ao Kindle, pois é: acabei de ganhar o meu, uma das raras e boas surpresas verdadeiras que tive na vida, gente!, eu juro que não esperava isso. E foi logo paixão à primeira vista, isto é, ao primeiro toque, porque à primeira vista, devo confessar, o Kindle parece pequeno demais, frágil demais, simples demais, embora eu na verdade esperasse que ele fosse de plástico, assim, digamos, mais vagabundinho, bem mais descartável do que realmente é. Mas ao tocar pela primeira vez o botão que o liga, ah, que sensação inesquecível! O Kindle é leve, fácil de manusear, comprar livros é incrivelmente instintivo (nem precisa digitar nem confirmar número algum, nem senha, nem nada, 60 segundos et voilà!, está lá o livro novo na sua mesa) e ainda vem com dicionário embutido, nunca mais a cabeceira entupida de livros.
Melhor ainda é o livro que escolhi para estrear este admirável gadget novo, cá entre nós que não sou de gadgets, nunca fui: não tenho iPod, nem iPhone, nem Blackberry nem nada disso, apenas um indispensável Nokia velho com câmera, sabem como é, e um notebook HP quebrado que ops, acabou de travar de novo, ô vida.
Toca a desligar, esperar, tentar reiniciar, mas eu não estava falando, ou começando a falar, da nova biografia de Clarice Lispector?
O curioso é que sem que eu jamais tenha sido fã, nem dedicadamente lido tudo que ela deixou disponível, minha vida parece intrincadamente misturada à dela, com suas incômodas origens binacionais e tudo o mais, segundo Benjamin Moser, autor do livro, uma questão central para a enigmática escritora: faz pouco tempo que descobri, imaginem, que a dedicada acompanhante de mamãe foi também acompanhante até a morte do ex-marido de Clarice, vítima de derrames sucessivos, que até a morte foi afetado pela forte presença pós-mortem da primeira esposa, segundo ele "uma pessoa muito maluca". E foi justamente esta acompanhante que trouxe do Rio para mim na manhã de ontem, em mãos, o precioso presente enviado por meu irmão: meu Amazon Kindle.
Ainda estou no comecinho do livro, mas já posso afirmar, com o tom de exagero que me é peculiar, que converti-me irremediavelmente ao Kindle ao ler na cama sobre a vida de Clarice. Nunca mais aqueles livros pesados, aquele virar a página por fora do cobertor que é tão complicado aqui na Serra nos dias mais frios, o dicionário sempre ao lado, e pior, pobres traduções para o português, nunca mais, agora que tenho à distância de um toque sem fio o acesso barato a todos os originais, que cheiro de papel que nada.
Como disse no outro dia aquele meu amigo por email, a quem eu andava ansiosa por uma brecha para citar, "Jeff Bezos é meu pastor, nada há de me faltar".

[o tijolão por baixo do Kindle é Infinite Jest, um portento de 1070 páginas
que tento ler há mais de um ano mas não consigo,
deve ser quem sabe por causa do peso do livro]

Noga Sklar nasceu em Tibérias, Israel, em 1952. Graduou-se em arquitetura no Rio de Janeiro. Desde 2004, dedica-se exclusivamente à literatura e escreve diariamente no Noga Bloga, seu bem-sucedido blog de crônicas. O gozo de Ulysses - As múltiplas línguas de James Joyce é seu terceiro livro publicado.

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Link permanente··- publicado por VerdesTrigos @ 11/18/2009 10:30:00 PM | | | Voltar

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14 de novembro de 2009

Uma prática repulsiva, por Noga Sklar

Uma mentira mil vezes repetida torna-se verdade.
Joseph Goebbels, teórico do nazismo

