"Depois da Teoria", tudo se evaporou? Não, ficou liquido: é o que diz Zygmant Bauman.
Estive em Bauru, na semana passada, participando de um treinamento, promovido pela empresa, cujo tema era "orientação ao cliente e orientação para o resultado". Como você deve estar imaginando: passei a semana naquela chatice de ficar ouvindo regras de como bem atender ao cliente etc e tal, afinal, o cliente é não mais o rei, mas não somente pensa que é deus, o cliente tem a plena certeza de que é deus. Ledo engano, não ocorreu nada disso. Fui surpreendido: tive que desencravar todo o meu conhecimento filosófico, pois todo o treinamento foi um mergulho no pensamento pós-moderno.
Imaginava que aquela cabeça feita pelas teorias do final do século passado estava preparado para tudo, inclusive atender ao cliente da empresa para qual trabalho. O buraco é mais embaixo. O mundo mudou completamente; e não se pode mais pensar nossa época com acaba cabeça liberal-esquerdista do século passada, que achava supermoderma. E para entender a "parada" tive contato com o pensamento do polonês Zygmunt Bauman a partir das palestras do professor superpop* Euclides Guimarães Neto, de Belo Horizonte/MG. Euclides Guimarães discute a vida e a obra do sociólogo Zygmant Bauman na videoconferência. Nascido em 1925, na Polônia, o autor é conhecido por desenvolver uma sociologia crítica e de caráter emancipatório em suas obras.
A história de vida do escritor é marcada pelo período da Segunda Guerra Mundial. Como sua ascendência é judia, Bauman teve que sair do seu país e se formar na Rússia, só voltando à Polônia, após o término da Guerra. Em 1968, o escritor é forçado novamente a sair da Polônia e em 1971, torna-se professor universitário de sociologia. Atualmente é professor emérito nas Universidades de Varsóvia (Polônia) e Leeds (Inglaterra). Dentre as obras de destaque estão Modernidade e Holocausto (1989), Ética pós-moderna (1997), Em busca da política (2000) e Modernidade líquida (2001).
Numa consulta ao Oráculo descobri que, segundo uma aluna da PUC MINAS, o professor é mesmo famoso, leva o apelido de Kika, fala de Bauman como se comenta um embate entre a raposa e o galo, "enfim, tudo muito lírico, lúdico, híbrido e interativo - quiçá muuuderno."
Uma das videoconferências que assisti pode ser baixada do Portal do Conhecimento:
Download: zip: (45.09 MB)
Indicação de leitura:
BAUMAN, ZYGMUNT. Amor Líquido: Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos, Editora Jorge Zahar , 2004.
BAUMAN, ZYGMUNT. Modernidade Líquida, Editora Jorge Zahar , 2001.
BAUMAN, ZYGMUNT. Em busca da política, Editora Jorge Zahar , 2000.
BAUMAN, ZYGMUNT. Globalização: as Conseqüências Humanas, Editora Jorge Zahar , 1999.
BAUMAN, ZYGMUNT. O Mal Estar da Pós-Modernidade, Editora Jorge Zahar , 1998.
BAUMAN, ZYGMUNT. Ética Pós-Moderna, Editora Paulus , 1997.
BAUMAN, ZYGMUNT. Modernidade e Holocausto, Editora Jorge Zahar , 1989.
*** o kika é tão pop que tem até comunidade no orkut: "só pérolas".
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