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10 de novembro de 2009

A estrela azul brilha, por Mauro Wainstock

Mauro Wainstock, diretor do Jornal ALEF
Jornal ALEF sempre se caracterizou pela pluralidade de opiniões, respeitando e publicando todos os pontos de vista. Neste editorial, vou ser direto e veemente ao abordar uma questão que vem provocando inflamadas polêmicas: é inadmissível que se use a estrela amarela para protestar contra a visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil. Incontestavelmente, ela remete à covardia, ao ódio, ao preconceito, à humilhação. Representa a discriminação desenfreada, a inconcebível matança do inocente pelo irracional, a incontrolável busca pelo poder, custe o que custar, o imperdoável assassinato gratuito do homem pelo homem, enfim, as mais sangrentas e inaceitáveis páginas da história da humanidade.

Devemos reviver este lamentável episódio apenas em datas específicas, como o Kristallnacht (a "Noite de Cristal") - ocorrida no dia 09 de novembro de 1938 - que historicamente desencadeou todo o processo que levaria meses depois à II Guerra Mundial (saiba mais), e não banalizar a estrela em manifestações, protestos e eventos do dia-a-dia, por mais louváveis que sejam. Trata-se de um símbolo até certo ponto sagrado, que não pode ser utilizado em vão. Como em vão também não podemos mencionar o termo "Shoá". Ele é único, indescritível e inexplicável. E deve ser permanentemente recordado pelo mundo civilizado. O fato de termos a obrigação de perpetuar na memória, e na própria pele, esta inigualável lembrança, não pode justificar a qualificação do povo judeu como as "injustiçadas" vítimas, os "coitadinhos", os sempre perseguidos... os rotulados com a estrela.

O que está em questão não é convencer Ahmadinejad a reconhecer a existência do Holocausto, pois sabemos que seu discurso é para auferir ganhos políticos, para aparecer na mídia, para iraniano ouvir. Devemos aproveitar esta oportunidade para transmitir a contagiante vivacidade do Estado Judeu. Hoje, a estrela do povo judeu vive. E brilha. Muito. Devemos mostrar a capacidade de desnutridos e doentes em sair de guetos farpados para construir um inimaginável Estado-exemplo - na democracia, na educação, na medicina, na tecnologia... em todas as áreas do pensamento e da solidariedade. Na superação. Na força do acreditar. A quantidade de "Prêmios Nobel" não é um exemplo; é uma constatação. A quantidade de descobertas científicas e tecnológicas não é uma referência; é uma conseqüência da união e tenacidade deste povo.

Utilizar a estrela amarela durante a visita de Ahmadinejad é relembrar um passado que precisamos eternizar, mas que daríamos tudo para apagar. Oferecer a estrela azul brilhando é brindar o sonho realizado; é celebrar a inovação, o humanismo, a vida, o futuro. Portanto, devemos desfilar sim, sempre, mas com a estrela azul estampada na bandeira de Israel e nos nossos corações. Com muito orgulho.

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Jornal ALEF - www.jornalalef.com.br

Criado há 15 anos, o Jornal ALEF, direcionado aos leitores interessados em notícias sobre o mundo judaico e sobre o Estado de Israel, possui uma versão impressa, que alcança leitores em 14 estados do Brasil e em 16 países, e uma versão virtual, disponível no site www.jornalalef.com.br e enviada, em forma de newsletter eletrônica, 3 vezes por semana para mais de 35.000 assinantes no Brasil e no exterior já tendo, inclusive, superado as 1.300 edições produzidas. O Jornal ALEF vem colecionando prêmios dentro e fora da comunidade judaica e é, de acordo com manifestação expressa da ONU, "fonte de referência séria para veículos nacionais e internacionais". Entre eles está o francês Le Monde, com mais de 2 milhões de leitores/dia, que frequentemente reproduz reportagens publicadas no Jornal ALEF.

