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23 de outubro de 2009

"Abraços Partidos", de Almodóvar, partiu de crise do cineasta

SILVANA ARANTES - da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires
Quando Almodóvar se cansou de ser Almodóvar, pensou em recomeçar do zero com o nome de Harry Caine. Era uma ideia irrealizável, porque "ninguém escapa de si mesmo", explicou o cineasta espanhol em entrevista da qual a Folha participou, em maio, no Festival de Cannes, onde contou por que ficou farto de si mesmo.

Veja o trailer de "Abraços Partidos"
Penélope Cruz se diz angustiada com Almodóvar
Filme será exibido na Mostra de Cinema; veja programação completa

*A atriz Penélope Cruz, protagonista de "Abraços Partidos", que será exibido na Mostra de São Paulo, e o diretor Pedro Almodóvar (imagem - divulgação)

"Meu nome na Espanha virou um adjetivo. As pessoas dizem: "Isso é muito almodovariano". Para alguns, pode parecer glorioso, mas eu me sentia estranho. Era como se não falassem de mim. Comecei a ter nostalgia do anonimato." Como na vida real não poderia se transformar em Harry Caine, Almodóvar recorreu ao cinema, onde sua imaginação constrói pessoas e suas circunstâncias, e criou um personagem com esse nome.

O Harry Caine de "Abraços Partidos" --atração da 33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e com estreia comercial prevista para 20/11-- é a segunda identidade de um cineasta em crise.

Na trama, o ponto zero da crise do diretor Mateo Blanco (Lluís Homar) é a paixão que surge entre ele e a atriz Lena (Penélope Cruz) no set de filmagens de "Chicas y Maletas" (garotas e bolsas). Lena é casada com um magnata que, atormentado pela ideia da traição, tentará usar seu poderio para impedir a conclusão e o lançamento do filme.

Como toda a história de "Abraços Partidos" gira em torno do cinema, Almodóvar não hesitou em incorporar ao filme suas próprias referências. "Chicas y Maletas" é uma refilmagem de "Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos" (1988), o longa que inscreveu definitivamente a assinatura do espanhol no universo do cinema.

O figurino de Mateo é composto por roupas que Almodóvar usava nos anos 90. O diretor define "Abraços Partidos" como sua "declaração de amor ao cinema" e também a expressão de sua "paixão por Penélope Cruz".

É uma paixão sem sexo, como foram, segundo ele, todas as que viveu num set, à diferença de Mateo Blanco. "Foi uma regra que adotei para mim. Eu me sinto mais livre e independente assim. Acho negativo ir ao set com alguém com quem dormi. Mas isso não impede que minha relação com o elenco tenha muita sensualidade."

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22 de dezembro de 2008

O homem que habita no limite

O Estado de S. Paulo - 21/12/2008 - por Francisco Costa

É comum, usual mesmo, surgirem títulos originários ou de dissertações de mestrado ou de teses de doutorado sobre autores de todas as nacionalidades. Na América Latina não é diferente. Legiões de pesquisadores têm se debruçado sobre a obra, e vida, de escritores do continente, aumentando, e muito, as fortunas críticas. Dessa forma, não seria de surpreender um volume de análise da obra de um escritor do porte do uruguaio Horacio Quiroga  (1878-1937). O que chama a atenção, no entanto, antes de mais nada, é o fato de que o livro Reverberações da fronteira em Horacio Quiroga (Humanitas, 212 pp., R$ 22) seja resultado de um (excelente) trabalho do jovem pesquisador brasileiro Wilson Alves-Bezerra que, no volume, mostra tanto desembaraço no trato com a obra como uma personalidade crítica que não se dobra aos pontos de vista de alguns dos medalhões latino-americanos, brasileiros inclusos.

LEIA MATERIA COMPLETA: O Estado de S. Paulo - 21/12/2008 - por Francisco Costa

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17 de novembro de 2008

'O homem mais esperto que já existiu' não existe mais (John Leonard)

O Estado de São Paulo - 15/11/2008 - por Sérgio Augusto

Magro, cara de teólogo, o menino prodígio de Washington, parcialmente criado na Califórnia e amadurecido em Nova York, preferiu ser militante sindical, organizador comunitário (que nem Obama) e colher maçãs (que nem um personagem de Steinbeck deslocado dos vinhedos californianos para as macieiras da Nova Inglaterra) a concluir os estudos em Harvard, onde, aliás, só se matriculara por "conveniência geográfica". Por que perder tempo com uma educação formal se o autodidatismo era tudo quanto bastava para um rapaz absurdamente inteligente e culto, que sonhava com uma carreira literária e acabou se tornando o mais brilhante e admirado jornalista cultural dos EUA de sua geração? Estou tentando mimetizar, muito toscamente, o estilo de John Leonard, mas prometo desistir logo. Pronto: já desisti. O semancol falou mais alto. O inimitável John (Dillon) Leonard - crítico, editor, romancista bissexto, "o homem mais esperto que já existiu" (Kurt Vonnegut Jr. dixit) - morreu no dia 5, aos 69 anos, e é bastante provável que você não tenha sido informado dessa perda lamentável e, sem hipérbole, irreparável, para o jornalismo e a despoluição intelectual do planeta.

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16 de novembro de 2008

Essência escapa em "O Gosto da Cereja"

INÁCIO ARAUJO - CRÍTICO DA FOLHA

O despiste é uma parte essencial da arte de Abbas Kiarostami e é a essência mesmo de "O Gosto da Cereja" (Futura, 22h; classificação indicativa não informada). O filme nos mostra a trajetória de Badii, homem de meia-idade disposto a se suicidar, que busca alguém para se ocupar de seu corpo após a morte.
Badii viaja por uma região desértica, com seu carro vai encontrando as pessoas a quem dá carona, e a cada uma com quem conversa expõe seu plano. Encontra resistências, é óbvio, mas, mais do que tudo, escuta conselhos sobre a vida, seu caráter sagrado etc.
Escutamos os argumentos de ambos os lados, mas sempre mantemos a convicção de que o essencial escapa. Ou seja, nunca nos é dito por que esse homem deseja se suicidar. Correu, na época do lançamento do filme, que esse homem seria homossexual, o que configuraria um duplo crime diante da lei islâmica (o primeiro sendo o suicídio).
A explicação está longe de ser convincente, ao menos à luz do que se vê no filme: Badii surge apenas como um sujeito com um carro em busca de alguém que preste um serviço. Não é do feitio de Kiarostami agitar questões polêmicas, e não porque fuja delas. É que seu cinema funciona como um espelho. Ele nos dá exatamente o que dele recebemos. Como num espelho, o que vemos é o que expomos. O que retiramos da imagem é o que lhe damos.

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13 de novembro de 2008

Coluna do Vinicius Jatobá no Terra Magazine

Saiu o segundo texto da coluna do Vinicius Jatobá no Terra Magazine. Com o passar das semanas, escreverá sobre cinema e HQs. Ocasionalmente, publicará crônicas e reportagem. Estão convidados. Toda quinta-feira, um texto novo. A resenha de hoje é sobre a excepcional reportagem "O segredo de Joe Gould", do mestre da arte da prosa estadunidense Joseph Mitchell. Nas próximas semanas: "The Umbrella Academy", "Desonra", "RocknRolla", "Caos Calmo" e muito mais. E se gostarem do texto, divulguem para colegas e amigos e voltem sempre.

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8 de novembro de 2008

Faulkner, turista aprendiz

Romancista carioca parte do fantasma da visita de Faulkner ao Brasil por ocasião de um congresso em 1954

FÁBIO DE SOUZA ANDRADE - COLUNISTA DA FOLHA

EXPERIÊNCIA, OBSERVAÇÃO e imaginação a serviço da tentativa de "criar pessoas verossímeis em situações comoventes e críveis, da maneira mais comovente possível". Assim William Faulkner, o modernista de "O Som e a Fúria" e "Luz em Agosto", entrevistado para a "Paris Review", em 1956, definiu ferramentas e ofício do escritor. Um ou outro destes ingredientes poderia faltar ou comparecer em doses discretas, mas o bourbon ou o uísque, estes o cronista do sul-americano, de sua gente atormentada e assombrada pelas cicatrizes do escravismo, não dispensava.
Antonio Dutra, 34, historiador e romancista carioca, partiu do fantasma da visita de uma semana de Faulkner ao Brasil, por ocasião de um congresso de escritores, em 1954, para compor sua imagem do encontro entre o homem célebre e o burburinho da província. Dela não nos faltam vestígios, da memória infalível do jornalista e crítico Renard Perez, craque do "Correio da Manhã" de então, à lenda de uma entrevista etílica, concedida ou não, pouco importa, a um Paulo Francis já topetudo, mas ainda foca. 
A possibilidade do personagem célebre soar como um livro, estação repetidora de verbetes enciclopédicos, da qual a descrição do retrato de Faulkner por Cartier-Bresson, transportada de seu texto para a capa, por exemplo, escapa, é uma armadilha poderosa (que o diga o Rubem Fonseca, do mesmo mês de "Agosto", cuja trama policial sucumbe ante a necessidade de trocar em miúdos as intrigas palacianas que mataram Getúlio Vargas).
Por timidez respeitosa, Dutra detém-se na superfície opaca do viajante, enxergando, entediado, duplos de Chicago nos prédios de SP: seu Faulkner não vence o mito e o retrato do país sai documental.
DIAS DE FAULKNER
Autor: Antônio Dutra
Editora: Imprensa Oficial
Quanto: R$ 25 (136 págs.)

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Ruffato acerta em painel da vida provinciana

MARCELO PEN -ESPECIAL PARA A FOLHA

A primeira viagem de um rapaz para a cidade grande. Um homem faz um balanço de sua vida em carta escrita a uma antiga amada.
Dois sujeitos de classe social distinta nascem no mesmo dia, tornam-se amigos, separam-se, voltam a se ver depois de anos.
Com esse material humano aparentemente simples, Luiz Ruffato construiu novas histórias do amplo painel que pretende compor sobre a vida provinciana, o "Inferno Provisório".
A origem é específica: são personagens oriundos de Cataguases, cidade industrial da Zona da Mata mineira, onde o autor, aliás, nasceu. "O Livro das Impossibilidades" é o quarto desta série projetada para ter cinco volumes e da qual já se lançaram "Mamma, Son Tanto Felice", "O Mundo Inimigo" e "Vista Parcial da Noite" (todos pela Record).
As histórias seguem em ordem mais ou menos cronológica, desde o fim dos anos 1950, quando imigrantes italianos têm de enfrentar a realidade do êxodo rural, até os anos de 1960 a 1980, quando acompanhamos os descendentes destas famílias em cortiços e em bairros da periferia de Cataguases.
Embora por vezes percorra outras décadas, "O Livro das Impossibilidades" centra-se nos anos 1970. Aproxima-se, assim, de "Vista Parcial da Noite", com a diferença de que os personagens agora se vêem em contato direto com a metrópole, seja ela São Paulo, seja o Rio. O projeto de Ruffato não enfeixa apenas uma coesão geográfica e temporal e -há algo no plano dos desejos e das vontades, das frustrações e ilusões, uma espécie de entrecruzar de perspectivas que nos ajudam a configurar uma visão parcial, multifacetada, daquele mundo estilhaçado.
Trata-se de um projeto ambicioso em vários sentidos. A referência bíblica se encontra não só nas epígrafes e na matéria narrativa, mas também no próprio grupamento de livros (cinco), que remete ao Pentateuco. A idéia de traçar um painel social encontra eco na balzaquiana "Comédia Humana", a cujo título a denominação "Inferno Provisório" surge como contraposição irônica.

O LIVRO DAS IMPOSSIBILIDADES
Autor: Luiz Ruffato
Editora: Record
Quanto: R$ 31 (162 págs.)
Avaliação: ótimo

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29 de outubro de 2008

Para Benicio del Toro, Che poderia ter sido "um grande escritor"

Benicio del Toro, que interpretou Che Guevara no filme de Steven Soderbergh --o mesmo que tem Rodrigo Santoro no papel de Raúl Castro --, disse que o guerrilheiro argentino teria sido um dos grandes escritores da América Latina se tivesse se dedicado à literatura.

Em entrevista publicada hoje no jornal argentino "Clarín", del Toro ressaltou que para fazer o protagonista de "Che" --que é um dos destaques da Mostra de Cinema de SP--, estudou a vida do guerrilheiro e falou com seus parentes e amigos antes de gravar o filme.

O ator também afirmou que tem vontade de continuar atuando e "talvez" de dirigir um filme, embora considere isso "tão difícil quanto fazer uma entrevista coletiva".

Del Toro disse que compartilha os ideais que Che defendia, menos o da luta armada, e que começou a conhecer a personalidade do guerrilheiro ao comprar "por acaso" um livro no México.

"Era um livro de cartas que ele tinha escrito à sua família na Argentina, à tia, da qual era muito amigo, e a seus pais. Eu o li e sua forma de escrever me comoveu muito", disse.

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25 de outubro de 2008

Monólogos azedos de Reinaldo Azevedo substituem argumentação por injúrias

Crítica/"O País dos Petralhas'/ruim
ALESSANDRO PINZANI - ESPECIAL PARA A FOLHA
O mundo de Reinaldo Azevedo é um mundo onde existem o certo e o errado, onde vigoram postulados indiscutíveis como "nunca houve socialismo democrático" (as grandes socialdemocracias européias nunca existiram, então) ou "tudo o que é ruim para o PT é bom para o Brasil" (e vice-versa).
Qualquer tentativa de pôr em questão o que ele considera certo é "o triunfo do relativismo, da moral de ocasião, que serve aos assaltantes do Estado", o triunfo do mal, que ele define como a "incapacidade de evocar uma tradição abstrata, puramente valorativa, para dizer "isso não!'" (p. 298).
Naturalmente, a tradição em questão não é a da justiça social, o "isso não!" não é a reação perante a miséria e as condições inumanas nas quais vive a maioria dos brasileiros.
Isso seria "utopismo" de desgraça, ou "cretinismo político", como aquele do qual Azevedo acusa, por exemplo, Chico Buarque (p. 293) sem tentar desmontar a sua argumentação, aliás, sem tentar nem sequer entendê-la (neste caso específico, Chico fala de uma violência generalizada que tomou conta da sociedade inteira, classe média incluída, e não somente das áreas "marginais").
Em geral, Azevedo nunca tenta colocar-se no ponto de vista do outro, ou melhor, do seu adversário (já que, para ele, os que têm uma opinião discordante da sua são inimigos, malvados, idiotas, canalhas etc.). Ele afirma ter direito ao preconceito. Só que isso o leva simplesmente a cobrir de injúrias os que têm uma visão de mundo diferente, não a entrar num debate com eles. Claro, ninguém se interessaria em debater com pessoas que considera idiotas, canalhas etc.
Mas assim, inevitavelmente, o livro se apresenta como um conjunto de monólogos azedos e raivosos nos quais a ironia é substituída pelo escárnio, a argumentação (e Azevedo tem argumentos e, às vezes, bons argumentos) pela injúria. (…..) Um estilo deste tipo pode encontrar sucesso entre uma porção de público brasileiro (a parcela cuja atividade cultural se limita à leitura de livros de auto-ajuda e a assistir a novelas), que pode até ser uma porção majoritária entre os brasileiros que, ao menos, lêem algo (ou têm a possibilidade econômica e o lazer para fazê-lo).
Mas a quantidade de leitores não é garantia da boa qualidade do texto.
ALESSANDRO PINZANI é professor de filosofia política na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)

Mas tem que ache o livro muito bom [ótimo], saiba o porquê.

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Autor tempera crônica política com humor e erudição filosófico-literária

Crítica/"O País dos Petralhas'/ótimo
EDUARDO GRAEFF - ESPECIAL PARA A FOLHA
O que a resistência à ditadura uniu o governo Lula separa. "Chegamos àquele ponto da trajetória que divide, sim, os partidários da herança comunista e liberal", constata Reinaldo Azevedo em "O País dos Petralhas".
O Brasil hoje é o campo de batalha dessas duas facções. De um lado o "Apedeuta" espertalhão e sua tropa de esquerdistas sem utopia, mas com volúpia do poder do Estado e suas boquinhas mil. Do outro lado, os que não se deixam tapear nem intimidar na defesa do Estado de direito democrático, ainda que carimbados de direitistas.
Azevedo tem sido de longe o crítico mais afiado do lulo-petismo na imprensa brasileira, primeiro na chefia de redação da revista "Primeira Leitura", depois no blog hospedado por "Veja". Se você não era leitor dele (porque não ligava para política ou acabou de voltar da Lua, sei lá), o livro recém-lançado é a chance de mergulhar de cabeça numa seleção pelo próprio autor dos mais de 11 mil textos que postou no blog desde 2006, além de artigos que publicou no jornal "O Globo" entre 2005 e 2006.
Para você que é freguês do blog, como eu, a leitura selecionada e no papel realça o que o tiroteio on-line (são em média uns 20 posts por dia) pode esfumaçar: o arcabouço de idéias por trás das visões e opiniões variadas e o perfil do autor como personagem dele mesmo.
(…….)Para sorte dele, e nossa, Azevedo tempera a crônica política com boas doses de erudição filosófico-literária, uma visão idiossincrática bem-humorada das variedades da indústria cultural e uma exposição comedida de impressões e sentimentos pessoais.
É aí, quando rumina as lições de teologia de são Tomás de Aquino, dialoga com poetas mortos ou registra casualmente momentos de ternura familiar, que ele se expõe como personagem do seu diário de bordo. Individualista radical, homem-célula errante da blogosfera, um Jason Bourne em versão digital. Mau feito pica-pau, como ele prefere se apresentar aos adversários. Mas sem perder a graça jamais.

