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2 de novembro de 2009

A bolha, por Luis Felipe Pondé

Coitadinho do Obama, a mídia está falando mal dele e tirando seu sono de Messias

PROMETI PARA mim mesmo que não ia falar sobre o ridículo prêmio Nobel dado ao Obama, mas como não tenho palavra mesmo e como nunca cumpro promessas (principalmente feitas a mim mesmo, alguém que, afinal de contas, não merece todo esse deferimento moral), estou eu aqui capitulando e falando desse populista chamado Obama.
Quando foi eleito, escrevi nesta coluna que ele era uma bolha que provavelmente não ia dar em nada. Posso estar enganado, como quase sempre estou (sou um péssimo profeta), mas, até agora, responda-me, caro leitor, a que veio ele? Deveria sim se candidatar a secretário-geral da Unicef e ficar visitando crianças famintas na África. Seus dias estarão contados quando os americanos descobrirem que seu verdadeiro sonho é ser o primeiro presidente negro da Noruega.
Recém-chegado de Israel, local marcado pela necessidade de paz, lá tive a oportunidade de acompanhar um pouco o que a mídia local sente diante desse ridículo Nobel da Paz dado a alguém que nada fez além de blablablá até agora. Obama só conseguiu fazer discursos por aí, deixando todo mundo com gosto de coito interrompido na boca.
No Egito, ele falou de como a cultura muçulmana foi importante para o mundo. Será que os egípcios nunca estudaram a Espanha medieval? Iraque e Afeganistão estão piorando nos últimos meses. Sua incapacidade em resolver o problema do Irã se assemelha à incompetência de Jimmy Carter no caso da captura da embaixada americana em Teerã. E olha que o Carter fez Camp David (acordo de paz entre Israel e Egito)! Coreia do Norte vai mal, obrigado. O que mudou de Bush pra cá? Os aeroportos americanos estão mais dóceis com os turistas?
Na minha humilde opinião de não especialista em paz mundial (entendo um pouco melhor sobre a guerra, porque a julgo um estado mais natural da condição humana), arriscaria dizer que os líderes da oposição iraniana mereciam mais esse prêmio, ou mesmo nosso querido Lula nos seus esforços de evitar males maiores causados pelo bobo venezuelano El Chavez e seus anões bolivarianos.
Ou quem sabe Tony Blair e Bush, no sucesso em evitar mais ataques terroristas no Ocidente. Ou então declarassem que ninguém merecia o prêmio Nobel da Paz este ano e "acumulassem" (assim como na Mega Sena) dois prêmios para o ano que vem. Quem sabe alguma tragédia inesperada os iluminaria na futura escolha.
O problema é que qualquer decisão tomada na Escandinávia sobre a dureza do mundo parece aconselhamento sexual dado por virgens que detestam sexo para prostitutas, essas nossas parceiras ancestrais. Que Deus as proteja. Quantas vidas solitárias elas já não salvaram?
O grande feito de Obama até agora foi criar uma imagem de si mesmo como a pessoa mais legal do mundo. Além de salvar o mundo em todo café da manhã, aposto que manda flores pra Michelle todo dia.
A impressão que tenho é que ele, antes de falar qualquer coisa, faz uma pesquisa sobre o que as pessoas que vivem de bolhas de esperança querem ouvir. Uma hora dessas vai declarar obrigatório a adoção de cachorros vira-latas pela comunidade internacional.
Sua realização até agora tem sido cultivar sua própria imagem. Algum assessor deveria avisá-lo que a campanha acabou e agora é a hora de acordar cedo e fazer a roda de rato girar, como todo desgraçado que trabalha e não só faz campanha.
Mas o fim da picada mesmo foi a perseguição à mídia e à Fox News. Coitadinho do Obama, a mídia está falando mal dele e tirando seu sono de Messias.
Veja, caro leitor, você se lembra (mesmo que não alimente qualquer simpatia pelo Bush) como a mídia detonou o Bush em seus últimos anos de Casa Branca? Até a Rádio Internacional da República da Banana fez um dossiê de como Bush foi o pior governante depois de Hitler.
Acho que mesmo sua mãe deve ter lamentado tê-lo dado de mamar. Alguém se lembra dele ter declarado a mídia "persona non grata" e buscado soluções tipicamente populistas, como se apresentar como vitima de complôs? E mais: não é só a mídia, mas os empresários também estão atrapalhando sua missão de salvar o mundo.
Você percebe a semelhança com El Chavez na sua atitude para com a Fox News? Claro que ele não pode mandar fechar a emissora como Chavez faz, mas pode difamá-la, tática comum em autoritários fingidos. Sua sorte é que ele é negro (afro-americano para os mais sensíveis), porque, se não fosse, já teria dançado. Como toda bolha, está vivendo de crédito.

ponde.folha@uol.com.br

ponde A volta das freiras feias, por Luis Felipe PondéLuis Felipe Pondé é filósofo e psicanalista, doutorado em Filosofia pela USP/Universidade de Paris e pós-doutorado em Epistemologia pela Universidade de Tel Aviv. Atuou como professor convidado nas universidades de Marburg (Alemanha) e de Sevilha (Espanha). Atualmente é professor do programa de pós-graduação em Ciências da Religião e do Departamento de Teologia da PUC- SP, da Faculdade de Comunicação da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado) e professor convidado da pós-graduação de ensino em ciências da saúde da Universidade Federal de São Paulo e da Casa do Saber.
Autor, entre outros títulos, de "
O Homem Insuficiente", " Crítica e Profecia", " Filosofia da Religião em Dostoievski", " Conhecimento na Desgraça" e " Ensaios de Filosofia da Religião". É articulista da Folha de S. Paulo, com coluna semanal às segundas-feiras.

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26 de outubro de 2009

A história na laxa de lixo, por Moacyr Scliar

Ele não estava interessado em sustento; interessavam-lhe os enigmas do passado, e era isso o que queria estudar

O concurso público para a seleção de garis para a cidade do Rio atraiu 45 candidatos com doutorado, 22 com mestrado e 1.026 com nível superior completo, segundo a Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana). Cotidiano, 22 de outubro de 2009

HISTÓRIA foi uma coisa que o atraiu desde criança. O pai, descendente de uma família antiga, tradicional (e arruinada), guardava uma infinidade de cartas, de documentos, de gravuras, de fotos, coisas que praticamente davam testemunho da trajetória do Brasil e que ele mostrava ao filho com melancólico orgulho: "Este aqui é o meu tataravô conversando com o Imperador... Esta aqui é minha bisavó num jantar no Palácio do Catete..." Muito cedo, ele estava lendo sobre o tema; e, na hora do vestibular, não hesitou: fez história. A mãe, mulher prática e sofrida, ainda lhe advertiu: "Meu filho, história é muito bonito, mas não sustenta ninguém".
Ele, contudo, não estava interessado em sustento; interessavam-lhe os enigmas do passado, e era isso que queria estudar.
Foi um aluno brilhante, e, por sugestão dos professores, fez mestrado e depois doutorado no exterior, e ainda um pós-doutorado. Os anos foram passando, anos de estudo e de pesquisa; os cabelos começaram a ficar grisalhos e ele simplesmente não conseguia arranjar um emprego decente, um emprego que lhe garantisse um salário razoável. Tinha uma namorada que amava e bem que gostaria de casar e constituir família, mas onde poderia arranjar os recursos para isso?
Foi então que leu no jornal a notícia do concurso público para garis. O que lhe chamou a atenção foi o salário, muito maior do que aqueles que já lhe tinham sido ofertados. Depois de uma noite de insônia, decidiu: inscreveu-se na prova. No dia marcado, lá estava ele. Encontrou muitos conhecidos, entre eles dois colegas do mestrado e um do doutorado.
Para quem, como ele, tinha uma vasta cultura, a prova não era difícil. Foi aprovado e apresentou-se para trabalhar. O chefe do setor ficou constrangido; perguntou se não seria melhor encaminhá-lo para um serviço burocrático. Sua resposta foi categórica: tinha se inscrito em um concurso para gari e como gari trabalharia.
Era um trabalho pesado, como logo descobriu. Horas percorrendo as ruas, recolhendo sacos de lixo e jogando-os no caminhão. Para quem, como ele, tivera uma vida absolutamente sedentária, aquilo era um desafio. Que acabou resultando num acontecimento inesperado.
Uma noite, ao recolher o lixo de um prédio, encontrou um grande e pesado saco plástico. Obviamente, continha livros, e ele, intrigado, abriu-o.
Eram livros, sim. Livros de história, alguns clássicos, alguns muito raros. Por alguns instantes, hesitou: afinal, e por um motivo que não estava claro (desilusão?), alguém tinha rotulado aquelas obras como lixo, e, portanto, ele deveria jogá-las no caminhão.
Mas optou por guardar os livros. Livros são história. E ele continua acreditando na história, que nos dá lições inclusive através do lixo. Quem sabe um dia, inspirado por essa constatação, escreverá uma obra monumental sobre o lixo na história do mundo?

MOACYR SCLIAR escreve, às segundas-feiras, um texto de ficção baseado em notícias publicadas na Folha.

Moacyr Scliar: Nasceu em Porto Alegre, em 1937. É formado em medicina, profissão que exerce até hoje. Autor de uma vasta obra que abrange conto, romance, literatura juvenil, crônica e ensaio, recebeu numerosos prêmios, como o Jabuti (1988 e 1993), o APCA (1989) e o Casa de las Americas (1989). Já teve textos traduzidos para doze idiomas. Várias de suas obras foram adaptadas para o cinema, a televisão e o teatro.

O centauro no jardim, A majestade do Xingu, A mulher que escreveu a Bíblia e Contos reunidos são alguns dos livros marcantes de sua vasta obra literária, que soma hoje mais de 70 títulos publicados. Entre os recentes, destacam-se o romance Na noite do ventre, o diamante e o juvenil Um menino chamado Moisés, uma reconstituição imaginária da infância do famoso personagem bíblico.

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23 de dezembro de 2008

Vocalista do Beirut fala sobre música que foi tema de "Capitu"

THIAGO BLUMENTHAL - Colaboração para a Folha Online

De quem é aquela música que embalava os apaixonados protagonistas Bentinho e Capitu? Essa foi a pergunta que muitos fizeram quando ouviram "Elephant Gun" pela primeira vez, quando a minissérie "Capitu", exibida há pouco mais de uma semana pela Rede Globo, foi ao ar.

A banda se chama Beirut e é encabeçada pelo americano Zach Condon, que, com pouco mais de vinte anos, já recebeu críticas elogiosas da imprensa mundial por seus dois primeiros discos: "Gulag Orkestar" (2006) e "The Flying Club Cup" (2007), sem contar os EPs. Aliás, de um desses EPs é que saiu a bela "Elephant Gun", que foi parar na trilha sonora da série baseada em "Dom Casmurro".

Em entrevista exclusiva à Folha Online, Zach Condon, que, além de compor todas as músicas e cantar, também toca trompete e ukulele, conta como foi quando soube do sucesso de sua música no Brasil, sua relação com a música brasileira, além de descrever como será o seu novo trabalho "March of the Zapotec/Holland".

E afirma: "Aprendi português para cantar nessa língua e para melhor me familiarizar com as canções de Caetano e Gil".

Folha Online - A música "Elephant Gun", tema da minissérie "Capitu", fez com o que o grande público no Brasil conhecesse e se interessasse pelo som de sua banda. Muitos acessaram o vídeo da música no YouTube, outros diretamente no MySpace. Como você encara essa boa recepção do ouvinte brasileiro?

Zach Condon - Eu fico muito lisonjeado e feliz com tudo isso. Muitos amigos que já moraram no Brasil e na Argentina me disseram que minha música poderia ser popular por aí, mas nunca acreditei neles. Não sei ao certo qual o cenário musical brasileiro hoje em dia para saber se minha música pode ou não se encaixar no gosto das pessoas. E olha, faz muito tempo que quero ir ao Brasil.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u482466.shtml

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14 de dezembro de 2008

A morte e o silêncio, por Rubem Alves

Somente os tolos tentam consolar. Eles não sabem que as palavras de consolo são ofensas à dor da pessoa.

NOS BREVES intervalos em que a chuva parava de cair e os raios de sol se infiltravam pelas nuvens, o arco-íris aparecia fazendo os homens se lembrar da promessa que Deus fizera depois do dilúvio: ele nunca mais permitiria que as águas destruíssem a vida. Mas parece que ele se esquecera. A chuva caia sem parar alagando campos, inundando cidades, derrubando casas, matando gente e bichos.
Ele era um menino de 14 anos, feliz, que gostava de viver. Filho único, morava em Floripa. Como todos os meninos e meninas, ele deveria ir à escola naquele dia, porque a chuva não estava tão forte assim. E andar na chuva é uma arte que dá alegria às crianças.
Chegou a hora do recreio, tempo livre para brincar. A chuva voltou a cair mais forte, com raios e trovões. Havia um lugar abrigado da chuva, uma marquise, construída fazia três semanas. Era uma cobertura de cimento, planejada por engenheiros que sabiam o que estavam fazendo. Sólida. Ele se abrigou sob a marquise para ver a chuva. Mas a marquise, ignorando ferro e cimento, caiu sobre ele, esmagando-o. Agora, no seu lugar, resta uma dor que nenhuma palavra pode conter.
A morte faz calar as palavras. São inúteis. Servem para nada. Somente os tolos tentam consolar. Eles não sabem que as palavras de consolo, brotadas das mais puras intenções, são ofensas à dor da pessoa golpeada pela morte. Porque elas, as palavras de consolo, são ditas no pressuposto de que elas têm poder para diminuir o vazio que a morte deixou. Como se a pessoa que a morte levou não fosse tão importante assim e algumas palavras pudessem diminuir a dor que sua morte deixou.
Mas não há palavra ou poema que possa com as únicas palavras que a morte deixa escritas: "Nunca mais". Nada existe de mais definitivo e mais doloroso que esse "nunca mais..."
Bem fizeram os amigos de que o visitaram com o intuito de consolá-lo na sua desgraça. O texto bíblico descreve o que aconteceu:
"Quando eles, de longe, o viram, eles não o reconheceram; e eles levantaram suas vozes e choraram. E eles se assentaram com ele no chão durante sete dias e sete noites, e nenhum deles lhe disse uma palavra sequer, porque eles viram que o seu sofrimento era muito grande" (Job 2.13 ).
Todos os amigos querem diminuir o sofrimento da mãe. Cercam-na com palavras que, pensam eles, trarão algum consolo. Mas que palavra ou poema poderá substituir o seu filho? E a chamam ao telefone para dizer-lhe suas palavras doces e cheias das intenções mais puras. Mas a pureza das intenções não garante a sua sabedoria. E aí, à dor da morte do filho, acrescenta-se uma a outra dor: a mãe é obrigada a ouvir os consoladores delicada e pacientemente, com sorrisos de agradecimento... Mas são tantos os consoladores e eles cansam tanto...
Gestos de consolo, lembro-me de um que me comoveu. Eu vivia em Nova York com a minha família. Aí o pai da minha esposa foi morto num acidente, no Brasil. Ao abrir a porta do apartamento, no chão estava um buquê de flores. Aquele que o trouxera se retirara em silêncio. Não tocara a campainha. Mas deixara um bilhete onde estava escrito: "Não quis perturbar a sua dor..."

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17 de novembro de 2008

Rohter mostra seu lado crioulo doido

Folha de São Paulo - 15/11/2008 - por Plínio Fraga

Em uma das cenas do filme "Correspondente estrangeiro" (1940), de Alfred Hitchcock, o editor poderoso em Nova York explica por que prefere um repórter no exterior a um correspondente estrangeiro. "Eu não quero correspondência, eu quero notícia", define. Muitos dos jornalistas que atuam no exterior são mais correspondentes do que repórteres, no sentido que retalham e colam informações e as enviam para suas sedes sem se preocupar com uma apuração própria. Não é o caso de Larry Rohter, 58, que está lançando Deu no New York Times (Objetiva, 416 pp., R$ 39,90 – Trad.: Otacílio Nunes, Daniel Estill, Saulo Adriano e Antonio Machado), com reportagens e reflexões sobre sua atuação como repórter do jornal americano no Brasil entre 1999 e 2007. Rohter, casado com uma brasileira, relata no livro suas experiências no país desde o momento em que aqui chegou pela primeira vez a trabalho, em 1972. Muitas das reportagens se enfraqueceram com o tempo, mas, agora, reunidas, ainda permitem reconhecer que havia por trás delas um bom repórter.

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16 de novembro de 2008

Ensaio fotográfico de pet custa para dono até R$ 700

Serviço de "pet book" inclui relógios e outros objetos estampados com fotos do bicho
Fotógrafo faz as imagens na casa do dono do animal de estimação e entrega o ensaio em até 48 horas; público é sempre classe A e B

Christian Agabati fotografa o golden retriever de Liliane Luongo; segundo ele, muitos donos querem seus bichos em propagandas

WILLIAN VIEIRA - DA REPORTAGEM LOCAL

Melanie e Sininho são os cães da artista plástica Liliane Luongo, 43. "Eu queria um livro de recordações que fosse legal de mostrar para as pessoas", diz ela, que pensa em encomendar um caderno e uma agenda com a foto dos animais -um golden retriever e um poodle.
Lionel Falcon, o auto-intitulado "pioneiro e maior especialista em fotografia de pets do Brasil", chega a fazer sete books por semana, a maioria delivery, a R$ 700. "Mas os donos nunca ficam só com as fotos", diz.
Falcon, além das fotos, dá um workshop para ensinar a fotografar animais. Custa R$ 210 e é composto por um dia de aulas teóricas (com tópicos de adestramento, técnicas para distrair o bicho, dicas de como montar cenários etc) e um dia de prática (que ensina a "personalizar suas fotos em produtos diversos", de acordo com o fotógrafo).
O último workshop foi há sete dias. O yorkshire da artista plástica Luciane Rojas, 35, roubou a cena e virou modelo para os alunos. "Pensei que seria impossível deixar ele parado, porque o Barney é muito espevitado", diz Rojas. Mas a "psicologia" de Falcon fez milagre -Barney passou horas fazendo pose.
"É só fazer sons com a boca, barulhinhos, para despertar a atenção do cão. Quando ele olha, é a hora certa do clique", ensina o fotógrafo Agabiti.

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As feridas imprescritíveis: quem sofreu na pele as consequências da ditadura entende

SÃO PAULO - No aparente afã de contraditar a ministra Dilma Rousseff, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, acabou é reforçando a argumentação de Dilma, para quem tortura é crime imprescritível.