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2 de novembro de 2009

A bolha, por Luis Felipe Pondé

Coitadinho do Obama, a mídia está falando mal dele e tirando seu sono de Messias

PROMETI PARA mim mesmo que não ia falar sobre o ridículo prêmio Nobel dado ao Obama, mas como não tenho palavra mesmo e como nunca cumpro promessas (principalmente feitas a mim mesmo, alguém que, afinal de contas, não merece todo esse deferimento moral), estou eu aqui capitulando e falando desse populista chamado Obama.
Quando foi eleito, escrevi nesta coluna que ele era uma bolha que provavelmente não ia dar em nada. Posso estar enganado, como quase sempre estou (sou um péssimo profeta), mas, até agora, responda-me, caro leitor, a que veio ele? Deveria sim se candidatar a secretário-geral da Unicef e ficar visitando crianças famintas na África. Seus dias estarão contados quando os americanos descobrirem que seu verdadeiro sonho é ser o primeiro presidente negro da Noruega.
Recém-chegado de Israel, local marcado pela necessidade de paz, lá tive a oportunidade de acompanhar um pouco o que a mídia local sente diante desse ridículo Nobel da Paz dado a alguém que nada fez além de blablablá até agora. Obama só conseguiu fazer discursos por aí, deixando todo mundo com gosto de coito interrompido na boca.
No Egito, ele falou de como a cultura muçulmana foi importante para o mundo. Será que os egípcios nunca estudaram a Espanha medieval? Iraque e Afeganistão estão piorando nos últimos meses. Sua incapacidade em resolver o problema do Irã se assemelha à incompetência de Jimmy Carter no caso da captura da embaixada americana em Teerã. E olha que o Carter fez Camp David (acordo de paz entre Israel e Egito)! Coreia do Norte vai mal, obrigado. O que mudou de Bush pra cá? Os aeroportos americanos estão mais dóceis com os turistas?
Na minha humilde opinião de não especialista em paz mundial (entendo um pouco melhor sobre a guerra, porque a julgo um estado mais natural da condição humana), arriscaria dizer que os líderes da oposição iraniana mereciam mais esse prêmio, ou mesmo nosso querido Lula nos seus esforços de evitar males maiores causados pelo bobo venezuelano El Chavez e seus anões bolivarianos.
Ou quem sabe Tony Blair e Bush, no sucesso em evitar mais ataques terroristas no Ocidente. Ou então declarassem que ninguém merecia o prêmio Nobel da Paz este ano e "acumulassem" (assim como na Mega Sena) dois prêmios para o ano que vem. Quem sabe alguma tragédia inesperada os iluminaria na futura escolha.
O problema é que qualquer decisão tomada na Escandinávia sobre a dureza do mundo parece aconselhamento sexual dado por virgens que detestam sexo para prostitutas, essas nossas parceiras ancestrais. Que Deus as proteja. Quantas vidas solitárias elas já não salvaram?
O grande feito de Obama até agora foi criar uma imagem de si mesmo como a pessoa mais legal do mundo. Além de salvar o mundo em todo café da manhã, aposto que manda flores pra Michelle todo dia.
A impressão que tenho é que ele, antes de falar qualquer coisa, faz uma pesquisa sobre o que as pessoas que vivem de bolhas de esperança querem ouvir. Uma hora dessas vai declarar obrigatório a adoção de cachorros vira-latas pela comunidade internacional.
Sua realização até agora tem sido cultivar sua própria imagem. Algum assessor deveria avisá-lo que a campanha acabou e agora é a hora de acordar cedo e fazer a roda de rato girar, como todo desgraçado que trabalha e não só faz campanha.
Mas o fim da picada mesmo foi a perseguição à mídia e à Fox News. Coitadinho do Obama, a mídia está falando mal dele e tirando seu sono de Messias.
Veja, caro leitor, você se lembra (mesmo que não alimente qualquer simpatia pelo Bush) como a mídia detonou o Bush em seus últimos anos de Casa Branca? Até a Rádio Internacional da República da Banana fez um dossiê de como Bush foi o pior governante depois de Hitler.
Acho que mesmo sua mãe deve ter lamentado tê-lo dado de mamar. Alguém se lembra dele ter declarado a mídia "persona non grata" e buscado soluções tipicamente populistas, como se apresentar como vitima de complôs? E mais: não é só a mídia, mas os empresários também estão atrapalhando sua missão de salvar o mundo.
Você percebe a semelhança com El Chavez na sua atitude para com a Fox News? Claro que ele não pode mandar fechar a emissora como Chavez faz, mas pode difamá-la, tática comum em autoritários fingidos. Sua sorte é que ele é negro (afro-americano para os mais sensíveis), porque, se não fosse, já teria dançado. Como toda bolha, está vivendo de crédito.

ponde.folha@uol.com.br

ponde A volta das freiras feias, por Luis Felipe PondéLuis Felipe Pondé é filósofo e psicanalista, doutorado em Filosofia pela USP/Universidade de Paris e pós-doutorado em Epistemologia pela Universidade de Tel Aviv. Atuou como professor convidado nas universidades de Marburg (Alemanha) e de Sevilha (Espanha). Atualmente é professor do programa de pós-graduação em Ciências da Religião e do Departamento de Teologia da PUC- SP, da Faculdade de Comunicação da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado) e professor convidado da pós-graduação de ensino em ciências da saúde da Universidade Federal de São Paulo e da Casa do Saber.
Autor, entre outros títulos, de "
O Homem Insuficiente", " Crítica e Profecia", " Filosofia da Religião em Dostoievski", " Conhecimento na Desgraça" e " Ensaios de Filosofia da Religião". É articulista da Folha de S. Paulo, com coluna semanal às segundas-feiras.