EDUARDO GRAEFF é cientista político e foi secretário-geral da Presidência da República no governo Fernando Henrique Cardoso
Avaliação: ótimo

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Texto de Woolrich pode ser diabólico

RUY CASTRO - COLUNISTA DA FOLHA
O autor de mistério Cornell Woolrich (1903-1968) fez de tudo para fracassar. Era retraído e/ou agressivo, não se dava com ninguém, morava (com a mãe) em pardieiros do Harlem, escondia-se sob pseudônimos (William Irish, o mais conhecido) e não praticava nem vestígio de "vida literária". Mas tinha um mercado cativo para tudo que publicava e, desde sempre, o cinema adorou filmar seus contos e romances. Era perseguido pelo sucesso, graças a seu talento e imaginação. Entre as dezenas de filmes tirados das histórias de Woolrich, contam-se "A Dama Fantasma" (1944), que William Dieterle adaptou do romance "The Phantom Lady" (tendo no elenco Aurora Miranda, irmã de Carmen), e os dois que François Truffaut filmou, um a seguir ao outro: "A Noiva Estava de Preto" (1968) e "A Sereia do Mississippi" (1969).
Mas não adianta: Woolrich está condenado a ser o autor do conto "It Had to Be Murder" (1942) em que Alfred Hitchcock se baseou para rodar "Janela Indiscreta" (1954). "Janela Indiscreta e Outros Contos", o livro, acaba de sair pela Companhia das Letras, que já lançou outros romances do escritor.
"Janela Indiscreta", o filme, é tão marcante que, ao ler o conto, escalamos mentalmente James Stewart no papel do fotógrafo engessado e preso à cadeira de rodas, de olho na vida alheia, e sentimos falta de Grace Kelly, cujo papel não existe no original.
É instrutivo para se ver como Hitch e seu roteirista John Michael Hayes acrescentaram carne e músculos ao protagonista, tornando-o uma espécie de Robert Capa, o grande fotógrafo da agência Magnum, que, como Jeff na história, não perdia uma foto por nada (morreria fotografando no Vietnã). Mas, exceto por isto, a adaptação seguiu a trama de Woolrich, cujo poder de observação e descrição podia ser diabólico.

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32ª MOSTRA DE SP: "Waltz with Bashir"

Israelense faz animação como terapia

MARCO AURÉLIO CANÔNICO - DA REPORTAGEM LOCAL
Em 2006, um ex-companheiro de Exército chamou o cineasta israelense Ari Folman para uma conversa. O homem estava atormentado por um pesadelo referente à Guerra do Líbano de 1982, de que ambos participaram, e queria que Folman o ajudasse, fazendo um filme.
Assim surgiu "Waltz with Bashir", animação que concorreu à Palma de Ouro em Cannes e que será exibida hoje na Mostra de Cinema de São Paulo, em duas únicas sessões. Folman, que até então não tinha memórias da guerra, decide ouvir seus ex-companheiros na esperança de que as lembranças deles o ajudem a desbloquear as suas.
O público o segue nessa jornada pessoal, descobrindo as imagens sinistras e a culpa que o diretor, um jovem de 19 anos à época do Exército, apagou da memória para conseguir levar uma vida normal pós-guerra. "Waltz with Bashir" é, portanto, uma sessão de terapia individual e coletiva, que vai ficando mais pesada à medida que se aprofunda. A opção por retratar tudo com desenhos, no entanto, atenua o desconforto da audiência -e isso fica óbvio no final chocante, quando são usadas imagens reais.
O filme também é uma expiação da culpa pelo vergonhoso episódio a que alude seu título. Em setembro de 1982, um dia após o assassinato do recém-eleito presidente libanês Bashir Gemayel, a milícia cristã que o apoiava invadiu Sabra e Chatila, campos de refugiados palestinos nos arredores de Beirute, em busca de vingança.
O que se seguiu foram dias de extermínio e destruição a que o Exército de Israel, que vigiava a área, assistiu passivamente.
Folman tem coragem para igualar o massacre dos palestinos ao de seu próprio povo, descrevendo o que ocorreu com palavras e expressões ("genocídio", "campo de extermínio", "gueto de Varsóvia") cuja utilização fora do contexto do Holocausto é abominada pelo governo israelense.
Não vai tão longe, no entanto, a ponto de dar voz às vítimas, o que é lamentável, porque tornaria seu filme mais equilibrado. Um exemplo dessa edição parcial: a única parte falada do filme que não tem legenda é a que mostra mulheres palestinas desesperadas enquanto andam pelo cenário do massacre.
WALTZ WITH BASHIR
Quando: hoje, às 23h30, no Unibanco Arteplex 1 e 2
Avaliação: bom
Classificação: não indicado a menores de 14 anos

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MEIRELLES, JULIANNE, SOM E FÚRIA

Tem um tempão que eu queria falar aqui do 'Ensaio sobre a Cegueira' mas faltava oportunidade. Ela chegou. Hoje, vi a entrevista que o Fernando Meirelles concedeu a Marília Gabriela no GNT. Foi um bate-papo tranqüilo e bastante sincero, no qual o diretor expôs suas inseguranças mas, principalmente, mostrou-se absolutamente seguro. Sim, a pessoa segura de fato é a que sabe que não tem a obrigação de saber de tudo, que pode aprender. Nos últimos anos, Meirelles mostrou que aprendeu a ser um grande contador de histórias. Ele está dirigindo 'Som e Fúria', na Globo, baseada na série canadense 'Slings and Arrows', que mostra os bastidores de uma companhia de teatro que encena peças de Shakespeare. É um projeto bastante interessante, que mostra a capacidade do diretor de fazer boas escolhas. Quando ele resolveu adaptar o romance de sucesso de Saramago para o cinema, tinha consciência de que corria perigo. Sofreu um pouco em Cannes com a recepção de parte da crítica para o filme, então exibido com boa parte da narração do Danny Glover, depois retirada. Depois, deixou de sofrer. Sabia que tinha feito uma grande obra. >>>> POSTADO POR: André Gomes às 19:07 :: Arquivado

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20 de outubro de 2008

O sonho da razão, por Manuel da Costa Pinto.

Narrativas de Samuel Beckett criam espaços imaginários como laboratórios da morte individual e coletiva
"UMA FENOMENOLOGIA da percepção e uma arqueologia do saber aproximam "O Despovoador", distopia que ecoa o inferno dantesco, e "Mal Visto Mal Dito", janela e réquiem para uma velha enclausurada."
A fórmula, que sintetiza essas duas narrativas de Beckett reunidas num único volume, está no prefácio de Fábio de Souza Andrade -intérprete obsessivo (como todo bom leitor) do romancista e dramaturgo irlandês.
A referência a Merleau-Ponty ("Fenomenologia da Percepção") e Michel Foucault ("A Arqueologia do Saber") lança luz sobre um universo de sombra. O sujeito, na obra de beckettiana, tem algo de pré-discursivo, pré-intelectual; e, ao fazer a fenomenologia dessa existência puramente corpórea, que precede a consciência, o autor de "O Inominável" expõe o fosso que existe entre palavras e coisas, linguagem e mundo.

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6 de outubro de 2008

José Saramago rebate críticas a Ensaio

O Estado de São Paulo - 04/10/2008 - por Redação
O escritor português José Saramago defendeu a adaptação cinematográfica de Ensaio sobre a cegueira, do diretor Fernando Meirelles. Para Saramago, as críticas de uma associação americana de cegos são infundadas. "A estupidez não discrimina os cegos dos que enxergam", disse a uma emissora portuguesa de rádio. A associação acusa o filme de retratar cegos como monstros e ameaçou protestar nos cinemas onde a obra estiver em exibição.

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20 de setembro de 2008

Crítica/"Rimas da Vida e da Morte"

Rimas da vida e da morteAmós Oz transforma incertezas em possibilidades de salvação

Autor volta a usar confusão entre "ficção" e "real" como antídoto para certezas fanáticas
NOEMI JAFFE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em "História de Amor e de Trevas", uma autobiografia de sua infância, Amós Oz conta que, ainda pequeno, quando sua mãe o levava a uma sorveteria e o obrigava a ficar calado, sua alternativa era ficar olhando para as pessoas e inventar histórias para elas. Nomes, profissões, idiossincrasias, amores, tudo. Já em "Contra o Fanatismo", o autor narra a mesma mania e acrescenta que inventar histórias seja talvez o maior e o único remédio contra essa doença que tem tomado conta do mundo. Em seu último livro, "Rimas da Vida e da Morte", a prática de inventar histórias para as pessoas é o próprio enredo. Mas qual romance não exercita isso? Todos. Mas, aqui é diferente. Oz cria um personagem, escritor desiludido, embora bem-sucedido, que brinca de inventar histórias sobre o público que vai assisti-lo na leitura de um de seus romances. Resultado: uma metainvenção. Um personagem inventado que inventa personagens. Embarcamos, assim, numa invenção dupla, até chegar um momento em que o próprio protagonista começa a perder sua legitimidade narrativa e desconfiamos de que ele também seja uma invenção de algum outro narrador. Geralmente, quando lemos um livro, fazemos como Coleridge aconselhou: praticamos a suspensão da descrença ("suspension of disbelief") e acreditamos em tudo, por absurdo que seja, em nome do fluxo narrativo. Esse é um dos maiores prazeres da literatura: acreditar. Mas a metalinguagem cria uma certa desconfiança e um nó no leitor. Afinal, no que podemos confiar aqui? A melhor resposta, sem dúvida, é: em tudo. Porque tudo, em literatura e provavelmente também fora dela, é invenção. Quando percebemos, estamos torcendo pelo desenrolar das ações dos personagens inventados, sabendo que sua vida não passa de especulação da cabeça do escritor.

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6 de setembro de 2008

Sutilezas unem histórias de difícil beleza de Grossman

Israelense opta por narrativa sinuosa para juntar tramas de relações conturbadas


MICHEL LAUB
ESPECIAL PARA A FOLHA
Numa época em que ação, velocidade e clareza são vistas como qualidades literárias, não deixa de ser arriscada a aposta do escritor israelense David Grossman em "Desvario". O romance é o oposto disso: duas histórias independentes, narradas de maneira sinuosa, com personagens que demoram para ser identificados e situações que só ficam claras quando o leitor já ameaça se perder entre suas ambigüidades e sutilezas. A primeira delas é sobre um homem que, sabendo do caso extraconjugal da mulher, resolve contar tudo para a cunhada durante uma viagem de carro. A segunda fala de uma professora de ioga e de suas relações conturbadas com a filha e um aluno de 16 anos. Felizmente, o esforço para juntar as pontas de ambas compensa. E, num certo sentido, é até essencial para a compreensão da proposta do livro. Porque Grossman não parece tê-lo escrito apenas para reafirmar o velho tema da complexidade das relações afetivas -no caso, entre homem e mulher, mulher e mulher, mãe e filha, pai e filho. Mais que isso, e forçando um pouco a barra crítica, talvez se possa dizer que a sua intenção seja dar ao leitor uma experiência de subjetividade radical, fazendo-o mergulhar na mesma espécie de incompreensão do mundo que marca os personagens durante boa parte de suas vidas.

Narradores
"Desvario" usa narradores em primeira e terceira pessoa, com pouca diferença entre as duas formas, porque o ponto de vista é sempre estrito, filtrado e distorcido pela intensidade dos desejos, das emoções, dos traumas, da proximidade da morte. É só fragmentariamente, portanto, num processo lento e doloroso como o de um "insight", que começamos a enxergar os abismos que rondam essas criaturas. Na maioria das vezes, eles aparecem em frases dúbias, que disfarçam sua tristeza, por exemplo, sob uma camada aparente de salvação: "Não importa homem, não importa mulher, não importa o que lhe disseram, do que riram ou zombaram, não importa como seu pai o chama, com que nomes, e por que ele bate em você, e por que afastaram o Kôbi de você, eles não entendem nada, eles estão só do lado de fora, no meio do barulho, não podem ouvir o que você ouve, e você ouve maravilhosamente bem." Em outros trechos, é uma estocada precisa, em meio à camada de indícios insinuados em gestos e falas, que revela toda uma dimensão trágica individual: "Tentei mexer um pouco com cinema, e jornalismo, e minhas limitações ficaram claras", diz a filha da professora de ioga. "E ficou claro sobretudo que aquela infância teve um preço (não existe nem fome grátis), e que nesse meio-tempo o mundo se enchera de outras crianças que não haviam desperdiçado suas energias apenas para sobreviver." Grossman escreve com uma consciência notável de seu ofício, dando ao livro um sentido de totalidade e sabedoria que, embora o tom inevitavelmente melancólico do desfecho, não pode ser confundido com pessimismo ou desolação. De certa maneira, essa é mais uma de suas surpresas. E mais uma das razões para enfrentar a beleza difícil de suas 322 páginas.

MICHEL LAUB é autor de "Longe da Água" e "O Segundo Tempo"


DESVARIO
Autor: David Grossman
Tradução: George Schlesinger
Editora: Companhia das Letras
Quanto: R$ 51 (322 págs.)
Avaliação: bom

COMUNIDADE NO ORKUT: http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=67663181

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1 de setembro de 2008

Existe um Homero em cada autor

O Estado de São Paulo - 31/08/2008 - por Rodrigo Lacerda

A Ilíada e a Odisséia são duas obras que certamente se encaixam numa coleção chamada Livros que mudaram o mundo. Escritas por volta de 800 anos antes de Cristo, desde então fazem parte do chamado cânone ocidental. Mas nem sempre este pertencimento ao cânone foi visto com tanta naturalidade. É exatamente do processo de consolidação dessas obras, e de seu autor, na lista dos clássicos de todos os tempos, que trata o novo livro do escritor, tradutor e antologista Alberto Manguel, Ilíada e Odisséia - Uma biografia (Jorge Zahar, Trad. Pedro Maia Soares, 272 pp., R$ 39,90). Os capítulos de abertura abrem espaço para um pequeno resumo dos poemas e para a indefectível discussão sobre a existência ou não de Homero. Mas não são eles que importam. Fazer a "biografia" dos dois livros primordiais da literatura grega, como propõe o título, significa recuperar as diversas leituras que já inspiraram.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080831/not_imp233584,0.php

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31 de agosto de 2008

'Shortbus' tem sexo explícito e muita provocação

Luiz Carlos Merten, de O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - Exibido fora de concurso no Festival de Cannes, há dois anos, Shortbus teve direito a sessão de gala, com tapete vermelho. E terminou sendo um dos filmes mais comentados do maior festival de cinema do mundo, naquele ano. Na coletiva, após a projeção para a imprensa, o diretor John Cameron Mitchell admitiu que fez Shortbus "com um grau de provocação em mente". Na verdade, muita provocação. Além de os personagens falarem em sexo o tempo todo, eles partem da oralidade para a prática. Shortbus tem sexo explícito, o que é sempre motivo de escândalo.

Veja também:

Trailer de 'Shortbus' trailer

Exatamente 30 anos antes de Mitchell, o japonês Nagisa Oshima também havia feito Cannes tremer com as cenas de penetração e felação de O Império dos Sentidos. Em anos recentes, o estupro da personagem de Monica Bellucci em Irreversível, de Gaspar Noë, e a provocação sexual de Chloë Sevigny em Brown Bunny, de Vincent Gallo, também fizeram sensação na Croisette. Em ambos os filmes, o sexo era praticado a dois e, no caso de Irreversível, contra a vontade da deslumbrante Monica. No caso de Shortbus, o sexo é grupal e isso talvez tenha aumentado o mal-estar. Embora em ambientes fechados, as imagens de casais, homo e heteros, carregam sugestões do sexo em plena era de ‘paz e amor’ de Woodstock, no documentátrio de Michael Wadleigh.

[Ainda não assisti]

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24 de agosto de 2008

Escritor Guido Viaro lança novo livro

O escritor curitibano Guido Viaro lançou seu livro EMBAIXO DAS VELHAS ESTRELAS.

O romance de 237 páginas acompanha a jornada de desprendimento e auto-conhecimento de um personagem masculino, que não tem nome definido. Ele abandona o vilarejo onde mora em busca de uma integração com a natureza, sem saber exatamente o que buscar ou mesmo aonde buscar. Ele sabe apenas do que deseja se afastar.

O ritmo natural da vida humana é semelhante ao da natureza. Mas a sociedade urbana altera este ritmo, ao criar prioridades ilusórias, ao mesmo tempo em que modifica a essência do ser humano, que não é boa nem má, mas harmônica. Desde que foi quebrada a harmonia natural, o homem passou a buscar outra, que é a vida em sociedade, e que representaria a busca pela harmonia perdida”, comenta Guido Viaro.

Este personagem sem nome se afasta do mundo urbano e de uma rotina pré-estabelecida e parte para uma caminhada mata adentro. Não se sabe a época em que vive ou os locais por onde ele passa. Ao longo da obra, ele narra as impressões deste retorno à natureza em seu contato com paisagens e belezas naturais, como bosques, campos, montanhas, plantas e animais e sua dificuldade em sobreviver e se alimentar. As dificuldades que enfrenta são barreiras menores comparadas à sua escalada rumo ao auto-conhecimento.

Todos os artifícios e benesses sociais tentam recriar em vão o estado harmônico deixado para trás. Mas a parte mais selvagem do homem nunca aceita verdadeiramente esta nova ordem e sempre busca um retorno para as origens. Assim, a vida em sociedade é uma eterna luta contra a própria essência humana. As gerações se sucedem e o mesmo homem que erigiu as civilizações se encarregará de destruí-las para que a natureza floresça sobre suas ruínas”, afirma Viaro.

Via: Silvana Mangano na Moviola de Tiomkim

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CRIADORES DE MANTRAS - ENSAIOS E CONFERENCIAS, de Anderson Braga Horta

Criadores de MantrasA exemplo do belo De Poetas e de Poesia, do grande Manuel Bandeira, é de bons versos e inspirados artistas que se compõe a matéria deste Criadores de Mantras, com que o poeta Anderson Braga Horta continua a dar mostras de sua outra face de comentarista perspicaz no vasto campo de sua predileção. E é com crescente prazer, para ele como para nós, que o autor nos leva a percorrer ao longo de quase 400 páginas, um panorama crítico-amoroso de nossa poesia mais representativa, desde o Romantismo até os nossos dias, no qual estão presentes nomes como os de Álvares de Azevedo, Cruz e Sousa e Alphonsus, Augusto dos Anjos e Schmidt, Bandeira e Drummond, entre outros de mérito comparável. São poetas e poemas não só da afeição de Anderson como da nossa, que honram qualquer literatura e que devem ser sempre lembrados.

