Publishnews - 07/11/2008 - por Ricardo Costa - Direto da Fliporto

No ano em que se comemora o centenário do poeta pernambucano Solano Trindade, Ariano Suassuna, outro grande pernambucano, fez a alegria da abertura da IV Fliporto falando muito sério sobre o que precisa ser dito. “Sou contra falar mal da pessoa na frente dela; constrange quem fala e constrange quem ouve. Espero o cabra sair e depois mete o pau! Mas vou desobedecer essa minha regra”, avisou. “Não sei se vou cometer uma gafe, mas quero fazer um reparo à fala de Zulu Araújo. Eu sei das dificuldades que o Obama vai enfrentar. A questão é se ele quer enfrentá-las. Espero que ele se lembre que a Amazônia é brasileira e que se coloque mais próximo de seus pares; que se poste melhor do que Condoleezza Rice e Colin Powell”, declarou o escritor abrindo com honestidade suas falas. E pra deixar bem claro que a noite seria de muita alegria, avisou: “Sou escritor, não sou sociólogo; então posso mentir.” E foi uma noite de aula de história das origens de nossa cultura, contada por Ariano e Carlos Nilton, tocada, cantada e dançada pelo Circo de Suassuna. Falando das diversidades do povo brasileiro, Ariano comentou que dizem que ele não gosta de andar de avião, mas o que ele não gosta é de viajar e que “avião é só a pior forma”. Mas os aeroportos igualam a diversidade: “Aeroporto é tudo igual. Você sai e chega no mesmo lugar. E todo mundo tem o mesmo sotaque; não é sotaque de lugar nenhum, é sotaque de aeroporto!”. E a partir de hoje estamos conhecendo um pouco mais dessa diversidade na literatura, que reúne brasileiros, latinos e africanos nas diversas mesas destes dias calorentos na Fliporto.