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A pós-graduação e a mais-valia

O que significa, então, para o médico ter mestrado/doutorado? Significa, na melhor das hipóteses, que se trata de uma pessoa com grande interesse em ensino e/ou pesquisa. Digo "na melhor das hipóteses" porque, infelizmente, há uma infinidade de outros motivos menos nobres para almejar esses títulos. Vaidade e marketing pessoal, para começo de conversa. Galgar posições políticas em sociedades médicas, subir na carreira universitária, melhorar o salário, etc.
por Flávio R. L. Paranhos

leia na íntegra

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26 de outubro de 2009

"Malone Morre", por Luiz Felipe Pondé

Muitos acham que Beckett serve só para teses complicadas; o pessimismo é quase uma ciência exata

NUM DESSES dias cinzentos, quando o mundo parece alimentar em você aquela certeza de que a lógica do pior é a lógica do mundo, tropecei na citação: "Antes de mais nada, quero dizer que não perdoo ninguém. Desejo a todos uma vida atroz nos fogos do gélido inferno e nas gerações execráveis que hão de vir". É Samuel Beckett em "Malone Morre".

Muita gente acha que a literatura de Beckett existe pra escrevermos teses complicadas sobre como a época em que ele viveu foi descrente porque só se pensava em ganhar dinheiro numa Europa que se afundava no capitalismo americano, pós-Segunda Guerra.

E aí passamos a xingar a burguesia e sua breguice famosa e vazia. Eu nunca xingo a burguesia porque temo que o faça por inveja. Eu acho que textos como esse servem para nos manter de olhos abertos para o risco de que o coração resvale na descrença absoluta acerca da vida fora da miséria que escorre pelos muros do mundo. O pessimismo é meu pecado capital.

O pessimismo é uma geometria do mundo, quase uma ciência exata. Não acredito que a questão de Beckett fosse apenas um desespero "político-social". Se assim fosse, ele seria um escritor menor. O desespero só merece respeito quando vai muito além do político-social e escurece o Sol.

Em meados dos anos 1990, quando vivia em Paris por conta do meu doutorado, encontrei-me um dia com o filósofo Alain Finkielkraut num daqueles "cafés-cabeça" do Boulevard Saint German. Ele se dizia um pessimista. Discutíamos a literatura e a tendência, já forte na época, de afogar as letras no desejo brega de felicidade que hoje em dia satura o ar com seu fedor.

Para ele e também para mim, era claro que grande parte da culpa disso era da esquerda e sua natural vocação para esperanças bobas, quando se afasta de autores mais pessimistas como Adorno. Sempre suspeitei que o pessimismo fosse um regulador de caráter. A esquerda sempre teve uma vocação para o terror, para o desbunde, para a incompetência ou para a preguiça.

Seu argumento era muito parecido com o do escritor tcheco Milan Kundera: um romance deve criar dúvidas sobre o mundo, deve gerar um surto de insegurança e não passar esperanças em si mesmo ou no mundo. Como diz Kundera, "a burrice das pessoas vem delas terem resposta pra tudo". Finkielkraut comparava então romances como "Madame Bovary" e "Educação Sentimental" (ambos de Flaubert) a romances que oferecem soluções para a vida.

Se Emma Bovary nos ensina que o desejo é um companheiro destrutivo, ao mesmo tempo nos pega pela mão e nos leva a uma vida insípida onde não há desejo e da qual ela foge.

O confronto entre as duas formas de vida, sem solução, é a força da personagem. Mesmo que Emma tenha se transformado, para muitos de nós, naquele arquétipo da mulher de 40 anos com uma taça de vinho branco nas mãos, com os seios já caídos, que aborda homens em lançamento de livros ou em exposições, falando como sua vida está aquém de sua alma, ou mesmo desvalorizando o parceiro que tem, a verdadeira Emma Bovary encarna o risco que é apostar no desejo.

Mas uma vida sem desejo não vale a pena ser vivida, por isso ela é uma grande heroína: sua grandeza mora ali onde mora sua maldição.

Que distância dessas bobagens que psicólogas de recursos humanos gostam de ler e recomendar para seus funcionários ou que estes conferencistas motivacionais e de liderança gostam de citar como exemplo de vida para suas plateias atordoadas pelo pânico da vida.

Por exemplo, o que dizer a uma mulher ou a um homem que vê sua energia se apagar diante do sorriso de alguém mais jovem, oferecido docemente ao seu parceiro ou sua parceira? Nesse momento, a insegurança sobe à boca, inundando-a de uma saliva azeda, mas com aquele insuportável sabor que a verdade tem.