Anderson Braga Horta – Carangola, MG, 17.11.1934. Ginásio em Goiânia, GO, e Manhumirim, MG; Clássico em Leopoldina, MG; Faculdade Nacional de Direito, Universidade do Brasil, Rio de Janeiro, 1959. Em Brasília desde 1960, fez o primeiro vestibular da UnB, onde iniciou o Curso de Letras Brasileiras. Diretor Legislativo da Câmara dos Deputados, aposentado — Professor de Português – Co-fundador da Associação Nacional de Escritores, de que foi secretário-geral, do Clube de Poesia de Brasília e de seu sucessor, o Clube de Poesia e Crítica, de que foi presidente, e da Associação Profissional, depois Sindicato dos Escritores do Distrito Federal — Membro da Academia Brasiliense de Letras, de que foi 1.º-secretário, e da Academia de Letras do Brasil, de que foi 2.º-secretário.

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22 de agosto de 2008

Venenos de Deus, Remédios do Diabo, Mia Couto

Tons mais sóbrios marcam a paisagem de Venenos de Deus, Remédios do Diabo, o romance recém-lançado de Mia Couto. Sob uma névoa que agora batiza e cobre uma vila africana, as intimidades dos habitantes silenciam, debaixo de pequenas mentiras, saberes que não mentem. Cada sonho é um modo de esquivar-se de um presente de poucas distrações. São breves os arredores de Vila Cacimba, porém, dentro da casa de D. Munda e Bartolomeu Sozinho, uma geografia se desdobra em distâncias. Além dos devaneios da memória, que adoecem de melancolia esse universo entre quatro paredes onde se concentra a narrativa, uma epidemia contamina as redondezas da vila, convertendo os soldados em "tresandarilhos".

Encarregado de conter a doença, que os moradores do lugarejo atribuem a um "mau-olhado", o médico português Sidônio Rosa esconde outro motivo para estar ali, uma saudade chamada Deolinda. O nome dessa mulata atravessa o livro como uma segunda neblina, uma sombra que acompanha seus personagens, miscigenando lembranças de um passado cujo verdadeiro nome é o de uma terra perdida. Sidônio não esquece o caso de amor que teve com a mulata durante um congresso em Lisboa, e viaja à sua procura, no fundo, para resgatar a si mesmo. Os velhos Bartolomeu e D. Munda tampouco esquecem Deolinda, que partiu "para fora" deixando na casa a ausência de uma filha. Aqui tem início a travessia do romance, nas visitas diárias que Sidônio faz a Bartolomeu, para tratá-lo de tristezas tão venenosas quanto a epidemia da vila. (© Mariana Ianelli - Publicado no Rascunho, Via Blog ArdoTEmpo).

Bartolomeu Sozinho é um velho mecânico naval moçambicano aposentado do trabalho, mas não dos sonhos ardentes e dos pesadelos ressentidos que elabora em seu escuro quarto de doente terminal. Ele é atendido em domicílio por Sidónio Rosa, médico português. A narrativa entrelaça a vida de Bartolomeu, de sua mulher, Munda, da ausente e quase mitológica Deolinda, filha do casal, do dedicado Doutor Sidonho, bem como de Suacelência, o suarento e corrupto administrador de Vila Cacimba, um lugarejo imerso em poeira e cacimbas (neblinas) enganadoras. São vidas feitas de mentiras e ilusões que tornam difícil diferenciar o sonho da realidade. Em 'Venenos de Deus, Remédios do Diabo', o autor moçambicano confronta verdades e mentiras na história de um médico português e seu paciente africano, ligados pelo destino de uma misteriosa mulher.

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21 de agosto de 2008

Mia Couto, por Mariana Ianelli

O Guardador de Sonhos

Nasce mulata a poesia moçambicana, em meados do séc. XIX, no casamento do poeta Tomás Antônio Gonzaga, de sangue luso-brasileiro, com Juliana de Sousa Mascarenhas, da Ilha de Moçambique. A respeito desse rico intercâmbio de culturas falava o escritor Mia Couto, quatro anos atrás, em uma comunicação na Academia Brasileira de Letras. Foi assim que, estreitando laços de vizinhança, entre 1950 e 1970, as vozes de Manuel Bandeira, Drummond, Graciliano Ramos, Jorge Amado e tantos outros aportaram em Moçambique, para semear ali a gênese de uma identidade lingüística ainda carente de matizes que pudessem distingui-la do português colonial.

Dessa partilha que transcende a dimensão da língua e toca o fundo de um parentesco mágico, deriva o encontro de alma especialíssimo de Mia Couto com Guimarães Rosa. Em um sertão que desemboca em savana, levanta-se agora, mais uma vez, a flor mestiça, re-encantada em cores de beleza universal. Tudo o que Mia Couto reconhece marcar a experiência de recriação da escrita em Guimarães, podemos também reconhecer em seu trabalho, bem entranhado nos sais da terra moçambicana: o uso de "neologismos, da desarticulação da frase feita, da reinvenção dos provérbios, do resgatar dos materiais da oralidade". Poetas por excelência, ambos são feiticeiros da linguagem, desbravadores de uma pátria mítica em que nos descobrimos antes unidos por um sonho que separados por diferenças de raça. >>> continue lendo: © Mariana Ianelli - Publicado no Rascunho

Via: Blog ARdoTEmpo

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13 de julho de 2008

Humor deslocado, duas faces de uma atriz e um clássico romântico com Orson Welles, por Chico Lopes.

Continuo com minhas idas (raras) ao cinema e minha disparada preferência pelos DVDs, comentando um sucesso em cartaz e outras coisas que andei pegando pelas locadoras.

SÁTIRA PERDIDA NO TEMPO - A despeito das críticas favoráveis e da publicidade maciça, é bom que o espectador de cinema pense duas vezes antes de ir ver "Agente 86", um dos sucessos da atualidade nos cinemas. Hollywood vem padecendo com falta de boas idéias e novos roteiros e recicla tudo - dessa vez, é o agente satírico de um velho seriado homônimo de televisão dos anos 60, que foi feito pelo falecido Don Adams, uma idéia de Mel Brooks que tinha muito de divertido, mas também podia irritar, pela idiotice assumida. Como hoje em dia o humor no cinema pende, decididamente, para a segunda, e raramente compensa isso com diversão, "Agente 86", de Peter Segal, com Steve Carell no papel que foi de Adams, é uma produção muito barulhenta e apenas mediana. Alguns momentos de riso, ação desenfreada, e Carell acertando aqui, ficando maçante ali. Anne Hathaway até que se esforça como parceira, mas não é engraçada. Terence Stamp é de novo um vilão excêntrico. Isso já cansou muito.

TEXTO COMPLETO

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9 de junho de 2008

Para ler de forma radical


O Globo - 07/06/2008 - por Sérgio de Sá
Para ler como um escritor (Jorge Zahar, 320 pp., R$ 44,90) é "um guia para quem gosta de livros e para quem quer escrevê-los". Destinada tanto a leitores como a candidatos a escritor, a obra da americana Francine Prose pretende despertar o desejo e a paixão pela leitura que entra e sai por meio da escritura, e vice-versa. Assim, não seria possível a um manual nesses moldes outra opção que não a do close reading, a leitura colada no texto. A escritora e ensaísta está sempre à procura do texto "escrevível", do qual nos fala Roland Barthes, o texto que faz da legibilidade móvel a ação. Convoca o leitor a mudar de papel, ou melhor, leva-o a querer se inscrever no papel. A idéia de "ler como um escritor", depois de compartilhada com todos, sugere abordagem erótica da linguagem, a partir de uma aproximação em ordem crescente: palavra, frase, parágrafo, narração.

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28 de maio de 2008

Texto de Ferréz deu B.O.

O escritor Ferréz, autor de vários livros e colaborador da Caros Amigos, está sendo inquirido por apologia ao crime após ter escrito "Pensamentos de um correria" na Folha de São Paulo, um texto de ficção sobre o assalto cometido em face do apresentador Luciano Huck. Mais detalhes aqui:

Aviso aos amigos que acompanham esse blog.
A todos que acompanham esse blog, que no fim das contas é um dos 2 lugares em que posso falar o que eu quiser, o outro é a Revista Caros Amigos, que sempre me foi fiel.
Não acho justo esconder as coisas boas, nem as ruins, afinal é pra vocês que escrevo e crio meus textos.
Ontem o dia foi muito cansativo, tive algumas reuniões, sobre os eventos do show o Rap Não Pára, sobre as camisa novas da 1dasul, e no fim com o Negredo sobre mudanças na biblioteca. Como recompensa, hoje recebi a chata notícia de que foi aberto o inquérito por apologia ao crime na 77 delegacia de Santa Cecília, sobre o texto que fiz para a Folha de S.Paulo "Pensamentos de um correria".
Na verdade eu já estava achando que isso não ia ficar assim mesmo, pois agente falar de 'propriedade' nesse pais é o mais grave dos crimes, e apesar do texto ser desde o início de ficção, e ai abre pra gente começar a decretar a prisão de todo escritor que já abordou algum tema semelhante ao meu (quase todos que já li), o inquérito foi aberto.
A realidade é que as pessoas para quem escrevo, e o lugar onde moro, são motivos mais fortes para um inquérito do que o tanto de crime que agente tem nesse pais.
Desculpe expor o assunto desse jeito, mas acho que o lugar é o mais apropriado, e o único onde eu posso estar falando a minha versão das coisas.
O que tiver que ser será, e pra ser sincero, eu já vivo em regime semi aberto desde que nasci aqui.
Ferréz.

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26 de abril de 2008

Garimpos na atualidade e no passado: filmes que andei vendo, por Chico Lopes

De vez em quando, há leitores do que escrevo aqui no "Verdes Trigos" que me cobram o fato de comentar mais filmes antigos que novos ou me acusam de só gostar de "filmes velhos". Mal respondo à acusação de só gostar de filmes do passado, porque é simplesmente uma atitude do pior obscurantismo e ignorância - como se a história do Cinema fosse desdenhável e tudo tivesse começado ontem, com algum dos fetiches tecnológicos de Spielberg e Lucas. Gosto de tudo, de qualquer época, contanto que seja bom de fato. É impossível entender o que é o Cinema sem ver os chamados "filmes velhos".Acho privilegiada uma época como a nossa, em que DVDs de velhos filmes não param de sair, que nos permitem olhar para o passado, avaliar o que foi feito, comparar com o presente (ainda que seja para lamentar este) ou simplesmente fazer uma viagem deliberadamente saudosista a personagens e valores tidos por antiquados, por quê não? (se a modernidade prega que toda pretensão a valor é hipocrisia e só a maldade dá uma idéia fiel do ser humano, talvez o que está decididamente fora de moda seja a única salvação).
Vou vendo filmes de todos os tipos, tempos e lugares. Um pouco do que ando vendo segue aqui, talvez como orientação para algum leitor que aprecie meu gosto (ou desgosto) e queira concordar (ou discordar) comigo futuramente:

ENCANTADA - Produto de Walt Disney que pretende fazer paródia dos desenhos animados clássicos do estúdio como "A Bela Adormecida", "Branca de Neve e os Sete Anões", e consegue ser inteligente e engenhoso, ao menos até à metade. A princesa típica de todos os desenhos Disney, que inclusive, folgada, faz uso de animais para serviços domésticos convocando-os com musiquinhas melosas, sofre maldição de uma bruxa, cai num abismo e este abismo dá num buraco de esgoto de uma rua da Nova York atual, onde o desenho sai como atriz (Amy Adams).
Aí, o filme passa a ser uma comédia romântica normal. Ela sai à procura de um castelo e do príncipe com quem deve se casar, deparando-se com a brutalidade do mundo contemporâneo (como se não houvesse muita crueldade velada naqueles desenhos todos!). Encontra um jovem executivo realista (nesses filmes, o sujeito que não crê em fantasia é rapidamente estigmatizado como um tipo cruel e sem imaginação) e desiludido que tem uma noiva, mas não é feliz (vocês já entenderam tudo). O filme faz rir, mas, quando a gente se dá conta, está pregando precisamente todos os valores que tentou parodiar até então, e sentimos que fomos chantageados de maneira bem baixa. Uma pena. Mas Amy Adams é boa atriz. ==>> LEIA MAIS

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14 de abril de 2008

Romance de estréia segue tradição de 'O Nome da Rosa' e 'O Código Da Vinci"

ADRIANO SCHWARTZ - ESPECIAL PARA A FOLHA
O título, "O Conto do Amor", sugere à primeira vista que se trata da história de uma paixão. Essa é, de fato, uma das formas de amor abordadas no livro de Contardo Calligaris, mas há outras, que, misturadas, criam a teia de afetos presentes no enredo: há o amor entre pai e filho, há o amor interrompido no passado que deixa marcas na história dos envolvidos, há o amor aparentemente simples que, para ser levado adiante, irá requerer desprendimento e coragem.
Carlo Antonini, o protagonista da obra, é um italiano que mora em Nova York, onde ensina psicopatologia, e volta para seu país em busca do sentido de uma conversa que tivera com o pai pouco antes de ele morrer, 12 anos antes. Nela, o homem que passara a vida toda imerso em seus estudos sobre a Renascença conta para o filho uma experiência estranha que vivenciara na juventude no convento do Monte Oliveto Maggiore, próximo a Siena: "Ao entrar no claustro, tive a sensação imediata, distinta, nítida de que conhecia os afrescos perfeitamente, cada cena, cada figura, cada pincelada".
O ponto de partida é interessante, e a complexidade das relações amorosas é abordada com delicadeza. O problema de "O Conto do Amor" é que ele se filia a uma tradição narrativa já bastante desgastada e diluída, que tem seu marco de origem genial, nessa formulação, em "O Nome da Rosa", de Umberto Eco, e seu maior best-seller em "O Código Da Vinci", de Dan Brown.
Entre seus mais comuns ingredientes, estão o uso de questões da história da igreja e da arte didaticamente expostas, as constantes referências eruditas ou supostamente eruditas, os toques autobiográficos, a assimilação no texto de roteiros turísticos e a investigação detetivesca que se vale de coincidências e das intuições brilhantes (e às vezes altamente improváveis) do herói. No Brasil, o esquema já fora adaptado, por exemplo, por Isaías Pessotti, em romances como "O Manuscrito de Mediavilla" e "Aqueles Cães Malditos de Arquelau".
Infelizmente, em sua estréia na ficção, Contardo Calligaris não consegue escapar do peso dessa linhagem.


ADRIANO SCHWARTZ é professor de literatura da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP.
O CONTO DO AMOR
Autor:
Contardo Calligaris
Editora: Companhia das Letras
Quanto: R$ 34 (128 págs.)
Avaliação: regular
Lançamento: sábado (26/4), na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (av. Paulista, 2.073), às 11h

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17 de março de 2008

É sempre interessante recordar que o Brasil sempre recebeu de braços abertos a todos

Para Todos

Neste momento em que a Espanha barra a entrada de brasileiros, deportando-os com vileza, lastreada em estatística e discriminação - turistas, estudantes, doutorandos dirigindo-se a congressos científicos, clérigos de passagem e, inclusive, alguns que para lá vão tentando alcançar alguma dignidade na existência, fugindo da pobreza ou da perseguição política - é sempre interessante recordar que o Brasil desde 1824, recebeu de braços abertos a todos e, na medida do possível, deu guarida a portugueses, alemães, italianos, franceses, espanhóis, ciganos, poloneses, ingleses, húngaros, romenos, iugoslavos, argentinos, chilenos, uruguaios, bolivianos, paraguaios, libaneses, israelenses, palestinos, armênios, turcos, japoneses, coreanos e chineses (isso sem falar de todas as nações e etnias africanas mas essa é uma outra história diferente, bem mais radical, que merece abordagem diversa noutro artigo - nesta história da herança afro existe culpa e débitos ainda a acertar).

Levas de imigrantes, sem posses ou que tinham perdido tudo, vieram para cá (e continuam vindo) refazer suas vidas por variados motivos (pobreza, sobrevivência, carência de oportunidades, guerras, genocídios, perseguições políticas, injustica social, desejo de crescimento cultural), que são, curiosamente, quase idênticos aos que estimulam legitimamente alguns brasileiros a tentar alguma chance de vida, algumas oportunidades para sobreviver, as mesmas que outros imigrantes encontraram aqui, generosamente, em anteriores momentos profundamente ásperos.

Alfredo Aquino - http://ardotempo.blogs.sapo.pt

CONCORDO com todas as letras da opinião do amigo Alfredo Aquino.

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16 de março de 2008

Na cama com Bruna Surfistinha - Receitas de prazer e sedução, por Carla Coelho

"Você vai descobrir por que toda mulher tem o sonho de ser garota de programa por um dia e por que os homens são tão loucos pelo sexo anal. Você vai saber como tirar proveito da masturbação (sozinho ou acompanhado), aprender a explorar o corpo dele ou dela e encontrar prazer onde você jamais imaginava sentir".
Bruna Surfistinha não escreveu o terceiro livro simplesmente para ter mais um título no currículo, para ganhar ainda mais dinheiro ou para criar uma trilogia digna dos grandes nomes da literatura nacional. A autora afirma, várias vezes, que o livro é quase que uma obra de caridade para as pessoas que não são plenas em suas vidas sexuais.
"Garota de programa por um dia", "Aquecendo os motores", "Massagem para acender o tesão" e "O sexo começa pelo beijo", são apenas alguns dos capítulos do livro de 296 páginas que vai deixar muito "marmanjo" sentado por horas e horas praticando um hábito não muito comum para a população brasileira, ler.

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4 de março de 2008

PAUL VALÉRY: ATOR DAS IDÉIAS

Em sua vida de professor e ensaísta, João Alexandre Barbosa foi o assíduo leitor de Paul Valéry, que se transformou num caso de perseguição a “exigir um ajuste de contas”. O resultado não foi tanto o aparecimento de um livro original que o crítico brasileiro poderia ter concebido, mas sim a reunião de nove ensaios, redigidos e publicados entre 1970 e 2005, que percorrem a obra do poeta francês: A Comédia Intelectual de Paul Valéry (Iluminuras, 159p., R$35). Coletânea que bem demonstra a “permanência e continuidade” de uma obra surpreendente por sua dimensão filosófica e por seu exame exigente da linguagem, a conduzir a literatura a uma via do fracasso da expressão; obra que também se impõe por seu gigantismo: somente a edição fac-similada dos Cahiers ocupa 35 cadernos de mil páginas cada um, resultado das anotações diárias de um pensador que não se ocupava dos fatos cotidianos, mas da investigação que busca o auge radical de lucidez e consciência sobre as “linguagens, sejam as verbais, sejam as das matemáticas e da filosofia.” [.....]