Teorias e interpretações à parte, há fatos concretos ultra-conhecidos: se é terrorismo -e é- matar um soldado (Mário Kozel Filho) que estava de guarda à porta do então 2º Exército, também é terrorismo matar um preso sob guarda do Estado (caso do jornalista Vladimir Herzog, um entre muitíssimos).
Portanto, se crime de terrorismo é imprescritível, cabe punir os casos de terrorismo de Estado, até porque há uma nítida diferença entre um terrorismo e outro: boa parte dos que praticaram terrorismo contra o regime já foi punida -às vezes dentro da lei, não raro à margem dela (caso Herzog, para citar de novo apenas um deles).
Já os que praticaram terrorismo de Estado não tiveram punição. Pode-se até discutir a conveniência político-institucional de salgar feridas a esta altura. O que não se pode é insinuar reabrir algumas, sem reabrir também as outras. (Clóvis Rossi)

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Surgiria um outro mulato inteligente, carismático para vencer as eleições de 2008? Dificilmente

Um lance de dados, por Ferreira Gullar, na Folha

QUANDO DIGO que a vida não é newtoniana e, sim, quântica, sei que não estou fazendo uma afirmação científica, mas, como poeta que às vezes sou, valho-me de uma metáfora para baratinar a cabecinha do próximo e fazê-lo se dar conta de que, muitas vezes, dois mais dois são cinco.
Por exemplo, a eleição de Barack Obama para a Presidência dos Estados Unidos. Isso tem lógica? Está dentro do previsível? Agora, depois que aconteceu, parece ter lógica e deve ter, já que aconteceu, mas não a lógica do dois-mais-dois quatro.
Assim que ele se lançou candidato e lhe vi o rosto, achei que não ia dar. Não apenas porque ele fosse mulato mas porque me parecia frágil, sem aquele maxilar de macho: uma aparência de intelectual recém-saído da adolescência. E disse a mim mesmo: "Os americanos não vão entregar o país a esse rapaz".
Isso sem contar que ele se chamava Barack Hussein Obama. No entanto, ele derrotou Hillary Clinton e, finalmente, John McCain. Vai governar a maior potência econômica e política do planeta.
A impressão que se tem é de que o mundo está contente com a vitória dele. E otimista. Todos esperamos que algum milagre aconteça, que esse jovem mulato, inteligente, informado, brilhante e objetivo faça o mundo mudar para melhor. É esperar muito? Certamente, mas sem esperança não se suporta viver.
Tudo bem, aconteceu, o improvável aconteceu. Mas, se aconteceu, foi porque era possível acontecer, e quem, como eu, temia não ser possível equivocou-se. É que a vida é quântica: a simples lógica não dá conta dela.
Será possível, agora, saber quando tudo começou? Foi com os discursos de Martin Luther King, a afirmar que tinha um sonho e que esse sonho era de uma pátria fraterna, sem discriminação racial? Foi durante a luta dos anos 60 pelo Poder Negro? Esses fatos, certamente, influíram, mas é impossível determinar, na natureza e na história, quando exatamente as coisas começam, mesmo porque o curso da existência, por serem tantos os fatores que sobre ele atuam, resulta produto tanto da necessidade quanto do acaso.
A verdade, porém, é que, se Barack Obama não tivesse nascido, isso não teria acontecido. Surgiria um outro mulato inteligente, orador brilhante, carismático para vencer as eleições norte-americanas de 2008? Dificilmente. E o próprio Obama teria ganhado esse pleito, se ele não tivesse ocorrido depois dos dois desastrosos governos de George W. Bush?
Há quem diga que não, não teria, e, se isso for verdade, devemos concluir que Bush, com suas guerras e mentiras, também concorreu para a vitória de Obama. E a crise financeira que se deflagrou no planeta em plena campanha eleitoral não contribui para a vitória do democrata?
Como se vê, a história não está predeterminada. A não ser para aqueles que acreditam no destino -como os gregos acreditavam-, o fortuito também influi nos acontecimentos mais relevantes. Por isso, vale a hipótese de que, se Obama não tivesse nascido, a história que o mundo iria viver daqui para a frente seria outra. Isso não significa que ele seja um predestinado, que nasceu para salvar o mundo.
Nem sei se o governo dele vai ser tão bom quanto todos nós desejamos. Pode ser, pode não ser. Mas, se ele não tivesse nascido de um negro queniano e uma branca norte-americana do Kansas, com esse charme todo, não teríamos agora um presidente mulato na Casa Branca. Isso significa que nenhum outro negro chegaria a governar os Estados Unidos? Não, mas talvez não acontecesse tão cedo.
Porque assim é a história humana: o que acontece poderia não acontecer. Não pretendo dizer que tudo seja mero produto do acaso, e, sim, que a necessidade tem incontáveis modos de realizar-se.
E que, por isso mesmo, as pessoas, por sua capacidade de ação e inteligência, podem influir decisivamente no destino da humanidade.
O certo é que, durante décadas e décadas, naquele fervilhar de gente que é seu país -pessoas que se amam e se odeiam, ambições e traições, filhos que nascem e viram bandidos ou artistas de cinema, poetas ou campeões de golfe-, essa vitória surpreendente era gestada, sem que ninguém se desse conta.
E assim como numa mesa de sinuca, onde se movessem milhões de bolas (desde a queda das Torres Gêmeas, o escândalo Clinton, as mentiras de Bush e a guerra do Iraque), preparava-se a ascensão de um jovem mulato ao mais alto posto a que um norte-americano pode chegar. E chegou. Agora, les jeux sont faits, os dados foram lançados.

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Essência escapa em "O Gosto da Cereja"

INÁCIO ARAUJO - CRÍTICO DA FOLHA

O despiste é uma parte essencial da arte de Abbas Kiarostami e é a essência mesmo de "O Gosto da Cereja" (Futura, 22h; classificação indicativa não informada). O filme nos mostra a trajetória de Badii, homem de meia-idade disposto a se suicidar, que busca alguém para se ocupar de seu corpo após a morte.
Badii viaja por uma região desértica, com seu carro vai encontrando as pessoas a quem dá carona, e a cada uma com quem conversa expõe seu plano. Encontra resistências, é óbvio, mas, mais do que tudo, escuta conselhos sobre a vida, seu caráter sagrado etc.
Escutamos os argumentos de ambos os lados, mas sempre mantemos a convicção de que o essencial escapa. Ou seja, nunca nos é dito por que esse homem deseja se suicidar. Correu, na época do lançamento do filme, que esse homem seria homossexual, o que configuraria um duplo crime diante da lei islâmica (o primeiro sendo o suicídio).
A explicação está longe de ser convincente, ao menos à luz do que se vê no filme: Badii surge apenas como um sujeito com um carro em busca de alguém que preste um serviço. Não é do feitio de Kiarostami agitar questões polêmicas, e não porque fuja delas. É que seu cinema funciona como um espelho. Ele nos dá exatamente o que dele recebemos. Como num espelho, o que vemos é o que expomos. O que retiramos da imagem é o que lhe damos.

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Sabatinas e livro celebram caderno Folha Ilustrada 50 anos

Saramago e Bob Wilson serão sabatinados em eventos que fazem parte da comemoração do cinqüentenário da Ilustrada
Livro sobre a história do caderno, de autoria do jornalista Marcos Augusto Gonçalves, será lançado no dia 24, com mostra na Fiesp

DA REPORTAGEM LOCAL

A Folha promove na próxima semana duas sabatinas especiais em comemoração dos 50 anos da Ilustrada: no dia 25, terça-feira, às 18h, será entrevistado o dramaturgo norte-americano Bob Wilson; no dia 28, sexta, das 15h às 16h30, o sabatinado será o escritor português José Saramago.
Na segunda, 24, será lançado no foyer da sede da Fiesp (av. Paulista 1.313) o livro "Pós-Tudo - 50 anos de Cultura na Ilustrada" (Publifolha), de autoria do jornalista Marcos Augusto Gonçalves. Saramago, 86, primeiro escritor de língua portuguesa a receber o Prêmio Nobel de Literatura (1998), será sabatinado no Teatro Folha (av. Higienópolis, 618, 2º piso). O autor vem ao país para lançar o romance "A Viagem do Elefante" (Companhia das Letras).
Os sabatinados responderão a perguntas de quatro entrevistadores e dos assinantes do jornal, que podem encaminhar suas questões até o dia do evento ao e-mail perguntada sabatina@grupofolha.com.br.  Algumas delas serão selecionadas e apresentadas no evento.

Textos, fotos, tiras, cartuns
O livro "Pós-Tudo - 50 Anos de Cultura na Ilustrada" foi realizado pelo editor do caderno, Marcos Augusto Gonçalves, entre março e setembro deste ano. O jornalista foi indicado para um programa interno da Folha, intitulado Semestre Acadêmico, que oferece a profissionais a possibilidade de se dedicarem por um período a atividades acadêmicas e a uma pesquisa relativa a algum veículo do grupo.
Além de uma reportagem que serve de fio condutor da história, o livro, com 368 páginas, traz uma antologia de textos publicados pela Ilustrada durante cinco décadas, linhas do tempo, fotografias, tiras, cartuns, ilustrações e entrevistas com jornalistas que participaram da trajetória do caderno.

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10 de novembro de 2008

Vencedor do Booker Prize minimiza peso do prêmio

Hoje, 10 de novembro de 2008

Ainda que sombrio, o humor de "O Tigre Branco", romance de estréia do indiano Aravind Adiga, que venceu o Booker Prize 2008, não disfarça a crítica social por trás da trama. Trata-se de reflexo direto do discurso politizado de seu autor, que diz à Folha que seu prêmio não tem "tanta importância". "Veja bem, vivo na Índia, onde ninguém liga para coisas como prêmios; 60% da pessoas em Mumbai vivem nas ruas, tentando sobreviver. Há coisas mais importantes. E isso é bom para mim, significa que estou próximo da realidade." Nascido de uma família abastada, em 1974, em Madras, Adiga estudou nas universidades Columbia e Oxford e é formado em literatura. Trabalhou para publicações como "Financial Times", "Independent" e "Sunday Times" e diz ter tirado de suas andanças em vilarejos indianos a voz de seu protagonista, Balram, anti-herói em que espelha a sociedade indiana diante do milagre econômico. Leia mais (10/11/2008 - 09h10)

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8 de novembro de 2008

Faulkner, turista aprendiz

Romancista carioca parte do fantasma da visita de Faulkner ao Brasil por ocasião de um congresso em 1954

FÁBIO DE SOUZA ANDRADE - COLUNISTA DA FOLHA

EXPERIÊNCIA, OBSERVAÇÃO e imaginação a serviço da tentativa de "criar pessoas verossímeis em situações comoventes e críveis, da maneira mais comovente possível". Assim William Faulkner, o modernista de "O Som e a Fúria" e "Luz em Agosto", entrevistado para a "Paris Review", em 1956, definiu ferramentas e ofício do escritor. Um ou outro destes ingredientes poderia faltar ou comparecer em doses discretas, mas o bourbon ou o uísque, estes o cronista do sul-americano, de sua gente atormentada e assombrada pelas cicatrizes do escravismo, não dispensava.
Antonio Dutra, 34, historiador e romancista carioca, partiu do fantasma da visita de uma semana de Faulkner ao Brasil, por ocasião de um congresso de escritores, em 1954, para compor sua imagem do encontro entre o homem célebre e o burburinho da província. Dela não nos faltam vestígios, da memória infalível do jornalista e crítico Renard Perez, craque do "Correio da Manhã" de então, à lenda de uma entrevista etílica, concedida ou não, pouco importa, a um Paulo Francis já topetudo, mas ainda foca. 
A possibilidade do personagem célebre soar como um livro, estação repetidora de verbetes enciclopédicos, da qual a descrição do retrato de Faulkner por Cartier-Bresson, transportada de seu texto para a capa, por exemplo, escapa, é uma armadilha poderosa (que o diga o Rubem Fonseca, do mesmo mês de "Agosto", cuja trama policial sucumbe ante a necessidade de trocar em miúdos as intrigas palacianas que mataram Getúlio Vargas).
Por timidez respeitosa, Dutra detém-se na superfície opaca do viajante, enxergando, entediado, duplos de Chicago nos prédios de SP: seu Faulkner não vence o mito e o retrato do país sai documental.
DIAS DE FAULKNER
Autor: Antônio Dutra
Editora: Imprensa Oficial
Quanto: R$ 25 (136 págs.)

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Stephenie Meyer é sucesso com vampiro "doce"

Folha de São Paulo - 08/11/2008 - por Rodolfo Lucena

O mundo dos vampiros atrai multidões desde os tempos em que Bram Stoker (1847-1912) criou o seu "Drácula", supostamente inspirado na maldade de um príncipe que, no século 15, aterrorizou o território em que hoje é a Romênia. Filmes, peças teatrais (até infantis) e, especialmente, livros de todo tipo bebem naquela vertente.
Agora é a vez do vampiro modernoso de Charlaine Harris. Mas há espaço também para romances adocicados, como provam os milhões de exemplares vendidos por outra autora vampírica, a também americana Stephenie Meyer, que aposta numa saga à la Romeu e Julieta para conquistar adolescentes no mundo todo.
As histórias água-com-açúcar envolvendo a jovem Isabella Swan e o vampiro Edward Cullen se transformaram em fenômeno editorial, com mais de 15 milhões de cópias comercializadas em 37 países.
No Brasil, acaba de ser lançado o segundo volume da série, "Lua Nova" (Intrínseca; R$ 39,90, 480 págs.), com tiragem de 100 mil exemplares; o primeiro, "Crepúsculo" (R$ 39,90, 416 págs.), já vendeu mais de 80 mil unidades, segundo a editora.
E provavelmente vai vender mais ainda, na onda do filme de mesmo nome (www.twilightthemovie.com), cuja estréia no Brasil está prevista para dezembro (nos EUA, o lançamento deve ser no próximo dia 21). (DO EDITOR DE INFORMÁTICA - FSP)

StephenieMeyer.com -- The Official Website of Stephenie Meyer
Each attendee is allowed to bring ONE Stephenie Meyer novel from home (Twilight, New Moon, Eclipse, Breaking Dawn or The Host).
www.stepheniemeyer.com/   - 74k

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28 de outubro de 2008

"Os escritores são uma raça à parte", disse o albanês Ismail Kadaré

O escritor albanês Ismail Kadaré, cujo livro Crônica na Pedra acaba de ser lançado no BrasilEm entrevista à Folha, o albanês Ismail Kadaré diz que a grande literatura e a mediana devem ser separadas como castas

Chega ao Brasil "Crônica na Pedra", livro sobre a Albânia na Segunda Guerra; para Kadaré, entrada de seu país na UE traria paz aos Bálcãs

GABRIELA LONGMAN - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS
"Podemos escavar com facilidade o seu solo, mas penetrar sua alma, isso jamais." A frase colocada por Ismail Kadaré na boca de um padre italiano de seu romance "O General do Exército Morto" define a personalidade do povo albanês. Define também a personalidade do próprio autor, nome-chave da literatura albanesa e um dos mais importantes da literatura mundial contemporânea.
Exilado político na França nos anos 90, o escritor agora divide seu tempo entre Paris e Tirana, capital da Albânia. Escrito nos anos 70, seu "Crônica na Pedra" -retrato do país na Segunda Guerra pelos olhos de um pré-adolescente- é lançado no Brasil, com tradução direta do albanês. Em seu apartamento, Kadaré, 72, falou à Folha sobre seu país, o stalinismo e, acima de tudo, literatura.

FOLHA - O sr. costuma dizer que sua formação literária caminha entre Macbeth e Dom Quixote. Como define essa mistura ?
ISMAIL KADARÉ -
Trata-se sempre de caminhar entre o trágico e o grotesco. É um bom coquetel. A literatura precisa dos dois. Na vida é a mesma coisa, ainda que nem tudo que está na vida precise estar na literatura. A literatura é mais importante do que a vida.

FOLHA - Vários paralelos foram feitos comparando a sua literatura ao realismo mágico latino-americano. O sr. concorda com a aproximação?
KADARÉ -
Não sei, me parece um pouco ingênuo. Dante Alighieri fazia uma espécie de realismo mágico, Kafka e a mitologia grega também. Não sei por que essa denominação ganhou tanta força. O lado irrealista faz parte da literatura. Ela não pode nem mesmo existir sem essa dimensão transcendental, mágica, onírica, oculta.

FOLHA - Cabe aos grandes escritores juntar realidade e irrealidade?
KADARÉ -
Os escritores são uma raça à parte. A literatura não é democrática. Ela é baseada na desigualdade. Se você escutar que a França tem mil escritores, isso não é boa notícia. Esse número precisa diminuir. A literatura é baseada numa seleção sem piedade, que guarda o grande valor. Até aceito a literatura medíocre ou média pois ela cumpre uma função, atrai e garante leitores que um dia poderão ir em direção à grande literatura. O perigo começa quando a literatura mediana quer impor suas leis. É preciso que esses universos fiquem bem separados, sem intervir um no outro, como castas.

FOLHA - A Europa ocidental ainda vê os Bálcãs como um incômodo, como um problema a resolver?
KADARÉ -
Acho que sim, embora o interesse da Europa pelos Bálcãs venha crescendo. Os Bálcãs são uma realidade. É uma parte incômoda, mas é uma parte. Dizemos que é o quintal da Europa, mas o quintal é parte da casa. Sem tranqüilidade nos Bálcãs não há tranqüilidade para a Europa.

FOLHA - O sr. é favorável à entrada da Albânia na União Européia?
KADARÉ -
Sim. É a única esperança para que os Bálcãs entrem numa via de desenvolvimento normal. Ironicamente, o povo mais pró-europeu e ao mesmo tempo mais pró-americano são os albaneses. É curioso, porque era o povo mais stalinista. Há uma lógica interna para isso. Passamos de um extremo a outro, como uma reação.

FOLHA - E como foi a questão da dissidência ao regime no seu caso?
KADARÉ -
Na Albânia não se podia ser publicamente contra o regime, era totalitarismo absoluto. Mas pela literatura era possível contestar o regime. Tudo que escrevi e publiquei foi feito nesse contexto. Nunca fiz ataques diretos ao Estado, somente ironias escondidas, um pouco mais evidentes às vezes. Quando me perguntam se sou um dissidente digo não. Sou um escritor normal, num país anormal. E isso já é muito.

FOLHA - Mas o sr. teve um período de apoio ao regime, não?
KADARÉ -
Desde o começo tive reservas ao regime, ainda que elas não fossem tão conscientes. Se você ama a literatura, não pode amar o regime comunista. Não pode amar ao mesmo tempo Macbeth e a direção do comitê central de Stalin.

FOLHA - Muitos dos seus livros abordam o Império Otomano. Podemos comparar o imperialismo americano atual aos impérios clássicos ?
KADARÉ -
O Império Otomano era atroz, sem aspectos positivos. Eu recuso essa comparação. Essa moda de chamar os EUA de império é um vestígio da Guerra Fria. A base da propaganda stalinista era buzinar "imperialismo americano" nas nossas orelhas. Na França, ouço a mesma propaganda tantos anos depois. É uma paixão exagerada. Os EUA são uma grande potência e, como toda grande potência, eles têm o bem e o mal em grandes proporções. Mas a moda me soa retrógrada.

FOLHA - O que achou da escolha de Le Clézio para o Nobel de Literatura?
KADARÉ -
Conheço este escritor, sei que é sério. Mas li seu primeiro livro há muitos anos e quase nada depois. Confesso que não me apaixonei. Sei que ele é respeitado na França, mas sem ardência. Enfim, o Nobel faz suas escolhas.

FOLHA - O sr. poderia falar um pouco sobre "Crônica na Pedra"?
KADARÉ -
É um livro sobre a Albânia, mas também sobre a guerra, a saída do narrador da infância, sobre tradições. Prefiro que os leitores descubram por si próprios.