A solução ridícula então vem aos olhos, e eles falam: "Posso eu competir com essa fisiologia fresca e bela?". E aí vem o socorro da má literatura. Mas, quando em casa, à noite, no espelho, você se olha, dificilmente conseguirá esconder o desejo de que ninguém jamais seja perdoado porque você é infeliz, e de que todos que nasceram depois de você sejam execráveis, pela simples razão que ainda têm mais vida. Talvez Finkielkraut, Kundera e Beckett sejam excessivamente duros conosco, mortais. Às vezes parece que a consciência que eles nos cobram é excessiva. Uma certa dose de inconsciência se faz necessária para enfrentar as horas.

ponde.folha@uol.com.br


ponde A volta das freiras feias, por Luis Felipe Pondé
Luis Felipe Pondé é filósofo e psicanalista, doutorado em Filosofia pela USP/Universidade de Paris e pós-doutorado em Epistemologia pela Universidade de Tel Aviv. Atuou como professor convidado nas universidades de Marburg (Alemanha) e de Sevilha (Espanha). Atualmente é professor do programa de pós-graduação em Ciências da Religião e do Departamento de Teologia da PUC- SP, da Faculdade de Comunicação da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado) e professor convidado da pós-graduação de ensino em ciências da saúde da Universidade Federal de São Paulo e da Casa do Saber.
Autor, entre outros títulos, de " O Homem Insuficiente ", " Crítica e Profecia ", " Filosofia da Religião em Dostoievski", " Conhecimento na Desgraça " e " Ensaios de Filosofia da Religião". É articulista da Folha de S. Paulo, com coluna semanal às segundas-feiras.

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Henrique Chagas, do VerdesTrigos, fala na TV sobre Ética; veja os vídeos

Henrique Chagas esteve no Programa Neusa Matos, e foi por ela entrevistado sobre Ética. A entrevista foi instigante e proporcionou enormes reflexões sobre o tema. O programa foi transmitido no dia 26/10/2009 no canal 20 da TV Cabo, retransmitido a cada hora. Enorme sucesso na cidade de Presidente Prudente/SP, de grande retorno.

Veja os vídeos:

Henrique Chagas , da VerdesTrigos, fala na TV sobre Ética - Parte I Henrique Chagas , da VerdesTrigos, fala na TV sobre Ética - Parte II
Dr.Henrique Chagas - parte I e parte II (26/10/2009)

Henrique Chagas*, nas suas palestras, busca desenvolver o espaço da ética ao longo da história filosófica da humanidade, conclamando, ao final, para uma ética da responsabilidade para com o futuro: Ética da Sustentabilidade.
Apresenta a problemática da ética a partir dos principais eixos da crise atual: a) a apartação social alarmante, b) o paradoxo trabalho x avanço tecnológico, c) a crise ecológica (escassez de reservas fósseis e água); e d) o lugar do masculino no mundo atual. Os eixos da crise são analisados com foco em conceitos éticos, que são um conjunto de símbolos e códigos desenvolvidos a partir das crenças e da moral.
Segundo Henrique, "ética e moral, todos acham que tem e a grande maioria das pessoas pensam que os outros não tem!". Então, o que é Ética?
Para a discussão e construção da ética pós-moderna, nas suas palestras, desenvolve o estudo da ética desde Aristóteles, Platão, passando por Maquiavel, Kant, Max Weber, desembocando nos pensadores modernos como Hannah Arendt e Hans Jonas. Ao final, é analisado o pensamento de Zygmunt Bauman, com suas críticas à pós-modernidade e suas consequências éticas.

* Henrique Chagas: estudou Filosofia e Direito, com pós-graduação em Direito Civil, com MBA em Direito Empresarial pela FGV. É escritor de contos e crônicas, que publica em sites e revistas eletrônicas. Pratica jornalismo cultural no portal cultural VerdesTrigos.org, do qual é o criador intelectual e mantenedor.

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2 de setembro de 2008

O Estado não é policial, é frouxo

SÃO PAULO - Dois presidentes, Gilmar Mendes, do STF, e Garibaldi Alves, do Senado, viram nos "grampos" em seus telefones um "estado policialesco".
É precisamente o contrário. Estado policialesco pressupõe um Estado forte, onipresente, hiperativo.
O que existe no Brasil é um Estado frouxo, inerme, ausente exatamente onde a sua presença é mais necessária.
Episódios como o dos "grampos" contra duas das mais altas autoridades da República, para não mencionar Gilberto Carvalho, o mais próximo assessor do presidente Lula, só demonstram o quanto o atual governo é omisso. Prova-o a seguinte frase do ministro da Justiça, Tarso Genro, falando precisamente sobre interceptações telefônicas: "Estamos chegando a um ponto em que temos de nos acostumar com o seguinte: falar no telefone com a presunção de que alguém está escutando".
Traduzindo: o chefe da Polícia Federal, em vez de se indignar -e agir em conseqüência, o que seria ainda mais relevante-, prefere conformar-se com a sua incompetência, impotência, inapetência ou tudo isso ao mesmo tempo para controlar atividades que desrespeitam o Estado de Direito. Fosse menos relapso, o ministro diria que tomaria todas as providências para que a arapongagem deixasse de ser tão disseminada e que os inocentes poderiam ter a "presunção" de que só são ouvidos pelos seus interlocutores.
Se seu chefe, o presidente da República, também fosse menos relapso, teria afastado o ministro no ato, para demonstrar que não compactuava com a omissão do subordinado. Como não o fez, é forçado a agir tardiamente, punindo o policial, Paulo Lacerda, que foi o símbolo de uma elogiada PF. Não há símbolo que resista no governo Lula. Cai um após o outro sempre que qualquer labareda chega perto do presidente.