Uma nova edição de A Comédia Intelectual de Paul Valéry deveria zelar, contudo, pelo estabelecimento de critérios que beneficiem o leitor brasileiro: há trechos inteiros em língua francesa, sem qualquer tradução; mais adiante, trechos são transcritos somente em português; em seguida, há trechos em francês com tradução ao pé da página. Descuidos editoriais de uma coletânea que merece ser conhecida até mesmo por também trazer o problema da tradução e a idéia de rigor ao debate. [Felipe Fortuna]

Jornal do Brasil -Caderno Idéias & Livros
Sábado, 1º de março de 2008

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13 de fevereiro de 2008

Guimarães Rosa na roda

PublishNews - 13/02/2008
O Café Literário Bravo e o Centro da Cultura Judaica propõe o debate de um tema pautado pela revista. Neste primeiro encontro, a professora Walnice Nogueira Galvão e o jornalista René Daniel Decol conversam sobre o diário de Guimarães Rosa. O debate, que acontece no dia 14/02 às 20h30, terá a participação especial de Élida Marques e o grupo Ler é Uma Viagem. No encontro os participantes poderão ainda se deliciar com um buffet de chá elaborado pela chef Simone Chevis a partir das 19h30 (R$12 por pessoa). O Centro de Cultura Judaica fica na Rua Oscar Freire, 2.500, no Sumaré em São Paulo. Informações pelo telefone 11-3065-4333. >> Leia mais

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9 de fevereiro de 2008

Desespero e melancolia, por Manuel da Costa Pinto.

Biografia do compositor Álfred Shnittke revela tensão entre liberdade e rigor que atravessa a arte soviética

HÁ DEZ ANOS, "surgiu na indústria fonográfica um selo intitulado "Musica Non Grata", sob o qual se reuniam compositores -como Edison Denisov e Galina Ustvolskaya- que tinham caído em desgraça na extinta União Soviética. Dentre eles, um nome que os críticos não hesitam em citar ao lado dos maiores do século 20: Álfred Shnittke (1934-1998).

Pouco conhecido mesmo entre o escasso público da música contemporânea, esse artífice do "poliestilismo" acaba de ganhar biografia escrita pelo pesquisador brasileiro (e médico) Marco Aurélio Scarpinella Bueno. "Shnittke: Música para Todos os Tempos" é um livro para todos e não exige conhecimentos musicológicos profundos. Exige, porém, um leitor atento à forma nada óbvia pela qual a invenção reverbera as harmonias e dissonâncias de seu tempo -fenômeno muito menos evidente na música do que nas linguagens da literatura ou das artes plásticas. => LEIA MAIS

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30 de janeiro de 2008

Cadê os nacionais?

O Globo - 30/01/2008 - por André Miranda e Miguel Conde
Duas palavrinhas devem ser acrescentadas à velha máxima de que "brasileiro lê pouco". Levantamento feito pelo jornal Globo junto às principais editoras do país, e ilustrado na pilha de livros ao lado, mostra que apenas um nacional figurou entre os dez livros de ficção adulta mais vendidos no Brasil em 2007: Elite da tropa" (Objetiva), uma obra cujas vendas foram alavancadas pelo filme-sensação "Tropa de elite" e que possui o apelo extra de ser uma história real "disfarçada" de ficção. Portanto, se é verdade que o brasileiro lê pouco, parece mais claro ainda que o brasileiro lê pouco romance brasileiro. O desempenho comercial da ficção brasileira parece ainda mais fraco após uma olhada na lista de não-ficção, na qual a presença nacional é muito maior: em 2007, houve semanas em que até seis livros brasileiros apareciam entre os dez mais. No ranking de ficção, Elite da tropa ficou em oitavo, atrás de obras de autores de Afeganistão, Austrália, Índia, Estados Unidos e Espanha. >> Leia mais

Leia também: Assunto relevante, no Bloga Noga

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26 de janeiro de 2008

'Ver: Amor', de David Grossman

Mesmo quando ansiamos pelos maiores e mais puros ideais humanos(…), não podemos nunca, nem só por um instante, deixar de ter compaixão pelo homem, ainda que seja um só, porque nesse caso não seríamos melhores do que “eles”, malditos sejam.” (pag. 512)

No livro "Ver: Amor", David Grossman recria, numa visão literária muito pessoal, a enormidade que foi a shoah (o holocausto). "Escrevi "Ver: Amor" porque não podia compreender a minha vida hoje em Israel, nesta terra, como ser humano, como israelita, como judeu, como pai, como escritor e como homem, sem tentar colocar-me a mim mesmo dentro desse cenário louco que foi a shoah.", diz Grossman, " Tentei viver a shoah sob todos os pontos de vista, o da vítima e o do assassino. Foi uma experiência complicada; é difícil conseguir compreender como é que uma pessoa normal se pode transformar num assassino de massas."

"Ver: Amor" é um romance aliciante, longo e complexo. Divide-se em quatro capítulos que se interligam como um puzzle e que correspondem a quatro visões inéditas do holocausto:

1) a de uma criança , Momik que quer salvar a família do monstro Nazi.
2) uma fantasia lírica sobre o escritor polaco Bruno Schultz, assassinado pelos Nazis;
3) a história de Wasserman , o tio-avô de Momik, e de Neigel, um oficial Nazi;
4) uma enciclopédia sobre a vida de Kazik, um dos personagens criados por Wasserman.

O título em inglês é "See under: Love" parece mais de acordo com o seu significado - uma entrada para a palavra "Amor" na enciclopédia. Em português talvez fosse mais exato chamá-lo "Vide: Amor" ou "Veja: Amor", mas isto é um pormenor sem importância.
Neste livro fantástico, o poder da criatividade e da imaginação, desafia a rigidez do pensamento Nazi e de todos os sistemas que tentam abolir a liberdade e a individualidade humanas. (in fragmentos luminosos)

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29 de dezembro de 2007

Para Alívio dos Impulsos Insuportáveis

Para Alívio dos Impulsos Insuportáveis

de Nathan Englander (tradução de Lia Wyler; Rocco; 224 páginas; 36 reais)

Publicado nos Estados Unidos em 1999, esse livro foi uma das mais aclamadas estréias dos últimos tempos. Englander foi comparado a outros grandes escritores judeus, como Bernard Malamud, Saul Bellow e Philip Roth. E ele faz por merecer essa admiração crítica. Seus nove contos visitam o universo judaico com uma ironia que não dispensa o sentimento da tragédia histórica, como se vê em O Vigésimo Sétimo Homem, sobre um grupo de escritores iídiches que são torturados e mortos na União Soviética de Stalin, ou no conto-título, sobre as dificuldades sexuais de um casamento ortodoxo.

 

[Termino o ano de 2007 com a leitura deste lançamento do Nathan: um presente da Noga (isso mesmo, ela surpreendeu-me com este livro), vou conferir letra por letra. Nathan Englander é matéria de capa do Prosa & Verso, do Globo, de 29/12, com entrevista e mil elogios]

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13 de dezembro de 2007

Só 26% dos brasileiros entre 15 e 64 entendem 1 texto longo

Blue Bus - 10/12/2007 - por Luiz Alberto Marinho
Eu adoro livros, livrarias e bibliotecas. No colégio, era um dos poucos frequentadores assíduos daquela sala ampla, cheia de livros e perfumada pelos odores do papel e das capas, onde eu encontrava refúgio em histórias fantásticas. Talvez por isso eu desconfie tanto das pessoas que nao lêem livros, jornais, revistas ou o Blue Bus. Porém, infelizmente, em nosso país os livros são caros, há poucas livrarias e muitos municípios nem bibliotecas têm. Para piorar ainda mais a situação, só 26% dos brasileiros entre 15 e 64 anos encontram-se no nível pleno de alfabetização, ou seja, tem hoje condição de ler e compreender integralmente um texto longo. Esse dado é de uma pesquisa feita em 2005 pelo Instituto Paulo Montenegro, mantido pelo Ibope. >> Leia mais

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3 de dezembro de 2007

Triste, denso e belo, por Jeová Santana.

Este ano saí de casa para ver, duas vezes cada, três filmes brasileiros: "Os Dozes Trabalhos" (Ricardo Elias), "O Cheiro do Ralo" (Heitor Dhalia) e "Mutum" (Sandra Kogut). Este, o mais recente, apresenta algumas voltagens emotivas que ainda repercutem e guiam o correr dessas linhas marcadamente impressionistas. Tal escolha não se deve, em princípio, à afinidade com Paulo Emílio Sales Gomes (1916-1977), ensaísta, cinéfilo e contista tardio, cuja obra vem sendo reeditada com o cuidado editorial à altura de seu legado. O autor de "Três Mulheres de Três PPPÊS" afirmou que o filme brasileiro, mesmo ruim (o que não é o caso dos que citei), teria sempre algo a dizer sobre nós, daí preferi-lo a qualquer um feito nos Estados Unidos. Pinçada assim, sem referências contextuais, tal reflexão pode despertar, de saída, alguns pruridos ufanistas, mas sabemos que a produção da (ainda) chamada Sétima Arte em terras americanas, não existe somente na linha de montagem de Hollywood, cujo selo final é impresso todo ano naquela patacoada chamada Oscar. A parcela lá produzida que fica fora do chamado "circuitão" é do conhecimento de poucas retinas. (...)

Para quem está acostumado com esse tipo opção artístitca, dará nos nervos passar 95 minutos, vendo a leitura que a diretora Sandra Kogut, a roteirista Ana Luiza Martins Costa, o fotógrafo Mauro Pinheiro Jr., o sonoplasta Márcio Câmara, entre outros, fizeram para "Miguilim", que integra o livro "Campo Geral", de Guimarães Rosa (1908-1967). O primeiro incômodo vem pelos olhos. Pois os acostumados a viver cercado de prédios por todos os lados, o que torna a palavra "horizonte" apenas um verbete nos dicionários, estranha se vê frente a frente com tanto descampado, logo depois de se sentir na garupa do cavalo que conduz o menino Thiago e seu tio Terez de volta para casa. =>> LEIA MAIS

[Assisti ao filme, na última sexta, no Cine Abril, Conj. Nacional, São Paulo. Ratifico as impressões do Jeová, pois o filme tocou-me profundamente. Tudo bem, o universo roseano me é particular, tenho algo do Miguelim nas veias. No final do filme, chorei. Afinal, pessoalmente, eu conheço destino do menino que deixou a roça, sem enxergar direito, e, partiu. Ele viu o mar, Jeová. Assinado, Henrique]

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Obra sobre papa peca por exageros

Folha de S. Paulo - 01/12/2007 - por Leandro Beguoci
A editora Planeta lança no Brasil O poder e a glória (Planeta, 597 pp. R$ 54,90) de David Yallop, espécie de biografia não-autorizada do pontificado de João Paulo 2º, e reacende a discussão sobre o lado obscuro do Vaticano. Como dizia Antônio Vieira em 1655, no "Sermão da Sexagésima": "Para falar ao vento, bastam palavras; para falar ao coração, são necessárias obras. A nossa alma rende-se muito mais pelos olhos do que pelos ouvidos". É dessa fórmula que o autor, o jornalista inglês (e católico) David Yallop, 70, tenta se valer - basta que se troque "obras" por "informações". Ele pesquisou durante 17 anos arquivos da CIA, do Vaticano e do governo dos EUA para mostrar como a Igreja Católica protegeu pedófilos e deu apoio a ditadores durante os 27 anos do pontificado de João Paulo 2º - aclamado santo após a morte. >> Leia mais

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2 de dezembro de 2007

O reincarnado da Avenida Parque*, por Noga Lubicz Sklar

Nathan Englander merece o benefício da dúvida, e não só por ser este gato aí da foto. Desculpem. Nunca antes aqui no Noga Bloga publiquei a foto de um autor, mas esta estava lá, dando pinta no artigo do San Francisco Chronicle, pedindo pra ser usada. Não resisti, dá pra entender porquê. Nathan Englander merece o benefício da dúvida por ter publicado seu primeiro livro aos 29 anos (nos EUA, em 1999) - esses contos que acabei de ler e que podem ser resumidos numa única constatação: o texto não faz por merecer o excelente título, "Para alívio dos impulsos insuportáveis" -, e ter recebido por ele não sei quantos prêmios, a ponto de ser considerado pela mídia um rock-star da literatura. Nathan Englander merece o benefício da dúvida por ter tido seu primeiro romance, publicado este ano, na lista dos 100 melhores livros de 2007 do New York Times. Não é pouca coisa.
Nathan Englander se acredita intenso, brilhante, e além de tudo isso, a reincarnação da literatura iídiche, intensa e brilhante, de Isaac Bashevis Singer e Bernard Malamud. A coisa é tão óbvia que depois de ter comentado com o Alan que o cara pretendia ser o novo BS ou BM dei de cara com o mesmo tipo de comentário na resenha do New York Times.  ===> > >  + + + + +

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Sobra sexo em livro de cuiabano, por Rodrigo Capella.

O filme francês Ils ("Eles"), dirigido por David Moreau e recém-chegado ás locadoras, é assustador. Uma verdadeira pancada no cérebro e mensagens subliminares percorrendo todas as cenas como se fizessem parte de algo maior. Uma história despretenciosa que tira qualquer um do sério e faz qualquer um ficar sério.
Na mesma linha de temática e proposta, com uma dose extra de requinte, o livro de contos 8ito, do cuiabano Danilo Fochesatto, também nos deixa inquieto, logo nas primeiras linhas: "uma chuva fina fazia do ar, ar rarefeito, ar cativante e úmido. Bocas-de-lobo gorgolejavam. Havia chovido. Com ímpeto".

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Uma editora que resiste há 20 anos

O Estado de S. Paulo - 01 dezembro 2007

A paulistana Iluminuras, fundada em 1987, lançou nomes como Ricardo Piglia e Alan Pauls sem fazer concessões ao mercado
Uma editora que publica Beatriz Sarlo, Robert Arlt, Friedrich Hõlderlin, Heinrich Heine e chega aos 20 anos sem fazer concessões é uma raridade no mercado brasileiro. Por essa e outras razões a paulistana Iluminuras, que comemora duas décadas de existência, é considerada uma editora de resistência - isso numa época em que grandes editoras fecham negócios às cegas na feira de Frankfurt, sem considerar o conteúdo dos livros que compram, ou perdem totalmente a identidade ao serem incorporadas por outros grupos editoriais. A editora, fundada pelo literato argentino Samuel Leon e pela historiadora brasileira Beatriz Costa, sempre foi cuidadosa ao escolher seus autores e tradutores , publicando menos de 500 títulos nesses 20 anos.
Entre os escritores lançados no Brasil pela Iluminuras hoje estão nomes consagrados como os dos argentinos Ricardo Piglia (A Invasão) e Alan Pauls (O Passado), para citar apenas dois estrangeiros. Um autor brasileiro do mesmo nível e publicado pela editora, o pernambucano Raimundo Carrero (O Amor Não Tem Bons Sentimentos) é outro exemplo dacriteriosa seleção do time. Seu novo livro deve ser publicado em 2008 pela Iluminuras, que promete títulos fundamentais de filosofia e poesia, dois outros segmentos privilegiados no catálogo. O ano começa com um ensaio da maior crítica literária argentina contemporânea, Beatriz Sarlo, sobre o mais conceituado autor de seu país, Borges, um Escritor na Margem. Outros títulos programados para o próximo ano traduzem a seriedade da dupla fundadora. Um deles é a tragédia inacabada do poeta-filósofo alemão Hõlderlin, Der Tod des Empedokles (A Morte de Empedocles). Outro é Die Gõtter im Exil (Os Deuses no Exílio), de Heine, com tradução do filósofo Márcio Suzuki, fiel colaborador da editora. Entre os contemporâneos, o destaque fica com O Homem das Peles, do psicanalista e romancista Luis Gusmán, um dos grandes nomes da literatura argentina, também introduzido no Brasil graças ao editor Samuel Leon.

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21 de novembro de 2007

Quanto custa a calhordice política, por Gilberto Dimenstein

Até pouco tempo, a imagem das ONGs estava associada à generosidade e eficiência. Agora, se associa, graças aos escândalos que aparecem na mídia, à malandragem típica da política. A verdade sobre os escândalos, porém, não está clara.

A imensa maioria das pessoas que apoiou e apóia entidades não-governamentais queria fazer a diferença nas suas comunidades, mas também ficar justamente longe da política, onde corrupção e incompetência são rotina.

O ambiente mudou e o resultado dos escândalos é o surgimento de uma CPI para investigar as entidades não-governamentais. O ambiente mudou exatamente por causa da calhordice política.

É bom que se investigue qualquer entidade com dimensão pública. Quanto mais investigação, melhor. O chamado terceiro setor cresceu muito, misturando os mais diferentes tipos de entidades sem fins lucrativos, que envolvem um templo evangélico, um sindicato patronal ou de trabalhador, até um grupo que cuida de crianças com HIV. Há anos se fala na pilantropia.

Mas o que provocou o escândalo é a forma como os partidos (e aqui se envolvem PT e PSDB) usaram o terceiro setor como recurso para ajudar aliados, a começar dos sindicatos. Basta ver que o que está na mira da CPI são grandes transferências de recursos a entidades suspeitas de alinhamento partidária --e, por isso, beneficiadas não por sua competência.

Não é à toa que dinheiro dado aos sindicatos para formação profissional foi, em muitos casos, desperdício. A junção de incompetência, esperteza e falta de fiscalização só poderia mesmo dar em escândalo.

É uma pena que um movimento generoso e com grandes conquistas de direitos de mulheres, crianças, idosos, negros, trabalhadores, portadores de deficiências, seja contaminado pela malandragem. Tudo isso talvez desestimule a participação dos brasileiros em desafios coletivos, especialmente dos jovens --esse é mais um custo da calhordice política. (Gilberto Dimenstein)

[CONCORDO]

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19 de novembro de 2007

O que vem por aí, por Noga Lubicz Sklar.