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25 de outubro de 2008

Monólogos azedos de Reinaldo Azevedo substituem argumentação por injúrias

Crítica/"O País dos Petralhas'/ruim
ALESSANDRO PINZANI - ESPECIAL PARA A FOLHA
O mundo de Reinaldo Azevedo é um mundo onde existem o certo e o errado, onde vigoram postulados indiscutíveis como "nunca houve socialismo democrático" (as grandes socialdemocracias européias nunca existiram, então) ou "tudo o que é ruim para o PT é bom para o Brasil" (e vice-versa).
Qualquer tentativa de pôr em questão o que ele considera certo é "o triunfo do relativismo, da moral de ocasião, que serve aos assaltantes do Estado", o triunfo do mal, que ele define como a "incapacidade de evocar uma tradição abstrata, puramente valorativa, para dizer "isso não!'" (p. 298).
Naturalmente, a tradição em questão não é a da justiça social, o "isso não!" não é a reação perante a miséria e as condições inumanas nas quais vive a maioria dos brasileiros.
Isso seria "utopismo" de desgraça, ou "cretinismo político", como aquele do qual Azevedo acusa, por exemplo, Chico Buarque (p. 293) sem tentar desmontar a sua argumentação, aliás, sem tentar nem sequer entendê-la (neste caso específico, Chico fala de uma violência generalizada que tomou conta da sociedade inteira, classe média incluída, e não somente das áreas "marginais").
Em geral, Azevedo nunca tenta colocar-se no ponto de vista do outro, ou melhor, do seu adversário (já que, para ele, os que têm uma opinião discordante da sua são inimigos, malvados, idiotas, canalhas etc.). Ele afirma ter direito ao preconceito. Só que isso o leva simplesmente a cobrir de injúrias os que têm uma visão de mundo diferente, não a entrar num debate com eles. Claro, ninguém se interessaria em debater com pessoas que considera idiotas, canalhas etc.
Mas assim, inevitavelmente, o livro se apresenta como um conjunto de monólogos azedos e raivosos nos quais a ironia é substituída pelo escárnio, a argumentação (e Azevedo tem argumentos e, às vezes, bons argumentos) pela injúria. (…..) Um estilo deste tipo pode encontrar sucesso entre uma porção de público brasileiro (a parcela cuja atividade cultural se limita à leitura de livros de auto-ajuda e a assistir a novelas), que pode até ser uma porção majoritária entre os brasileiros que, ao menos, lêem algo (ou têm a possibilidade econômica e o lazer para fazê-lo).
Mas a quantidade de leitores não é garantia da boa qualidade do texto.
ALESSANDRO PINZANI é professor de filosofia política na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)

Mas tem que ache o livro muito bom [ótimo], saiba o porquê.

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Autor tempera crônica política com humor e erudição filosófico-literária

Crítica/"O País dos Petralhas'/ótimo
EDUARDO GRAEFF - ESPECIAL PARA A FOLHA
O que a resistência à ditadura uniu o governo Lula separa. "Chegamos àquele ponto da trajetória que divide, sim, os partidários da herança comunista e liberal", constata Reinaldo Azevedo em "O País dos Petralhas".
O Brasil hoje é o campo de batalha dessas duas facções. De um lado o "Apedeuta" espertalhão e sua tropa de esquerdistas sem utopia, mas com volúpia do poder do Estado e suas boquinhas mil. Do outro lado, os que não se deixam tapear nem intimidar na defesa do Estado de direito democrático, ainda que carimbados de direitistas.
Azevedo tem sido de longe o crítico mais afiado do lulo-petismo na imprensa brasileira, primeiro na chefia de redação da revista "Primeira Leitura", depois no blog hospedado por "Veja". Se você não era leitor dele (porque não ligava para política ou acabou de voltar da Lua, sei lá), o livro recém-lançado é a chance de mergulhar de cabeça numa seleção pelo próprio autor dos mais de 11 mil textos que postou no blog desde 2006, além de artigos que publicou no jornal "O Globo" entre 2005 e 2006.
Para você que é freguês do blog, como eu, a leitura selecionada e no papel realça o que o tiroteio on-line (são em média uns 20 posts por dia) pode esfumaçar: o arcabouço de idéias por trás das visões e opiniões variadas e o perfil do autor como personagem dele mesmo.
(…….)Para sorte dele, e nossa, Azevedo tempera a crônica política com boas doses de erudição filosófico-literária, uma visão idiossincrática bem-humorada das variedades da indústria cultural e uma exposição comedida de impressões e sentimentos pessoais.
É aí, quando rumina as lições de teologia de são Tomás de Aquino, dialoga com poetas mortos ou registra casualmente momentos de ternura familiar, que ele se expõe como personagem do seu diário de bordo. Individualista radical, homem-célula errante da blogosfera, um Jason Bourne em versão digital. Mau feito pica-pau, como ele prefere se apresentar aos adversários. Mas sem perder a graça jamais.

EDUARDO GRAEFF é cientista político e foi secretário-geral da Presidência da República no governo Fernando Henrique Cardoso
Avaliação: ótimo

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20 de outubro de 2008

O sonho da razão, por Manuel da Costa Pinto.

Narrativas de Samuel Beckett criam espaços imaginários como laboratórios da morte individual e coletiva
"UMA FENOMENOLOGIA da percepção e uma arqueologia do saber aproximam "O Despovoador", distopia que ecoa o inferno dantesco, e "Mal Visto Mal Dito", janela e réquiem para uma velha enclausurada."
A fórmula, que sintetiza essas duas narrativas de Beckett reunidas num único volume, está no prefácio de Fábio de Souza Andrade -intérprete obsessivo (como todo bom leitor) do romancista e dramaturgo irlandês.
A referência a Merleau-Ponty ("Fenomenologia da Percepção") e Michel Foucault ("A Arqueologia do Saber") lança luz sobre um universo de sombra. O sujeito, na obra de beckettiana, tem algo de pré-discursivo, pré-intelectual; e, ao fazer a fenomenologia dessa existência puramente corpórea, que precede a consciência, o autor de "O Inominável" expõe o fosso que existe entre palavras e coisas, linguagem e mundo.

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17 de outubro de 2008

Escritores celebram aniversários na feira de Frankfurt

Um prêmio Nobel de literatura, Günter Grass, e um eterno candidato ao mesmo, Cees Nooteboom, celebraram nesta sexta-feira seus aniversários na Feira do Livro de Frankfurt, em atos organizados por suas respectivas editoras. Günter Grass comemorou 81 anos nesta sexta-feira em Frankfurt

Em uma aparição no célebre sofá azul, o escritor afirmou que após os 75 anos, acostumou-se "a receber cada ano como um presente".

Já Noteeboom foi homenageado pela editora Suhrkamp, que ele próprio definiu como a plataforma para seu reconhecimento mundial.

O escritor holandês aproveitou para reafirmar tudo o que a Suhrkamp significou para ele, mas também para agradecer a fidelidade que outras editoras tiveram com sua obra, em países em que conseguir o êxito comercial não foi tão fácil.

"Alegra-me que aqui estejam também minhas outras editoras, às quais tenho que agradecer por sua fidelidade." Para algumas não foi fácil, "porque em outros países não existe Marcel Reich Rannicki", disse Nooteboom.

Ao falar sobre os planos dos governos contra a crise financeira, Grass disse que "é preciso passar a fatura aos banqueiros. Os cidadãos normais, que pagam seus impostos, não têm por que assumir toda a carga da crise".

"Nunca antes tinha havido uma hipocrisia tão unânime. Durante anos defenderam esse conto do 'neoliberalismo' e hoje as mesmas pessoas o primeiro que fazem é pedir a intervenção do Estado para salvar os bancos", atacou o escritor.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u457497.shtml

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16 de outubro de 2008

“Crise mostra que as pessoas caminham sobre abismo” disse Eduardo Giannetti

O mercado financeiro, que parecia seguro, se desequilibrou. Quem se acostumou a ganhar sempre, passou a vender desesperadamente seus ativos. O mundo vinha caminhando em cima de uma tábua estreita, avançando, e todos acreditavam que enriqueciam cada vez mais. De repente, as pessoas se deram conta de que a tábua está suspensa no abismo, e elas se sentiram inseguras, incertas e perderam o equilíbrio.

Giannetti cita Avicena, um filósofo árabe do século 11 que, segundo o professor, traçou um bom cenário que pode servir como exemplo para que se compreenda o momento de crise financeira vivido no planeta.

"Uma pessoa caminha sem dificuldade por uma tábua estreita, enquanto acredita que ela está suspensa no solo. No momento que essa pessoa se dá conta de que esta tábua está sobre o abismo, ela vacila e despenca", exemplifica.

A intervenção do governo por meio dos pacotes de socorro está tentando dar limites à crise. "O que o Estado está fazendo agora é colocar uma espécie de rede de proteção pra impedir que esta queda no abismo leve ao desastre", explica o economista.

Para o professor, este é o momento de refletir sobre a responsabilidade ambiental e que uma certa redução do nível de crescimento econômico no mundo pode ser bem-vinda.

"Até mesmo os países que assinaram o Protocolo de Kyoto não estão cumprindo os termos do acordo. Um mundo um pouco menos agressivo no uso de recursos naturais pode nos dar uma pausa necessária para que as novas tecnologias venham a substituir essa atitude muito inconseqüente que a humanidade vem tendo, desde a Revolução Industrial, de jogar todo o resíduo e toda a poluição de sua atividade econômica na atmosfera", conclui Giannetti.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/videocasts/ult10038u456913.shtml

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15 de outubro de 2008

Vera Holtz mostra seu "grande livro do pênis"

Dois cãezinhos da raça maltês latem atrás da porta do apartamento na Gávea. Dentro, Vera Holtz está deitada na poltrona de design Egg -em fibra de vidro, tem o formato de um ovo. "Comprei a original. É cadeira para a vida inteira", orgulha-se Vera, que é colecionadora de obras de arte e de móveis de design. Das obras, as de que mais gosta são as de... arte erótica. "Adoro, adoro", diz ela, que se formou em artes plásticas antes de cursar a Escola de Arte Dramática da USP.

Entre suas mais recentes aquisições, está um livro da Taschen, das mais renomadas editoras de títulos cult. É "The Big Penis Book" -traduzindo: o grande livro do pênis ou, numa tradução "esperta", o livro do pênis grande.

A obra é mesmo grande, não há dúvidas: 380 páginas, com imagens dos anos 40 até hoje -de figuras anônimas ao célebre "Long Dong" (45 cm). Importado, custa entre R$ 180 (Fnac) e R$ 230 (Cultura).

Vera levou o livro para passear no Projac num dia de gravação da novela "Três Irmãs", em que interpreta a vilã Violeta. "Foi o maior sucesso", conta a atriz. "Disputadíssimo! Olha a capa! É de uma delicadeza!"

Além de colecionar obras, Vera cria seus próprios objetos. Uma de suas obras é "A Morte do Super-Herói": um boneco de plástico murcho de um integrante do Quarteto Fantástico. "Eu gosto de artes plásticas pelo olhar. Mas meu suporte de criação é o palco", conclui a atriz. (AUDREY FURLANETO) FSP

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1510200807.htm

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13 de outubro de 2008

Peça de Samir Yazbek tem leitura hoje

Lígia Cortez está no elenco de "Raízes", sobre imigrantes libaneses; leitura será no auditório da Folha
DA REPORTAGEM LOCAL

A Folha realiza hoje, às 20h, em seu auditório (al. Barão de Limeira, 425, 9º andar, São Paulo), leitura dramática da peça "Raízes", de Samir Yazbek, que foi premiado em 1999 com o Shell de melhor autor por "O Fingidor".
Dirigidos por Maucir Campanholi, os atores Lígia Cortez, Hélio Cicero e Eduardo Semerjian, entre outros, contarão a história de uma imigrante libanesa que viaja ao Norte do Brasil para tentar salvar seu casamento -e sua honra.
O marido, também libanês, largou-a em São Paulo com vários filhos para cuidar e foi trabalhar na construção da Transamazônica.
Ali, envolveu-se com outras mulheres e, sempre obstinado, acreditou até o fim estar ajudando a desenvolver e pavimentar o "país do futuro".
A trama é vista pela ótica da filha do casal, cerca de 30 anos dos acontecimentos narrados. Recém-separada, ela tenta entender como a ausência paterna reverberou em sua vida.
"A personagem vivia psiquicamente presa à figura materna. A jornada dela na peça é a de reconciliar-se com o pai, assimilar o abandono, a mágoa, limpar a barra e seguir adiante", diz Yazbek, que buscou investigar "o preço que o progresso desenfreado cobra em termos de relações humanas".
O autor diz que o tema de "Raízes" o perseguia desde os 20 anos. Ele hoje tem 41. "Estou escrevendo essa história dentro de mim há muito tempo. Ela tem um pouco das minhas memórias, da história da minha família. Era difícil lidar com isso, parecia muita exposição. Mas era necessário. Acho que resultou em uma peça significativa, de virada."

Para participar da leitura desta noite, basta se inscrever pelo telefone 0/xx/11/3224-3473 ou pelo e-mail eventofolha@folhasp.com.br. O cadastro é gratuito.

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8 de outubro de 2008

Grandes descobertas sobre si mesmo e sobre a vida são comuns nos relatos dessas caminhadas. Uma teologia forte nasce aí: na pobreza do pó.

Às vezes, na insônia, como diria Elias Canetti, ouvimos os ruídos do corpo e sentimos a fragilidade da vida que nos escapa. Certa feita, o escritor israelense Amós Oz me disse, numa entrevista para a Folha, que tem o hábito de caminhar pelo deserto todas as manhãs. Esse hábito o ajuda a compreender melhor a condição humana.
Por quê? Amós Oz tem em mente a antiga tradição religiosa de caminhar pelo deserto a fim de percebermos do que somos feitos: pó e cinzas. Grandes descobertas sobre si mesmo e sobre a vida são comuns nos relatos dessas caminhadas. Uma teologia forte nasce aí: na pobreza do pó.

O Gosto do Pó, por Luís Felipe Pondé.

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4 de outubro de 2008

NOEMI JAFFE MINISTRA CURSO DE CONTOS

Doutora em literatura pela USP e colaboradora da Folha, Noemi Jaffe propõe uma leitura histórica e geográfica do gênero, abordando narrativas de diferentes épocas e lugares, a partir dos contos de Flaubert, Tchékhov, Rubem Braga e outros. De 9/10 a 27/11, na Escola São Paulo (r. Augusta, 2.239, tel. 0/xx/11/3081-0364; sempre às qui., 19h; R$ 300; livre; www.escolasaopaulo.org).

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"Escrever foi a única coisa que restou"

Folha de São Paulo - 03/10/2008 - por Rafael Cariello

"Surto psicótico induzido por medicação. Não há o que fazer. Você tem que esperar passar", disse o médico. Durante uma turnê em Portugal, em maio deste ano, a cantora Adriana Calcanhotto recebeu o diagnóstico, por telefone, de seu clínico no Brasil. Tinha saído do país já com uma gripe forte, e avalia que a cortisona que usa há 12 anos para um problema glandular - sozinha ou interagindo com os outros medicamentos para o mal-estar - tenha disparado um período de delírio e pânico, em que viveu as piores sensações de sua vida e teve medo de não voltar a controlar as próprias emoções e pensamentos. O resultado, uma narrativa desses dias em Portugal, entre a viagem de ida e a de volta - do seu país e de si mesma -, recebe de Calcanhotto e de seu psiquiatra o crédito de ter servido para salvá-la. Virou livro - mais "auto-ajuda" impossível, brinca a cantora. Saga lusa (Cobogó, 168 pp.) será publicado até o fim deste mês.

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23 de setembro de 2008

GOOGLE: PASSADO E FUTURO

Meu primeiro Google
tinyurl.com/6aexft

Neste blog, um historiador convida os leitores a participarem do livro que está escrevendo, falando sobre a primeira vez que viram o Google

Os próximos dez anos
tinyurl.com/6y6swo

Celebrando dez anos, o Google convidou seus especialistas -como Chad Hurley, um dos fundadores do YouTube- para fazerem prognósticos

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MINHA INTERNET: Deborah Colker, dançarina e coreógrafa

www.cirquedusoleil.com
O site permite acompanhar as apresentações de todos os espetáculos do Cirque, que são muitos

www.barbican.org.uk
Este site tem informações culturais de Londres, mas também do mundo, em dança, teatro, e música

gisellefranca.blogspot.com
As principais dicas culturais do Rio e de São Paulo, apresentando todas as informações importantes e links adicionais

Deborah Colker

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'Ensaio sobre a Cegueira'

"Ensaio sobre a Cegueira"

por Contardo Calligaris *
publicado em 18/9/2008.

Somos capazes de tudo: o apocalipse nos testa e nos revela a nós mesmos e ao mundo
GOSTO DOS romances e dos filmes apocalípticos, ou seja, das histórias em que algum tipo de fim do mundo (guerra nuclear, invasão extraterrestre, epidemia etc.) nos força a encarar uma versão laica e íntima do Juízo Final. Nessa versão, Deus não avalia nosso passado, mas, enquanto o mundo desaba, nosso desempenho mostra quem somos realmente. No desamparo, quando o tecido social se esfarela e as normas perdem força e valor, conhecemos, enfim, nosso estofo "verdadeiro". Somos capazes do melhor ou do pior: o apocalipse nos testa e nos revela.
O primeiro romance apocalíptico (de 1826) talvez tenha sido "O Último Homem" (ed. Landmark), de Mary Shelley, que é também a autora de "Frankenstein". De fato, as duas obras são animadas pelo mesmo sonho: uma criatura radicalmente nova pode ser fabricada no bricabraque de um necrotério ou nascer das cinzas da civilização. Em ambos os casos, ela será sem história, sem ascendência, sem comunidade e, portanto, penosamente livre - para o bem ou para o mal.

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2 de setembro de 2008

O Estado não é policial, é frouxo

SÃO PAULO - Dois presidentes, Gilmar Mendes, do STF, e Garibaldi Alves, do Senado, viram nos "grampos" em seus telefones um "estado policialesco".
É precisamente o contrário. Estado policialesco pressupõe um Estado forte, onipresente, hiperativo.
O que existe no Brasil é um Estado frouxo, inerme, ausente exatamente onde a sua presença é mais necessária.
Episódios como o dos "grampos" contra duas das mais altas autoridades da República, para não mencionar Gilberto Carvalho, o mais próximo assessor do presidente Lula, só demonstram o quanto o atual governo é omisso. Prova-o a seguinte frase do ministro da Justiça, Tarso Genro, falando precisamente sobre interceptações telefônicas: "Estamos chegando a um ponto em que temos de nos acostumar com o seguinte: falar no telefone com a presunção de que alguém está escutando".
Traduzindo: o chefe da Polícia Federal, em vez de se indignar -e agir em conseqüência, o que seria ainda mais relevante-, prefere conformar-se com a sua incompetência, impotência, inapetência ou tudo isso ao mesmo tempo para controlar atividades que desrespeitam o Estado de Direito. Fosse menos relapso, o ministro diria que tomaria todas as providências para que a arapongagem deixasse de ser tão disseminada e que os inocentes poderiam ter a "presunção" de que só são ouvidos pelos seus interlocutores.
Se seu chefe, o presidente da República, também fosse menos relapso, teria afastado o ministro no ato, para demonstrar que não compactuava com a omissão do subordinado. Como não o fez, é forçado a agir tardiamente, punindo o policial, Paulo Lacerda, que foi o símbolo de uma elogiada PF. Não há símbolo que resista no governo Lula. Cai um após o outro sempre que qualquer labareda chega perto do presidente.

CLÓVIS ROSSI  Folha de São Paulo)

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28 de agosto de 2008

Basicamente, very important people no Rio é ator da TV Globo; São Paulo, os milionários ...

A apresentação de Caetano Veloso e Roberto Carlos no Rio e em SP revelou mais uma daquelas expressões que significam coisas completamente diferentes em uma cidade e na outra: VIP. O repórter Paulo Sampaio esteve nas duas.

Basicamente, "very important people" no Rio é ator da TV Globo. Em São Paulo, são milionários (banqueiros, industriais, empreendedores) e, em menor número, as "celebridades B". Quem é "A", em geral, está de passagem pela cidade.