CLÓVIS ROSSI  Folha de São Paulo)

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31 de agosto de 2008

'Shortbus' tem sexo explícito e muita provocação

Luiz Carlos Merten, de O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - Exibido fora de concurso no Festival de Cannes, há dois anos, Shortbus teve direito a sessão de gala, com tapete vermelho. E terminou sendo um dos filmes mais comentados do maior festival de cinema do mundo, naquele ano. Na coletiva, após a projeção para a imprensa, o diretor John Cameron Mitchell admitiu que fez Shortbus "com um grau de provocação em mente". Na verdade, muita provocação. Além de os personagens falarem em sexo o tempo todo, eles partem da oralidade para a prática. Shortbus tem sexo explícito, o que é sempre motivo de escândalo.

Veja também:

Trailer de 'Shortbus' trailer

Exatamente 30 anos antes de Mitchell, o japonês Nagisa Oshima também havia feito Cannes tremer com as cenas de penetração e felação de O Império dos Sentidos. Em anos recentes, o estupro da personagem de Monica Bellucci em Irreversível, de Gaspar Noë, e a provocação sexual de Chloë Sevigny em Brown Bunny, de Vincent Gallo, também fizeram sensação na Croisette. Em ambos os filmes, o sexo era praticado a dois e, no caso de Irreversível, contra a vontade da deslumbrante Monica. No caso de Shortbus, o sexo é grupal e isso talvez tenha aumentado o mal-estar. Embora em ambientes fechados, as imagens de casais, homo e heteros, carregam sugestões do sexo em plena era de ‘paz e amor’ de Woodstock, no documentátrio de Michael Wadleigh.

[Ainda não assisti]

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30 de agosto de 2008

[estou lendo] aristóteles, de Otfried Höffe

Aristóteles tem um lugar especial no pequeno círculo dos grandes pensadores. Durante muitos séculos, ele foi tido, pura e simplesmente, como “O Filósofo”.

Otfried Höffe, professor de Filosofia na Universidade Eberhard-Kerl, Alemanha, considerado um dos maiores conhecedores de Aristóteles, apresenta nesta obra, de modo consistente e claro, sua vida e obra, evidenciando a repercussão de suas contribuições até a atualidade.

Diferenciais

  • Escrito por um dos maiores conhecedores da vida e da obra de Aristóteles;

  • Adotado como livro-texto em universidades de diferentes países;

  • Apresenta um melhor entendimento da natureza do ser humano e da capacidade de compreender o pensamento de Aristóteles;

  • Livro que abre a série Introdução no catálogo de Filosofia da Artmed.

Público-alvo
Estudantes, professores, pesquisadores de Filosofia, Sociologia, Ciências Humanas em geral.

Sobre o autor
Otfried Höffe - Professor de Filosofia na Universidade Eberhard-Karl, em Tübingen, Alemanha.

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24 de agosto de 2008

Ex-BBB atrai fãs no Shopping Cidade

Mais de mil pessoas foram pedir um autógrafo e tirar fotos com Natália Casassola, do BBB 8, capa da Playboy de julho. Ela realizou sessão de autógrafos na segunda-feira, 14, na Livraria Nobel do Shopping Cidade. O ensaio foi clicado por JR Duran, na Serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina.

Foto: Rafael Danielewicz. Via: Silvana Mangano na Moviola de Tiomkim

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14 de abril de 2008

'Eu tô querendo namorar um cara': Ana Carolina

A cantora Ana Carolina, que inicia turnê e lança o DVD "Dois Quartos", em entrevista no Rio: "Eu sei o que eu faço nas minhas quatro paredes", diz

Quase sempre de preto, a cantora Ana Carolina, ícone gay, recém-separada de uma mulher, diz que vai inaugurar uma fase mais "colorida", anuncia que está em busca de um namorado e revela: "Eu adoro o homem pra transar"

Ana Carolina costuma erguer o queixo quando conta uma história. Faz longas pausas entre uma frase e outra e, quando conclui o assunto, desata a gargalhar. "Eu toco desde os 16 anos na noite... é... sabe como é que é.... pra rolar uma grana, né? Fiquei tocando até os 24. E... você toca pra dois casais, pra dez pessoas, 15... Se desse muita sorte, eu fazia show até pra cem pessoas... Hahahaha!"  [Mônica Bergamo]