"Este é um romance de ficção. Com exceção das partes que não são."
Michael Crichton

O que ele faz nem é considerado literatura, mas Michael Crichton não está nem aí. Segue em sua trajetória alarmista de sucesso iniciada com "Parque dos Dinossauros", agitando o cartão vermelho do futuro no nariz de quem discorda de sua visão do mundo. Entre os quais não me incluo, e a prova disso é que até me arrisco, sob o risco de desprezo dos meus pares, a citar seu último romance "Next" na coluna "Estou lendo" do meu blog. A partir dessa decisão me comprometi com algum comentário, e pra ser honesta, me espantei ao encontrar o livro resenhado no NY Times. Metendo o pau, claro.
Michael Crichton discorda do pensamento dominante e por isso - e também por seu trabalho de pesquisa e a ousadia de ir contra a corrente do lucro que permeia hoje em dia o idealismo ambiental -, tem a minha simpatia. Além disso, domina o ritmo frenético da prosa e a política da linguagem, o que garante, pelo menos, uma boa e bem revisada diversão. No original em inglês, pelo menos.
Com sua proposital ambigüidade, Crichton irrita críticos e leitores. Mas provoca a reflexão quando a gente descobre, por exemplo, que o coelho fluorescente de Eduardo Kac, um dos ícones da arte biogenética que ele descreve, é pura realidade, não delírio deslavado de um ficcionista de araque. O Alan, por exemplo, não sabia disso, mas Eduardo Kac, vocês sabem, é daqui do Rio e o coelho verde dele, pra nós, não é novidade nenhuma. ==>>> + + + + +

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17 de novembro de 2007

Eladia Blázquez, pasión porteña; por Zaide Moz *

Eladia Blazquez (1931-2005) Argentina. Pianista, guitarrista, compositora, autora, cantante. Apodada “la Discépolo con faldas”. Un ser humano con sensibilidad exquisita, comprometida con la vida y la gente. Una grande de verdad que supo honrar la vida.
Nació un 24 de febrero de 1931 en Avellaneda - zona sur de la provincia de Buenos Aires. Hija de inmigrantes españoles, creciò en una casa modesta de un barrio humilde. Debutò profesionalmente en radio Argentina, a los ocho años, con un repertorio popular español. A los 11 escribió su primera composición, el bolero "Amor Imposible". En 1957, publico la canciòn melòdica "Humo y Alcohol.". A los 20 realizò la obra "Mi vinito de jerez" en homenaje a Federico García Lorca.
Compuso canciones en variados estilos y sus intèrpretes tambièn lo fueron…pero en un momento…"sin darse cuenta, empezó a hablar de Buenos Aires"… En 1968, la balada "No es un juego el amor" ganó el Festival Buenos Aires de la Canción. En 1970 presenta su primer disco de tango donde interpreta algunos de sus mejores temas: "Contame una Historia", "Sin Piel"; ""Mi ciudad y mi gente" con el que vuelve a ser premiada en el Festival de la Canción, "Sueño de Barrilete"…. =>>> + + + +

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16 de novembro de 2007

DEZ FILMES para se levar para uma ilha deserta, por Chico Lopes.

Para quem aprecia Cinema, foi lançado pela Publifolha há alguns anos, um livrinho chamado "Ilha deserta - Filmes". Proposta curiosa: sete autores famosos, entre críticos cinematográficos, cineastas e escritores, falam dos dez filmes preferidos que levariam para uma ilha deserta. Os autores são o teledramaturgo Agnaldo Farias, os críticos de cinema Amir Labaki e Inácio de Araújo, o escritor Bernardo Carvalho, a socióloga Isa Grinspum Ferraz, o documentarista João Moreira Salles e o cineasta Ugo Giorgetti.
Essas listas dos "dez filmes preferidos", em geral solicitada a cineastas, críticos e personalidades da cultura, foram uma mania em outras épocas, quando a cinefilia parecia mais vigorosa; hoje, parecem impressionar e influir menos, porque o peso da crítica cinematográfica sobre o público é consideravelmente menor. Os gostos mudam depressa demais hoje em dia e quase não há tempo para a dedicação contínua e sistemática a uma obra cinematográfica a ponto de torná-la objeto de um culto recorrente e, sem esse tempo, sem essa disposição de espírito, não há apego ao que se vê (a descartabilidade é endêmica e frenética), não havendo, portanto, um mecanismo sólido de eleições. + + + +

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10 de novembro de 2007

Kadaré exibe decadência dos Bálcãs

No minirromance "Uma Questão de Loucura", albanês mostra descompasso entre passado grandioso e presente crítico
MARCELO PENCRÍTICO DA FOLHA
Nesta pequena história de cunho autobiográfico, o escritor albanês Ismail Kadaré retoma alguns de seus temas prediletos, como a morte, a Segunda Guerra Mundial e a ditadura comunista instalada após a expulsão dos alemães.
O autor parece ultimamente disposto a ir direto, com um mínimo de referências e digressões, ao assunto a ser narrado. Aqui ele trata sobretudo da decadência das antigas instituições de seu país diante da ascensão da ditadura de embasamento soviético. A história é contada do ponto de vista naturalmente limitado de um garoto (o próprio Kadaré, quando menino). A ausência de um contexto mais amplo transforma a obra em uma espécie de conto alongado, ou como classifica o autor, um minirromance.
Kadaré descobre, na própria família, tanto os sinais da decadência social quanto as sementes da ascensão política. O avô materno do garoto, ingenuamente associado por ele ao fundador do Estado albanês, é um antigo proprietário de terras que mantém os costumes associados à velha ordem. Ele ainda fuma seus cachimbos na espreguiçadeira de sua varanda; lê livros em turco, conserva por perto os ciganos que lhe tocam violino ao cair da tarde. Esses hábitos são censurados pelos tios do menino, membros do partido que viria a governar o país por cerca de 40 anos.  + + + +

UMA QUESTÃO DE LOUCURA
Autor:
Ismail Kadaré
Tradução: Bernardo Joffily
Editora: Companhia das Letras
Quanto: R$ 28 (74 págs.)
Avaliação: bom

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3 de novembro de 2007

Auerbach e o Brasil de hoje, por Adelto Gonçalves.

Não há crítico literário digno desse nome nos séculos XX e XXI que não tenha lido e se deixado influenciar por Mimesis: a representação da realidade na literatura ocidental (São Paulo, Editora Perspectiva, 1970), de Erich Auerbach (1892-1957), obra de 1946 que se tornou clássica nos estudos de literatura porque, a rigor, abriu novas possibilidades de análise e leitura dos grandes textos da criação literária. Basta ver que professor Antonio Candido (1918), decano dos críticos literários brasileiros, sempre reconheceu que sua atividade foi fortemente influenciada por Auerbach.

Agora, meio século depois da morte do autor, a Editora 34 e a Livraria Duas Cidades, de São Paulo, depois de negociar com os herdeiros da obra, colocam nas livrarias Ensaios de Literatura Ocidenta l: filologia e crítica, coletânea organizada pelos professores Samuel Titan Jr. e David Arrigucci Jr. e que reúne 15 ensaios escritos entre as décadas de 1920 e 1950, período em que Auerbach se dedicou aos estudos literários, iniciado com sua tese de doutoramento Sobre a técnica da novela no início do Renascimento na Itália e na França (1921) e que se concluiu com Linguagem literária e pública na tardi a Antigüidade latina e na Idade Média (1958). + + + + + +

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Secretos de un inédito: 'Las caras de la medalla', de Julio Cortázar

cortazar Ciao, Verona, el relato oculto durante 30 años, desvela las sombras de Las caras de la medalla

En la primavera de 1977, Alfaguara publicó en la elegante colección de cubiertas de color violeta diseñada por Enric Satué el libro de relatos Alguien que anda por ahí, de Julio Cortázar, cuya edición íntegra había sido prohibida en Argentina. Por primera vez se publicaba en España un libro inédito de narrativa del autor, y si bien éste era ya conocido en el país y en dicha ocasión se resignó al circo de las presentaciones y de las conferencias -algo a lo que años atrás se negaba en redondo-, el volumen fue recibido con tibieza o desdén por aquellos que no le perdonaban repeticiones formales ("Cortázar, pero menos") o aquellos otros que no consentían que la política se entremezclara en sus textos ("¡qué lástima, un escritor que había empezado con tan buena letra...!").

Con la lectura del por treinta años inédito Ciao, Verona, el lector sabrá a qué correspondía la sombra de Las caras de la medalla y, al mismo tiempo, podrá imaginar otras atmósferas, otras sombras no menos inesperadas. -

Matéria completa no EL PAIS (03/11/2007). Dica de Alfredo Aquino

 

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28 de outubro de 2007

O Fazer Cinematográfico, por Vicentini Gomez

Todas as vezes que vou fazer uma palestra ou mesmo ministrar uma oficina sobre cinema, as mesmas perguntas, as mesmas curiosidades, e a mesma indagação: Eu tenho amigos que fizeram um filme, mas não conseguiram colocar no mercado. Como fazer?

Verdadeiramente este é o grande problema do cinema nacional. Acabei de fazer, mas como vou exibir o meu filme? Então, vamos começar este artigo sobre o fazer cinematográfico, citando uma frase de Machado de Assis, do seu mais polêmico romance: D. Casmurro, que está lá, no  Capítulo LXXII – uma reforma dramática:

“Nesse gênero há porventura alguma coisa que reformar, e eu proporia como ensaio, que as peças começassem pelo fim. ...” Então, eu quero fazer um filme. Tenho uma idéia brilhante. Como começar?

(...)  Fazer cinema exige planejamento. O produto é caro e ocupa tempo. Voltemos ao texto de Machado de Assis, onde D. Casmurro diz que as peças deveriam começar pelo fim. Aqui, no cinema é assim. Com o nosso projeto pronto, devemos levá-lo primeiramente a uma distribuidora e negociar a viabilidade de distribuição.

Cinema é feito para o grande público. O investimento é alto, e para isso necessitamos de um planejamento perfeito,  para a realização do filme perfeito. Mas o que é um filme perfeito? Penso ser aquele que será assistido pelo maior número de pessoas possível. Então, mãos à obra. Vamos fazer o filme, mas para que seja exibido. Esse é o ideal. +++++

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22 de outubro de 2007

Sonhos de uma vida infeliz, por Manoel Hygino dos Santos.

Quando Ronaldo Cagiano elegeu os autores que constariam de sua “Antologia do Conto Brasiliense”, nela incluiu Whisner Fraga. E fez bem. O jovem engenheiro mecânico nascido em Ituiutaba, em 1971, é uma das belas revelações de nossas letras.
Whisner é autor de “Seres e sombras”, “Coreografia dos danados”, “Anatomia de todas as noites”, os dois primeiros em prosa, e terceiro poesia, gênero que lhe deu distinção na revista inglesa “Poetic Hours”. E tem uma peça: “Biografia de um dia só”, monólogo intimista; dentre outros trabalhos.
Em 2007, aparece com ““As espirais de outubro””, pela Nankin Editora, de São Paulo. É a história de uma jovem que sonhou conquistar o Nobel de Literatura, e viveu a vida sonhando com o estrondoso sucesso nas letras e felicidade
pessoal, jamais conquistada.  ++++

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6 de outubro de 2007

Multidão de mundos, por Manuel da Costa Pinto.


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"Reviravolta" utiliza modelos da inteligência artificial e da ficção científica para expor a irrealidade da vida cotidiana
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"REVIRAVOLTA" é o romance de um autor mais conhecido por trabalhos de teoria literária e pelo resgate da obra de Vilém Flusser (pensador tcheco que viveu no Brasil e adotou o português como idioma filosófico). Organizador de seus ensaios para a editora Annablume, Gustavo Bernardo não é um "discípulo", mas assimila suas idéias com o distanciamento irônico que só a ficção permite.
"A nossa imaginação (...) pode ultrapassar de muito as grades daquilo que chamamos de "realidade" e estabelecer, além, uma multidão de mundos. Esses mundos imaginários serão tão consistentes, ou mais, do que o mundo da "realidade", desde que nossa imaginação criadora de mundos seja informada pelo rigor do nosso intelecto. Imaginação rigorosa é a mola mestra da atividade criadora. O mundo da "realidade" não passa de uma criação da imaginação imperfeitamente rigorosa."
A passagem está num dos ensaios de Flusser em "Ficções Filosóficas" (Edusp). Poderia estar em "Reviravolta", cujo mérito consiste justamente em injetar rigor numa fantasia futurista. ++++++++


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27 de setembro de 2007

Tropa de Elite: Não dá para aplaudir nem sob tortura


Filme de Padilha imita cinemão americano com roteiro esquemático e moralismo mistificador; para piorar, banaliza a tortura


PLÍNIO FRAGA - DA SUCURSAL DO RIO
"Tropa de Elite" é um filme de Hollywood falado em português. A obra de José Padilha é hollywoodiana no que a expressão tem de excelência técnica e conservadorismo social e estético. Ritmo narrativo ágil, fotografia caprichada, sonorização impecável, atores bem dirigidos e custo de produção na casa da dezena de milhões de reais são características do filme -não por acaso, apadrinhado pelo produtor Harvey Weinstein (ex-Miramax).
Mas "Tropa de Elite" herda do cinemão americano o roteiro esquemático, o moralismo mistificador, o cinismo utilitário, a hipocrisia social, o pensamento monolítico. Banaliza e glamouriza a tortura. Acha justificável os fins da assepsia social e seus meios aéticos. É um filme desumano e autoritário.
Exibido no Festival do Rio e em cartaz em Jundiaí (a 60 km de São Paulo), no cinema Moviecom Maxi 3, até hoje, em sessão única às 16h30 (era uma tentativa de concorrer ao Oscar em 2008), o filme é narrado pelo capitão Nascimento (Wagner Moura), que quer deixar o Bope (Batalhão de Opera- ções Policiais Especiais) da PM do Rio por causa do filho que nasce.
Às vésperas da visita do papa ao Brasil -que se hospedará na casa do cardeal do Rio, cercada por favelas-, Nascimento busca um sucessor entre dois aspirantes a oficiais (Caio Junqueira e André Ramiro) que pretendem se integrar à tropa de elite da polícia do Rio. O primeiro é um policial "honesto" que se aproveita de esquemas corruptos para equipar melhor a PM; o segundo, um negro de origem pobre que estuda direito entre bem-nascidos.
É uma história de ficção baseada em relatos reais, adaptada do livro "Elite da Tropa", escrito por um sociólogo (Luiz Eduardo Soares) e por dois capitães da PM (André Batista e Rodrigo Pimentel, este um dos roteiristas do filme).


Conivente, "Tropa de Elite" não merece aplausos - nem sob tortura.


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25 de setembro de 2007

Pais e professores aprovam coleção criticada


O Estado de S. Paulo - 23/09/2007 - por Elisangela Roxo
Para pais de alunos e professores de escolas que adotam a coleção Nova história crítica, de Mário Schmidt, ouvidos pela reportagem do Estado, não há nada de errado na obra. Eles afirmam que o livro não é o elemento mais importante das aulas e acreditam que o material faz as crianças terem contato com visões diferentes da história. A professora da disciplina na Escola Municipal João Domingues Sampaio, na Vila Maria, zona norte de São Paulo, Edna Maria Marino, não vê problemas no material didático. Em sua opinião, Schmidt produziu um livro "plural", que mostra outros lados. "Poderia ser uma das minhas primeiras opções para o ano que vem, se não tivesse saído da lista de recomendação do MEC", diz.

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'Não fazemos patrulha ideológica'


O Estado de S. Paulo - 23/09/2007 - por Renata Cafardo
A historiadora Margarida Maria Dias de Oliveira esforça-se para manter o sigilo que ronda a avaliação dos livros didáticos no País. Segundo regras do Ministério da Educação (MEC), nada pode ser dito sobre as coleções excluídas e consideradas inadequadas para as salas de aula brasileiras. A intenção é não estigmatizar autores ou condenar editoras. Mas a polêmica recente em torno da coleção Nova história crítica, analisada e rejeitada pela equipe supervisionada por Margarida na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), abriu brechas. Com cuidado, a professora especialista em ensino de história disse ao Estado que o livro do autor Mario Schmidt lembrava coleções escritas nos anos 80, quando, com o fim da ditadura, foram produzidos materiais repletos de conceitos maniqueístas e noções marxistas.

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23 de setembro de 2007

A Rosa de Sharon, por Noga Lubicz Sklar



"Passei o dedo médio pela vulva, até o botãozinho rosa do lado esquerdo: meu interruptor clitoriano de gozo. Comecei devagar a acariciá-lo, com os olhos bem abertos fixados nos olhos dele - o pau dele se levanta - enquanto ele observa, curtindo o meu ato dividindo meu prazer, meu dedo se movendo do clítoris à cona (aquela boca sugando) depois de volta, esfregando mais forte e mais rápido até o limiar do orgasmo, gritando o nome dele."
Hierosgamos - Diário de uma Sedução


Estou chocada. Triste. Arrasada. O clitóris, todo mundo sabe, é o único órgão do corpo humano dedicado exclusivamente ao prazer, e que prazer. Bem. Todo mundo não. Os milhões de mulheres africanas, cruelmente submetidas à bárbara prática da circuncisão feminina, não sabem nada sobre isso. E jamais saberão.
A elas dedico este trecho do meu livro. Que sirva como alerta às gerações de pais que, com a melhor das intenções, mutilaram suas filhas. Está na edição de hoje do NY Times. Confere lá. (Noga Lubicz Sklar)

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GERALD CLARKE fez retrato definitivo de um grande escritor atormentado, por Chico Lopes.