Tudo bem. Eu entendo que vivemos num mundo onde o jornalismo-verdade se serve à vontade de releases não confirmados, de imagens editadas e vídeos adulterados, numa enganosa e apressada salada mal temperada servida aos famintos e ignorados, ops, ignorantes, compulsivos consumidores de reportagem ligados na web e demais mídias 24 horas por dia, parafraseando Caetano, vem cá: quem quer tanta notícia?
Pode até ter sido engraçado, mas alguém aí se lembra - ou, vá lá, ouviu falar por alto do ocorrido - de quantas pessoas inocentes e iludidas foram seriamente prejudicadas, traumatizadas e feridas, pelo famoso boato radiofônicode Orson Welles em 1938, alertando sobre o ataque de Marte contra a Terra? Pois é, imaginem: andam espalhando por aí que o novo rádio é o Twitter.
Vamos combinar que o pânico instalado não se tornou tão sério ainda, mas estamos caminhando pra isso. E já não estou sozinha nessa, quero dizer, em minha guerra particular contra as sandices da mídia - pra quem não leu linko aqui, em primeira segunda mão (risos nervosos), minha denúncia dos falsos vídeossobre o Rio veiculados pela Fox News -: confiram lá no NY Times, em artigo de Gail Collins, pra que lado sinistro a coisa tem se encaminhado, e pior, tem gente demais acreditando nessa quase inédita modalidade de ataque da informação (que se infiltra sem defesa em nossas ingênuas mentes confiadas, jamais tendo sido convenientemente corroborada). Conferir pra quê?
Se isso me afeta pessoalmente? Sim, claro, ou não estaria eu escrevendo aqui sobre o tema. Meu marido Alan, por exemplo, desterrado das verdadeiras notícias nesta nossa terra onde todo boato tem peso indiscutível de verdade - calma, gente, que esta doença insidiosa já não é mais exclusividade nossa, mas que aqui tudo termina em pizza, ah, isso... -, assiste regularmente à Fox News e acredita mesmo nos Hannities da vida, abastardando completamente minha visão objetiva dos acontecimentos do dia, convenientemente filtrada, é claro, por uma intuição supertreinada - devido às traições repetidas daquele vil ex-marido, vocês me entendem - em extrair da rara verdade as mais vergonhosas mentiras.
Mas o que eu não entendo, e que nesses últimos dias tem realmente me afetado e enraivecido, é por que uma mentira comprovada não consegue se sobrepor a uma verdade igualmente comprovada, querem prova do que digo?
Trata-se aqui de uma brasa abafada na qual eu alegremente, coitada, cozinhava a minha sardinha mais fresquinha, isto é, essa história de pescador que atribui a um errôneo autor o verdadeiro pioneirismo brasileiro no Kindle, que, cá entre nós, pertence a um livro de poemas da Ibis Libris, uma beleza de lirismo digital disponível a nível mundial como ainda nenhum outro título conhecido, isso eu garanto: Marco Polo & a Princesa Azul , de minha editora Thereza Christina, é o primeiro livro de autor brasileiro à venda no Kindle, não acreditem em nada diferente disso - isto é, não acreditem em mim tampouco: é ver para crer, comprar e ler -, não aquele famoso O Seminarista que todo mundo esperou mas ninguém encontrou.
Meu interesse nisso? Nada além do tesão tecnológico digital e da paixão infecciosa pela simples verdade dos fatos, ainda que seja pela mera novidade da coisa: Kindle books só na Kindle Store. O resto é ebook, baixado e lido naquela velha tela que faz mal à vista, sabem como é, e ainda por cima com risco de vírus.

***

Um esclarecimento necessário: os livros desta que vos escreve também estão disponíveis no Kindle faz um tempinho, mas por um deslize mal entendido da Amazon com respeito a direitos autorais internacionais, disponíveis apenas para quem mora nos Estados Unidos (ou para quem, sendo do Brasil, tem algum endereço lá). Estamos cuidando para desfazer o lapso - ops, nó sem laço - ou vocês pensavam que eu perderia tempo ao não reivindicar para mim mesma o verdadeiro pioneirismo? Assim que for resolvido eu aviso.

Noga Sklar nasceu em Tibérias, Israel, em 1952. Graduou-se em arquitetura no Rio de Janeiro. Desde 2004, dedica-se exclusivamente à literatura e escreve diariamente no Noga Bloga, seu bem-sucedido blog de crônicas. O gozo de Ulysses - As múltiplas línguas de James Joyce é seu terceiro livro publicado.

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Link permanente··- publicado por VerdesTrigos @ 11/14/2009 08:27:00 PM | | | Voltar