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Vanguarda Pedagógica: legados de uma memória escolar

No último dia 30/03, ocorreu o lançamento do Vanguarda Pedagógica: o Legado do Ginásio Israelita Brasileiro Scholem Aleichem. Com textos emocionantes de alunos, professores e diretores do Scholem. Tem gente como Fanny Abramovich, Antonio Dimas, Gisela Wajskop, tem depoimento da Tatiana Belinky e da Dona Ilina, realmente emocionante. Lilian Starobinas fez a introdução, e, junto com outros dedicados seis companheiros, batalhou para o lançamento deste livro.

Motivados por um sentimento ainda quente de pertinência ao Ginásio Israelita Brasileiro Scholem Aleichem, 25 anos após o seu fechamento, um grupo de amigos e ex-alunos da turma do final dos anos 70 tomou a iniciativa de promover uma "restituição ou retribuição" pública à escola, através de uma ampla reflexão sobre o diferencial das idéias e práticas pedagógicas que balizaram a instituição ao longo das suas três décadas de atividade, no bairro do Bom Retiro. Como resultado deste esforço, foi realizado, em outubro de 2006, no Centro de Cultura Judaica, o seminário Vanguarda pedagógica: o legado do Ginásio Israelita Brasileiro Scholem Aleichem.

Fundada em 1949, a escola Scholem Aleichem, ligada ao Instituto Cultural Israelita Brasileiro, mais conhecido como Casa do Povo, tinha como princípio basilar a disseminação de valores progressistas e anti-fascistas no cenário social brasileiro, por meio de uma educação pluralista e inovadora. Buscando continuamente o estabelecimento de pontes entre judaísmo e brasilidade, o "Scholem" cultivava a formação de jovens judeus universalistas, tendo como premissas o exercício do pensamento crítico e a liberdade de criação e experimentação. Segundo a escritora Tatiana Belinky, em depoimento concedido especialmente para o seminário Vanguarda pedagógica: o legado do Ginásio Israelita Brasileiro Scholem Aleichem : " Ética, cultura e humor são os principais legados da escola". =>> LEIA MAIS

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26 de março de 2008

Entrevista: 'O gosto amargo dos sonhos', com Amós Oz

O escritor Amós Oz fala de Israel e Palestina, o sonho do sionismo e como os políticos ouvem os artistas e depois esquecem tudo o que eles ouviram.

Amós Oz é um escritor israelense de fama internacional cujos trabalhos têm sido traduzidos para mais de 45 línguas. Em maio, com o roteirista Tom Stoppard e com o Vice-Presidente Al Gore, ele receberá o prêmio Dan David, totalizando três milhões de dólares. Oz, 69, que ensina literatura na Universidade Bem Gurion, no sudeste de Israel, foi citado pelos juízes por "retratar os eventos históricos e ao mesmo tempo enfatizar o individuo e a exploração pessoal do trágico conflito entre duas nações". Membro fundador do Movimento Paz Agora, Oz tem sempre estado à frente da dificuldade israelense referente à identidade e defende com fervor uma solução para os dois Estados. Ele recentemente deu uma entrevista à Joana Chen, da NEWSWEEK, na sua casa em Tel Aviv, sobre literatura, política e sobre as vozes dos mortos que não se vão.

NEWSWEEK: O que você acha que faz a sua escrita tão acessível para as pessoas do mundo inteiro?
Amós Oz: Eu acho que há algo universal no provincial. Meus livros são muito locais, mas de um modo estranho, eu acho que o quanto mais local, paroquial e provincial, mais universal a literatura pode ser.

Por que tão poucos livros seus tem sido traduzidos para o Árabe?
A tradução árabe é tão importante para mim quanta outra qualquer. É aquela que eu me envolvo mais. Infelizmente, há uma parede de resistência nos países árabes. Muitos editores árabes não tocam em nada vindo de Israel, não importa se vem dos falcões [radicais] ou das pombas [diplomáticos]

O que você fez para remediar isto?
"De amor e trevas" é agora traduzido para o Árabe pela família de George Khoury, um aluno israelense palestino que levou um tiro na cabeça por terroristas que o confundiram com um judeu enquanto ele estava praticando seu "jogging" em Jerusalém. Eu estou muito tocado por isto e pela nobre decisão da família de tratar esse livro como uma ponte entre as nações.