"Capote", biografia de Truman Capote que saiu no Brasil no ano passado pela editora Globo - São Paulo (tradução de Lya Luft, 516 páginas) é um livro minucioso, alentado e que dá uma sensação de profunda honestidade sobre a vida do escritor Truman Capote, tendo vindo complementar o pacote derivado do filme "Capote", que foi indicado a 5 Oscar e, aparentemente, teve também algum sucesso de público e crítica no Brasil.
Isso é sabido e não importa muito. A meu ver, o filme era apenas razoável, carregado nas costas pela interpretação de Philip Seymour Hoffmann, que merecidamente levou um Oscar de melhor ator. Mas a produção se limitava aos tempos em que, escrevendo "A sangue frio", Capote fez suas andanças pelo Kansas, nos lugares onde aconteceu a chacina descrita no livro, e ao seu relacionamento com os criminosos. Possivelmente, quem viu o filme, saiu em busca da biografia e se deu ao trabalho de lê-la, notou que aquele episódio é só um dos recortes passíveis de adaptação para o cinema do imenso livro de Clarke. É preciso fazer mais justiça ao livro, que ficou obscurecido pelo sucesso de um filme que não merecia tantas loas. +++++++

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15 de setembro de 2007

Escritor faz prosa segura e melancólica


ADRIANO SCHWARTZ - ESPECIAL PARA A FOLHA
É quase natural que, depois de um romance com o alcance e a dificuldade de "Complô contra a América", Philip Roth optasse, na obra seguinte, por algo mais ameno. E "Homem Comum" talvez seja isso, um divertimento em tom melancólico, um exercício de ficção sobre a inevitabilidade da morte traçado com linhas calmas e seguras.
Não há aqui a força erótica de um Nathan Zuckerman da primeira fase nem a observação obsessiva do mundo do mesmo personagem na sua "segunda vida", não há aqui o exagero de um David Kepesh nem as tensões duplicadas da criatura artística Philip Roth (protagonista do livro anterior e de "Operação Shylock", por exemplo).
Trata-se da história desse homem comum, que enfrenta doenças ao longo de sua existência, se casa algumas vezes, tem um irmão e filhos (com dois não se dá bem), exerce com sucesso uma profissão e gosta de pintar. O título ("Everyman", no original) remete a uma peça inglesa do século 15, de autoria desconhecida, na qual o personagem central é convocado pela Morte a avaliar sua vida. Nessa transposição para o século 21, o cristianismo exacerbado dá lugar a um judaísmo acomodado e a alegoria se dissolve numa espécie de "história da vida privada" que não se quer exemplar, mas que se reafirma no que tem de único, ainda que infimamente único.




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14 de setembro de 2007

Um Lugar Chamado Notting Hill , o terror gótico esquecido e outras histórias, por Ademir Pascale Cardoso.


Um Lugar Chamado Notting Hill nos remete ao mágico, nos levando a crer que o impossível não existe. Admito que este longa-metragem foi um dos mais marcantes que já assisti, e, sei que muitos podem achá-lo simples, ou mesmo banal, mas o fato do impossível se tornar realidade; a trilha sonora, as excelentes interpretações etc., são incríveis, principalmente para os cinéfilos "emocionais", como eu. Hug Grant encarna suas personagens de tal maneira, que chega a nos convencer. - Existem críticos que confundem a vida pessoal do ator com sua vida profissional, mas o que Grant faz fora das telas, não me interessa.
Faz mais de três anos que estou para fazer esta resenha crítica, mas sempre ao "tentar" fazê-la, surgia um lançamento, e a idéia acabava ficando para trás.
Adquiri o CD com a trilha sonora de "Um Lugar Chamado Notting Hill" somente pela apaixonante música "She" do Elvis Costello. +++++++++


Esta vai para os apaixonados... She - Elvis Costello


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10 de setembro de 2007

Gitai devolve complexidade ao Oriente Médio


INÁCIO ARAUJO - CRÍTICO DA FOLHA
Para o israelense Amos Gitai, o cinema é antes de tudo um modo de promover o diálogo entre povos do Oriente Médio.
Dito assim, soa clichê. Assistindo a "Free Zone" (TC Cult, 18h30), a diferença será evidente. No clichê, a idéia de diálogo parte da idéia da imagem como linguagem universal e tal e coisa, mas esconde que essa linguagem tende a impor uma visão das coisas em detrimento de outras.
O esforço de Gitai, quando fala de diálogo, é exatamente o inverso: trata-se de restituir à situação no Oriente Médio sua complexidade, a pertinência das várias linguagens que ali se engalfinham.
Com isso, abre-se a possibilidade de os povos envolvidos no conflito se reconhecerem, isto é, se admitirem, verem no outro o direito à vida.
Será que o cinema vai conseguir isso? Eu, muito pessoalmente, não boto a menor fé. Mas a beleza das coisas não está, o mais das vezes, em existirem, mas em serem concebidas. Então vamos nessa que o filme é lindo.


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Mostra avalia literatura produzida na internet


Folha de S. Paulo - 08/09/2007 - por Luiz Fernando Vianna
A idade (68) é respeitável e o título, pomposo: professora de teoria crítica da cultura da Escola de Comunicação da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Mas Heloisa Buarque de Hollanda continua querendo saber o que e como a juventude está escrevendo. Curadora da exposição "Blooks -Tribos & Letras na Rede", que abriu sábado (08/09) no Oi Futuro, no Rio, ela é uma entusiasta da literatura produzida na internet. "É o padrão da literatura de papel. Não é a linguagem do e-mail, não é light. A poesia marginal dos anos 70 era muito mais casual e coloquial do que essa. A formação desses poetas é Baudelaire, Drummond, Bandeira. O referencial é culto", afirma ela. Heloisa já acompanha há algum tempo a tal "literatura sem papel", mas mantendo certa distância. >> Leia mais


"Essa geração tem um olhar de gilete. E não é auto-referente, como nos anos 70", diz a curadora Heloisa Buarque de Hollanda


BLOOKS - TRIBOS & LETRAS NA REDE
Quando:
até 30/9; ter. a dom., das 11h às 20h
Onde: Oi Futuro (r. Dois de Dezembro, 65, tel. 0/xx/ 21/3131-6060)
Quanto: grátis


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2 de setembro de 2007

Os mistérios de Barcelona, por Adelto Gonçalves


Em março, Barcelona surpreendeu-se com o lançamento do romance La ciudad sin tiempo, de Enrique Moriel. Em poucos meses, o livro vendeu cerca de 60 mil exemplares. E quem era Enrique Moriel? Na sobrecapa do livro, a editora informava que Moriel havia nascido no século passado em Barcelona e era autor de reconhecida trajetória, que havia cultivado os mais diversos gêneros literários. E que, a exemplo do protagonista de La ciudad sin tiempo, havia preferido ocultar sua verdadeira identidade, mas que, à diferença daquele, não pretendia fazê-lo indefinidamente.
Logo, os meios culturais da cidade descobriram que se tratava de um veterano escritor disfarçado atrás de um pseudônimo. Francisco González Ledesma (1927) era esse escritor, um jornalista que começara a escrever romances de Far West para Editorial Bruguera com o pseudônimo Silver Kane ainda na década de 40, para custear seus estudos de Direito. E que havia construído uma respeitável carreira literária ligada ao gênero policial, ou melhor, ao "romance negro", à boa maneira norte-americana, dividindo a preferência entre os amantes do gênero com Manuel Vázquez Montalbán (1939-2003) e Eduardo Mendoza (1943). ++++++



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1 de setembro de 2007

Comentários sobre 'Deus, um Delírio'


A Folha Ilustrada publicou em 25/8/2007 artigos sobre "Deus, um Delírio", de Richard Dawkins, além de um texto do próprio autor. O colunista Marcelo Coelho resenhou o livro, que considerou "corajoso e furibundo". O colunista Marcelo Leite fez objeções ao "ultradarwinismo" e Claudio Angelo, editor de Ciência, escreveu que o biólogo "paga o preço de sua honestidade intelectual". Os textos podem ser lidos em www.folha.com.br/072353


Especial





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Livro de Richard Dawkins não passa de libelo político


LUIZ FELIPE PONDÉ - ESPECIAL PARA A FOLHA
Falta nessas pessoas que teimam em ser profetas um pouco daquela sabedoria discreta que encontramos em gente como Fernando Pessoa: o improvável Deus nos protege da fé grosseira em ídolos com cabeça de bicho, como o culto da Humanidade, "mera idéia biológica".
Pouco céticas e muito dogmáticas, elas confundem coisas como a salutar disciplina cética com o ateísmo. Como diria Chesterton, quando deixamos de acreditar em Deus, acabamos crendo em qualquer bobagem. A humanidade é mais infeliz do que imagina nossa vã filosofia da emancipação.
O novo livro de Richard Dawkins (que parece ser aquele tipo de cara que ainda acha que o ateísmo mete medo em gente grande), "Deus, um Delírio", não é ciência, mas mero libelo político (ateísmo científico é um contra-senso, Deus é uma variável sem controle epistemológico), uma recaída na velha fúria jacobina, requentada com máximas evolucionistas. ++++




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27 de agosto de 2007

Escritora faz ensaio sensual para a VIP

A revista "VIP" publica em setembro ensaio sensual com Mayra Dias Gomes. Filha do dramaturgo Dias Gomes, a jovem de 19 anos fala sobre seus problemas afetivos, drogas e seu amor pela literatura.

A autora Mayra Dias Gomes, fotografada por Jorge Bispo para a VIP de setembro

A autora Mayra Dias Gomes, fotografada por Jorge Bispo para a VIP de setembro

Assim como seu pai, Mayra é autora e lançou recentemente o livro "Fugalaça". Nele, ela narra a vida da jovem Satine, seu alter-ego, e dentre outros temas aborda a morte prematura de Dias Gomes, ocorrida em 18 de maio de 1999. "Escrevi para me exorcizar de uma certa fase da minha vida. Estava me sentindo dominada por fantasmas, prestes a transbordar", disse a autora à "VIP".

"Os sentimentos e os temas são reais. Tem fatos que não aconteceram, mas têm outros que foram piores dos que conto no livro", contou Mayra.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u323420.shtml

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26 de agosto de 2007

Lírica forjada em discreta beleza, por Fabrício Carpinejar.


Almadéna, de Mariana Ianelli, imita um transe religioso com o objetivo de fazer uma síntese do espírito
Almadéna, o quinto livro da paulista Mariana Ianelli, já carrega no título uma promessa de reza. Significa pequena torre de mesquita de três ou quatro andares, de onde se anuncia aos muçulmanos a hora das orações. É um posto privilegiado, no qual o passado, o presente e o futuro estão suspensos pela profecia e pela convocação de seus fiéis. Não há tempo, apenas desígnios e destinos sendo cumpridos.
Desde o início, a autora firma um pacto, não é uma poesia que se lê, é uma poesia que exige uma adesão melódica como um hino. Entende-se "seguir" como aceitar a penumbra, a cláusula da devoção e da hipnose. Não estamos diante de uma poética de acontecimentos físicos, mas de "desacontecimentos". Envolta em círios, Mariana Ianelli canta a capela. Sem instrumento. Com uma passada longa e repetitiva (tomada de advérbios), que tenta trazer à tona a espera de uma mulher por seu amor, desde sua gestação, passando pela infância marcada de presságios, os dias juntos até a despedida para o alto-mar, gerando a perda. ++++++


[Livro encaminhado por Alfredo Aquino, de Porto Alegre]


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25 de agosto de 2007

A ciência contra Deus, por Marcelo Coelho.


Corajoso e furibundo, "Deus, um Delírio", de Richard Dawkins, traz forte argumentação em favor do ateísmo, critica a irracionalidade e diz que religiões são nocivas ao bem-estar humano
No livro, cientista britânico utiliza argumentos evolucionistas e considera a existência de Deus uma grande improbabilidade.
Sacerdotes e cientistas mantiveram, durante um bom tempo, certas normas de convivência pacífica: salvo as exceções mais radicais, um não se metia com os assuntos do outro. Hipocrisia, afirma o biólogo Richard Dawkins no corajoso e furibundo "Deus, um Delírio".
Dawkins inicia sua forte argumentação em favor do ateísmo assinalando que a maior parte dos cientistas, inclusive o físico alemão Albert Einstein (1879-1955), cuidava de fazer vagas profissões de fé deístas apenas para não chocar os espíritos religiosos. Acreditar num "Deus que não joga dados", como formulado na famosa frase de Einstein, equivale muito mais a confiar nas regularidades das leis da natureza do que a afirmar qualquer coisa próxima de uma religião. ++++++

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19 de agosto de 2007

Na justiça americana o 'Cansei' já ganhou


O juiz Frederico Moreno, da Flórida, aderiu ao movimento "Cansei", liderado pelo doutor Luís Flávio Borges D'Urso, presidente da Ordem dos Advogados de São Paulo. Cansado de patranhas e de latino-americanos que se julgam acima das leis do país, condenou o apóstolo Estevam Hernandes e sua mulher, a bispa Sônia, a dez meses de cana. Em janeiro passado, a dupla foi apanhada entrando nos Estados Unidos com US$ 56 mil escondidos em malas, mochilas e até mesmo na capa de uma Bíblia. Haviam declarado que traziam apenas o limite legal de US$ 10 mil mas, na cadeia, confessaram a delinqüência.
O doutor D'Urso é o incansável advogado da dupla no Brasil. Quando eles foram presos, disse o seguinte: "Por um equívoco no preenchimento da declaração aduaneira quanto aos valores transportados pela família, foram chamados a prestar esclarecimentos perante as autoridades locais". Menos. Eles foram presos, fichados e soltos condicionalmente, com tornozeleiras eletrônicas. Pagaram o sinal de uma fiança de US$ 250 mil. Desde então, obrigaram-se a permanecer em Miami. D'Urso não deveria ter acreditado em quem lhe contou a história do engano inocente e, quem a ouviu dele, teria feito melhor se dela duvidasse.
Como a Justiça americana não se cansa, a bispa e o apóstolo puderam escolher: na tese do "equívoco", ou similar, iriam a júri onde uma condenação custaria até dez anos de cadeia. Confessando a malfeitoria, saía mais barato.
O apóstolo Hernandes já relacionou seus padecimentos judiciais com "artimanhas do demônio". Em certa ocasião, o casal esteve foragido por 19 dias. Pelo visto, o Coisa Ruim está forte na Justiça americana. D'Urso poderia convidar Frederico Moreno para duas palestras no Brasil, uma na sua OAB e outra no "Cansei". Esse juiz entende de combate à impunidade. (Elio Gaspari)


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MALIGNA: Gregory Maguire vira o reino de Oz pelo avesso, por Chico Lopes


O escritor e tradutor Chico Lopes anda muito satisfeito com a quantidade de resenhas positivas que o livro MALIGNA, de Gregory Maguire, vem recebendo na Internet. Diz: "traduzi-o com grande empenho, em seis meses de trabalho duro, e vejo o resultado positivo como a coroação do meu trabalho. Traduzi também a sequência, O FILHO DA BRUXA, que deve sair no final do ano também pela Ediouro. MALIGNA é uma leitura que recomendo a todos, porque é um enorme de um folhetim divertido e subversivo, pondo abaixo a hipocrisia do velho reino de Oz. E Maguire é um dos escritores mais criativos que já conheci. Não se enganem: não é literatura infanto-juvenil, embora muito pareça".


Confiram no link abaixo:
http://www.resenhando.com/resenhas/r18307.htm


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9 de agosto de 2007

Jung é culpado sim , por Noga Lubicz Sklar


"Mas fundo na mente, eu sei. Sou eu que te amo mais, e Freud tem tudo a ver com isso. Com o sexo, digo, com o pacote que mandei, meu amor, com carne e tudo. E olhos e pêlos pubianos, calcinhas usadas, it will be soon."
Hierosgamos (1x), de Noga Lubicz Sklar


Taí. Não tenho o menor saco pra livro policial, mas com uma resenha animadora dessas, dá até vontade de arriscar este"A interpretação do assassinato", eu nem sabia que o Xexéo lia, pensei que só via televisão. O que prova o pouco que se sabe da vida dos colunistas que a gente tanto admira (ops*), e que o apoio logístico à venda de um romance pode vir de qualquer lugar: fale de mim o quê e quem quiser falar, mas por favor, falem. Vejam. Comprem.
Aí, Xexéo: vou te mandar um exemplar do Hierosgamos (2x) pra ver se cola, embora não combine com teu estilo publicado. Bom. Basta de introdução. Joaquim Ferreira dos Santos, meu mestre de Paraty - este sim, adora o assunto do Hierosgamos (3x) -, já neste ponto do post teria, no mínimo, três coisas pra criticar:
1- o blablablá introdutório: longo demais; introdutório? ai meu Deus.
2- parêntesis e travessões: só criam confusão, atravancando o texto; tenta ler em voz alta pra sentir o drama.
3- a palavra "logística": hum, não sei não, complexa demais; em texto técnico pode até ser, mas em crônica não soa nada bem. + + + + +

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1 de agosto de 2007

Um ato nobre


BRASÍLIA - Quando o presidente do Senado da República insiste em agarrar-se à cadeira sob uma saraivada de suspeitas, é digna de nota uma atitude do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet tornada pública nesta semana. Sob o risco de perder sua carteira de motorista por excesso de multas de trânsito, apresentou-se ao Detran de Brasília, onde vive, para cursar as aulas de reciclagem e ter direito a uma nova habilitação. Piquet tem 54 anos. Foi tricampeão de Fórmula 1. É um empresário bem-sucedido. Não é necessária muita imaginação para deduzir a facilidade de uma pessoa como Piquet para conseguir algum tipo de anistia ou saída heterodoxa. O ex-corredor preferiu o caminho institucional, única opção para a imensa maioria dos brasileiros -mas nem sempre a opção da elite.
No momento que um empresário como Nelson Piquet admite um erro e se curva às regras gerais da sociedade, o país aprende uma lição: a lei existe e é igual para todos. Algo às vezes difícil de acreditar, ainda mais em Brasília, tendo de assistir de perto ao dia-a-dia dos políticos. (FERNANDO RODRIGUES)


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''Na Praia'', de Ian McEwan, é a história de um duplo suicídio, que só o orgulho e a vergonha podem explicar


McEwan é magistral na descrição do ato, ou no fracasso do ato, emprestando aos escritores vindouros a lição maior: quando se escreve sobre sexo, nunca se escreve sobre sexo. Mas a alma da novela está no confronto dos dois nas areias da praia. Estive em Dorset duas ou três vezes e, relendo o diálogo dos esposos depois do fracasso, não conheço cenário melhor para a mais funesta das despedidas românticas. Existe em Dorset a brisa gelada que normalmente acompanha os suicidas.
Suicidas? Precisamente. "Na Praia" não é, ao contrário do que seria de esperar em McEwan, uma história macabra sobre os abismos do desejo e do sexo. O sexo não passa de um pretexto. "Na Praia" é a história de um duplo e espiritual suicídio, que só o orgulho e a vergonha podem explicar.
Porque as tragédias, as tragédias de hoje, já não se fazem com famílias aristocráticas que convidam a atos desesperados e radicais. As tragédias, as tragédias de hoje, acontecem em silêncio, em privado. E, mais do que histórias de ação, elas são retratos de inação: acontecem quando nada se faz e os amantes se afastam, como num poema de Auden, cada qual em direção ao seu próprio erro.(JOÃO PEREIRA COUTINHO)


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30 de julho de 2007

Os neocansados, por Fernando Canzian



"Como bem observou o ex-governador paulista Claudio Lembo (DEM), deve ter soprado de Campos de Jordão, meca fria da breguice endinheirada de São Paulo, os novos ventos da campanha "Cansei", capitaneada pela camada superior da "elite branca" sulista. Empresários e mauricinhos paulistas acostumados a restaurantes na rua Amauri e Vila Nova Conceição, com suas adegas climatizadas, contas surreais e garçons servis, finalmente se dizem cansados da "impunidade", do "descaso", das "balas perdidas".