No Municipal carioca, os astros da Globo têm direito aos melhores lugares (colocam-se à frente da platéia cadeiras trazidas à última hora), podem chegar atrasados e, eventualmente, atrasar o show. A atmosfera é de excitação. No todo, faz lembrar um grupo de crianças em um passeio escolar. "Tem muito holofote (cinegrafistas), muita luz (flashes), é difícil organizar (a platéia). Nunca vi esse nível de concentração global.
É "Caras", "Contigo", tudo junto.
Acho que talvez isso traga uma dispersão (para o show)", acredita a diretora Daniela Thomas.

Exibidos pela própria função, os astros costumam ter opiniões grandiloqüentes, quase dramáticas, sobre o show. "Estou aqui pelo Tom, pela bossa nova, pela tropicália, pela jovem guarda e, meu Deus do céu!, por dois dos maiores cantores da MPB", diz Mila Moreira (a resposta, com pequenas variações, é a da maioria dos entrevistados).

Alguns podem se dar ao luxo de ignorar o show. Seu pai não vem? "Acho que não", responde Sílvia Buarque (Chico não foi). Quem não é VIP (ator da Globo) age como se fosse. "Olha a Débora Bloch. Está esmilingüida", diz uma senhora, Valquíria, para a amiga, Lenice.
Em SP, os milionários não querem ser identificados. Fogem dos flashes e tratam os repórteres como se fossem seqüestradores em potencial. Em volta, em vez da atmosfera de descontração, estão seguranças. Falta traquejo. "Vim pelo Roberto, ele é do meu tempo...Então tá, até logo", diz Abilio Diniz, ao lado de um "homem-estátua". Se for o caso, as celebridades dizem claramente, sem medo, que preferem Roberto Carlos. "Sou amigo de muito tempo do Roberto, nem preciso dizer o quanto gosto dele", diz Tom Cavalcante.

Em SP, volta e meia sai uma expressão em inglês. Ao se referir ao shopping Cidade Jardim, tido como o mais sofisticado da cidade, Denise Steagall, assessora de Andrea Matarazzo, diz ao empreendedor Zeco Auriemo: "No words". Zeco dá uma risada enigmática, meio constrangida. "Viu? Ela gostou do shopping." O figurino muda radicalmente. Enquanto as atrizes globais usam vestidos florais de alcinha, sapato baixo ou tamancão, cabelos ao vento, em SP as mulheres tiram do armário suas grifes. "Tem que colocar a bolsa Chanel, meu amor.
Quantas vezes você vai a um show desses?", pergunta a publicitária Carol Gimenes, de Daslu e "pérolas da vovó".

De mãos dadas com o novo namorado, Dinho Diniz, Daniella Cicarelli se esconde dos fla-shes atrás do cabelão "chapado". Ela caminha em círculos.
"Me sinto um palhaço no picadeiro." Mais experiente, Rodrigo Santoro conversa sem medo com os repórteres. Santoro mora no Rio, mas veio ao show em SP porque tinha que gravar o programa do Jô. "Vai ser um showzaço", diz, antes de entrar.
Ao fim, no Rio, o espetáculo se prolonga em uma festa na casa de Paula Lavigne. Em SP, os casais engravatados seguem para jantares em mesas pequenas de restaurantes três estrelas. (Mônica Bergamo na FSP)

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26 de agosto de 2008

Debate quente, cabeça fria

A moda do aquecimento global foi adotada por órfãos do marxismo. O verde é o novo vermelho

NÃO EXISTE coisa mais perigosa no mundo que um homem inteligente munido de uma máquina de escrever. Lembrei essa eterna verdade com livro recente, pequeno e luminoso de Nigel Lawson, ex-ministro inglês e diretor da revista "The Spectator". O livro se chama "An Appeal to Reason: A Cool Look at Global Warming" (um apelo à razão: um olhar frio ao aquecimento global, Duckworth, 149 págs.) e é um milagre a sua publicação. Lawson procurou várias editoras e a resposta era sempre a mesma: questionar o aquecimento global? Isso não é apenas crime; é heresia.
Como explicar essa atitude irracional que é a pura negação do espírito científico? Lawson explica: porque o aquecimento global não é uma questão racional; é uma questão de fé, exatamente como outras questões "científicas" que assombraram a Humanidade nas últimas décadas. Nos anos 60, foi o pesadelo malthusiano de um mundo sobrepovoado e faminto; na década de 70, foi a possibilidade de uma nova era glacial perante a descida acentuada das temperaturas; agora, é um mundo que aquece, glaciares que derretem e águas que sobem, uma espécie de secularização das pragas bíblicas para punição dos excessos "capitalistas". A moda do aquecimento global foi sobretudo adotada por órfãos do marxismo, que substituíram uma religião secular por outra. Hoje, o verde é o novo vermelho. >>> na FSP (assinantes), por JOÃO PEREIRA COUTINHO

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25 de agosto de 2008

Pondé passa a escrever às segundas na Folha de São Paulo

Sua visão é de uma "desconfiança visceral" em relação às "promessas de felicidade da modernidade", ao "otimismo moderno", às certezas iluministas de progresso, a todo projeto utópico.
Admirador do russo Fiódor Dostoiévski (1821-1881) e, cada vez mais, de Nelson Rodrigues (1912-1980), Pondé já aceitou, sem queixas, o carimbo de "conservador", mas afirma agora que isso passou a incomodá-lo, já que é usado como pecha, ele diz, "como forma de excluir a pessoa do debate".
Em entrevista à Folha, no início do ano passado, criticou a "crença na razão como instrumento suficiente para o conhecimento", e afirmou sua "desconfiança com a idéia de que você possa jogar fora a tradição religiosa" e sua "contrariedade à idéia de ruptura -de que o ser humano possa inventar tudo a partir de hoje".
Pondé declara que gostaria de se inserir na tradição jornalística "que vai do crítico Otto Maria Carpeaux e de Nelson Rodrigues a Paulo Francis". "Gostaria de fazer na coluna uma quebra da unanimidade em relação às grandes crenças, preconceitos e manipulações que dominam o mundo intelectual. E fazer uma ponte entre o mundo acadêmico e o jornalismo", afirma. "Essa é uma espécie de plano de vôo."

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u437450.shtml

Quem tem medo do macaco?, por Luis Felipe Pondé.

 

Sobre o Autor

Luis Felipe Pondé: Luis Felipe Pondé é filósofo e psicanalista, doutorado em Filosofia pela USP/Universidade de Paris e pós-doutorado em Epistemologia pela Universidade de Tel Aviv. Atuou como professor convidado nas universidades de Marburg (Alemanha) e de Sevilha (Espanha). Atualmente é professor do programa de pós-graduação em Ciências da Religião e do Departamento de Teologia da PUC-SP, da Faculdade de Comunicação da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado) e professor convidado da pós-graduação de ensino em ciências da saúde da Universidade Federal de São Paulo e da Casa do Saber.
Autor, entre outros títulos, de “O Homem Insuficiente”, “Crítica e Profecia”, “Filosofia da Religião em Dostoievski”, “Conhecimento na Desgraça” e “Ensaios de Filosofia da Religião”. É articulista da Folha de S. Paulo, com coluna semanal às segundas-feiras.     

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22 de agosto de 2008

Para Roth, escrever é uma questão de invenção, não de sentimento

Principal escritor norte-americano vivo diz que não julga seus personagens e compara Machado a Beckett

NOEMI JAFFE - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM NOVA YORK

Um e-mail sobre a impossibilidade de conseguir uma entrevista, comparando-a à impossibilidade própria da literatura, fez com que Philip Roth aceitasse ser entrevistado, ele que raramente aparece em público. Um senhor alto, magro, que se mantém infenso a qualquer proximidade, Roth tem como resposta pronta: não. Não: a América não é um país de pessoas planas e convictas. Mas, ao mesmo tempo, não: na América, há muita gente atrasada. Com memória e inteligência monumentais, apesar da postura defensiva, Roth disse o quanto admira Machado de Assis, que comparou a Beckett, que a literatura não é feita de sentimentos, falou sobre seu último livro lançado em junho no Brasil, "Fantasma Sai de Cena", e disse também não ter "um único osso religioso" no corpo. Em março do ano que vem, a Companhia das Letras lança no Brasil o novo romance do escritor, "Shop Talk", ainda sem título em português.

FOLHA - O sr. leu algum livro de Machado de Assis?
ROTH
- É claro, li um livro incrível, narrado postumamente. Em inglês o título é muito estranho, "Epitáfio para um Pequeno Vencedor" [Roth se refere a "Memórias Póstumas de Brás Cubas]. Eu não sei de onde vem isso, mas é idiota, deve ser um nome de puro marketing, mas é um grande livro.

FOLHA - Os personagens de Machado de Assis passam por situações ridículas, mas ele não faz com que o leitor sinta compaixão. Machado de Assis é cético; já nos seus livros não há tanto ceticismo, é como se houvesse uma saída.
ROTH
- Você tem razão. Ele é um grande irônico, é um comediante trágico. Em seus livros, nos momentos mais cômicos, ele representa o sofrimento fazendo-nos rir. Como Beckett, que é irônico com o sofrimento. Ele provoca compaixão no leitor, mas seu corte é duro e preciso. É possível representar o sofrimento de um ponto de vista distante, mas não faço isso.

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29 de julho de 2008

Almodóvar mais reflexivo surge em livro de entrevistas

Livro funciona como uma biografia alinhavada com a filmografia do cineasta; para autor, sexualidade nos filmes tem algo de filosófico
EDUARDO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL
"Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos" (1988) foi o primeiro grande sucesso comercial e de crítica do diretor espanhol Pedro Almodóvar. O mundo do cinema era então apresentado a um cineasta cujas marcas registradas eram a imaginação, a originalidade e as tintas barrocas, na trama, nas atuações, na direção de arte e até no mesmo figurino.
Aparentemente tão espontâneo, o diretor se revela bem mais reflexivo no recém-lançado "Conversas com Almodóvar", livro do francês Frédéric Strauss. Jornalista, crítico de cinema, ex-chefe de Redação da conceituada revista francesa "Cahiers du Cinéma", Strauss é dono de um feito: ter conseguido, ao longo de cerca de 15 anos, convencer Almodóvar a dar extensas entrevistas, algo a que é normalmente avesso.
Strauss, que dividiu seu livro por filmes e temas, disse que inicialmente não esperava do diretor uma reflexão mais profunda sobre o cinema ou sobre sua obra. "Então me surpreendeu ver o nível de reflexão que ele tem sobre seu próprio trabalho. Almodóvar realmente sabe o que quer fazer; seu trabalho é muito pensado, refletido. O que não o impede de ser muito espontâneo. Seus filmes não são intelectuais ou cerebrais, mas vivos e generosos, há um equilíbrio nele entre a inteligência e o instintivo, o espírito e o corpo", diz Strauss.

Publicação prevista para: 31/7/2008
Previsão de envio a partir de: 31/7/2008

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17 de julho de 2008

Ator Daniel Dantas processa jornal que o confundiu com banqueiro

O ator Daniel Dantas vai processar o jornal italiano "La Stampa", que publicou fotos suas como o banqueiro homônimo envolvido no caso da Operação Satiagraha. A notícia foi divulgada hoje (17) na coluna de Ancelmo Gois, no jornal "O Globo".

Dantas, que atualmente vive Natércio Prado na novela "Ciranda de Pedra", da Globo, diz acreditar que a história pode prejudicar sua imagem. Procurados pela Folha Online, os assessores de imprensa e os empresários do ator preferiram não confirmar oficialmente o processo ainda, já que aguardam mais informações diretas de Dantas para as próximas horas.

No Brasil, o ator também foi confundido com o ex-dono do Opportunity pelo jornal baiano "Diário do Sul", que, assim como a publicação italiana, estampou sua foto no lugar da imagem do banqueiro.

Na época, o blog Toda Mídia, da Folha Online, chegou a divulgar a reprodução com o erro da reportagem do jornal baiano. Segundo o blog, o editor do jornal confirmou que, por erro de seleção da foto, na fase de montagem da página, foi publicada a imagem do ator no lugar do banqueiro.  Em "Ciranda de Pedra", Dantas vive um "advogado bem-sucedido", "extremamente prepotente, autoritário e ambicioso por poder", informa o site oficial da novela da Globo.

** Imagem de reprodução do jornal italiano "La Stampa" com foto do ator Daniel Dantas

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30 de junho de 2008

Cia. das Letras faz recall de livro de Borges


Folha de S. Paulo - 30/06/2008 - por Laura Mattos
A Companhia das Letras anunciou um recall (chamada para realização de trocas) do livro O Fazedor, do argentino Jorge Luis Borges (1899-1986). A decisão foi tomada pela editora em razão de 12 erros de grafia encontrados em poemas publicados em espanhol - a edição traz também tradução dos textos em português. O procedimento de recall, cada vez mais comum em outras áreas, especialmente no mercado automobilístico, ainda é raro no meio literário. O mais comum é que as editoras, após descobrirem os erros, coloquem adesivos com uma "errata" nos exemplares à venda. O livro custa R$ 29. A convocação aos leitores foi divulgada no último sábado, em anúncio publicado na Folha. O comunicado fala na troca da edição "impressa em março de 2008". Na verdade, qualquer exemplar de O Fazedor da Companhia das Letras contém os erros e pode ser trocado. Os livros devem ser trocados nas livrarias nas quais foram adquiridos. O telefone da editora é 11-3707-3500 e o site. >> Leia mais

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28 de junho de 2008

Pelé imortal


Folha de S. Paulo - 27/06/2008 - por Mônica Bergamo
Pelé e Fernando Morais conversaram em Brasília, anteontem, sobre a possibilidade de o autor de O mago, biografia de Paulo Coelho, escrever agora um livro sobre o rei, conta Mônica Bergamo. >> Leia mais

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20 de maio de 2008

Parlamento português aprova acordo ortográfico

Folha de S. Paulo - 17/05/2008 - por Angela Pinho e Johanna Nublat
O parlamento português aprovou nesta sexta-feira o acordo ortográfico da língua portuguesa já ratificado por Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Em tese, mesmo sem a aprovação de Portugal, as novas normas já estariam em vigor no Brasil, porque para isso bastam as assinaturas de três países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). A implantação da reforma ortográfica, porém, estava sendo adiada devido à não-adesão de Portugal. Agora, o país europeu estabeleceu um prazo de seis anos para a adaptação de livros e provas de concurso público, entre outros. No Brasil, porém, o prazo de adaptação será mais curto. Recentemente, o MEC determinou que, em 2010, os livros didáticos de escolas públicas já terão de estar adaptados. As editoras podem começar a mudança já no ano que vem. >> Leia mais

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17 de maio de 2008

LUTO: Escritora Zélia Gattai morre aos 91 anos em Salvador

A escritora Zélia Gattai Amado morreu aos 91 anos às 16h30 deste sábado em Salvador, segundo informações do Hospital da Bahia, onde ela estava internada desde o dia 16 de abril. A escritora se recuperava de uma cirurgia no intestino e, após um período de melhora progressiva, seu quadro se deteriorou rapidamente nos últimos dias.

Desde o ano passado Gattai passou por diversos períodos de internação. A escritora completaria 92 anos no dia 2 de julho deste ano. Descrita pela revista "Forbes" como uma das mulheres mais influentes na área cultural no Brasil em 2006, Gattai perdeu o marido Jorge Amado em agosto de 2001. Os dois se conheceram em 1945, quando trabalharam juntos no movimento pela anistia dos presos políticos. Durante anos, Zélia datilografou os textos originais do marido.

Filha de imigrantes italianos, a escritora nasceu em 2 de julho de 1916, na capital de São Paulo, onde viveu toda a sua infância e adolescência. Aos 63 anos de idade, começou a escrever suas memórias. O livro de estréia, "Anarquistas, Graças a Deus", já acumulava mais de 200 mil exemplares vendidos no Brasil ao completar 20 anos de sua primeira edição. Os pais da escritora eram os imigrantes italianos Angelina e Ernesto Gattai e sua infância em São Paulo a inspirou em "Anarquistas, Graças a Deus".

A escritora tomou posse da cadeira nº 23 da ABL (Academia Brasileira de Letras) em maio de 2002, lembrando a trajetória pessoal e profissional do marido. Zélia foi eleita para ocupar a cadeira de Jorge Amado na ABL, que também já tinha sido ocupada por Machado de Assis (1839-1908).

Em seu discurso de posse, que durou uma hora, Zélia falou de sua infância, das obras de Jorge e da amizade do marido com o político baiano Antônio Carlos Magalhães (1927-2007). Gattai deixa três filhos sendo dois com Amado, Paloma e João Jorge Amado, além de netos. O outro filho Luis Carlos, é fruto do casamento de oito anos com o militante comunista Aldo Veiga.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u402902.shtml

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12 de maio de 2008

'Leitor atual não está mais isolado'


Folha de S. Paulo - 10/05/2008 - por Sylvia Colombo
Você não consegue se concentrar muito tempo numa leitura? Quando entra na internet, abre várias telas ao mesmo tempo e muda a direção de sua atenção freqüentemente? Não se desespere. O fato de estar divagando entre diferentes universos não é necessariamente algo ruim. Para o escritor argentino Ricardo Piglia, 66, trata-se apenas de um novo momento da "experiência da leitura". Situação cujas conseqüências, porém, ainda desconhecemos. De passagem pela Argentina, onde abriu a 34º Feria Internacional del Libro, o professor de literatura de Princeton disse que o leitor que assume a interrupção como parte da narrativa já foi antecipado por seu conterrâneo Macedonio Fernández (1874-1952), considerado principal inspirador de Jorge Luiz Borges (1899-1986), com o conceito de "lector salteado" - um leitor intermitente, que pula de um assunto para outro ou se dispersa facilmente. Leia a entrevista com o escritor! >> Leia mais

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27 de abril de 2008

A turba do 'pega e lincha', por Contardo Calligaris

Outro dia passei duas horas em frente à televisão. Não adiantava zapear: quase todos os canais estavam, ao vivo, diante da delegacia do Carandiru, enquanto o pai da pequena Isabella estava sendo interrogado. O pano de fundo era uma turba de 200 ou 300 pessoas.
Permaneceriam lá, noite adentro, na esperança de jogar uma pedra nos indiciados ou de gritar "assassinos" quando eles aparecessem, pedindo "justiça" e linchamento.
Mais cedo, outros sitiaram a moradia do avô de Isabella, onde estavam o pai e a madrasta da menina. Manifestavam sua raiva a gritos e chutes, a ponto de ser necessário garantir a segurança da casa. Vindos do bairro ou de longe (horas de estrada, para alguns), interrompendo o trabalho ou o descanso, deixando a família, os amigos ou, talvez, a solidão - quem eram? Por que estavam ali? A qual necessidade interna obedeciam sua presença e a truculência de suas vozes?