Kindle de graça

Gente, estou tão animada que não caibo em mim (ui!). Desde que amanheceu o dia estou propagando aos mil ventos (quatro agora parece tão pouco...) que o Kindle para PC já está disponível, de graça, para todo mundo ter: nem precisa mais possuir um Kindle, já pensaram nisso?
Nem precisa (pensar, quero dizer, ou hesitar). Vai lá, baixa e usa. É a revolução digital do livro completamente disponível, isso é que é democracia, hein?
Agora. Claro. Seu livro precisa estar disponível na Kindle Store, e quanto a isso eu e o Verdes Trigos estamos dando uma boa mãozinha, confere .
E, cá entre nós (que ninguém, etc., etc.), se aparecer no seu "kindle" alguma restrição para a América Latina, não se aborreça: basta adicionar à sua conta um endereço qualquer nos Estados Unidos, daquele seu amigo, da sua prima, do seu contato de Facebook que quiser facilitar a sua vidinha terceiromundista, se é que você me entende.
E eu, que não sou hacker nem nada, sou pela honestidade transparente em todas as circunstâncias - quem me lê, sabe -, já configurei o meu... Pois quando bate a impaciência, sabem como é, os espertinhos da informática não custam nadinha a encontrar uma saída, por que não eu? Por que não você aí, que quer fazer parte imediata deste admirável mundo novo dos livros*? Hein?
Vai lá. Aproveita, porque eu... já estou aproveitando.
Divirtam-se. E comprem meus livros, claro, basta clicar nos links aí do lado, obrigada! É bem barato, e não tem correio, nem demora, nem nada!

*insisto de novo pra que fique bem claro: para comprar livros em inglês não precisa de nada disso, basta instalar o software no seu PC que eles estão disponíveis para o mundo inteiro, você vai ver.

Via Noga Bloga

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29 de outubro de 2009

O joio do trigo no Kindle, por Noga Sklar

- A senhora tem jornais aí? - escuto vindo lá de fora a voz do pintor que chega, de manhã bem cedo, para retoques na casa, enquanto Alan emerge sonado do quarto, ainda de robe e já rindo dos mais recentes desencontros que a tecnológica humanidade impõe a nosso dia-a-dia cada vez mais empobrecido (haja grana pra manter-se parte, não é?).
- Agora imagine - ele adverte se divertindo - cobrir o chão da sala inteirinho com Kindles pra proteger a pedra verde dos pingos brancos de tinta...
Isso, pra não mencionar que até na feira o jornal impresso já vem perdendo parte importante de seu uso: meu peixeiro de Itaipava, por exemplo, usa um papel finíssimo - de um lado seda, do outro uma versão suavizada de pardo rosado - para embrulhar seu peixe.
Não foi ainda no leitor de ebooks da Amazon.com que li O Globo esta manhã, lá isso é verdade, ansiosa demais pra ver meu nome registrado na fila da frente dos brasileiros publicados no Kindle, eu e Machado, pois é, se andei sumida do blog por um ou dois dias - e do Facebook, e do Twitter, e até do Globo Online -, vocês já sabem por quê: é que eu estava desbravando corajosamente, exilada de tudo o mais na mesa do escritório do andar de cima (e arrancando, desesperada, os longos cabelos brancos, com tantos bugues de linguagem me atacando no preview da tela, sabe-se lá como e vindos de onde), a selva do formato no Amazon Kindle.
Mas estou chegando lá, isto é: entre tantas outras coisas - como, por exemplo, o excitante trabalho novo como editora do VerdesTrigos Digital -, muito em breve completarei meu longo ciclo de amor e ódio como leitora do Globo: fui assinante por anos da edição em papel, depois conformei-me (ui) com as manchetes online, pra terminar com final feliz como assinante no Kindle, taí, muito em breve tudo que vale a pena ler nessa nossa apressada vida conectada estará no Kindle - ao alcance de um clique, e, claro, de um bom débito em dólares no cartão de crédito (vocês sabem, tudo tem seu preço, e enquanto não chega a cesta chinesa de tarifas, todo preço ainda tem sua base em dólares americanos), quem sabe o Kindle salvará a economia? Hein?
Pelo menos a minha espero que salve, já que estou correndo na frente, podem conferir desde já publicadas lá, sob o novíssimo VTD, as obras literárias classe A da familia Sklar.

***

Quer publicar? Vem pro VTD você também. Você não vai querer ficar de fora, né?

Noga Sklar nasceu em Tibérias, Israel, em 1952. Graduou-se em arquitetura no Rio de Janeiro. Desde 2004, dedica-se exclusivamente à literatura e escreve diariamente no Noga Bloga, seu bem-sucedido blog de crônicas. O gozo de Ulysses - As múltiplas línguas de James Joyce é seu terceiro livro publicado.

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23 de outubro de 2009

Verdes Trigos é selo de edição digital para kindle e outros e-readers

Verdes Trigos e Noga Sklar celebram parceria para a edição e publicação de livros digitais para o Kindle, da Amazon.Com e outros e-readers.

O selo da edição levará a marca VerdesTrigos.

Os livros da escritora Noga Sklar já estão publicados e disponiveis na AMAZON. Confira.


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