O movimento é capitaneado pelo Comitê de Jovens Executivos da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e pelo "sr. Riquinho", o empresário João Dória Jr. Nos últimos dias, Dória recebeu em Campos do Jordão várias eminências tucanas, entre elas Geraldo Alckmin, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador José Serra. "Não somos oposição. Somos pelo resgate da solidariedade. O movimento está ultrapassando fronteiras e se expandindo por toda a sociedade", disse Dória sobre o "Cansei". De fato, nas periferias paulistanas e nos morros do Rio, não se fala de outra coisa. Tá todo mundo cansado.


- - - - > Alguém já disse que a melhor maneira de se avaliar uma classe dominante é dar uma boa olhada em sua periferia, na situação de quem a serve a troco de salários e trabalho. Para isso, não é preciso sequer sair de Campos do Jordão. A propósito do tema, segue link para o vídeo/música "Classe Média", de Max Gonzaga: http://www.youtube.com/watch?v=KfTovA3qGCs"




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LANÇAMENTO ATELIÊ EDITORIAL: Estudos de Literatura Brasileira e Portuguesa, de Paulo Franchetti


Com ensaios que vão desde o romantismo brasileiro, o indianismo e as obras de Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós, até a aclimatação do haicai no Brasil e a poesia produzida sob o impacto de João Cabral de Melo Neto, Estudos de Literatura Brasileira e Portuguesa é sobretudo a afirmação de uma atitude teórica: Paulo Franchetti procura aqui restituir às obras analisadas as questões poéticas e as tensões históricas que estão em sua gênese, para melhor compreender os elementos de permanência que continuam convocando o olhar crítico e o gesto da leitura.
Fazendo um recenseamento dos debates críticos em torno da produção literária e de sua recepção, Franchetti detecta as linhas de força de autores responsáveis pela formação de um cânone nacional - sem prejuízo de uma avaliação rigorosa da realização estética do ponto de vista do presente. No estudo que abre o volume, não hesita, por exemplo, em identificar os lugares-comuns de um Álvares de Azevedo ou as decepções na leitura extensiva de um Sousândrade - ao mesmo tempo em que identifica seus momentos notáveis de invenção lírica e de inovações sintáticas e vocabulares.
O ensaio "Oliveira Martins e o Brasil", enfoca as tensões luso-brasileiras do ponto de vista da historiografia e da etnologia mostrando como a recepção crítica do autor de História de Portugal e História da Civilização Ibérica por Eduardo Prado, Manoel Bomfim e Gilberto Freire utiliza as teses sobre a decadência do Portugal finissecular e fornece as bases para uma afirmação ideológica (e antilusitana) do caráter nacional-brasileiro. Atento à produção contemporânea, Paulo Franchetti procura estabelecer ainda uma genealogia de alguns valores poéticos vigentes em nossa tradição recente - em especial, a concisão formal inspirada pelos haicais (gênero que ele próprio pratica).
Paulo Franchetti é professor titular de Teoria Literária na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). É autor, entre outros livros de ensaios, deAlguns Aspectos da Teoria da Poesia Concreta (1989) e Nostalgia, Exílio e Melancolia - Leituras de Camilo Pessanha (2001); das edições comentadas de O Primo Basílio (1998) e Iracema (2007), ambos pela Ateliê Editorial, e da antologia Haikai (1990). Publicou, também pela Ateliê, a ficção O Sangue dos Dias Transparentes.

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28 de julho de 2007

''O Tango de Rashevski'', por Marcelo Coelho



Escrevo na "Ilustrada" de hoje sobre "O Tango de Rashevski", filme que fui ver graças à indicação de Leonardo Cruz no blog de cinema aqui da Folha On Line. O filme piora um pouco no final, quando há algumas aparições fantasmagóricas que não combinam com o estilo, mais crítico e humanista que sentimental, da obra em seu conjunto. Mas vale a pena ver. Uma cena no fim, quando vemos dois irmãos se abraçando, resume bem o tipo de cuidado estético do diretor. Os dois estão muito comovidos e unidos, mas seria fácil filmar a cena de modo "emocionante". Sam Garbarski usou uma câmera bem no alto, apresentando os dois irmãos no meio de muitas outras pessoas, num ângulo perpendicular ao solo. De modo que vemos apenas duas carecas se unindo num canto da tela. As carecas são parecidas, de irmão mais novo e irmão mais velho, e ao mesmo tempo, naquela altura de "O Tango de Rashevski", é como se já soubéssemos perfeitamente o que se passa dentro de cada um. Não faz derramar lágrimas no público, mas é muito emocionante; intelectualmente emocionante, se posso dizer assim.


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Contos moldam livro certeiro e desconcertante de Palahniuk


É chegada a hora de você encarar Chucky 7 -ou melhor, "Assombro", o sétimo e mais desconcertante livro de Chuck Palahniuk-, e, como de hábito na ficção desse seguidor macabro de Edgar Allan Poe, as surpresas não param na segunda página e seguem apavorando o leitor até o fim.
Quanto sofrimento, porém, será necessário para se atingir a revelação final? Bem, essa pergunta só poderá ser respondida pelo seu estômago.
Adianto que não se trata de figura de linguagem. "Assombro", um romance de configuração pouco usual e certeira que intercala poemas e contos "escritos" pelos personagens, é um livro difícil de roer e, principalmente, de digerir.
A história do grupo de pessoas que atende a um anúncio de jornal dizendo "Retiro de escritores. Abandone sua vida por três meses" começa pelo já célebre conto "Tripas". Palahniuk promoveu leituras do texto na turnê promocional do livro "Diário", em 2004, e pessoas desmaiavam à sua audição. >>>>


http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2807200715.htm (só para assinantes)
JOCA REINERS TERRON é escritor, autor de "Sonho Interrompido por Guilhotina" (Casa da Palavra)


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Bahia faz anti-lançamento do livro proibido


Os publicitários João Santana e Mônica Torres, donos do badalado restaurante musical Tom do Sabor, no Rio Vermelho, em Salvador, encontraram uma maneira irreverente para protestar contra a censura imposta ao livro Roberto Carlos em Detalhes. Eles promoveram nesta quarta-feira (25/7) o anti-lançamento da biografia do cantor e compositor, que foi retirada de circulação após acordo judicial entre a editora e os advogados do artista. Foi um sucesso!
"Arrogância, estupidez, burrice. Censura. Uma coisa inaceitável", apregoava o texto do convite, que aproveitava para fazer sua profissão de fé: que o livro, juntamente com o autor, também pudesse comparecer. O jornalista Paulo César Araújo de fato apareceu na hora marcada no Tom do Saber, a livraria-café-centro de estudos que funciona no local. Já o livro...
De qualquer modo, está nas ruas a campanha pela volta da obra às livrarias. (Galeno Amorim - 25/7/2007)


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26 de julho de 2007

O papel do artista, por Noga Lubicz Sklar



"O papel do artista consiste talvez em sublinhar os aspectos positivos das coisas." Björk para El Pais, 07/07


Nunca pensei que um dia nesta vida eu citaria Björk, mas o "último uivo dos dinossauros" em sua entrevista ao El Pais, "antes que entrem em colapso", me cativou. Também gosto de observar o mundo sob esta ótica evolucionista. Estamos sempre em transição.
Quanto à definição que a cantora islandesa dá para o sempre controvertido papel do artista... nem sempre foi assim. Quando me contaminei pelo fascínio da arte, na verdade, era bem o contrário. Era artista quem denunciava, criticava o que andava ruim, e ao mesmo tempo apontava suas antenas premonitórias para um futuro melhor, uai, era o artista um profeta? Não. Apenas alguém com a sensibilidade aguçada e que se entregava, se oferecia de corpo e espírito à tarefa de perceber, e traduzir para as massas o percebido. De crescer e fazer crescer, não por samaritanismo, nada disso. Simplesmente por ser desse jeito, ter nascido assim e não ter feito nada para contrariar a própria natureza: um radical, determinado e fiel como um escorpião fatal. Hoje em dia, todo mundo sabe, o ofício da denúncia se generalizou, deixando de lado, infelizmente, o aspecto profético da coisa, o papel edificante da crítica como gestora da novidade, artífice universal da esperança. >>>> Leia mais

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25 de julho de 2007

A tragédia anunciada do cotonete


A relação entre saúde e educação é mais óbvia do que a ausência de ranhuras na pista de Congonhas


Um dos motivos da dificuladade de aprendizado de crianças e adolescentes é a baixa audição provocada pela cera acumulada no ouvido. Apenas um cotonete faria um milagre: o de devolver-lhes a audição. Essa descoberta foi feita pelo professor de otorrinolaringologia da USP (Universidade de São Paulo) Ricardo Bento depois de realizar, em várias regiões do país, mutirões de saúde. Estima-se que 18% da população brasileira sofra de problemas auditivos, causados, em parte, pela falta de hábitos rudimentares de higiene.
Para centenas de milhares de crianças e adolescentes, esse detalhe significa não conseguir ouvir direito (ou nem ouvir) o professor.
O milagre do cotonete mostra como o cotidiano brasileiro é feito das mais diferentes modalidades de tragédias anunciadas. Quando a discussão sobre as irresponsabilidades públicas e privadas atinge as elites, como o caso das mortes em Congonhas, vemos um enorme barulho - o que, obviamente, é o certo. Para as tragédias anunciadas dos mais pobres, o barulho é bem menor, revelando uma surdez.
O milagre do cotonete integra uma tragédia anunciadíssima. Milhões de brasileiros (sem nenhum exagero) vão mal na escola simplesmente porque não cuidam de questões elementares de saúde. Assim, afastam-se da chance de um emprego e aproximam-se da marginalidade.


Na lógica da tragédia anunciada, a relação entre saúde e educação é mais óbvia do que a ausência de ranhuras na pista de Congonhas, mas não é debatida nem gera comoção. Presenciamos todos os dias tragédias provocadas pela combinação de irresponsabilidade com ignorância. Só no trânsito morrem, por ano, 35 mil pessoas - 194 vezes o número de vítimas do desastre de Congonhas-, sem contar os homicídios. Uma boa parte disso deve-se ao abuso do álcool: mesmo assim, não se consegue limitar a publicidade de cerveja. >>> Leia a matéria completa no GD


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21 de julho de 2007

País proíbe venda de Harry Potter


JB Online - 18/7/2007
O ultra-ortodoxo ministro de Comércio e Indústria de Israel ameaçou processar e multar todas as lojas que aderirem ao lançamento global e sincronizado do novo livro de Harry Potter e abrirem as portas no Shabbat, o dia do descanso judaico, o sábado (21/7). "Precisamos colocar limite no desejo de imitar outros países", enfatizou o ministro, Eli Yishai. "É inconcebível que diversos empregados sejam obrigados a participar deste evento e ferir o espírito do Shabbat. Planejo processar e multar qualquer pessoa que viole a Lei do Descanso e as Horas de Trabalho". Apesar da ira da poderosa comunidade religiosa, a maioria dos livreiros pretende seguir com a promoção de Harry Potter and the Deathly Hallows, que promete mobilizar milhares de crianças e pais. >> Leia mais

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11 de julho de 2007

Em tempos kafkanianos em que o boi de Alagoas é mais rentável que qualquer outra atividade, nada melhor do que o próprio autor do absurdo


Revista EntreLivros de julho/2007 dedica dossiê ao perturbador escritor tcheco Franz Kafka
Mantendo o compromisso de esmiuçar a obra de grandes autores para seu público, a edição de julho de EntreLivros apresenta um dossiê sobre Franz Kafka, um dos principais autores da literatura moderna. Ao todo, são 22 páginas dedicadas ao autor tcheco, reconhecido mundialmente por obras como "A Metamorfose" e "O Processo".
Em "O escritor à sombra", texto que abre o dossiê, Marcelo Backes revela a vida e a obra de Kafka para, em seguida, comentar os quatro principais textos do autor. Em "Pensar por escrito", Francisco Merçon comenta o livro "Frank Kafka - Correspondências 1902-1924", um apanhado de 490 cartas escritas por Kafka e organizadas por seu amigo Max Brod, ainda inéditas no Brasil. No artigo, são apresentados, pela primeira vez em português, trechos inéditos de cartas escritas por Kafka para amigos.
A influência que o criador de Gregor Samsa teve sobre escritores das mais variadas correntes literárias e a dificuldade dos críticos em interpretar o universo kafkiano também são temas abordados nesse dossiê.
Embalada pela Feira Internacional do Livro de Parati, a Flip, EntreLivros de julho traz uma entrevista com o octogenário crítico literário e de teatro Sábato Magaldi, que revela histórias de sua convivência com Nelson Rodrigues (escritor homenageado pela Flip 2007) e uma reportagem sobre J. M. Coetzee, prêmio Nobel de Literatura em 2003, considerado por muitos o principal escritor vivo do mundo e destaque da feira deste ano. Como se tudo isso não bastasse, a publicação da Duetto Editorial apresenta ainda uma divertida, porém rigorosa seleção com os 10 mandamentos para se tornar um bom leitor, escritor e crítico.



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3 de julho de 2007

"Deus e o diabo na terra do sol": carta a alguns amigos _ depois de ver o filme


Despois de ler texto sobre o livro de Régis Frota Araújo, sobre o "Terra em Transe", filme de Glauber Rocha, que também a impressionou, Terezinha Pereira lembrou-se de haver escrito uma carta a alguns amigos (não são fictícios, mas representam um público para "Deus e o diabo na terra do sol"), então, enviou-nos cópia desta carta, que fala das emoções que "Deus e o Diabo..." a despertaram. Pede ao Régis que a leia também.


Leia você também a Carta da Terezinha Pereira.


"Deus e o diabo na terra do sol": carta a alguns amigos _ depois de ver o filme




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1 de julho de 2007

São Paulo está muito bem na fita


São Paulo seduz cineastas, exibe o lado fotogênico na atual safra de filmes nacionais e atrai produções de fora


SILVANA ARANTES - DA REPORTAGEM LOCAL
O Rio de Janeiro continua lindo, mas é a acinzentada São Paulo, com seus 5,8 milhões de carros, o engarrafamento como sinônimo de rotina do cidadão e a marca da "deselegância discreta" que fica cada vez mais atraente aos olhos e às lentes dos cineastas, daqui e de fora.
Na safra de filmes em cartaz, como "Não por Acaso", de Philippe Barcinski, e entre os que serão rodados nos próximos meses no país, não faltam exemplos dos que tratam a cidade como personagem, e não apenas como cenário.
"Meu grande desafio era fazer com que São Paulo fosse mais do que uma locação [ambiente de cenas], porque o filme lida com a relação do homem com o meio, que é algo meio intangível", diz Barcinski.
O cineasta Walter Salles, que ao lado de Daniela Thomas começará a filmar seu "Linha de Passe" em São Paulo na semana que vem, acha que Barcinski "capturou de forma ao mesmo tempo sensível e contundente" o aspecto mais particular de São Paulo: "O fato de estar em constante movimento". >>> leia mais




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30 de junho de 2007

A guerra e o "só"


LISBOA - Clovis Rossi, FSP - Vou zapeando distraído na TV até cair na Al Jazeera (em inglês). Mostra cenas de destruição. Penso: outra vez o Oriente Médio em chamas. Depois, presto atenção e descubro que a TV árabe está mostrando o Rio de Janeiro que o repórter Luiz Fernando Vianna descreveu assim nesta Folha ontem: "Marcas de tiros nas paredes, casas e automóveis destruídos, centenas de cápsulas de balas espalhadas e muito sangue. Moradores da favela da Grota, onde se concentrou a operação policial no complexo do Alemão, fotografaram ontem os estragos da véspera". Não parece uma descrição do Iraque, do Líbano, do confronto entre palestinos em Gaza? O jornal português "Público" reforça e dramatiza a comparação, em texto de Nuno Amaral, do Rio de Janeiro. Subtítulo: "Entre 2002 e 2006, foram assassinados no Oriente Médio 729 menores. No mesmo período, foram assassinados no Rio de Janeiro 1.857 jovens. É a guerra".


http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz3006200703.htm




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29 de junho de 2007

Dica de blog #1: separated by a common language



"separated by a common language" (assim mesmo, só com letras minúsculas) é um blog em inglês criado em maio de 2006 por Lynneguist (M Lynne Murphy), lingüista americana que vive no Reino Unido e trabalha no Departamento de Lingüistica e Língua Inglesa da Universidade de Sussex.


O nome do blog é referência a uma frase de George Bernard Shaw, que disse:
England and America are two countries separated by a common language.


O blog tem por objetivo expor as diferenças entre o inglês americano e o inglês britânico (palavras, expressões, pronúncia, construções gramaticais), mas somente aquelas que não sejam automaticamente reconhecidas por falantes do inglês, nem amplamente discutidas em dicionários. A originalidade e ótima qualidade dos textos publicados, em estilo coloquial, fazem do blog uma parada obrigatória para tradutores, estudantes de inglês avançado e todas as pessoas que desejem se aperfeiçoar nas nuanças do idioma inglês. Vale a pena visitar: link aqui.




A DICA é do tradutor Fabio M. Said, que está entre os meus favoritos.



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A Death in Moscow


History, sadly, is on Anna Politkovskaya's side. Last Oct. 7, Politkovskaya, a reporter for Novaya Gazeta, one of Moscow's smallest but most daring newspapers, was murdered. A 48-year-old who was about to become a grandmother, she had gained fame in the West, and infamy at home, for her writings on the war in Chechnya. Politkovskaya fell in an all-too-common post-Soviet fashion: three bullets to the chest, one "control shot" to the head. Within days, Vladimir Putin reassured the West that Politkovskaya, the 13th journalist killed during his reign, had "minimal" influence. She was, he said, "known among journalists and in human rights circles and in the West, but I repeat that she had no influence on political life. Her murder causes much more harm than her publications did."