“Os alemães que saíram para saquear os comércios
dos judeus na “Noite de Cristal” faziam isso porque
queriam sobretudo afirmar sua diferença"

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14 de abril de 2008

Corrente literária

Folha de S. Paulo - 12/04/2008 - por Cyrus Afshar
Aquele livro bacana que você nem lembra mais que tem, perdido no fundo de uma gaveta ou juntando pó em uma estante, poderia estar solto no mundo, satisfazendo a sede de outros leitores. E outra obra interessante, já devorada por algum leitor, poderia estar na cabeceira de sua cama. Novas formas de consumo começam a mudar a relação que as pessoas têm com as coisas, inclusive com os livros. Criado em 2001 nos EUA, o site de trocas de livros Bookcrossing ganha cada vez mais adeptos no mundo todo e também no Brasil. Os membros do site filiam-se de graça e registram na internet os livros que querem "libertar", escolhendo quando e onde vão deixá-los. Antes, devem escrever, na folha de rosto de cada obra, uma "dedicatória" com uma breve explicação pessoal, o endereço do Bookcrossing e um código de identificação gerado no site (BCID). Depois, deixam os livros em um lugar qualquer ou em "crossing zones" ("zonas de cruzamento") oficiais. >> Leia mais

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Romance de estréia segue tradição de 'O Nome da Rosa' e 'O Código Da Vinci"

ADRIANO SCHWARTZ - ESPECIAL PARA A FOLHA
O título, "O Conto do Amor", sugere à primeira vista que se trata da história de uma paixão. Essa é, de fato, uma das formas de amor abordadas no livro de Contardo Calligaris, mas há outras, que, misturadas, criam a teia de afetos presentes no enredo: há o amor entre pai e filho, há o amor interrompido no passado que deixa marcas na história dos envolvidos, há o amor aparentemente simples que, para ser levado adiante, irá requerer desprendimento e coragem.
Carlo Antonini, o protagonista da obra, é um italiano que mora em Nova York, onde ensina psicopatologia, e volta para seu país em busca do sentido de uma conversa que tivera com o pai pouco antes de ele morrer, 12 anos antes. Nela, o homem que passara a vida toda imerso em seus estudos sobre a Renascença conta para o filho uma experiência estranha que vivenciara na juventude no convento do Monte Oliveto Maggiore, próximo a Siena: "Ao entrar no claustro, tive a sensação imediata, distinta, nítida de que conhecia os afrescos perfeitamente, cada cena, cada figura, cada pincelada".
O ponto de partida é interessante, e a complexidade das relações amorosas é abordada com delicadeza. O problema de "O Conto do Amor" é que ele se filia a uma tradição narrativa já bastante desgastada e diluída, que tem seu marco de origem genial, nessa formulação, em "O Nome da Rosa", de Umberto Eco, e seu maior best-seller em "O Código Da Vinci", de Dan Brown.
Entre seus mais comuns ingredientes, estão o uso de questões da história da igreja e da arte didaticamente expostas, as constantes referências eruditas ou supostamente eruditas, os toques autobiográficos, a assimilação no texto de roteiros turísticos e a investigação detetivesca que se vale de coincidências e das intuições brilhantes (e às vezes altamente improváveis) do herói. No Brasil, o esquema já fora adaptado, por exemplo, por Isaías Pessotti, em romances como "O Manuscrito de Mediavilla" e "Aqueles Cães Malditos de Arquelau".
Infelizmente, em sua estréia na ficção, Contardo Calligaris não consegue escapar do peso dessa linhagem.


ADRIANO SCHWARTZ é professor de literatura da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP.
O CONTO DO AMOR
Autor:
Contardo Calligaris
Editora: Companhia das Letras
Quanto: R$ 34 (128 págs.)
Avaliação: regular
Lançamento: sábado (26/4), na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (av. Paulista, 2.073), às 11h

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'Eu tô querendo namorar um cara': Ana Carolina

A cantora Ana Carolina, que inicia turnê e lança o DVD "Dois Quartos", em entrevista no Rio: "Eu sei o que eu faço nas minhas quatro paredes", diz

Quase sempre de preto, a cantora Ana Carolina, ícone gay, recém-separada de uma mulher, diz que vai inaugurar uma fase mais "colorida", anuncia que está em busca de um namorado e revela: "Eu adoro o homem pra transar"

Ana Carolina costuma erguer o queixo quando conta uma história. Faz longas pausas entre uma frase e outra e, quando conclui o assunto, desata a gargalhar. "Eu toco desde os 16 anos na noite... é... sabe como é que é.... pra rolar uma grana, né? Fiquei tocando até os 24. E... você toca pra dois casais, pra dez pessoas, 15... Se desse muita sorte, eu fazia show até pra cem pessoas... Hahahaha!"  [Mônica Bergamo]

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9 de abril de 2008

Ziraldo paga R$ 40 mil a 'assassina' de seu papagaio

Folha de S. Paulo - 09/04/2008 - por Mônica Bergamo
Se, por um lado, receberá indenização de R$ 1 milhão por ter sido perseguido pela ditadura militar, por outro o cartunista Ziraldo foi condenado a desembolsar R$ 40 mil, em seis meses, para indenizar a produtora cultural Lulu Librandi por danos morais, informa Mônica Bergamo. Duas parcelas já foram pagas. Há oito anos, ele chamou Lulu de "filha da puta" numa entrevista por causa de desavenças que os dois tiveram quando eram dirigentes da Funarte no governo de José Sarney. No processo, Ziraldo disse ainda que a produtora tinha "assassinado" seu papagaio já que a ave "morre quando alguém te deseja o mal". >> Leia mais

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USP abriga exposição gratuita com livros raros

Folha de S. Paulo - 09/04/2008 - por Eduardo Simões
O Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP, em parceria com a Biblioteca Mário de Andrade, abre nesta quarta-feira, 9 de abril, uma exposição com obras raras de ambas instituições. Os 17 livros vindos da biblioteca são, em sua maioria, obras recuperadas após o furto ocorrido em seu acervo em 2006. Serão exibidas pela primeira vez desde então. Entre elas, destacam-se "As Primaveras" (Casimiro de Abreu, 1859) e um exemplar de "O Guarany" (José de Alencar, segunda edição, com data imprecisa). Já do acervo do IEB estarão expostos 40 livros. A exposição "Obras raras em acervos públicos" ocorre de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e, aos sábados, das 10h às 16h, até o dia 29 de junho, no Instituto de Estudos Brasileiros (Av. Prof. Mello Moraes, tr. 8, nº 140, Cidade Universitária. Tel: 11.3091-2399), com entrada franca. >> Leia mais

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7 de abril de 2008

A cinza dos afogados, por Manuel da Costa Pinto

Folha de S. Paulo - 05/04/2008 - por Manuel da Costa Pinto
Nos últimos anos, surgiram inúmeros artistas oriundos dos espaços sociais conflagrados, periferias e morros. Até um poderoso artefato narrativo como "Cidade Deus" foi qualificado, na primeira edição, de "romance etnográfico". Já a poesia não tem o álibi de uma trama costurada ou da denúncia social; seu valor está no corpo a corpo com as palavras. Por isso, tantas antologias de poetas da periferia valem apenas por trazerem poetas da periferia... E, também por isso, um poeta como Marcelo Ariel, autor de Tratado dos anjos afogados (Letra Selvagem, 216 pp., R$ 20), deve ser saudado. Não há qualquer condescendência em dizer que esse escritor negro, de 40 anos, mora em Cubatão, na baixada santista, onde vive de um "sebo itinerante". Pois se o livro reúne bom número de poemas sobre chacinas e presídios, o teor testemunhal se conecta a outros martírios e nos restitui ao coração de um fracasso maior, que funda a experiência poética moderna. >> Leia mais

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O sonho de Martin Luther King, por Contardo Calligaris

O amor é o agente da modernidade: os sentimentos vencem os preconceitos das tribos
Em 1963, cinco anos antes de sua morte, King contara seu sonho aos manifestantes da marcha sobre Washington: ele imaginava um futuro em que "brancos e negros, judeus e gentios, protestantes e católicos", descendentes de escravos e de donos de escravos, todos viveriam em harmonia, sentados "à mesa da irmandade". Nesse futuro, cada um seria julgado por seus atos e por seu caráter, não pela cor de sua pele, pela herança de sua etnia ou por sua fé.
King pedia que os EUA e o mundo moderno se mostrassem à altura de suas próprias declarações fundadoras: por exemplo, a Constituição dos EUA.
Ao longo das últimas quatro décadas, muitas coisas mudaram. Um balanço rápido constataria, sem otimismo excessivo, que o preconceito e a discriminação das diferenças retrocederam. Foi o efeito de mil lutas, grandes e pequenas, nos Parlamentos, nas ruas e nas padarias da esquina.
Esse sonho reviveu, nestes dias, no discurso de Barack Obama "A More Perfect Union" (a "união mais perfeita", que era o propósito explícito dos signatários da Constituição dos EUA). Obama é suficientemente atento às diferenças para se lembrar, por exemplo, de que ser filho de imigrante africano não é a mesma coisa do que ser descendente de escravo. Mas, apesar de sua atenção às diferenças, talvez por ser o fruto de um amor inter-racial, ele consegue (novidade absoluta) ser um candidato negro, sem ser um candidato dos negros. =>>> LEIA MAIS

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Um grande voto no julgamento do ProUni

O ministro Carlos Ayres Britto defendeu o programa com uma exaltação da igualdade social
BENDITA A HORA em que o DEM (ex-PFL) e a Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino resolveram bater às portas do Supremo Tribunal Federal, sustentando a inconstitucionalidade dos atos que criaram o ProUni. Levaram para a Corte a discussão da legalidade de ações afirmativas baseadas em critérios de renda e de raça para o acesso ao ensino superior. Na semana passada, tomaram a primeira pancada, pelo voto do ministro-relator Carlos Ayres Britto.
O ProUni troca por bolsas de estudo as imunidades tributárias dadas às universidades particulares. Coisa como 10% das vagas disponíveis. O programa já atendeu 310 mil jovens oriundos da rede pública e neste ano formará a sua primeira turma, com 60 mil bolsistas. Há 100 mil estudantes pré-selecionados para a próxima rodada de matrículas. Para receber uma bolsa integral, a renda per capita familiar do candidato não pode ser superior a 1,5 salário mínimo. Por exemplo, um casal com dois filhos não pode ganhar mais de R$ 1.648. As vagas do ProUni também devem ser preenchidas favorecendo o acesso de candidatos afro-descendentes (quem não gosta da expressão pode chamá-los de "descendentes de escravos"). A concessão de bolsas deve acompanhar os percentuais de diversidade de cada Estado, conforme o censo do IBGE. Há um regime de bolsas parciais, que segue critérios semelhantes.
Segundo a Confenen e o DEM, esses critérios são inconstitucionais porque violam o princípio da igualdade entre os cidadãos. (Eles faziam outras restrições, também rejeitadas pelo relator.)
Britto julgou improcedente o pedido, argumentando em cima do nervo da questão: o que é a igualdade numa situação de desigualdade? Nas suas palavras: "Não há outro modo de concretizar o valor constitucional da igualdade senão pelo decidido combate aos fatores reais de desigualdade. (...) É como dizer: a lei existe para, diante dessa ou daquela desigualação que se revele densamente perturbadora da harmonia ou do equilíbrio social, impor outra desigualação compensatória".
Em vez de tentar derrubar quem está em cima, empurra-se quem está em baixo. Tome-se o caso de dois jovens reprovados nos rigorosos vestibulares das universidades públicas, gratuitas. Um, de família mais abonada, vai para uma faculdade particular, paga. O outro iria à lona, mas, com o ProUni, vai à aula.
Britto buscou uma parte de sua argumentação na Oração aos Moços, de Rui Barbosa: "A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. (...) Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real".
O voto de Britto trata só do Pro-Uni. Sua linha de raciocínio abre um guarda-chuva conceitual que antevê próximos julgamentos, quando o STF será chamado a decidir sobre a constitucionalidade do regime de cotas em inúmeras universidades públicas. Terminada a leitura, na quarta-feira, o processo do ProUni foi suspenso por um pedido de vista do ministro Joaquim Barbosa e recomeçará em poucas semanas. Se o DEM e a Confenen não tivessem cutucado as togas com vara curta, essa bonita discussão não teria sido aberta.(Elio Gasperi, na FSP)

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BOLSA DITADURA

Para o banco de dados do Planalto: em 1952, a Alemanha negociou um acordo com o governo de Israel e se comprometeu a pagar 3 bilhões de marcos (US$ 5,8 bilhões em dinheiro de hoje) como reparação pelo que o nazismo fez aos judeus.
O Bolsa Ditadura já custou à Viúva US$ 1,5 bilhão. (Elio Gaspari)

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20 de março de 2008

Sul ganha evento literário em março

PublishNews - 20/03/2008
A capital gaúcha vai respirar literatura a partir da quarta-feira, 26 de março. Isso porque a cidade será invadida pela programação da Festa Literária de Porto Alegre (FestiPoa), um encontro que reunirá em torno dos livros escritores, músicos, atores, cantores, jornalistas, espectadores e leitores. Realizado pelo jornal Vaia o encontro, que acontece até o dia 29, terá a presença de mais de 50 artistas em lançamentos, sessões de autógrafos, bate-papos, exposições, shows e performances. Nomes como de Donaldo Schüler, Luís Augusto Fischer, Luiz Antonio de Assis Brasil, Moacyr Scliar e Fabrício Carpinejar devem participar do evento. Diversas livrarias da cidade e teatros sediarão as atividades gratuitas. Para conferir a programação acesse o site.

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O homem que virou santo, por DRAUZIO VARELLA

Enfrentara rebeliões, caíra refém, mas era tudo brincadeira perto das crises de ciúme da mulher

JURANDIR JURA que a culpa foi da vizinha. Diz que tinha virado santo com a finalidade de aplacar os ciúmes da mulher, Zélia, convencida de que todas as outras mulheres da vila davam em cima dele, cafajeste, derretido por qualquer rabo-de-saia.
O comportamento exemplar dos últimos meses era conseqüência de uma briga provocada por uma ida à padaria, depois da qual Zélia acusou-o de haver admirado as pernas de uma loira alta e lhe atirou o liquidificador nas costas. Ao fazer as pazes, assinaram um armistício com diversas cláusulas, a mais importante das quais exigia que ele não ousasse olhar para a tal vizinha, recém-instalada no andar de cima.
Jurandir explicou que a exigência era absurda, mal reparara na moça. No dia da mudança, tinha segurado a porta do elevador para que ela entrasse com os pacotes, apenas por cortesia. A esposa respondeu, possessa, que o problema não havia sido o cavalheirismo, mas o sorriso calhorda que ele colocara nos lábios.
Decidido a preservar o casamento e o convívio diário com os filhos, ele fez de tudo para andar na linha. Tinha boas razões para desejar a paz: a esposa era mulher de bons princípios, mãe exemplar, dona-de-casa prestimosa; seu problema era um só: o gênio forte.
-Quando o ciúme atacava, parece que incorporava o Coisa Ruim. Não via hora nem lugar; fazia escândalo na frente de quem fosse.
Ele trabalhava como carcereiro havia 20 anos. Tinha enfrentado rebeliões, caído refém de presos amotinados, participado de negociações em galerias apinhadas de homens e facas, mas considerava as peripécias brincadeira de criança comparadas às crises da mulher enciumada.
Quis o destino, no entanto, que numa segunda-feira de chuva ele chegasse em casa mais cedo e que não houvesse ninguém. Tomou banho, vestiu a bermuda, colocou um CD, abriu a primeira lata de cerveja e foi atender ao telefone interno.
Era a vizinha. Perguntou se não poderia ajudá-la a instalar o aparelho de DVD. Tão cheio de fios!
Ele jura que subiu a escada na ingenuidade, preocupado com a volta da esposa, e que só se deu conta da armadilha quando viu o umbigo de fora, o decote diabólico e a calça agarrada que a moça usava.
-Uma roupa daquelas mulher nenhuma veste apenas para instalar um DVD.
Quando os lábios dela se aproximaram perigosamente, ele recuou.
-Minha mulher vai chegar, você está de batom vermelho.
No dia seguinte, ela ligou para a cadeia. Disse que existia uma atração fatal entre os dois, instalada desde a gentileza na porta do elevador. Insistiu que resistir a essa força seria ir contra a natureza humana.
Não precisou de retórica para convencê-lo.
-Eu estava totalmente de acordo. Perder uma chance como aquela seria até pecado. O problema era como escapar da marcação cerrada lá em casa. Meus horários eram controlados com precisão de minuto.
A imagem dos lábios vermelhos, entretanto, não lhe dava trégua.
Uma semana depois da instalação do DVD, concebeu um plano para passar a noite com a vizinha. No dia fatídico, telefonou para casa avisando que estava escalado para o plantão noturno, porque iriam realizar uma blitz que só terminaria quando localizassem dois revólveres em mãos dos detentos.
O plano foi executado com perfeição. Às seis da tarde, o telefonema para casa com voz grave, o encontro na estação do metrô, a pizza e a noite com a vizinha num hotel da rua Jaguaribe.
Na manhã seguinte, ao virar a esquina da cadeia, Jurandir viu que um colega corria em sua direção.
-Nem chega perto do portão. Tua mulher está lá fazendo um escândalo. Diz que ligou a noite inteira atrás de você, e ninguém te achou. Ela se recusa a ir embora enquanto você não aparecer. Pediu para falar com o diretor. Quer saber se você ficou mesmo de plantão por causa de dois revólveres.
Jurandir voltou na direção do metrô, sem idéia do que fazer. Parou no meio-fio desamparado, quando alguém gritou seu nome. Era o motorista de um camburão que chegava para buscar os presos com audiência no Fórum.
Nesse instante, teve uma idéia.
-Me leva pra dentro da cadeia, fechado no camburão. Depois explico.
Minutos mais tarde, o portão principal da cadeia se abria para que Jurandir saísse ao encontro da esposa, desconcertada.
-Oi, meu amor, disseram que você estava nervosa à minha espera. Eu fiquei preocupado. Algum problema?

[NOTA] Postei esta crônica do médio Drauzio Varella, depois que li, na FSP de hoje, a crônica do Contardo Calligaris. Creio que as duas crônicas se complementam e se completam. Pessoalmente, não gosto de santos, muito menos de moralistas. Aliás, eu não confio naqueles que se dizem santos, prefiro aqueles que se confessam pecadores e de seus pecados se arrependem ou se arrependem dos pecados que não cometeram.

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14 de março de 2008

Mundo árabe boicota Salão de Paris

Escolha de Israel como homenageado provoca saída de quatro países e editores de outros; direção do evento lamenta "politização"

Entidades de escritores árabes e palestinos, além de representações de Irã, Iêmen, Arábia Saudita e Líbano, rechaçam salão

ANA CAROLINA DANI -
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS
O Salão do Livro de Paris, um dos maiores eventos literários da Europa, será inaugurado hoje para o público sem a participação de diversos países e editores árabes, que protestam contra a escolha de Israel como convidado de honra.
A seleção de Israel no mesmo ano em que se comemoram os 60 anos da criação do Estado hebreu é vista, por parte do mundo árabe, como um apoio velado à política do premiê Ehud Olmert, principalmente às incursões israelenses em territórios palestinos.
Nas últimas semanas, as manifestações de protesto não pararam de aumentar, inclusive com vozes dissonantes mesmo entre intelectuais israelenses. A Isesco (Organização Islâmica para Educação, Ciências e Cultura) foi uma das primeiras entidades a se manifestar, pedindo publicamente aos seus 50 países membros que boicotassem o evento.
A União dos Escritores Palestinos e a União dos Escritores Árabes, com sede no Egito, também pediram às editoras que cancelassem os estandes no salão, que segue até a próxima quarta-feira.
Entre os países que se pronunciaram oficialmente, o Líbano, pedra angular da francofonia no mundo árabe, foi o primeiro a afirmar que não participaria do encontro em Paris, iniciativa seguida por Arábia Saudita, Iêmen e Irã. Editores de outros países, como Argélia, Marrocos e Tunísia, também cancelaram a presença.
Para o escritor e conselheiro cultural da Embaixada do Líbano em Paris, Abdallah Naaman, os escritores oficialmente convidados para representar a literatura israelense não representam o conjunto da população.
"Como explicar o fato de que todos os convidados escrevam em hebraico, quando sabemos que o árabe é muito presente no país, sem falar nos escritores que se exprimem em outros idiomas, como francês, russo e o inglês? A escolha do hebraico como única língua prova que uma parte importante da população é rejeitada", afirma ele.
Entre os organizadores, o sentimento é de surpresa. "Não é Israel que é convidado, mas sim a literatura israelense", diz o presidente do salão, Serges Eyrolles, que lamenta o que chama de "politização" do debate e insiste sobre a casualidade entre a participação de Israel e o aniversário de sua criação como Estado. "Tudo isso é uma grande coincidência. Eu mesmo só soube que neste ano se celebrava a criação de Israel em dezembro do ano passado."
Mas o argumento não convence todos. "O chamado campo da paz, formado por escritores como Amos Oz e Yehoshua e Grossman, é uma falácia. Eles não deram uma só palavra sobre os ataques recentes na Faixa de Gaza, que são uma forma de legitimação moral e cultural da política de Israel", diz Eric Hazan, um dos donos da La Fabrique, uma pequena editora francesa que publica obras traduzidas do hebraico e do árabe.