LEIA A ENTREVISTA COMPLETA (tradução: Henrique Chagas VerdesTrigos / Eliane Nascimento)

Também publicado no Jornal Alef

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25 de março de 2008

Simpósio: Tessituras judaicas: dialogismo e intertextualidade, Abralic, USP, de 13 a 17 de julho de 2008

XI CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC/2008
Local: Universidade de São Paulo
Período: 13 a 17 de julho de 2008
Simpósio: Tessituras judaicas: dialogismo e intertextualidade
Coordenadoras: Profª. Drª. Nancy Rozenchan (USP) e Profª. Drª. Lyslei Nascimento (UFMG)

Resumo: O signo judaico, tal como ele se inscreve na literatura, desdobra-se em imagens, metáforas, símbolos. A reflexão sobre a linguagem e a memória, os acirrados debates sobre identidade e nação, além do jogo de vozes entre a tradição religiosa, argumentativa, e a reescrita ficcional, alcançam, no signo judaico, sua mais contundente configuração. Mesmo fora do contexto estritamente judaico de produção literária, sua herança simbólica permeia, de forma significativa, os estudos literários. A rede que se estabelece, então, entre literatura, história, filosofia, religião e arte, torna-se um campo a cada dia mais instigante de investigação textual. A concepção do Livro e suas relações com o texto, por exemplo, além da idéia de pátria portátil e encadernada que a Bíblia e o Talmud representam, os vestígios da tradição rabínica e religiosa que, vez por outra, emergem na literatura secular, fora do seu contexto, em franco diálogo com a construção mítica ou sagrada do texto, trazem, para a ficção, nuances, vieses e contrapontos dos mais produtivos. O objetivo deste simpósio é, no âmbito do XI Congresso Internacional da Abralic, promover um espaço de reflexão e crítica de “tessituras judaicas” e suas inúmeras possibilidades de significação, entre o dialogismo e a intertextualidade, tendo como espaço privilegiado de discussão, a literatura.

Período de envio de Ficha de Inscrição (abaixo): 03 a 31/03/2008

Contato: abralicjudaica@yahoo.com.br

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24 de março de 2008

'Nós Podemos'

Fernando Gabeira se
inspira em Barack Obama
rumo à prefeitura do Rio

O slogan do pré-candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama, tem sido comparado ao discurso do deputado federal Fernando Gabeira (PV), em sua campanha pela prefeitura do Rio de Janeiro. Os dois defendem idéias muito similares de renovação política e modernidade administrativa. "Vivemos eleições importantes, cada um à sua maneira. O Barack Obama também tem uma posição diferente da política convencional. E tem uma tese importantíssima, a do 'Nós Podemos'. Em 1986 (na disputa pelo governo do Estado), o nosso slogan era parecido: 'É só querer'. Se quisermos, nós mudamos. Essa semelhança é importante", declarou o deputado.

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Link permanente··- publicado por VerdesTrigos @ 3/24/2008 09:20:00 AM | | | Voltar

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20 de março de 2008

O homem que virou santo, por DRAUZIO VARELLA

Enfrentara rebeliões, caíra refém, mas era tudo brincadeira perto das crises de ciúme da mulher