Putin was callous, but right. Since 1999, with the Kremlin's second attempt to pacify Chechnya, Politkovskaya had braved the killing fields as much as any journalist. The result was a scathing trilogy of books, published abroad. At home, her articles brought trials - including the conviction of Russian soldiers for abuse. She herself, however, was likely to agree with Putin about her influence. Midway through "A Russian Diary," Politkovskaya describes a scene caught on videotape, a surrender of Chechen fighters that ended in a "mountain of corpses" by a railway track. "What happened when the frames from this record of our own Abu Ghraib were published?" she asks. "Nothing. Nobody turned a hair, neither the public, nor the media, nor the procurator's office. Many foreign journalists borrowed the video from me," but "in Russia there was silence." >>> read more


'Um diário russo' é o livro que Anna Politkovskaya concluiu pouco antes de ter sido morta por um assassino de aluguel em Moscou. Cobrindo o período das eleições parlamentares russas de dezembro de 2003 até o trágico desfecho do cerco à escola de Beslan no final de 2006, este livro é um registro implacável da difícil situação de milhões de russos e um relato impiedoso do cinismo e a corrupção da presidência de Vladimir Putin. Nele a autora entrevista pessoas cuja vida foi destruída pela política de Putin.




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25 de junho de 2007

Novos blogs no ar


O Globo - 23/6/2007 - por Mànya Millen e Rachel Bertol
Os blogs surgiram quase como confessionários virtuais e, aos poucos, tornaram-se uma bem-sucedida ferramenta de informação. Agora, sem deixar de ser informativos, são usados na divulgação de livros e eventos literários. Esta semana, a Sá Editora, de Eliana Sá, anunciou a criação do seu blog, no qual fica-se sabendo sobre lançamentos, novidades dos autores da casa, seus leitores, noites de autógrafos etc. Nos próximos dias, segundo a coluna No Prelo, também entra no ar o blog, ainda experimental, do Laboratório do Escritor, evento dos CCBBs de Brasília e do Rio em que as jornalistas Cristiane Costa e Valéria Lamego entrevistam autores sobre seu processo de criação.


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22 de junho de 2007

INTRADOXOS, poesia cinética


"Tudo se move continuamente. A imobilidade não existe." (Jean Tinguely, 1959)
INTRADOXOS, poesia cinética
Um sopro nos móbiles de Calder, energia do gás na máquina de Tinguely, frações circulares no Modulador de Luz-Espaço de Moholy-Nagy, convocados pelo construtivismo e dadá, entremeados pelas ruínas dos dentes e os grafismos na língua - ao som de Glass e resquícios do concretismo. O juízo de uma roda redentora, catracas em partituras e sinfonias esféricas. Diálogos mutantes com as artes plásticas: metafísicos. Fractais, "efeitos borboletas" e variações musicais notáveis/complexas são os batimentos poéticos longos, curtos e intertextuais do carioca Márcio-André em Intradoxos (Confraria do Vento, Rio de Janeiro, 2007), que semeiam a explosão do início ao fim (explosões de signos, de acordo com Guilherme Zarvos e Cinda Gonda), ou o contrário, do fim ao início, e surpreendem os leitores pela intensidade que desabrocham as palavras da natureza das coisas e o movimento das aparências, reverberando o vestígio na plasticidade das cores e ondas do brasileiro Abraham Palatnik, o axioma de que a vida é um fluxo e "só é verdade a parte que se desconhece". >>> Leia mais


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20 de junho de 2007

''Vamos processar Roberto Carlos'', por Marcelino Freire


"Ele, sim, sempre invadiu a nossa privacidade. A nossa casa, no Natal. E no final de ano.
Invadiu o nosso quarto. O nosso motel. O carro e o rádio, etc. e tal. A nossa estrada de Santos.
Foi ele quem tomou conta das nossas emoções! E do coração das nossas mães. E das orações. Só para Nossa Senhora.
Foi ele quem encheu de Jesus Cristo o nosso juízo, ora. Haja corais e novenas. Catequizou os pobres. E nobres, amém! ......."
(continua)


"Quantas vezes eu tentei falar
Que no mundo não há mais lugar
Pra quem toma decisões na vida
Sem pensar"(RC)


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18 de junho de 2007

Nelson Rodrigues


O Globo - 16/6/2007
O autor homenageado na quinta edição da Festa Literária Internacional de Paraty inspira também uma oficina online promovida pelo site Autoria, coordenado pela escritora Sônia Rodrigues, filha de Nelson, e pela editora Nova Fronteira. Para participar, os interessados devem ter lido uma das obras do autor. A inscrição pode ser feita entre até o dia 23/06 pelo site www.nelsonrodrigues.com.br e www.novafronteira.com.br . Além das oficinas, a editora também patrocina, de 10 a 30/07, um concurso de contos inspirados nas tragédias cariocas de Nelson Rodrigues. Segundo a coluna Rodapé, o regulamento está na página www.nelsonrodrigues.com.br.


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16 de junho de 2007

Pensamento apátrida, por por Manuel da Costa Pinto


"Bodenlos" traz autobiografia de Vilém Flusser, filósofo tcheco que viveu no Brasil e escrevia em português


O NOME de Vilém Flusser vem sendo redescoberto internacionalmente com a realização de congressos e a reedição de seus livros. Mas é justamente no Brasil que não poderia ser esquecido -pois este filósofo nascido na Tchecoslováquia desenvolveu seu pensamento em São Paulo e em "língua brasileira", como mostra "Bodenlos: Uma Autobiografia Filosófica". >>> Leia mais


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Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa


O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, foi assinado em 1990, por todos os Estados actualmente membros da CPLP (à excepção de Timor-Leste). Portugal assumiu neste Acordo a condição de Depositário. O Acordo original foi seguido por dois Protocolos Modificativos (1998 e 2004). Os signatários que ratificaram o Acordo Original foram Portugal (1991), Brasil (1996), Cabo Verde (Fev. 2006) e S. Tomé e Principe (Dezembro 2006).
Assim, e sendo que o Segundo Protocolo Modificativo foi ratificado, e os competentes documentos depositados por: Brasil (2004); Cabo Verde (Fev. 2006); e S. Tomé e Príncipe (Dezembro 2006), nada impede que o Acordo, por força da alteração pelo 2º Protocolo, entre em vigor para os três Estados (Brasil, Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe) que já procederam ao depósito dos instrumentos de ratificação dos dois textos indicados.
Do entendimento expresso nos parágrafos anteriores resulta que, em bom rigor, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa está em vigor, na ordem jurídica internacional e nos ordenamentos jurídicos dos três Estados acima indicados, desde 1 de Janeiro de 2007, na sequência do depósito junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, das Cartas de Ratificação da República Democrática de S. Tomé e Príncipe, promovida em Dezembro de 2006, via Secretariado Executivo da CPLP.


Resumo da ópera:
O Acordo Ortográfico encontra-se em vigor para Brasil, Cabo Verde e S.Tomé e Príncipe;
Os restantes signatários só lograrão ver o Acordo como parte dos seus ordenamentos internos, por uma de duas formas:
a) Ratificação do Acordo e do 2º Protocolo Modificativo, e entrada em vigor com o depósitodos mesmos, ou;
b) Ratificação do Acordo na sua forma original, e entrada em vigor com o depósito do último dos signatários.


João Ubaldo fala ..
O filme "Língua - Vidas em português", um documentário de Victor Lopes, teve algumas cenas filmadas no Rio de Janeiro no ano de 2001. Uma delas mostra a nossa turma do boteco "Flor do Leblon". Na imagem vemos, à direita, João Ubaldo e Clóvis. Clique nas imagens, faça download do Acordo e veja o filme no YouTube


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14 de junho de 2007

Iacyr Anderson Freitas e o consolo dos demônios mudos


Grandes poetas são figuras não muito fáceis de encontrar, embora o mundo esteja repleto de poetas menores, medíocres e muito enfáticos na propaganda de sua própria poesia. Acredito que se deva a estes a má vontade com que a poesia anda sendo recebida, nos últimos anos, entre os leitores. Certas facções tornaram o poeta talvez desfrutável, gaiato e folclórico demais, e, no Brasil, qualquer coisa séria pode virar besteirinha ou ser tida como tal, devido ao espírito frívolo-perverso que parece presidir nossa indústria cultural, afoita em fazer e desfazer reputações cintilantes e ocas. Portanto, torce-se o nariz para a palavra "poeta", como se ela abrigasse coisas mais para levianas e desprezíveis.E certos poetas não fazem senão achar que isso é ótimo para eles, que os brilharecos e poses é que são quentes e valem a pena - portanto, merecem a irrisão a que são relegados.
Nunca me deixei impressionar nem abalar por modas poéticas nem nunca deixei de crer que o verdadeiro poeta sabe ser digno de si mesmo, de sua própria voz, mantendo-se fiel a uma verdade de que é portador mais para fatal que para eufórico. Sempre fui, para bem ou mal, muito fiel às leituras de poetas que me marcaram fundo, como se devesse àqueles livros (de Drummond, Cabral, Pessoa, Rilke) uma lealdade que, cumprida, sóme fez bem. E sempre tive dificuldades com novos nomes do panteão poético brasileiro por isso não queria me arriscar, queria mais tempo para conhecê-los, e, atropelado pela necessidade de fazer minha prosa, de seguir meu caminho literário, muitas vezes não empreendi viagens sérias a livros de nomes novos que, por uma outra razão, me agradaram aqui e ali. Não foi o caso de Iacyr Anderson Freitas. >>>>> por Chico Lopes

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10 de junho de 2007

Fotos parecem editorial



Na semana passada, reproduzi as duas fotografias publicadas pela Folha. Hoje constato que o ombudsman da Folha, Mário Magalhães, criticou a postura opinitiva da Folha utilizada através das fotos publicadas no jornal. Realmente está evidente a opinião da Folha a partir das fotos. Fiz questão de colocá-las no blog, embora naquele dia, não tivesse essa mesma clareza. Também é evidente que a midia brasileira não informa corretamente o que se passa na Venezuela, prefere divulgar as falas da turma do DEM no Senado, escondendo os reais motivos da querela Chávez e RCTV, a turma dos golpistas. (E para evitar os males entendidos, digo que sou totalmente contra o cerceamento da liberdade de expressão, ao contrário, sou totalmente a favor, inclusive nos termos colocados hoje na Veja pelo Diogo Mainardi, embora seja dele um enorme discordante)



A Folha tem posição editorial contrária a Chávez. É legítimo formular opinião. Mas o jornal não deveria permitir que ela contaminasse o noticiário. Foi o que pareceu ocorrer no fim de semana passado. No sábado, a primeira página exibiu fotografia de três comportadas funcionárias da RCTV. No domingo, mostrou duas chavistas, indo e vindo, com biquínis sumários. Soou como editorial oposicionista. A Folha escapou até agora do clima de campanha contra Chávez. Erra quando não cita os motivos alegados pelo governo contra a RCTV, mas mantém o pluralismo. Será uma pena se transformar o espaço noticioso em opinativo.



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9 de junho de 2007

ILHA DAS FLORES (35 mm, 12 min, cor, 1989)


Um tomate é plantado, colhido, transportado e vendido num supermercado, mas apodrece e acaba no lixo. Acaba? Não. ILHA DAS FLORES segue-o até seu verdadeiro final, entre animais, lixo, mulheres e crianças. E então fica clara a diferença que existe entre tomates, porcos e seres humanos.


Um ácido e divertido retrato da mecânica da sociedade de consumo. Acompanhando a trajetória de um simples tomate, desde a plantação até ser jogado fora, o curta escancara o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do caminho.


Direção: Jorge Furtado
Produção Executiva: Monica Schmiedt, Giba Assis Brasil e Nora Goulart
Roteiro: Jorge Furtado
Direção de Fotografia: Roberto Henkin e Sérgio Amon
Direção de Arte: Fiapo Barth
Música: Geraldo Flach
Direção de Produção: Nora Goulart
Montagem: Giba Assis Brasil
Assistente de Direção: Ana Luiza Azevedo


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O verdadeiro pai de Frankenstein


Poderemos comparar o Dr. Victor Frankenstein ao titã grego, Prometeu. - Prometeu apoderou-se do fogo divino de Zeus, outorgando aos homens comuns a evolução perante aos outros animais e, assim como o ser supremo, também gozava da criação humana. - Furioso, devido ao roubo do fogo divino, Zeus castigou Prometeu e o acorrentou ao cume do monte Cáucaso, dando livre arbítrio para um terrível abutre dilacerar o seu fígado que, sempre se regenerava, devido a sua imortalidade. Zeus pronunciou o castigo a Prometeu por 30.000 anos, mas, o condenado foi libertado por Hércules que, deixou em seu lugar, o deus da medicina, o centauro Quíron, pois este já estava condenado devido a uma ferida eterna causada por uma flecha terrivelmente envenenada.
Em uma atitude nobre, Quíron transfere sua imortalidade pela libertação de Prometeu, com a intenção de acabar com o seu sofrimento devido a dor da ferida eterna que possuía. >>>> Leia mais no Cranik

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DIREITOS E DEVERES NA REPUBLICA


Este livro apresenta um diálogo entre dois estudiosos italianos, com idades e formações distintas, mas unidos pela mesma paixão por história, política e filosofia e com a mesma preocupação com o futuro da República na Itália. Norberto Bobbio e Maurizio Viroli debatem grandes temas políticos - o amor pela pátria, a liberdade, a corrupção, os direitos e deveres - e propõem-se a tratar de questões difíceis relacionadas à fé religiosa, ao significado da vida e da história, e às razões e limites da ética laica. O objetivo é levantar dúvidas e analisar divergências de opinião sobre temas importantes, como o significado da existência do homem e a experiência religiosa, e refletir sobre temas políticos centrais, como o republicanismo, a virtude civil, o patriotismo, os direitos e os deveres do Estado e do cidadão.


Lançamento: 10/06/2007


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3 de junho de 2007

Lima Trindade : mitos, desencantos e os mortos muito vivos, por Chico Lopes


Conheço Lima Trindade (Vivaldo, ou, para mim, apenas Valdo) desde alguns anos, quando comecei a publicar alguns ensaios sobre filmes e livros no seu site, Verbo 21, por onde muita gente nova, que está escrevendo, já passou. Lá, publiquei um conto, "Debaixo de praga", que depois iria se juntar a outros tantos na antologia "Cenas da favela", organizada por Nelson de Oliveira e recentemente lançada pela Geração Eitorial/Ediouro. Ele escreveu com perspicácia e brilho sobre meu livro "Nó de sombras" e me entrevistou quando do lançamento de "Dobras da noite". Também esteve aqui em Poços de Caldas e se revelou de uma grande simpatia, de um calor humano especial, um calor que poderia ser classificado de baiano se ele não fosse brasiliense residente em Salvador e se, felizmente, essa questão de calor e simpatia não transcendesse geografias e tribos.


Vivaldo faz resenhas literárias muito bem, é bom leitor, atento às nuances das obras, meticuloso na análise e nas leituras (sei que nunca emite opiniões sem ter um quadro bem definido de influências, referências e informações em sua cabeça; faz parte de sua honestidade intelectual patente). Demorou um tanto para estrear em livros publicados, o que lhe dava certa angústia. De modo que li "Todo Sol mais o Espírito Santo", livro da Ateliê Editorial (coleção LêProsa, de Marcelino Freire) antes que tivesse a forma atual. E percebi um talento que tateava, que procurava a melhor direção para desabrochar. O livro, quando me chegou, foi lido meio às pressas e acabou por sair de minhas mãos, em circunstâncias que acho, em retrospecto, até bem poéticas. Mas, insisti junto a Valdo que me mandasse outro exemplar, o que ele fez recentemente. E aí, a releitura me deu uma dimensão mais precisa desses contos e de sua organização.>>> Leia mais


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1 de junho de 2007

A menina e os fantasmas do pai: 'O labirinto do fauno' é grande cinema, por CHICO LOPES


É preciso admitir que, mesmo em meio a uma enxurrada de filmes ruins ou discutivelmente bons, o Cinema pode sempre guardar surpresas de grande qualidade. Eu me irrito com os filmes que ando vendo ultimamente, por necessidade profissional ou curiosidade pessoal, e descobrir, de repente, um filme como "O labirinto do fauno", decididamente me reconcilia com o que já se chamou de "Sétima Arte". De novo respiro fundo, contente, extasiado, e volto a crer nas possibilidades artísticas da indústria.


"O labirinto do fauno" é, por incrível que pareça, dirigido por um cineasta que, na América, já fez coisas como "Blade II" e "Mutação", embora tenha feito também uma criativa e elogiável transposição de gibi em "Hellboy". E tenha feito, antes disso, na Espanha, um filme de suspense e sobrenatural admirável, "A espinha do Diabo", também tendo como cenário a Guerra Civil espanhola. A impressão que se tem é que o mexicano Del Toro se dá melhor é filmando na Espanha, pátria com a qual a sua tem uma filiação óbvia, tal como Penélope Cruz, quando volta para a Espanha, tem suas melhores interpretações, nos filmes de Almodóvar. Certas aclimatações de atores e cineastas europeus ou latino-americanos na América seguem sendo problemáticas. ==>> por Chico Lopes


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20 de maio de 2007

A Arte é uma finalidade sem fim?


A máxima de Immanuel Kant (1724-1804) é "A Arte é uma finalidade sem fim".


Pablo Picasso declarou:
"O que vocês pensam que é um artista? Um imbecil feito só de olhos, se é pintor, ou de ouvidos, se é músico, ou de coração em forma de lira, se é poeta, ou mesmo feito só de músculos, se se trata de um pugilista? Muito ao contrário, ele é ao mesmo tempo um ser político, sempre alerta aos acontecimentos tristes, alegres, violentos, aos quais reage de todas as maneiras. Não: a pintura não é feita para decorar apartamentos. É um instrumento de guerra para operações de defesa e ataque contra o inimigo"


E agora, Kant??? (Sabina Vanderlei)


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