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28 de fevereiro de 2008

Da infância à 'descida'

Além de fechar acordo trabalhista milionário com a Confederação Israelita Paulista, Henry Sobel quer agora transformar o episódio do furto das gravatas no impulso para a venda de sua biografia, "Um Homem Um Rabino". A Ediouro triplicou a tiragem inicial de 10 mil para 30 mil cópias. "Uma das personalidades mais complexas de nosso tempo", segundo o texto na contracapa, o rabino contará "com coragem e dignidade raras" desde a infância até o "episódio estranho" de sua detenção nos EUA -"uma descida aos infernos", segundo o livro. (Mônica Bergamo - FSP)


Ao longo de mais de trinta anos de trabalho na Congregação Israelita Paulista, Henry Sobel tornou-se a face mais conhecida da comunidade judaica brasileira. Sua influência, porém, estendeu-se para muito além dos limites do rabinato; a atuação como defensor dos direitos humanos, o empenho pelo diálogo inter-religioso e as posições políticas liberais o colocaram em constante evidência na história recente do país. Neste livro, Sobel recompõe toda a sua trajetória, da infância em Nova York às tensões pelas quais passou durante a ditadura militar no Brasil; dos dilemas da juventude aos recentes acontecimentos que o levaram aos noticiários e que acabaram por precipitar seu desligamento da CIP - uma descida aos infernos descrita com coragem e dignidade raras. Em suas memórias, Henry Sobel discute diferentes aspectos da doutrina judaica, revela episódios decisivos que testemunhou ou protagonizou, expõe suas contradições, dúvidas e temores. Mostra-se ao leitor como é - um líder religioso de extraordinário carisma, um homem de fé comprometido com os embates de seu tempo, um ser humano com a grandeza de reconhecer seus erros e acertos.

Publicação prevista para: 25/3/2008
Previsão de envio a partir de: 25/3/2008

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19 de fevereiro de 2008

Organize a leitura para Fuvest e Unicamp

Folha de S. Paulo - 19/02/2008 - por Fernanda Calgaro e Luisa Alcantara E Silva
Faltam nove meses para a primeira fase da Fuvest 2009. Apesar de parecer muito tempo, o vestibulando deve começar o quanto antes a se debruçar sobre as nove obras cobradas nos vestibulares da Fuvest e da Unicamp, que, pelo terceiro ano consecutivo, mantiveram a mesma lista unificada. Com base na análise das provas dos últimos dois vestibulares, não há uma obra que mereça mais atenção do que outra, já que todas (ou quase todas) costumam ser cobradas. O objetivo de unificar as listas das duas universidades e repeti-las por três anos é, segundo Leandro Tessler, coordenador-executivo da Comvest, que organiza o vestibular da Unicamp, é fazer com que o candidato leia todas as obras. >> Leia mais

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16 de fevereiro de 2008

CARTA A D. - HISTORIA DE UM AMOR

Este é o último livro do filósofo francês André Gorz, escrito para homenagear sua mulher, Dorine, com quem partilhou a vida por quase sessenta anos. O casal cometeu suicIdio em 22 de setembro de 2007; os corpos foram encontrados um ao lado do outro, e um cartaz, na porta de sua casa, pedindo que a polícia fosse avisada. Gorz, discípulo de Sartre e co-fundador do 'Le Nouvel Observateur', era um crítico radical da mercantilização das relações sociais, contrário à crença no trabalho assalariado, além de ser autor de vários livros sobre ecologia. Desde o início da década de 90 vivia em retiro com a mulher, que sofria, há anos, de uma doença degenerativa. Os dois viveram uma grande história de amor e companheirismo, após terem se conhecido em Lausanne, numa noite de neve, em outubro de 1947. Desde então, nunca mais se separaram.

Eis como começa o livro, escrito em 2006.

Você está para fazer oitenta e dois anos. Encolheu seis centímetros, não pesa mais do que quarenta e cinco quilos e continua bela, graciosa e desejável. Já faz cinqüenta e dois anos que vivemos juntos, e eu amo você mais do que nunca. De novo, carrego no fundo do meu peito um vazio devorador que somente o calor do seu corpo contra o meu é capaz de preencher.

O parágrafo foi bastante lembrado no fim do ano passado, quando veio a notícia de André Gorz e sua mulher, Dorine, suicidaram-se. Ela sofria de uma doença degenerativa há muitos anos. Eles se conheceram em 1947.

Eu despi o seu corpo com cautela. Descobri, miraculosa coincidência do real com o imaginário, a Vênus de Milo tornada carne. O brilho nacarado do pescoço iluminava o seu rosto. Mudo, contemplei longamente esse milagre de vigor e de doçura.

Entra em discussão o tema do casamento.

Eu tinha objeções de princípio, ideológicas. Para mim o casamento era uma instituição burguesa; eu considerava que ele codificava juridicamente e socializava uma relação que, sendo de amor, ligava duas pessoas no que elas tinham de menos social [...] Eu dizia: “O que nos prova que, em dez ou vinte anos, nosso pacto para a vida inteira corresponderá ao desejo do que teremos nos tornado?”

A sua reposta era incontornável: “Se você se une a alguém para a vida inteira, os dois estão pondo em comum sua vida e deixarão de fazer o que divide ou contraria a união. A construção do casal é um projeto comum aos dois, e vocês nunca terminarão de confirmá-lo, de adaptá-lo e de reorientá-lo em função das situações que forem mudando. Nós seremos o que fizermos juntos”. Era quase Sartre.

Naturalmente, o segredo está no sentido que se atribui ao termo “adaptá-lo”. Sartre e Simone de Beauvoir construíram uma vida em comum que se “adaptou” aos inúmeros casos que ambos tiveram fora da relação. O problema começa quando há desacordo a respeito das formas com que cada um dos cônjuges concebe a “adaptação”. É muito provável que um dos lados “se adapte” mais do que o outro... (MARCELO COELHO)

CARTA A D. - HISTORIA DE UM AMOR

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31 de janeiro de 2008

'Devem estar contentes com o aumento das vendas'

Folha de S. Paulo - 29/01/2008 - por Mônica Bergamo
O escritor Paulo Coelho assumiu publicamente no dia 20, na Alemanha, que juntou trechos de edições piratas de seus livros e os disponibilizou no blog "Pirate Coelho". Por e-mail, ele falou à coluna. A colunista Mônica Bergamo perguntou: "O que seus editores acharam da sua atitude?" Paulo Coelho: "Não sei se vão gostar, mas, pelo menos, devem estar contentes com o aumento das vendas. Com relação à língua portuguesa, eu tenho o direito a fazer isso, porque a edição não cobre a plataforma de internet. Mas, com relação às outras línguas, estou impedido -já que as traduções pertencem às editoras. Portanto, tudo que eu fiz foi coletar aproximadamente 395 edições "piratas", e colocá-las em uma mesma página". >> Leia mais

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30 de janeiro de 2008

Prêmio espanhol inicia processo de 2008

Folha de S. Paulo - 29/01/2008 - por EFE, em Oviedo (Espanha)
A Fundação Príncipe de Astúrias iniciou ontem (29/01) a divulgação pela internet e a distribuição por todo o mundo da convocação e do regulamento do prêmio internacional, que leva o nome do herdeiro da coroa espanhola. As candidaturas têm de ser apresentadas até o dia 14/03, exceto para os prêmios de Concórdia e Esportes, que terminam em 25/07. Os oito prêmios Príncipe de Astúrias - comunicação e humanidades, ciências sociais, artes, letras, pesquisa científica e técnica, cooperação internacional, concórdia e esportes - reconhecem o trabalho científico, técnico, cultural, social e humano realizado por pessoas, equipes ou instituições no âmbito internacional. Cada um dos vencedores ganhará cerca de US$ 73,5 mil (R$ 130,7 mil) e uma escultura do artista Joan Miró. >> Leia mais

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13 de janeiro de 2008

'Reparação' tem bênção de seu autor

Folha de S. Paulo - 10/01/2008 - por Eduardo Simões
Baseado em Reparação (Companhia das Letras, 2002), romance do escritor inglês Ian McEwan finalista do Booker Prize 2001, o mais prestigioso prêmio literário britânico, o filme "Desejo e Reparação" é o campeão de indicações ao Globo de Ouro (sete), feito que pode repetir no Oscar, que anuncia os concorrentes no dia 22. Segundo longa de Joe Wright ("Orgulho e Preconceito"), o longa, que estréia amanhã (11/01) no Brasil, custou US$ 30 milhões (R$ 53 milhões) e é a narrativa de como uma sucessão de mal-entendidos, seguidos de mentiras, podem ser tão devastadores quanto a guerra, pano de fundo desta história de amor. >> Leia mais

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Os livros do futuro


Folha de S. Paulo - 11/01/2008 - por Nelson Motta
É um livro? É um site? É um livro virtual! Talvez por sua origem gutemberguiana, a indústria do livro está demorando a descobrir e a usar os recursos digitais que estão à sua disposição. E que são o complemento ideal para vários gêneros literários. Melhor do que ler uma boa biografia é ler a história de um Picasso - e ver num site todos os seus quadros, esculturas e fotos de seus modelos e cenários. Se tudo isso fosse impresso, seria inacessível, em volume e preço. Com o site, é acessível e grátis para todos, um complemento da edição impressa. Como fazem as revistas e jornais. Melhor do que ler a biografia de um Cole Porter é também ouvir as suas músicas, ver suas fotos e vídeos. Ou a vida de Orson Welles, com seus roteiros e trechos de seus filmes. >> Leia mais

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17 de dezembro de 2007

Não posso e não devo me calar

Folha de S. Paulo - 17/12/2007 - por Paulo Cesar de Araújo
É lamentável que Roberto Carlos tenha entrado na Justiça sem ao menos ter lido a sua biografia, Roberto Carlos em detalhes. "Fizemos um resumo para ele", confessa o advogado Marco Antônio Campos. Se o resumo que o advogado fez ao cantor foi o mesmo que está na queixa-crime e propaga em entrevistas, está finalmente explicado por que Roberto Carlos ficou tão furioso com um livro que engrandece a sua vida e a sua arte. E agora também finalmente sabemos a que ele estava se referindo quando, na primeira manifestação contra o livro, disse em entrevista coletiva que nele haveria "coisas não verdadeiras". Ou seja, diante de toda a imprensa brasileira, um dos maiores artistas do país desqualifica o trabalho de um profissional apenas baseado num resumo adulterado que lhe foi fornecido por colaboradores. >> Leia mais

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19 de novembro de 2007

Irã proíbe livro de Gabriel García Márquez

Folha Online - 14/11/2007
Autoridades iranianas proibiram a publicação da segunda edição em farsi do livro Memória de minhas putas tristes, do escritor colombiano Gabriel García Márquez, informou no dia 14/11 a editora iraniana Nilufar. A obra havia sido publicada pela primeira vez no Irã há três semanas, mas as autoridades não permitiram sua reedição. Uma fonte do Ministério de Orientação Islâmica iraniano disse que o livro foi publicado pela primeira vez por causa da "negligência" de uma pessoa que já foi demitida de seu cargo. Segundo a fonte, a editora também terá que assumir sua responsabilidade pela difusão do livro, classificado como "vergonhoso" pelo governo. Na versão iraniana, a palavra "prostituta" havia sido substituída por "minha bela". >> Leia mais

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15 de novembro de 2007

Depois do 'pede prá sair' do Cap. Nascimento, o real 'Por que não te calas?'

É a velha história: quem fala o que quer ouve o que não quer. O nosso peculiar Hugo Chávez desandou a chamar de "fascista" o ex-premiê da Espanha José María Aznar, quando o sucessor de Aznar, José Luiz Zapatero, e o rei Juan Carlos tomaram as dores. Pronto, foi um fuzuê!

"Por que não te calas?", rosnou o rei, apesar de ter sido sempre tão afável, numa imagem e numa fala que rodaram o mundo e dividiram opiniões. Não sem muitas gargalhadas, cá entre nós.

A primeira reação foi contra Chávez, que fala demais e não tem papas na língua. Chama George W. Bush de "Diabo" em plena Nova York, classifica Aznar de "fascista" diante do rei e agora acusa o próprio rei de "prepotente e desrespeitoso". Sem contar os impropérios que já despejou contra o Congresso brasileiro, que está votando justamente se apóia ou não a entrada da Venezuela no Mercosul. Ousado, esse Chávez. ++++

O cala-boca do rei da Espanha pode não ter sido lá muito diplomático, nem adequado à solenidade intrínseca à realeza, mas traduz uma advertência que vem de dentro da Venezuela para fora, no mundo. Chávez deveria refletir sobre ela, se é que ele é mesmo capaz de refletir além do seu próprio umbigo.  (Eliane Cantanhêde) + + + +

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13 de novembro de 2007

Todos os segredos

Folha de S. Paulo - 12/11/2007 - por Mônica Bergamo
O rabino Henry Sobel vai dedicar um capítulo de seu livro a Lula e Fernando Henrique Cardoso. E outro ao que chama de "dinâmica da política da comunidade judaica no Brasil". "Vou contar todos os segredos", diz Sobel para a coluna de Mônica Bergamo. "Não sei se vai vender. Mas garanto que a leitura será muito interessante". >> Leia mais

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12 de novembro de 2007

Jessica e Rogéria

SÃO PAULO - A semana foi do petróleo, mas duas fotos chamaram atenção: 1. A do travesti Rogéria seminu (ou seminua, como queiram), o que provocou o cancelamento da exposição do fotógrafo Luiz Garrido no Salão Negro da Câmara; 2. A da garota Jessica, presa com outros oito jovens da zona Sul carioca, acusados de formar uma quadrilha de "elite" de traficantes de ecstasy.
São imagens distintas e histórias de relevância desigual, mas juntas dizem algo sobre o "zeitgeist" (o espírito do tempo) do Brasil atual.
Invocou-se na Câmara, para censurar o retrato de Rogéria, o dever de preservar a criança e o adolescente de "tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor". Ora, aplicada a lei, a maioria dos ilustres congressistas estaria vetada para visitação, de crianças ou de marmanjos.
A foto de Rogéria sugere uma irreverência quase "naïve", nada tem de chocante ou vexatório e exibe de modo discreto parte daqueles pêlos que, como canta Chico Buarque, só a bailarina que não tem.
O excesso de moralismo ocupa o lugar da falta de moralidade. É o caso de parafrasear Theodor Adorno: o Congresso é permissivo no trato da verba pública e pudico com os costumes; o contrário seria melhor.
O estatuto do adolescente não vale mais para Jessica, 18 anos. Todos os grandes jornais a estamparam algemada, inclusive a Folha. "A bela do tráfico", carimbou um deles.
A mídia alimenta e satisfaz as perversões consentidas pela "sociedade do espetáculo". E, ao expor -aí sim- a garota a abusos de tratamento violento e desumano, ainda ajuda a criar a ilusão de que a lei é igual para todos. Não é. Pobre ou preta, Jessica teria direito às algemas, não à foto na capa: estaria no porão, sob os cuidados de praxe da polícia. O caso e sua cobertura pela mídia são sintoma de regressão social, nunca de avanço democrático.
A proibição de uma imagem e a hiperexposição da outra traduzem um momento do país. E vem referendar as taras conservadoras dos "homens de bem". (Fernando de Barros e Silva na FSP)

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11 de novembro de 2007

GEORGE CLOONEY, em entrevista, manifesta contra o genocídio em Danfur

"As pessoas olham para nós, americanos, como se fôssemos brutos. E é verdade. Mas somos inteligentes o suficiente para corrigir os erros". (George Clooney)

George Clooney é um caso especial entre as celebridades de Hollywood. O astro de 46 anos do recém-lançado "Michael Clayton" (que chega ao Brasil em 30 de novembro) e diretor do ainda inédito "Leatherheads", comédia de época sobre o futebol americano, diz que teria preferido trabalhar nos anos 70, quando as posições políticas dos atores precediam suas carreiras.
Clooney pode não viver nessa era, mas sua influência, tanto artística quanto política, é inegável. O advogado que ele representa em "Michael Clayton" -um agente que combate uma multinacional que atua por métodos escusos- ilustra bem suas paixões políticas.
O astro de "Syriana" e "Onze Homens e um Segredo" optou por criticar o presidente George W. Bush e a guerra no Iraque e manifestar-se contra o genocídio em Darfur. "Sou inspirado pela urgência e importância e não quero me proteger -isso seria o pior de tudo", afirma. Leia entrevista na Folha de São Paulo, só para assinantes.

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O judeu é mais inteligente?, por Gilberto Dimenstein

Em entrevista à Folha de São Paulo, o cientista político norte-americano Charles Murray disse que a genética seria uma das explicações para a suposta inteligência superior dos judeus. Será?

Na condição de judeu, não acredito nessa influência genética. Não é só porque, para mim, superioridade genética e barbárie se confundem na história. Mas, como alguém que trabalha com educação, acredito que exista uma cultura específica que ajude na projeção de um povo que, apesar de ter apenas 12 milhões de pessoas, tem 25% dos ganhadores do “Prêmio Nobel”.

O que existe entre judeus (e não só entre eles) é uma reverência obsessiva pelo conhecimento, que vem de gerações. É o chamado “Povo do livro”. O rabino, a pessoa mais importante da comunidade religiosa, não tem força por ser um intermediário com Deus, mas por ser um intérprete das leis, ou seja, um intelectual. Livros sagrados são feitos de perguntas.

O ritual iniciatório do judeu não é matar um guerreiro ou passar por privações. Mas é ler um livro (a Torá). Ou seja, se quiser virar adulto terá de saber ler em pelo menos uma língua. O analfabetismo sempre foi muito baixo entre os judeus, o que assegurou uma rede de escolas.

A educação não é vista como uma responsabilidade apenas da escola. Mas, em primeiro lugar, da família e, depois, da comunidade. Educa-se em casa, na sinagoga e também na escola. Aprende-se, portanto, todo o tempo e em todos os lugares.

Como o judeu é o povo por mais tempo perseguido da história da humanidade, desenvolveu-se a sensação do desafio permanente. Isso se traduz na idéia de que o estudo é a melhor defesa - e também a coisa mais segura para ser carregada [Tenho esta certeza].