JURANDIR JURA que a culpa foi da vizinha. Diz que tinha virado santo com a finalidade de aplacar os ciúmes da mulher, Zélia, convencida de que todas as outras mulheres da vila davam em cima dele, cafajeste, derretido por qualquer rabo-de-saia.
O comportamento exemplar dos últimos meses era conseqüência de uma briga provocada por uma ida à padaria, depois da qual Zélia acusou-o de haver admirado as pernas de uma loira alta e lhe atirou o liquidificador nas costas. Ao fazer as pazes, assinaram um armistício com diversas cláusulas, a mais importante das quais exigia que ele não ousasse olhar para a tal vizinha, recém-instalada no andar de cima.
Jurandir explicou que a exigência era absurda, mal reparara na moça. No dia da mudança, tinha segurado a porta do elevador para que ela entrasse com os pacotes, apenas por cortesia. A esposa respondeu, possessa, que o problema não havia sido o cavalheirismo, mas o sorriso calhorda que ele colocara nos lábios.
Decidido a preservar o casamento e o convívio diário com os filhos, ele fez de tudo para andar na linha. Tinha boas razões para desejar a paz: a esposa era mulher de bons princípios, mãe exemplar, dona-de-casa prestimosa; seu problema era um só: o gênio forte.
-Quando o ciúme atacava, parece que incorporava o Coisa Ruim. Não via hora nem lugar; fazia escândalo na frente de quem fosse.
Ele trabalhava como carcereiro havia 20 anos. Tinha enfrentado rebeliões, caído refém de presos amotinados, participado de negociações em galerias apinhadas de homens e facas, mas considerava as peripécias brincadeira de criança comparadas às crises da mulher enciumada.
Quis o destino, no entanto, que numa segunda-feira de chuva ele chegasse em casa mais cedo e que não houvesse ninguém. Tomou banho, vestiu a bermuda, colocou um CD, abriu a primeira lata de cerveja e foi atender ao telefone interno.
Era a vizinha. Perguntou se não poderia ajudá-la a instalar o aparelho de DVD. Tão cheio de fios!
Ele jura que subiu a escada na ingenuidade, preocupado com a volta da esposa, e que só se deu conta da armadilha quando viu o umbigo de fora, o decote diabólico e a calça agarrada que a moça usava.
-Uma roupa daquelas mulher nenhuma veste apenas para instalar um DVD.
Quando os lábios dela se aproximaram perigosamente, ele recuou.
-Minha mulher vai chegar, você está de batom vermelho.
No dia seguinte, ela ligou para a cadeia. Disse que existia uma atração fatal entre os dois, instalada desde a gentileza na porta do elevador. Insistiu que resistir a essa força seria ir contra a natureza humana.
Não precisou de retórica para convencê-lo.
-Eu estava totalmente de acordo. Perder uma chance como aquela seria até pecado. O problema era como escapar da marcação cerrada lá em casa. Meus horários eram controlados com precisão de minuto.
A imagem dos lábios vermelhos, entretanto, não lhe dava trégua.
Uma semana depois da instalação do DVD, concebeu um plano para passar a noite com a vizinha. No dia fatídico, telefonou para casa avisando que estava escalado para o plantão noturno, porque iriam realizar uma blitz que só terminaria quando localizassem dois revólveres em mãos dos detentos.
O plano foi executado com perfeição. Às seis da tarde, o telefonema para casa com voz grave, o encontro na estação do metrô, a pizza e a noite com a vizinha num hotel da rua Jaguaribe.
Na manhã seguinte, ao virar a esquina da cadeia, Jurandir viu que um colega corria em sua direção.
-Nem chega perto do portão. Tua mulher está lá fazendo um escândalo. Diz que ligou a noite inteira atrás de você, e ninguém te achou. Ela se recusa a ir embora enquanto você não aparecer. Pediu para falar com o diretor. Quer saber se você ficou mesmo de plantão por causa de dois revólveres.
Jurandir voltou na direção do metrô, sem idéia do que fazer. Parou no meio-fio desamparado, quando alguém gritou seu nome. Era o motorista de um camburão que chegava para buscar os presos com audiência no Fórum.
Nesse instante, teve uma idéia.
-Me leva pra dentro da cadeia, fechado no camburão. Depois explico.
Minutos mais tarde, o portão principal da cadeia se abria para que Jurandir saísse ao encontro da esposa, desconcertada.
-Oi, meu amor, disseram que você estava nervosa à minha espera. Eu fiquei preocupado. Algum problema?

[NOTA] Postei esta crônica do médio Drauzio Varella, depois que li, na FSP de hoje, a crônica do Contardo Calligaris. Creio que as duas crônicas se complementam e se completam. Pessoalmente, não gosto de santos, muito menos de moralistas. Aliás, eu não confio naqueles que se dizem santos, prefiro aqueles que se confessam pecadores e de seus pecados se arrependem ou se arrependem dos pecados que não cometeram.

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17 de março de 2008

É sempre interessante recordar que o Brasil sempre recebeu de braços abertos a todos

Para Todos

Neste momento em que a Espanha barra a entrada de brasileiros, deportando-os com vileza, lastreada em estatística e discriminação - turistas, estudantes, doutorandos dirigindo-se a congressos científicos, clérigos de passagem e, inclusive, alguns que para lá vão tentando alcançar alguma dignidade na existência, fugindo da pobreza ou da perseguição política - é sempre interessante recordar que o Brasil desde 1824, recebeu de braços abertos a todos e, na medida do possível, deu guarida a portugueses, alemães, italianos, franceses, espanhóis, ciganos, poloneses, ingleses, húngaros, romenos, iugoslavos, argentinos, chilenos, uruguaios, bolivianos, paraguaios, libaneses, israelenses, palestinos, armênios, turcos, japoneses, coreanos e chineses (isso sem falar de todas as nações e etnias africanas mas essa é uma outra história diferente, bem mais radical, que merece abordagem diversa noutro artigo - nesta história da herança afro existe culpa e débitos ainda a acertar).

Levas de imigrantes, sem posses ou que tinham perdido tudo, vieram para cá (e continuam vindo) refazer suas vidas por variados motivos (pobreza, sobrevivência, carência de oportunidades, guerras, genocídios, perseguições políticas, injustica social, desejo de crescimento cultural), que são, curiosamente, quase idênticos aos que estimulam legitimamente alguns brasileiros a tentar alguma chance de vida, algumas oportunidades para sobreviver, as mesmas que outros imigrantes encontraram aqui, generosamente, em anteriores momentos profundamente ásperos.

Alfredo Aquino - http://ardotempo.blogs.sapo.pt

CONCORDO com todas as letras da opinião do amigo Alfredo Aquino.

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