Nessa junção dos capitais humano e social, tem-se a receita não do desempenho intelectual de um povo, mas da força divina da educação, replicável por qualquer agrupamento humano. [Publicado na Folha de São Paulo]

Gilberto Dimenstein membro do Conselho Editorial da
Folha de São Paulo e criador da ONG “Cidade Escola Aprendiz”

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7 de novembro de 2007

PF prende cinco acusados de cobrar propina no MinC

Folha de S. Paulo - 07/11/2007 - por Andréa Michael
A Polícia Federal prendeu ontem (06/11), em Brasília, quatro empresários e uma servidora pública acusados de montar um esquema de cobrança de propina para garantir a aprovação, no Ministério da Cultura, de projetos com incentivos fiscais previstos na Lei Rouanet. Eles responderão por corrupção passiva e ativa e formação de quadrilha (pena total de até 15 anos de prisão, se condenados). Pela investigação, o grupo atua há pelo menos um ano. O teor de escutas telefônicas feitas pela PF indica que as pessoas presas atuaram no interesse de ao menos 20 projetos que tramitaram ou tramitam na Cultura, atrás de financiamento pela Lei Rouanet, que garante ao investidor abater o valor destinado aos projetos (até 4% do Imposto de Renda devido). >> Leia mais

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4 de novembro de 2007

Editora plagiou traduções de clássicos

Editora Martin Claret publicou "Os Irmãos Karamazov" e "A República", entre outros, com cópias de traduções alheias

Com cerca de 500 livros de bolso no catálogo, empresa fundada na década de 70 negocia venda de 75% de suas ações para a Objetiva


LUIZ FERNANDO VIANNA - DA SUCURSAL DO RIO
Em negociação para ter 75% de suas ações compradas pela Objetiva, braço brasileiro do poderoso grupo espanhol Santillana/Prisa, a Martin Claret é uma editora que já plagiou traduções. Os nomes dos verdadeiros tradutores foram omitidos e seus direitos, violados.
Criada nos anos 70, em São Paulo, pelo gaúcho Martin Claret, a empresa tem em seu catálogo cerca de 500 títulos de domínio público (de escritores mortos há mais de 70 anos) publicados em formato de bolso (preços de R$ 10,50 a R$ 18,90). Quatro casos de plágio estão confirmados: edições de "Os Irmãos Karamazov", "A República", "As Flores do Mal" e de três novelas de Franz Kafka reunidas num único volume-"A Metamorfose", "Um Artista da Fome" e "Carta a Meu Pai".
Lançada em 2003, a edição de "Os Irmãos Karamazov", de Fiodor Dostoievski (1821-1881), tem como tradutor um certo Alexandre Boris Popov, que não consta entre os poucos nomes que costumam passar obras do russo para o português. Na verdade, é cópia da tradução concluída em 1944 por Boris Schnaiderman para a extinta editora Vecchi. + + + + + +

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3 de novembro de 2007

Salgado compila suas viagens à África

Sebastião Salgado prepara oito livros com 30 grandes reportagens sobre o planeta; regiões do Brasil serão tema de três delas

Sebastião Salgado/Amazonas Images
africa Imagem de "África": membro do grupo Dinka em um pasto no sul do Sudão em 2006; Salgado, que esteve no continente pela primeira vez em 1971, diz que livro é reaproximação com seu trabalho

TEREZA NOVAES - DA REPORTAGEM LOCAL

O continente africano sempre esteve na rota do fotógrafo Sebastião Salgado. Em 1971, ainda economista da Organização Internacional do Café, ele foi a Ruanda pela primeira vez.
Voltaria ao país em outras ocasiões. Em 1991, já com fama internacional, ele fotografou plantações de chá, parte de um projeto comunitário, cujo início teve sua participação 20 anos antes; em 1995, registrou a destruição desses campos e os horrores do genocídio que matou mais de 800 mil pessoas; e, em 2004, retratou gorilas e vulcões. Tudo captado em um perímetro de apenas 50 km.
Cerca de 300 imagens como essas, feitas ao longo de 30 anos de carreira, integram "África", o novo trabalho do mais conhecido fotógrafo brasileiro.
"O livro conta um pouco minha história, porque comecei a fotografar na África e, como escrevo na introdução, dedico-o a um amigo. É um pedaço da minha história, mesmo antes de ser fotógrafo", conta.
A dedicatória é para Joseph Munyankindi, um hutu que Salgado conheceu naquela primeira viagem a Ruanda, assassinado em 1994.
Em entrevista à Folha, por telefone, de Paris, Salgado dimensiona o significado da África em sua trajetória. "O continente foi muito importante na minha fotografia. De certa forma, o livro é uma reaproximação com tudo o que fiz lá. O fato de trabalhar com Mia Couto [escritor que assina os textos], meu contemporâneo de trabalho na época da chegada da Frelimo [Frente de Libertação de Moçambique] ao poder, é outra razão para fazê-lo." ++++++

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31 de outubro de 2007

'Morto' em livro, cantor processa o Piauí

Folha de S. Paulo - 31/10/2007 - por José Eduardo Rondon
"Você não morreu?" Foi ao atender ligações de conhecidos com a inusitada pergunta que um cantor popular do Piauí, com 50 anos de carreira e que teve projeção nacional na década de 1960, ficou sabendo que havia "morrido". Ao menos é o que dizia um livro didático adotado pela Secretaria da Educação do Estado. O caso foi parar na Justiça, com um ação indenizatória por danos morais, psíquicos e materiais contra o governo do Piauí movida pelo cantor Roberto Müller, 70. "Ainda em 1963, Roberto Müller, um piauiense de Piracuruca, tornou-se sucesso nacional com a música 'Entre espumas'. Faleceu ainda jovem e é lembrado com carinho pela sua contribuição", diz trecho do livro, usado em 2004 por alunos da rede estadual. >> Leia mais

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30 de outubro de 2007

Invasão de privacidade

Folha de S. Paulo - 30/10/2007 - por Mônica Bergamo
Uma investigação realizada no setor de informática do Senado descobriu que um dos computadores do ex-presidente José Sarney já sofreu seis "ataques" de pessoas que tentaram entrar em seus arquivos. Dois deles foram bem sucedidos e resultaram no roubo, segundo Sarney, de capítulos da biografia que ele escreve. Segundo Mônica Bergamo, os trechos que ele diz terem sido surrupiados circularam e acabaram sendo publicados na imprensa. Sarney diz que alertou os jornalistas. "Eles ficaram espantados e não vão publicar mais nada", afirma. A investigação pedida por Sarney pode ter fim explosivo: um dos suspeitos é ex-funcionário do Senado, e lá batia ponto até o mês passado. >> Leia mais

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24 de outubro de 2007

Última casa de Jorge Amado está abandonada

Folha de S. Paulo - 24/10/2007 - por Luiz Francisco
Rua Alagoinhas, 33, Rio Vermelho. O endereço em Salvador onde o escritor Jorge Amado (1912-2001) morou durante seus últimos 38 anos, onde suas cinzas foram jogadas e que virou ponto turístico da cidade está abandonado, servindo de abrigo para traças e cupins. Logo na entrada do imóvel, há rachaduras nas paredes, infiltrações, tijolos quebrados e fiações elétricas soltas. A família quer transformar a casa, que é particular, em museu. Segundo Maria João Amado, 34, neta do escritor, o Ministério da Cultura aprovou um projeto que prevê captação de R$ 3,5 milhões para obras na casa. "Agora temos que encontrar financiadores." Ela diz que a família gasta R$ 10 mil por mês na manutenção do local. >> Leia mais

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22 de outubro de 2007

A paixão pelo livro, por Moacyr Scliar

Folha de S. Paulo - 22/10/2007 - por Moacyr Scliar
Um livro de bronze de três quilos que integra uma escultura em homenagem aos poetas Mário Quintana (1906-1994) e Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) exibida na praça da Alfândega, no centro de Porto Alegre (Rs), foi furtado. O crime ocorreu há cerca de duas semanas - a Polícia Civil não sabe a data exata. De autoria dos artistas Xico Stockinger e Eloísa Tregnago, a peça foi inaugurada em outubro de 2001, por encomenda da Câmara Riograndense do Livro. Os poetas são representados em tamanho real. O gaúcho Quintana está sentado e olhando para Drummond, que é representado em pé, com um livro pregado em uma de suas mãos. Foi este o pedaço de escultura levado. O quilo do bronze é vendido por cerca de R$ 5 em lojas e depósitos de sucata de Porto Alegre. >> Leia mais

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Biblioteca Nacional retoma 385 livros furtados

Folha de S. Paulo - 20/10/2007
A PF (Polícia Federal) recuperou na sexta-feira (19/10) 385 livros que tinham sido furtados da Biblioteca Nacional. Contendo carimbos da instituição, eles estavam sendo descarregados de um furgão por funcionários do sebo Le Bouquiniste, no centro do Rio. O proprietário da livraria, cujo nome não foi divulgado, foi preso por crime de receptação de mercadoria furtada (três a oito anos de reclusão). Há algumas edições importantes no lote, como exemplares da História da Companhia de Jesus no Brasil, de Serafim Leite (1890-1969). Mas a maior parte do material é de publicações recentes doadas por fundações privadas e instituições à Biblioteca Nacional, que as distribui por bibliotecas no país. "Comprovamos que os livros são da biblioteca, mas não sabemos como nem quando saíram", disse a bibliotecária Célia Domingues, que fez a perícia.  >> Leia mais

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6 de outubro de 2007

Contardo Calligaris: Depressão e terapia


Quem está no desespero, antes de qualquer consolação, pede que sua dor seja reconhecida.


Seja como for, a experiência confirma o que já sabíamos: quando alguém sofre, a primeira tarefa dos próximos (e dos profissionais) não é a de consolá-lo sugerindo reavaliações, mas a de ajudá-lo a encarar seu sofrimento assim como ele é.
Mais uma nota: essa constatação é também relevante na hora de administrar a necessária medicação antidepressiva. Talvez os raros efeitos paradoxais dos antidepressivos (o paciente que "estava muito bem" e, de repente, tenta o suicídio) tenham a ver não com o fracasso, mas com o sucesso da medicação, que produziu uma melhora substancial antes que o sujeito tivesse o tempo de dizer sua dor. +++++


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3 de outubro de 2007

'Vou voltar a todo vapor' : Henry Sobel


Folha de S. Paulo - 03/10/2007 - por Mônica Bergamo
Danilo Verpa - 07.abr.2007/Folha Imagem Henry Sobel, 63, está escrevendo uma autobiografia que planeja lançar em março de 2008. Segundo Mônica Bergamo, vai se chamar Sobel, em "homenagem" a seus oposicionistas. Ele conversou com o repórter Paulo Sampaio da Folha de S.Paulo. "É a minha autobiografia, um resumo dos meus 37 anos no Brasil. É uma análise das mudanças sociais, políticas e econômicas do país. Vou voltar a todo vapor." >> Leia mais


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18 de setembro de 2007

Zusak, de "A Menina que Roubava Livros", e Carroll, de "Cartas do Front", se destacaram em encontros


Deus existe, e Fidel Castro é inocente. Esse é o balanço dos primeiros quatro dias da13ª Bienal do Livro do Rio, que acontece até o próximo dia 23, no Riocentro. Pelo menos, foi isso que o público decidiu quando chamado a votar no espaço Esquina do Leitor.
No painel "Será que Deus Existe", com o escritor Rubem Alves e o poeta Ferreira Gullar, 81,6% dos votantes cravaram o "sim". Já em "A História Absolverá Fidel Castro?", o ditador cubano saiu-se com 90% de aprovação, após debate entre o sociólogo Emir Sader e o jornalista José Maria Mayrink.
O evento reuniu 152.563 pessoas (praticamente o mesmo público dos primeiros dias na edição passada), número suficiente para que os pavilhões ficassem cheios e difíceis de atravessar. As mesas de discussão, porém, em sua maioria aconteceram com muitos lugares sobrando na platéia.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1809200713.htm


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15 de setembro de 2007

Escritor faz prosa segura e melancólica


ADRIANO SCHWARTZ - ESPECIAL PARA A FOLHA
É quase natural que, depois de um romance com o alcance e a dificuldade de "Complô contra a América", Philip Roth optasse, na obra seguinte, por algo mais ameno. E "Homem Comum" talvez seja isso, um divertimento em tom melancólico, um exercício de ficção sobre a inevitabilidade da morte traçado com linhas calmas e seguras.
Não há aqui a força erótica de um Nathan Zuckerman da primeira fase nem a observação obsessiva do mundo do mesmo personagem na sua "segunda vida", não há aqui o exagero de um David Kepesh nem as tensões duplicadas da criatura artística Philip Roth (protagonista do livro anterior e de "Operação Shylock", por exemplo).
Trata-se da história desse homem comum, que enfrenta doenças ao longo de sua existência, se casa algumas vezes, tem um irmão e filhos (com dois não se dá bem), exerce com sucesso uma profissão e gosta de pintar. O título ("Everyman", no original) remete a uma peça inglesa do século 15, de autoria desconhecida, na qual o personagem central é convocado pela Morte a avaliar sua vida. Nessa transposição para o século 21, o cristianismo exacerbado dá lugar a um judaísmo acomodado e a alegoria se dissolve numa espécie de "história da vida privada" que não se quer exemplar, mas que se reafirma no que tem de único, ainda que infimamente único.




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Suassuna critica Bush em tributo na Bienal do Rio


O escritor paraibano Ariano Suassuna, 80, comparou o presidente americano George W. Bush a D. Sebastião ontem, na 13ª Bienal do Livro do Rio. "Nunca simpatizei com as idéias colonialistas de D. Sebastião, mas ele foi muito diferente de Bush, por exemplo. Teve um sonho e colocou-se à frente dele, enquanto os colonialistas de hoje se escondem."
O evento comemorou os 80 anos do escritor, que se emocionou com a homenagem de estudantes que encenaram trechos de obras. No final, levantou-se e acompanhou outros jovens numa batucada. (SYLVIA COLOMBO)


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Afeganistão vira 'cebola' em mesa da Bienal do Rio


Autora de "O Salão de Beleza de Cabul" diz que o país, como o bulbo, tem muitas camadas


SYLVIA COLOMBO - ENVIADA ESPECIAL AO RIO
"O Afeganistão é como uma cebola, cada vez que descascamos uma fatia, descobrimos outra." Foi desse modo bastante didático que a norte-americana Deborah Rodriguez definiu o país onde viveu por cinco anos e no qual ambientou seu romance "O Salão de Beleza de Cabul".
A ex-cabelereira, hoje celebridade literária, debateu as dificuldades de comunicação entre Ocidente e Oriente com o afegão Shah Muhammad Rais ("Eu Sou o Livreiro de Cabul") e o argelino Yasmina Khadra ("As Andorinhas de Cabul"), anteontem, no primeiro dia da 13ª Bienal do Livro do Rio.
O encontro foi marcado por diferenças entre os autores com relação a vários temas, violência, direitos humanos, pobreza e fanatismo religioso. Mas, apesar das divergências, o debate não decolou. O formato não permitiu discussão entre os participantes, pois os temas eram lançados a cada um separadamente, sem réplicas.
Muhammad Rais atacou a norueguesa Asne Seierstad, que publicou "O Livreiro de Cabul", baseada em sua experiência depois de viver com sua família, no Afeganistão. "Fiquei com a impressão de que ela entrou numa dessas lojas de tecido indianas, onde tudo é muito colorido e muito fácil de se confundir. Ela não entendeu nada do que viu", disse.
Yasmina Khadra foi agressivo o tempo todo, deixando claro que não quer ser misturado ao filão literário dos "autores de conflito". "Escrevo há 25 anos, tenho 19 livros. Sempre avisei o Ocidente, mostrando que sua maneira de impor a verdade nos levaria a uma crise de enfrentamento. Não me ouviram, aí está o resultado." +++++++


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12 de setembro de 2007

Camaradas, o povo também se equivoca, por Marcelo Coelho.


"Esse sociólogo quer demonstrar que as elites são mais éticas do que a classe baixa!"
UMA ONDA de inconformidade e ranger de dentes parece ser o principal efeito do livro "A Cabeça do Brasileiro", do sociólogo Alberto Carlos Almeida, recentemente publicado pela editora Record.
O autor, que é professor na Universidade Federal Fluminense e diretor de um instituto de pesquisas, resolveu medir as opiniões da população brasileira a respeito de assuntos cruciais, como racismo, intervenção do Estado, sexualidade, violência policial, "jeitinho" e corrupção. Os resultados são indiscutivelmente simpáticos para as "elites" e pouco abonadores no que se refere ao "povão".
Em praticamente todas as questões propostas, os entrevistados com diploma de ensino superior se mostram menos fatalistas, menos conformistas, menos conservadores do que a população de baixa escolaridade. O abismo é total quando se compara o pensamento de uma mulher nordestina, analfabeta, idosa e moradora do interior com as opiniões de um jovem habitante de alguma capital do Sudeste. +++++


===>>> Para realizar o lançamento da obra "A Cabeça do Brasileiro", o autor Alberto Carlos Almeida realizará uma na noite de autógrafos no dia 13/09 (quinta-feira), na livraria Saraiva do Brascan Century Plaza (Avenida Joaquim Floriano, 466, - Tel. 11- 3078-7887), a partir das 19h. O livro traz os resultados da Pesquisa Social Brasileira, que ouviu 2363 pessoas, em 102 municípios. O resultado é uma radiografia da sociedade no Brasil. ++++


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7 de setembro de 2007

Escritor é condenado por morte descrita em romance


okładkaFolha de S. Paulo - 6/9/2007 - por Clara Fagundes
Numa cidadezinha polonesa, um corpo é pescado de um rio, com sinais de uma morte sórdida: mãos ao redor do pescoço, atadas a uma forca. A polícia identifica Dariusz Janiszewski, o dono de uma pequena agência de publicidade, que não tinha dívidas ou inimigos. A descrição detalhada deste homicídio, no romance policial Amok (o arrebatamento, em português), terminou em um posfácio inesperado: a prisão do autor, Krystian Bala, condenado ontem (05/09) a 25 anos pelo crime que inspirou a obra. A principal peça da acusação é o romance policial, publicado em 2003, três anos após o assassinato. O investigador Jacek Wroblewski garante que a narrativa tem informações minuciosas, conhecidas apenas pela polícia - ou pelo assassino. >> Leia mais


UPDATE => A notícia saiu na Folha e a história pode ser lida por exemplo no The Guardian ou no The Times). Tem alguns blogs achando tudo muito estranho. Muito rapidamente, Krystian Bala teria contado no seu livro "Amok" a história de um homicídio, descrevendo detalhes de que alegadamente só a polícia teria conhecimento. Parece que há circunstâncias pouco claras, esepcialmente o fato da vítima ser conhecida da ex-mulher de Bala, de o interrogatório com polígrafo levantar algumas dúvidas, de terem sido enviados emails da Coreia do Sul e da Indonésia quando o escritor se encontrava nesses países... enfim, uma salada, um mosaico estranho. O curioso é que numa simples pesquisa no Google constata-se que o Bala não era nada conhecido. Não se encontra quase nada, nenhuma notícia antes do tal julgamento. O livro Amok realmente existe, mas em polaco, dizem que foi um sucesso em 2003, mas não tem nenhuma tradução para o inglês (não localizei nenhuma). Não será um mega golpe publicitário?


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3 de setembro de 2007

Na casa de Gabo


Folha de S. Paulo - 2/9/2007 - por Sylvia Colombo


Quarenta anos depois do lançamento do livro "Cem Anos de Solidão" e 80 anos do nascimento de Gabriel García Márquez, a cidade colombiana de Aracataca entra em debate sobre o legado do escritor


Na praça principal da pequena Aracataca, um estabelecimento de esquina, paredes de madeira pintadas de vermelho, exibe os dizeres: "Bar Liberal: Aqui esteve o coronel Aureliano Buendía". A referência a um dos personagens centrais de Cem anos de solidão (1967), o militar solitário que "promoveu trinta e duas revoluções armadas e perdeu todas", é apenas uma entre as tantas que saltam aos olhos quando se caminha hoje pela cidade natal de Gabriel García Márquez, 80. Aracataca, localizada ao norte da Colômbia, na província caribenha de Magdalena, foi fonte de inspiração para quase tudo que o escritor criou para construir Macondo, aldeia imaginária onde se passa o clássico que lhe garantiu o Nobel de Literatura em 1982. >> Leia mais


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31 de agosto de 2007

Os cães ladram...


Folha de S. Paulo - 31/8/2007 - por Mônica Bergamo ...
..... e a caravana literária do ministro Eros Grau, do STF (Supremo Tribunal Federal), faz sucesso. Segundo Mônica Bergamo, seu livro erótico, "Triângulo no Ponto", já vendeu mais de 5 mil exemplares e caminha para a terceira edição. >> Leia mais




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26 de agosto de 2007

Obra sobre Diana sai no Brasil em novembro


É previsto para novembro o lançamento no Brasil de "Diana -Confissões Íntimas", de Tina Brown. O livro, baseado em cerca de 250 entrevistas com amigos da princesa Diana e celebridades que a conheceram, será publicado pela Ediouro.
Tina Brown, a autora, conheceu Diana na condição de editora da "Vanity Fair". Também britânica, Brown reconta minúcias do cotidiano de Lady Di, como diálogos narrados pelo policial preferido por ela na segurança e o que os íntimos diziam sobre sua vida sexual.


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Livro vai contar história do Silvio Santos empresário


Ex-diretor de jornalismo do SBT, TV Gazeta e TV Cultura, o jornalista Albino Castro, 58, foi contratado na semana passada pelo Grupo Silvio Santos para contar em livro a história do Silvio Santos empresário.
A biografia oficial sai em dezembro, em comemoração aos 50 anos do Grupo Silvio Santos. O conglomerado, que fechou 2006 com 10.988 "colaboradores" (95% eram funcionários) e faturamento bruto de R$ 3,2 bilhões, nasceu em 1958 com a Ali Produções Ltda., uma firma de fundo de quintal que prestava serviços de alto-falante.
"A vida artística de Silvio Santos todo mundo conhece. Mas a do empresário é pouco conhecida. Ele se tornou artista para vender os produtos dele. Uma vez, me contou que era um vendedor de carnês do Baú que tinha montado uma televisão para isso. Ele se considera muito mais empresário do que artista", afirma Castro.
Segundo o jornalista, essa "lógica" explica a instabilidade da grade do SBT e o fato de o jornalismo ser tão desprestigiado na rede. "Uma emissora apolítica é importante para um empreendedor", diz Castro. (Daniel Castro, Outro Canal, FSP) +++++


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25 de agosto de 2007

FGTS rende 28,7% a menos que a inflação desde 1991


Hoje na FolhaA correção das contas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) pela TR (Taxa Referencial) tem provocado pesadas perdas ao patrimônio dos trabalhadores, segundo informa reportagem publicada neste sábado na Folha de S.Paulo e assinada por Marcos Cézari --a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL.


Cálculos do Instituto FGTS Fácil, uma ONG especializada em informações sobre o fundo, mostram que, desde fevereiro de 1991, quando passou a ser o índice de correção das contas, até julho deste ano, a TR teve variação de 32.422%. Em comparação ao INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que teve variação de 41.749%, as contas do FGTS perderam 28,7%.


[nota] Enquanto a variação da TR era maior que o INPC quem esperneava eram os mutuários do SFH, onde o saldo devedor também altera conforme variação das correções da caderneta de poupança e do FGTS. Agora, os mutuários não reclamam.... por motivos óbvios. Fico pensando naqueles que ingressaram com ação revisional de indices pedindo a alteração do indexador para o INPC, cujas sentenças encontram em gau de recurso nos TRFs da vida.... será que ainda querem a alteração? Enquanto isso, agora os fundistas do FGTS amargamos prejuízo na correção, pois a TR está menor que o INPC. Mas se mudar o indexador de atualização do FGTS, pior para os mutuários. É um sistema ...


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Aforismo como antídoto, por Manuel da Costa Pinto.


"O Mundo em uma Frase" permite ver o aforismo como gênero singular dentro da tradição das formas breves
EXISTEM LEITORES ávidos de romances e há quem prefira o extremo oposto, as fórmulas epigramáticas, a concisão das sentenças. Não se trata de profundidade, num caso, ou de preguiça intelectual, no outro. Afinal, cartapácios de 800 páginas podem conter tanto "Ana Karenina" quanto literatura de aeroporto; e se as frases lapidares servem de veículo aos lugares-comuns, também dão forma a um gênero de incontestável nobreza: o aforismo.
É esse o tema de "O Mundo em uma Frase: Uma Breve História do Aforismo", de James Geary. Com uma introdução sintética como convém (e na qual Geary se revela um espirituoso autor de agudezas), o livro é uma seqüência de verbetes em que desfilam os principais cultores das formas breves ao longo dos séculos. O critério de escolha de Geary é complacente e tem o mérito discutível de colocar Lao Tsé, Jesus e Maomé no mesmo balaio de Epicuro e Sêneca, de equiparar as máximas de La Rochefoucauld ao "estilo axiomático" de Wittgenstein. ++++

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Autor paga o preço de sua honestidade intelectual


CLAUDIO ANGELO - EDITOR DE CIÊNCIA
Tive o desprazer de conversar com Richard Dawkins apenas duas vezes na vida. É um sujeito antipático, pedante e de uma intolerância insuportável. Exatamente o oposto da personalidade que se espera encontrar em alguém cuja profissão de (ops!) fé é levar a ciência ao grande público. E que é, goste-se ou não dele, um dos intelectuais mais brilhantes que a seleção natural já produziu.
Talvez essa certeza de superioridade, que transborda nos escritos do biólogo britânico, explique em parte por que Dawkins é tão vilipendiado pelos ditos intelectuais "de esquerda" e "culturalistas", para não falar nos (credo!) pós-modernos. Essa patota não hesita em pichá-lo de darwinista bitolado que não consegue enxergar nada além de genes egoístas tramando a destruição do livre-arbítrio humano.
(....)Ao dar munição à sociobiologia com suas idéias sobre genética, Dawkins também virou alvo. O máximo expoente da "biologia dialética", Richard Lewontin, chegou a deturpar uma passagem de "O Gene Egoísta". Onde Dawkins dizia "eles [os genes] nos criaram, corpo e mente", Lewontin enxertou "eles nos controlam, corpo e mente". Até hoje não se desculpou por isso.
Com "Deus, um Delírio", o zoólogo britânico volta a atrair detratores, de ambas as extremidades do espectro político, de todas as cores e -principalmente- credos. Seu único crime terá sido meter a mão num vespeiro (a religião) para o qual os cientistas têm insistido em dar as costas, enquanto dele esvoaçam sem cessar fanáticos do calibre de Osama Bin Laden e George W. Bush. Dawkins esnoba os críticos. Ele sabe que o "meme" darwinista triunfa, e que a luz já foi lançada sobre o mistério da existência humana.


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A ciência contra Deus, por Marcelo Coelho.


Corajoso e furibundo, "Deus, um Delírio", de Richard Dawkins, traz forte argumentação em favor do ateísmo, critica a irracionalidade e diz que religiões são nocivas ao bem-estar humano
No livro, cientista britânico utiliza argumentos evolucionistas e considera a existência de Deus uma grande improbabilidade.
Sacerdotes e cientistas mantiveram, durante um bom tempo, certas normas de convivência pacífica: salvo as exceções mais radicais, um não se metia com os assuntos do outro. Hipocrisia, afirma o biólogo Richard Dawkins no corajoso e furibundo "Deus, um Delírio".
Dawkins inicia sua forte argumentação em favor do ateísmo assinalando que a maior parte dos cientistas, inclusive o físico alemão Albert Einstein (1879-1955), cuidava de fazer vagas profissões de fé deístas apenas para não chocar os espíritos religiosos. Acreditar num "Deus que não joga dados", como formulado na famosa frase de Einstein, equivale muito mais a confiar nas regularidades das leis da natureza do que a afirmar qualquer coisa próxima de uma religião. ++++++

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23 de agosto de 2007

Mônica Veloso na 'Playboy'


Folha de S. Paulo - 23/8/2007 - por Mônica Bergamo
O escândalo Renan Calheiros é página virada na vida de Mônica Veloso, a mãe da filha do senador e pivô do caso. Ela agora está em outra, diz. Aos 39 anos, a jornalista posou na semana passada para um ensaio da revista "Playboy". E acredita que, com isso, está dando um passo importante rumo a outros desafios. Como, por exemplo, comandar um programa de entrevistas na televisão. Depois, vai se dedicar a outro projeto: escrever um livro. "Todo mundo pensa que meu livro tem dois capítulos: escândalo do Renan e historinha de amor que não deu certo. Nada disso. Vou contar coisas de Brasília que nunca foram publicadas." Segundo Mônica Bergamo: quem viver, verá. >> Leia mais


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19 de agosto de 2007

Na justiça americana o 'Cansei' já ganhou


O juiz Frederico Moreno, da Flórida, aderiu ao movimento "Cansei", liderado pelo doutor Luís Flávio Borges D'Urso, presidente da Ordem dos Advogados de São Paulo. Cansado de patranhas e de latino-americanos que se julgam acima das leis do país, condenou o apóstolo Estevam Hernandes e sua mulher, a bispa Sônia, a dez meses de cana. Em janeiro passado, a dupla foi apanhada entrando nos Estados Unidos com US$ 56 mil escondidos em malas, mochilas e até mesmo na capa de uma Bíblia. Haviam declarado que traziam apenas o limite legal de US$ 10 mil mas, na cadeia, confessaram a delinqüência.
O doutor D'Urso é o incansável advogado da dupla no Brasil. Quando eles foram presos, disse o seguinte: "Por um equívoco no preenchimento da declaração aduaneira quanto aos valores transportados pela família, foram chamados a prestar esclarecimentos perante as autoridades locais". Menos. Eles foram presos, fichados e soltos condicionalmente, com tornozeleiras eletrônicas. Pagaram o sinal de uma fiança de US$ 250 mil. Desde então, obrigaram-se a permanecer em Miami. D'Urso não deveria ter acreditado em quem lhe contou a história do engano inocente e, quem a ouviu dele, teria feito melhor se dela duvidasse.
Como a Justiça americana não se cansa, a bispa e o apóstolo puderam escolher: na tese do "equívoco", ou similar, iriam a júri onde uma condenação custaria até dez anos de cadeia. Confessando a malfeitoria, saía mais barato.
O apóstolo Hernandes já relacionou seus padecimentos judiciais com "artimanhas do demônio". Em certa ocasião, o casal esteve foragido por 19 dias. Pelo visto, o Coisa Ruim está forte na Justiça americana. D'Urso poderia convidar Frederico Moreno para duas palestras no Brasil, uma na sua OAB e outra no "Cansei". Esse juiz entende de combate à impunidade. (Elio Gaspari)


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8 de agosto de 2007

A festa do ovo podre, por Marcelo Coelho


O governo Lula revolta mais por seu "elitismo" do que pelas verbas dadas ao Bolsa Família


JURO QUE não queria ser moralista. Essa coisa de lamentar a decadência dos costumes nunca adiantou muito. Mas é difícil não reagir com repugnância ao vídeo que circula no YouTube, mostrando grã-finos num embalo total, não sei se em Ipanema ou no Leblon.
A diversão da turma, aboletada no terraço de um apartamento à beira-mar, é atirar ovos nas pessoas e carros que passam pela rua. "Boninho", diretor do programa "Big Brother Brasil", dá a receita de como apodrecê-los: a tecnologia exige algum treino e paciência.
Ele injeta éter no ovo, espera três dias, e só então o produto adquire condições ideais para ser arremessado. Boninho diz que já acertou "muita vagabunda em São Paulo" com os tais ovos.
Poderia incluí-los no próprio "Big Brother", se é que isso já não faz parte do repertório habitual de baixarias do programa. No YouTube, há cenas de arremesso ao vivo. Senhoras de idade respeitável também são entrevistadas, dizendo-se adeptas dessa prática >>>>


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1 de agosto de 2007

Um ato nobre


BRASÍLIA - Quando o presidente do Senado da República insiste em agarrar-se à cadeira sob uma saraivada de suspeitas, é digna de nota uma atitude do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet tornada pública nesta semana. Sob o risco de perder sua carteira de motorista por excesso de multas de trânsito, apresentou-se ao Detran de Brasília, onde vive, para cursar as aulas de reciclagem e ter direito a uma nova habilitação. Piquet tem 54 anos. Foi tricampeão de Fórmula 1. É um empresário bem-sucedido. Não é necessária muita imaginação para deduzir a facilidade de uma pessoa como Piquet para conseguir algum tipo de anistia ou saída heterodoxa. O ex-corredor preferiu o caminho institucional, única opção para a imensa maioria dos brasileiros -mas nem sempre a opção da elite.
No momento que um empresário como Nelson Piquet admite um erro e se curva às regras gerais da sociedade, o país aprende uma lição: a lei existe e é igual para todos. Algo às vezes difícil de acreditar, ainda mais em Brasília, tendo de assistir de perto ao dia-a-dia dos políticos. (FERNANDO RODRIGUES)


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''Na Praia'', de Ian McEwan, é a história de um duplo suicídio, que só o orgulho e a vergonha podem explicar


McEwan é magistral na descrição do ato, ou no fracasso do ato, emprestando aos escritores vindouros a lição maior: quando se escreve sobre sexo, nunca se escreve sobre sexo. Mas a alma da novela está no confronto dos dois nas areias da praia. Estive em Dorset duas ou três vezes e, relendo o diálogo dos esposos depois do fracasso, não conheço cenário melhor para a mais funesta das despedidas românticas. Existe em Dorset a brisa gelada que normalmente acompanha os suicidas.
Suicidas? Precisamente. "Na Praia" não é, ao contrário do que seria de esperar em McEwan, uma história macabra sobre os abismos do desejo e do sexo. O sexo não passa de um pretexto. "Na Praia" é a história de um duplo e espiritual suicídio, que só o orgulho e a vergonha podem explicar.
Porque as tragédias, as tragédias de hoje, já não se fazem com famílias aristocráticas que convidam a atos desesperados e radicais. As tragédias, as tragédias de hoje, acontecem em silêncio, em privado. E, mais do que histórias de ação, elas são retratos de inação: acontecem quando nada se faz e os amantes se afastam, como num poema de Auden, cada qual em direção ao seu próprio erro.(JOÃO PEREIRA COUTINHO)


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30 de julho de 2007

Os neocansados, por Fernando Canzian



"Como bem observou o ex-governador paulista Claudio Lembo (DEM), deve ter soprado de Campos de Jordão, meca fria da breguice endinheirada de São Paulo, os novos ventos da campanha "Cansei", capitaneada pela camada superior da "elite branca" sulista. Empresários e mauricinhos paulistas acostumados a restaurantes na rua Amauri e Vila Nova Conceição, com suas adegas climatizadas, contas surreais e garçons servis, finalmente se dizem cansados da "impunidade", do "descaso", das "balas perdidas".


O movimento é capitaneado pelo Comitê de Jovens Executivos da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e pelo "sr. Riquinho", o empresário João Dória Jr. Nos últimos dias, Dória recebeu em Campos do Jordão várias eminências tucanas, entre elas Geraldo Alckmin, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador José Serra. "Não somos oposição. Somos pelo resgate da solidariedade. O movimento está ultrapassando fronteiras e se expandindo por toda a sociedade", disse Dória sobre o "Cansei". De fato, nas periferias paulistanas e nos morros do Rio, não se fala de outra coisa. Tá todo mundo cansado.


- - - - > Alguém já disse que a melhor maneira de se avaliar uma classe dominante é dar uma boa olhada em sua periferia, na situação de quem a serve a troco de salários e trabalho. Para isso, não é preciso sequer sair de Campos do Jordão. A propósito do tema, segue link para o vídeo/música "Classe Média", de Max Gonzaga: http://www.youtube.com/watch?v=KfTovA3qGCs"




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29 de julho de 2007

Canssei, cancei ou cansei?


UM VENDEDOR DA LIVRARIA Cultura, na avenida Paulista, consegue tirar até R$ 4.500 mensais, com direito a assistência médica e odontológica, além de receber bolsa para estudar na faculdade. Dependendo do seu desempenho, ganha um bônus no final do ano -sem contar os descontos para a compra de livros. Mesmo assim, um dos principais problemas daquela livraria é atrair e manter empregados. "É desesperador", resume Pedro Herz, proprietário da livraria.
Desesperador porque os candidatos a vendedor apresentam falhas na sua formação, a tal ponto que muitos deles não perceberiam o erro no título desta coluna. Uma boa parte dos contratados não se adapta às exigências do trabalho, deixando o emprego na fase de experimentação. Resultado: vagas abertas há muitos meses, o que acaba por impactar a capacidade da livraria de elevar suas vendas.
Entendemos, em parte, como, num país de alto desemprego, especialmente entre jovens, não se preenchem vagas com um salário de R$ 4.500, vendo a resistência apresentada, na semana passada, à proposta de premiar os professores mais talentosos e esforçados (GD). +++


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A campanha de 2006 revisitada


ESTÁ NAS livrarias "A Mídia nas Eleições de 2006", uma coletânea de 11 trabalhos e seis anexos, organizada pelo jornalista Venício de Lima e editado pela Fundação Perseu Abramo, do PT. É um livro valioso porque mexe com uma velha controvérsia e trata de um tema que o fingimento faz crer que não existe: a péssima relação do governo com os grandes meios de comunicação e muito vice-versa. Como bonificação, permite a análise de algumas propostas de mudança, vindas de autores que consideram os meios brasileiros como agentes do empobrecimento do debate. Para quem vê na imprensa uma ferramenta manipuladora de interesses mercantis, o livro é um armazém de argumentos. Para quem vê nos adversários dessa mesma imprensa uma seita de censores em busca de ocupação, é um trabalho revelador.


Um livro útil para quem detesta os meios de comunicação e para quem teme o comissariado petista
Elio Gaspari


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28 de julho de 2007

Sem medalha, por Voltaire de Souza


http://www1.folha.uol.com.br/agora/colunistas/co2507200704.htm
Momento de populismo sobre o Pan, na coluna de hoje no "Agora"


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Contos moldam livro certeiro e desconcertante de Palahniuk


É chegada a hora de você encarar Chucky 7 -ou melhor, "Assombro", o sétimo e mais desconcertante livro de Chuck Palahniuk-, e, como de hábito na ficção desse seguidor macabro de Edgar Allan Poe, as surpresas não param na segunda página e seguem apavorando o leitor até o fim.
Quanto sofrimento, porém, será necessário para se atingir a revelação final? Bem, essa pergunta só poderá ser respondida pelo seu estômago.
Adianto que não se trata de figura de linguagem. "Assombro", um romance de configuração pouco usual e certeira que intercala poemas e contos "escritos" pelos personagens, é um livro difícil de roer e, principalmente, de digerir.
A história do grupo de pessoas que atende a um anúncio de jornal dizendo "Retiro de escritores. Abandone sua vida por três meses" começa pelo já célebre conto "Tripas". Palahniuk promoveu leituras do texto na turnê promocional do livro "Diário", em 2004, e pessoas desmaiavam à sua audição. >>>>


http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2807200715.htm (só para assinantes)
JOCA REINERS TERRON é escritor, autor de "Sonho Interrompido por Guilhotina" (Casa da Palavra)


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